Review | Ghost of Tsushima chega a novo ápice com versão de PC

Review | Ghost of Tsushima chega a novo ápice com versão de PC

Há tempos que a Sony vem acertando com seus ports de exclusivos para o PC. Mesmo que no meio do caminho tenha acontecido um lançamento desastroso com The Last of Us, desde então foi acerto atrás de acerto. 

Expandindo a biblioteca a cada ano, um título era extremamente pedido pela comunidade: o elogiadíssimo Ghost of Tsushima. Agora em maio, enfim, os jogadores de PC puderam regozijar, pois o belíssimo game da Sucker Punch, em sua versão do diretor, já está disponível em um port bastante caprichado feito pela Nixxes. 

https://www.youtube.com/watch?v=BWktKH0eW5I

A lenda do fantasma

Sendo um dos pontos mais fortes do game, a história de Ghost of Tsushima traz o protagonista Jin Sakai e toda a tragédia que abala sua vida quando os mongóis invadem a ilha de Tsushima no Japão no século XXIII. 

Participando da linha de frente dos defensores samurais contra os invasores, Jin quase morre no massacre que sucede, tendo o único elo vivo de sua família, seu tio e também lorde Shimura, ser raptado pelos inimigos e ser usado como moeda de troca. 

Salvo por um acaso pela assassina Yuna, Jin precisará unir diversos parceiros e enfrentar um adversário muito difícil: seu próprio código de honra. Sendo um samurai legítimo, ele precisa escolher entre o caminho do confronto direto entre legiões de mongóis ou usar as táticas de guerrilha e assassinato que aprendeu com Yuna, se tornando uma espécie de ninja, manchando seu nome e o do seu tio. 

Enquanto ele não resgatar o lorde Shimura, Tsushima sofre com os saques e dominância violenta dos invasores que possuem suas próprias intenções escusas ao invadir a ilha. 

Dentre todos os exclusivos do PS4, Ghost of Tsushima sem dúvida é um dos pesos pesados em termos de narrativa, sendo extremamente bem sucedido em construir personagens coadjuvantes e também o vilão da trama. Mas o conflito de Jin, o protagonista, é ainda melhor, oferecendo uma jornada que vale a pena ser experimentada até o final. 

Jin sofre principalmente com dois conflitos, um envolvendo seu passado com o pai - também samurai, e o que afeta o seu código de honra e como isso pode desestabilizar a relação com o tio Shimura. A Sucker Punch também se empenha em caprichar nas missões secundárias, oferecendo coadjuvantes ativos na jornada de Jin em eliminar os mongóis. Cada um com seus próprios conflitos pertinentes e que podem liberar mais armas e talentos para o protagonista conforme a narrativa progride. 

Claro que existem missões genéricas conferidas por NPCs de menor importância, mas em geral, há um belo esforço em integrar todas as atividades no enriquecimento de Jin de uma forma raramente vista. Até mesmo atividades complementares são motivadas para aumentar a vida e resolução do personagem, além de outras características e oferecer reflexões sobre o próprio passado. 

Outro ponto magistral que resolve um dilema clássico de jogos de mundo aberto é o uso do vento e do cenário. Em vez de usar bússolas ou elementos do HUD, o jogo te orienta aos objetivos com a direção do vento que sopra pelo cenário. Seguindo ele, Jin encontra o objetivo marcado no mapa que só fica disponível em sua tela exclusiva. Pode ser difícil se habituar no começo, mas é algo que agrega muito na experiência, além de ter um valor agregado muito bonito na narrativa.

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SIE

Placar de 5 a 0

Essa é a quinta vez que a Nixxes realiza um port de exclusivos PlayStation para o PC. De fato, a prática leva a perfeição, mas ainda existem algumas rusgas que o time com certeza vai consertar ao longo do tempo através de patches. Em geral, o jogo está muito bem otimizado, rodando bem até em máquinas mais modestas que o equiparável ao hardware do PS5 – a versão portada. 

Há melhorias claras que transformam o mundo aberto magistral do game em algo ainda mais vivo. A Sucker Punch se inspirou muito na filmografia e encenação de Akira Kurosawa, célebre cineasta japonês, na confecção do visual do jogo. Logo, tudo está em constante movimento, principalmente a vegetação. Agora sem as limitações do hardware original, é possível aumentar a qualidade visual à distância, renderizando um mar de gramas, flores e árvores até o limite do campo de visão - eliminando o fade in/pop in de elementos que tinha no original enquanto Jin avança pelo cenário. 

Existem melhorias nas sombras, além das benesses todas envolvendo as tecnologias do FSR 3 e do DLSS 3, explodindo frames muito além da casa dos 60, tornando a apresentação do jogo realmente sublime. Tanto que há um contraste muito evidente em cenas pré-renderizadas com as renderizadas em tempo real, conseguindo superar muito a qualidade visual do que foi criado em CG na engine. 

A Nixxes também continua apresentando elegância em seus menus que possibilitam ver as mudanças dos presets gráficos em tempo real, ajudando a escolher o melhor possível para garantir fidelidade visual e boa performance, mas já temos espaços para melhorias. É importante que os próximos jogos comecem a vir com uma barra de consumo de VRAM, algo que a Iron Galaxy aplicou em The Last of Us e que não deveria causar estranhamento no fluxo de trabalho da Nixxes. 

Isso ajudaria o usuário a notar qual preset pode estar pesando a performance e, nesse sentido, às vezes há irregularidades de tempo de frame a depender da máquina do jogador. Se ela for parruda e avançada, dificilmente notará os problemas, mas GPS com largura de banda menor podem sofrer até em QHD. 

Atualmente, o port possui algumas bizarrices com bugs e glitches. Às vezes a oclusão ambiental não funciona como deveria, o botão do Duelo/Confronto para de responder durante uma disputa e há um flicker muito bizarro quando o HDR está ativo em algumas cenas em letterboxd, além de um descompasso dos movimentos panorâmicos da câmera com o frame time. Fora isso, nada realmente gravíssimo que vá comprometer a experiência do jogador, mas não é um lançamento praticamente impecável como vimos em Horizon Forbidden West. 

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Diversão, recompensa e paciência

É fato que Ghost of Tsushima é um game excelente, mas isso não quer dizer que ele também não vai testar a sua paciência. Assim como um samurai, o jogador terá que respirar fundo, pois há irregularidades de ritmo nas primeiras horas do jogo. Não é nada tão aberrante como em God of War Ragnarok, mas são horas lentas, com objetivos um tanto enfadonhos com personagens que desabrocham aos poucos. 

Sendo um título de mundo aberto, temos diversas atividades para realizar, sendo uma delas as clássicas de eliminação de acampamentos inimigos. O combate é ótimo para ser dominado, recompensando e muito os jogadores que conseguirem entender o sistema de parries que, ao ser executado perfeitamente, abre uma janela excelente para eliminar inimigos. 

As habilidades oferecidas mudam o jogo aos poucos, permitindo também novas formas de exploração como o gancho e também o modo de escuta que auxilia na abordagem stealth muito satisfatória. Aqui, o sistema de níveis funciona de modo diferente, com Jin ganhando vários pontos de habilidade conforme a sua lenda fica mais forte no território de Tsushima. 

Ao progredir na história e também limpar territórios, somos recompensados com habilidades fantasmas que envolvem o uso de projetáveis como kunais, bombas de fumaça, bombas adesivas e sinos para atrair inimigos. A kunai é excelente pois quebra a defesa de todo tipo de inimigo e se torna um acessório muito necessário para combater mongóis enormes. 

Existe uma seleção generosa de armas, incluindo arcos, para o jogador escolher, mas a Sucker Punch não torna Ghost of Tsushima em um RPG de alta complexidade. É mais uma aventuras com alguns equipamentos que podem customizar melhor a abordagem que o jogador deseja seguir: seja no grito honroso do Samurai ou na maciota silenciosa do Ninja Assassino. 

Então a experimentação fica limitada a esses caminhos, com alguns amuletos nichados que influem no combate e exploração. As armas, arcos e armaduras podem ser melhoradas em lojistas específicos. Isso requer que o jogador explore bastante o mapa para coletar os recursos necessários e, acredite, são muitos, mas as mudanças na qualidade de vida são substanciais, deixando a diversão mais fluida. 

É exagero dizer que a SP conseguiu revolucionar o gênero, mas com certeza aprimorou muitos dos elementos criticados. Muito disso vem também do design de produção fantástico e das cores escolhidas a dedo. Ver cerejeiras explodindo tons rosas e gramíneas verdes em prados e montanhas é algo estonteante, tudo em movimento pelo vento que espalha as folhas coloridas na tela. 

Esse apreço pela estética artística acompanha o jogo inteiro que é um manjar para os olhos. Uma pena, porém, que ao selecionar a dublagem japonesa, excelente e imersiva, há um capricho menor nas animação facial e dos lábios que foram feitos pensados pela também ótima dublagem original em inglês. Torço que a SP se esforce em dobro na sequência para isso não se tornar um problema novamente. 

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Avançar e conquistar 

A PlayStation tem se empenhado seriamente a se tornar uma das distribuidoras mais relevantes do mercado de PC. Já com doze grandes títulos no catálogo, ainda tem mais blockbusters vindo por aí como God of War Ragnarok e The Last of Us Part 2.

Com Ghost of Tsushima, trazendo também a expansão da ilha Ikki e do subestimado modo multiplayer Legends, o estúdio crava mais um acerto. O jogo já conseguiu se tornar o lançamento mais popular da Sony na plataforma, superando God of War. Isso deve manter muita gente feliz. 

Os executivos e os jogadores que conseguem lucrar, seja financeiramente ou com um entretenimento da mais alta qualidade. Lançamento obrigatório para todos. 

Agradecemos a PlayStation pela cópia gentilmente cedida para a realização desta análise.


Chris Hemsworth explica humor perverso do vilão de Furiosa

Crítica | Furiosa: Uma Saga Mad Max é tecnicamente brilhante, mas deixa um pouco a desejar

A dúvida estava no ar desde o anúncio de "Furiosa: Uma Saga Mad Max": como superar "Mad Max: Estrada da Fúria", considerado um dos melhores filmes de ação dos últimos tempos?

George Miller, o visionário por trás da franquia, poderia ter simplesmente repetido a fórmula vencedora do filme de 2015. Em vez disso, ele optou por uma abordagem diferente, transformando essa prequela em um épico pós-apocalíptico com toques de western.

Ao invés de replicar o ritmo frenético de "Estrada da Fúria", Miller e seu co-roteirista Nick Lathouris expandem a narrativa ao longo de 15 anos, uma ousadia que se distancia do cenário de três dias do filme anterior.

A história começa com a infância de Furiosa, interpretada por Alyla Browne, e sua captura por uma gangue de motociclistas selvagens liderados pelo desequilibrado Dementus, vivido por Chris Hemsworth. A mãe de Furiosa, Mary Jabasa (Charlee Fraser), faz uma tentativa desesperada de resgate, adicionando uma camada emocional intensa ao início do filme e que vai guiar a história nesse filme fabuloso, mas um tanto quanto desigual -- como você perceberá a seguir.

Desequilíbrio entre os atores em "Furiosa"

Anya Taylor-Joy assume o papel de Furiosa na fase adulta, um desafio considerável dada a interpretação icônica de Charlize Theron em "Estrada da Fúria". Taylor-Joy, conhecida por suas atuações em "O Gambito da Rainha" e "A Bruxa", traz uma nova energia à personagem. A transição da jovem Furiosa para a guerreira adulta é convincente, com Taylor-Joy capturando a intensidade e a vulnerabilidade da personagem.

Chris Hemsworth, famoso por seu papel como Thor no Universo Cinematográfico Marvel, infelizmente não atinge o mesmo impacto. Seu Dementus é mais caricatural, e a tentativa de distanciá-lo de seu papel icônico acaba por deixar evidente as suas limitações como vilão. A presença dele, ao invés de agregar, acaba sendo um ponto fraco, destoando do tom sombrio e brutal do filme toda vez que ele troca o tom ameaçador por notas cômicas.

O destaque, sem dúvida, vai para as sequências de ação magistralmente coreografadas por Miller, um mestre da narrativa que não perdeu o ímpeto mesmo beirando os 80 anos. A perseguição de motocicletas no início do filme é apenas um aperitivo para o clímax eletrizante envolvendo Furiosa e seu caminhão War Rig. A trilha sonora pulsante de Tom Holkenborg e a cinematografia dinâmica de Simon Duggan contribuem para cenas de tirar o fôlego, apesar de alguns momentos evidentes de CGI que, felizmente, não comprometem a experiência.

O elenco de apoio, especialmente Lachy Hulme como o jovem Immortan Joe, oferece performances sólidas, complementando a narrativa com profundidade. Hulme consegue capturar a essência do personagem anteriormente interpretado por Hugh Keays-Byrne (falecido em 2020), dando continuidade à mitologia da franquia com autenticidade.

Prequela ambiciosa

Tecnicamente, portanto, "Furiosa: Uma Saga Mad Max" não decepciona. A fotografia deslumbrante e o design de som impecável elevam a experiência cinematográfica, mantendo a tradição de qualidade da franquia. Este é um filme para ser visto na melhor tela de cinema, com o melhor som possível. Vai engrandecer a experiência.

O terceiro ato, porém, é onde o filme deixa um pouco a desejar. A esperada batalha final entre Furiosa e Dementus carece da grandiosidade prometida, resultando em um desfecho que pode ser visto como anticlimático. A construção deliberada e os incríveis cenários de ação ao longo do filme mereciam um final mais impactante e satisfatório.

Em resumo, "Furiosa: Uma Saga Mad Max" é uma prequela ambiciosa que, apesar de algumas falhas, oferece uma narrativa rica e visualmente impressionante. Anya Taylor-Joy brilha em todos os momentos em que aparece na tela e George Miller demonstra, mais uma vez, sua habilidade em criar mundos pós-apocalípticos fascinantes.

https://www.youtube.com/watch?v=XNGqIukHL34&ab_channel=WarnerBros.PicturesBrasil


Crítica | Back to Black - A cinebiografia que Amy Winehouse não precisava

A pobreza criativa de Hollywood não se limita a remakes e reboots, mas também se estende às cinebiografias vazias que pouco contribuem para contar as histórias de grandes façanhas esportivas, de políticos que marcaram época ou de astros da cultura pop. Back to Black é um desses filmes, que narra muito mal a vida de Amy Winehouse.

Lançado em 2006, o álbum Back to Black rapidamente se tornou um enorme sucesso de público e crítica, alçando a carreira da cantora, que recebeu vários prêmios Grammy por sua performance. O longa retrata momentos importantes da carreira de Amy, tanto os maus quanto os bons.

A produção erra mais do que acerta, e isso fica claro ao apresentar de forma fragmentada como os vícios e obsessões da cantora a prejudicaram e a levaram ao fundo do poço, mas sem o aprofundamento que a trama demandava. Parece até uma versão malfeita de Bohemian Rhapsody (2018), e vale lembrar que a cinebiografia de Freddie Mercury também possui vários erros narrativos.

O vício de Amy em crack e os diversos abusos de álcool são retratados na trama, lembrando o que a cinebiografia de Elton John, Rocketman (2019), mostrou. No entanto, o problema está na forma como essas situações são apresentadas. Há cortes temporais rápidos que engolem fatos importantes de sua vida. Não fica claro quando ela se envolveu com drogas; é mostrado apenas que seu namorado Blake a apresentou aos pesados entorpecentes e depois já surge usando a droga.

O roteiro de Matt Greenhalgh é problemático em vários aspectos. Ele perde a oportunidade de explorar a fundo a cultura londrina e seu bairro Camden Town, que influenciaram o estilo musical de Amy, assim como também falha em desenvolver adequadamente a relação da cantora com seu pai e, principalmente, sua relação com Blake.

A diretora Sam Taylor-Johnson retrata a relação com Blake como problemática, mas pelo que dá a entender no filme, essa complicação é mais culpa da cantora do que de Blake, o que, segundo relatos da época, é um enorme equívoco. Sam quis dar uma visão diferente para a conturbada história de amor entre Amy e Blake e, ao fazer isso, transformou o amor da cantora em uma obsessão que lembra a stalker Martha de Bebê Rena.

O próprio elenco tem altos e baixos. Enquanto Marisa Abela interpreta uma Amy Winehouse caricata, preocupando-se mais em reproduzir os trejeitos e a voz da artista do que em atuar, Jack O'Connell entrega uma performance digna como um Blake malandro, apesar de seu caminho ser mal definido pelo roteiro. Seu arco chama muito mais a atenção dentro da relação caótica do que as cenas dramáticas de Amy.

Back to Black tinha todos os elementos para ser uma excelente cinebiografia, dada a riqueza do material a ser explorado. Desde a ascensão de Amy até seu desenvolvimento como cantora e, subsequentemente, sua trágica queda, culminando em sua morte em 2011 por abuso de álcool. Entretanto, o filme não conseguiu transmitir emoção ao público, nem mesmo nas cenas em que a artista abusa de drogas nem em seu desfecho fatal. Essa falta de conexão entre o filme e o público é precisamente o que uma cinebiografia de Amy Winehouse não deveria ter, algo que é bem triste.

Back to Black (idem, EUA – 2024)

Direção: Sam Taylor-Johnson
Roteiro: Matt Greenhalgh
Elenco: Marisa Abela, Eddie Marsan, Jack O'Connell, Lesley Manville, Juliet Cowan, Sam Buchanan, Pete Lee-Wilson
Gênero: Biografia, Drama, Musical
Duração: 122 min

https://www.youtube.com/watch?v=jd8xw47ZPzc&ab_channel=UniversalPicturesBrasil


Crítica | Bebê Rena é tão perturbador que lembra um filme de terror

Não é de hoje que a Netflix vem melhorando o nível de suas produções, tanto séries quanto filmes. Às vezes há escorregões, como na fraca aventura fantasiosa The Witcher, mas quando se trata de dramas, o padrão é de outro nível. Produções como Inacreditável (2019) e agora a impactante Bebê Rena são grandes demonstrações de onde o serviço de streaming pode chegar.

A minissérie da Netflix foi adaptada da peça de Richard Gadd, que surpreendeu tanto o público quanto a crítica com sua narrativa realista e seu roteiro que beira o surreal. Gadd adaptou algo que aconteceu em sua vida, o que o traumatizou profundamente, transformando essa experiência em Baby Reindeer (nome original).

A história narra a traumática experiência que Gadd teve ao ser perseguido implacavelmente por uma mulher chamada Martha. O primeiro encontro entre os dois foi em um pub onde o ator trabalhava na época. A partir do momento em que ele se mostrou educado, ela passou a enviar mensagens para seu e-mail noite após noite, e a situação piorou quando ela começou a persegui-lo e após descobrir o número de seu telefone e passar a atormentá-lo.

A história de uma Stalker

Nos dois primeiros episódios da minissérie, parece que será apenas mais uma obra sobre uma stalker que persegue Donny Dunn (personagem interpretado por Gadd), tornando a vida do homem um inferno. Diferente de You, em que o stalker é apresentado como um cara legal e de bom coração para depois matar suas vítimas de forma cruel, em Bebê Rena, a perseguidora é apresentada desde o início como uma stalker obsessiva, não se escondendo a real natureza de Martha em nenhum momento.

A rápida evolução do roteiro transforma um simples gesto de simpatia de Gadd em um caso de assédio, no qual Donny, um homem com uma vida repleta de traumas e que em alguns momentos parece ser passivo ao ato praticado por Martha, faz com que a trama mude rapidamente de um drama inicial para uma enorme e pesada história de terror.

O jeito que Richard Gadd escolheu para contar a história funciona muito bem, mostrando os eventos que transformaram a vida de Donny em um caos e mesclando com as frases reais de Martha, enviadas sucessivamente para seu endereço eletrônico. A frase "enviado do meu iPhone" quase se tornou um slogan dos episódios e rapidamente se fixou na mente dos espectadores.

A partir do momento em que Martha vai se tornando cada vez mais obsessiva e violenta, e Donny desenvolve um instinto autodestrutivo, uma atmosfera sombria é criada, levando a trama para um caminho que se assemelha mais a um filme de terror do que a um drama. Muito provavelmente, esse foi um dos fatores que fizeram da minissérie o sucesso que ela se tornou.

Donny tenta ser um comediante a qualquer preço, desenvolvendo uma certa obsessão pela fama e fazendo qualquer coisa para alcançá-la. Ele utiliza objetos sem vida em suas fracassadas apresentações, até que encontra em Martha uma espécie de válvula de escape para seus shows.

Martha é uma verdadeira contramão ao que o comediante quer para sua vida, interpretada de maneira magnífica por Jessica Gunning. Ela expressa de forma convincente e intimidadora uma mulher que também busca algo de maneira obsessiva, mostrando-se o elemento certo para a história. Sem ela, a produção não seria a mesma.

Nesse conto cruel e realista em que o sucesso a qualquer preço é o tema central, o resultado final é o que menos importa. Se Donny ficou famoso ou não é irrelevante. O que o espectador realmente quer saber é como Donny lidou com aquela situação e quais foram os desdobramentos para sua vida. A minissérie é para maiores de 18 anos e, por motivos óbvios, é necessário que o público esteja preparado para o show perturbador que virá pela frente.

Bebê Rena (Baby Reindeer, UK – 2024)

Showrunner: Richard Gadd
Direção: Weronika Tofilska, Josephine Bornebusch
Elenco: Richard Gadd, Jessica Gunning, Nava Mau, Michael Wildman, Danny Kirrane, Nina Sosanya, Shalom Brune-Franklin, Tom Goodman-Hill
Episódios: 7
Duração: aprox. 30 min. cada episódio

https://www.youtube.com/watch?v=eafm1gB6SCM&ab_channel=Netflix


Crítica | Imaculada - A repetitiva história da fé Corrompida

Pode-se dizer com certa veracidade que Sydney Sweeney é uma das queridinhas de Hollywood no momento. A atriz, que protagoniza Imaculada e que ganhou destaque em Euphoria, recentemente esteve em Madame Teia, que foi um fracasso de crítica, e no romance divertido Todos Menos Você, desponta como uma artista cada vez mais favorita dos estúdios para trabalhar em certas produções.

Imaculada é dirigido por Michael Mohan, que já trabalhou com Sweeney em Observadores (2021), e é uma produção que faz parte do subgênero Nunsploitation, no qual apresenta freiras envolvidas em atividades sexuais ou em transgressões religiosas. Como se sabe, este é um subgênero em alta, muito disso devido à aparição do demônio Valak em Invocação do Mal 2. Os produtores descobriram que este é um nicho a ser explorado.

O longa acompanha a irmã Cecilia, que se muda para um convento isolado na região rural da Itália, onde trata de freiras com problemas de saúde. Após sinistros acontecimentos no local, como o suicídio de uma freira e a gravidez de Cecilia, a trama adquire um ar de horror. A ideia de fazer com que Cecilia fique grávida é um dos grandes clichês de filmes do gênero, especialmente por ocorrer sem contato sexual, sugerindo seu envolvimento com forças obscuras.

Fica bastante claro que o roteiro de Andrew Lobel utiliza como referência principal para o arco narrativo da protagonista o clássico O Bebê de Rosemary (1968). Não é a primeira vez que essa ideia é executada no cinema e nem será a última. A diferença é que o roteiro recorre a uma ideia já batida e não apresenta nada de novo para tornar sua história mais vibrante e tensa. 

Por ter um tempo de execução curto, de apenas 89 minutos, a trama não aprofunda em nada a vida da protagonista. Isso faz com que seja difícil entender por que ela foi escolhida para gerar a criança misteriosa, fato que só é revelado no ato final de maneira óbvia e frustrante.

Em alguns longas, as referências podem atrapalhar mais do que ajudar, servindo mais para mascarar a pobreza narrativa do que para construir algo original e relevante. No caso de Imaculada, isso não acontece. Mesmo com o excesso das referências a filmes como O Bebê de Rosemary e Suspiria, essas referências transformam a produção em uma cópia descarada, em vez de permitir que a obra encontre seu próprio caminho.

Como um todo, o roteiro traz bons momentos de suspense e tensão, especialmente quando a irmã Cecilia busca respostas para suas várias perguntas sobre a congregação. No entanto, a estrutura narrativa não consegue manter o foco no suspense por muito tempo, devido à previsibilidade da trama. O personagem de Álvaro Morte, Padre Sal Tedeschi, é um acerto para a história, mas infelizmente é relegado a um papel secundário e sem grande destaque.

Imaculada é intrigante e repleto de retóricas que servem para gerar discussões, como a cena do suicídio da freira e os abusos dentro de conventos ou outras instituições religiosas. O diferencial desta obra em relação a outras de terror é que a qualidade do roteiro e a direção de Mohan se destacam em algumas situações. Dependendo do desempenho nas bilheterias, é bem provável que tenha continuações, pois há bastante material para isso.

Imaculada (Immaculate, EUA – 2024)

Direção: Michael Mohan
Roteiro: Andrew Lobel
Elenco: Sydney Sweeney, Álvaro MorteSimona Tabasco, Benedetta Porcaroli, Giorgio Colangeli, Dora Romano
Gênero: Terror
Duração: 90 min.

https://www.youtube.com/watch?v=BmMxOOArvGY&ab_channel=DiamondFilmsBrasil


Crítica | Névoa Prateada - Uma reflexiva história de amor

Há um quê de obra biográfica em Névoa Prateada, filme dirigido e roteirizado por Sacha Polak, que conta a história de Franky (Vicky Knight), encontrando em Florence (Esme Creed-Miles) um amor e carinho que não tinha em sua vida até então. Franky carrega em seu corpo cicatrizes de queimaduras que sofreu na infância e culpa seu pai, que não vê há anos, pelo acidente.

Silver Haze (nome original) não é uma cinebiografia, mas quase poderia ser considerada uma. Franky é a representação da atriz que a interpreta, Vicky Knight, que sofreu queimaduras quando criança em um PUB e transformou essas cicatrizes em uma marca pessoal. O mesmo acontece com Franky, a protagonista do filme, que faz com que esse acontecimento a torne mais forte, transformando-a em uma pessoa madura e consciente da crueldade da vida.

Franky é enfermeira, assim como Knight já foi em um momento de sua vida, e se apaixona por uma paciente problemática que tenta tirar a própria vida. O estabelecimento do romance entre Franky e Florence é bem construído e desenvolvido, começando com uma pequena chama e se tornando uma paixão ardente. 

Florence é a típica personagem que não se encontra na vida e vive quebrando vínculos que foram estabelecidos. Mesmo que haja amor nessa relação, a tendência é de a personagem deixar tudo de lado e seguir em frente. Não chega a ser uma mulher rebelde, mas sim alguém com problemas pessoais não muito claros.

Sacha Polak filma de forma inteligente e graciosa as relações entre Franky e Florence, assim como entre Franky e sua família. As cenas em que ela é expulsa de casa por seu irmão e sua mãe, ao descobrirem seu envolvimento com Florence, e aquelas em que são espancadas no ônibus trazem o sentimento de realidade que o longa demanda

Névoa Prateada está longe de ser um filme espetacular, mas tem seus bons momentos e é louvável o esforço da diretora em criar uma história de amor contemporânea e apresentando os seus percalços. Claro que falta um aprofundamento maior na relação entre o casal e com alguns personagens, mas isso não é algo que atrapalhe seu andamento. É uma boa pedida para quem curte histórias dramáticas.

Névoa Prateada (Silver Haze, Holanda – 2023)

Direção: Sacha Polak
Roteiro: Sacha Polak
Elenco: Vicky Knight, Esme Creed-Miles, Charlotte Knight, Archie Brigden
Gênero: Drama
Duração: 102 min

https://www.youtube.com/watch?v=C4RFX2jzvBQ&ab_channel=BFI


Review | Stellar Blade supera polêmica fraca com qualidade inquestionável

Review | Stellar Blade supera polêmica fraca com qualidade inquestionável

Desde o seu anúncio como Project EveStellar Blade já chamava a atenção. O estúdio Shift Up, desafiando a normalidade da indústria, decidiu resgatar a essência dos tempos áureos do Xbox 360 e PS3 com um título de ação que não hesitou em sexualizar sua protagonista.

Após enfrentar críticas no Twitter, Stellar Blade foi desenvolvido e lançado para os proprietários do PlayStation 5, tornando-se um dos exclusivos mais importantes do ano. Ansiosos para explorar o mundo pós-apocalíptico do jogo, nos aventuramos e confirmamos: este é facilmente um dos melhores jogos de ação da década, superando a polêmica criada por aqueles que adoram censurar a criatividade alheia.

https://www.youtube.com/watch?v=GznxF2OIJSA

Um Passado Reescrito

A história de Stellar Blade gira em torno de Eve, uma guerreira geneticamente modificada pela sociedade sobrevivente na Mãe Esfera, que abandonou a Terra após uma devastadora guerra final.

O objetivo de Eve é simples, mas nada fácil: aniquilar a criatura conhecida como Naytiba Alfa, um dos líderes dos misteriosos seres que surgiram no planeta e dizimaram a humanidade. No entanto, logo no primeiro encontro com a criatura, Eve sofre uma derrota e testemunha a aniquilação de sua líder de esquadrão.

Salva no último segundo por Adam, Eve decide unir forças com os últimos sobreviventes humanos na Terra para derrotar os Naytibas. A jornada que se segue revelará segredos sombrios de um passado há muito enterrado.

Embora a trama possa parecer genérica, ela é interessante o suficiente para manter o jogador engajado durante toda a aventura. Novos personagens surgem, e apesar da falta de carisma em muitos deles, o design e as circunstâncias dos encontros trazem elementos criativos que mantêm o interesse vivo.

Stellar Blade não é um projeto milionário, e isso se reflete nos elementos de apresentação. O mundo é construído através de notas encontradas nos cadáveres de combatentes, proporcionando uma dimensão ao desastre que assolou o planeta.

Apesar das limitações, a história reserva surpresas e reviravoltas, embora alguns clichês prejudiquem a mensagem final. A equipe de dublagem em inglês também merece reconhecimento, mas, no fim das contas, a história de Stellar Blade é um bônus, surpreendendo por sua qualidade.

Review | Stellar Blade supera polêmica fraca com qualidade inquestionável
Shift Up

O Combate Estelar

A essência de Stellar Blade reside em seu sistema de combate, que se destaca como um dos melhores do gênero, remetendo a clássicos como Bayonetta e Nier Automata. Com uma duração aproximada de vinte horas, o jogo oferece uma experiência de batalha que, apesar de desafiadora, não chega a ser implacável como um soulslike, embora compartilhe elementos como acampamentos, sistema de parries e a regeneração de inimigos.

Os níveis, apesar de lineares, são espaçosos e repletos de segredos e recompensas, com áreas designadas para missões secundárias. No entanto, é nos vastos espaços abertos que o jogo perde um pouco de sua identidade, caindo na armadilha do genérico.

O combate é fluido e gratificante, evoluindo gradualmente com um sistema de níveis e aquisição de habilidades que incluem manobras como o desvio perfeito, o contra-ataque impecável e uma esquiva que mais parece teletransporte, todos indicados por sinais visuais distintos dos inimigos.

As habilidades especiais, ativadas ao defletir ataques com precisão, carregam uma barra de energia e são um dos pontos altos do jogo. A diversidade de inimigos, desde lacaios até elites e alfas, mantém o combate interessante e desafiador, especialmente nos confrontos com chefes bem elaborados que misturam o abstrato e o animalesco, exigindo adaptação estratégica do jogador.

Embora o jogo incorpore elementos de RPG, como modificadores especiais e upgrades de armas, a falta de variedade em armas corpo a corpo é notável, limitando-se a uma única espada. Curiosamente, há uma abundância de opções de personalização para a protagonista Eve, desde trajes até acessórios.

Tecnicamente, Stellar Blade é um dos lançamentos mais polidos e estáveis do ano, com gráficos deslumbrantes e modelos de personagens detalhados. Contudo, há espaço para melhorias na direção de arte e no design geral, que por vezes se apoiam em clichês pós-apocalípticos.

As animações faciais e a trilha sonora instrumental, embora eficazes, deixam a desejar, mas são compensadas pelas canções originais. A direção do jogo também poderia evitar estender desnecessariamente a duração da experiência com sequências de plataforma frustrantes.

Em Stellar Blade, os controles de plataforma podem não atingir o mesmo nível de excelência do combate. Os jogadores podem se deparar com saltos imprecisos e uma câmera que, por vezes, mais atrapalha do que ajuda, especialmente nos níveis com design vertical complexo. Os quebra-cabeças, que dependem fortemente desses controles, acabam sofrendo com essa falta de refinamento.

Além disso, as sequências cinemáticas que exigem reações rápidas para esquivar de obstáculos letais podem ser frustrantes, remetendo ao estilo de Uncharted, mas sem a mesma fluidez, transformando-se em um desafio até mesmo para os jogadores mais habilidosos.

Review | Stellar Blade supera polêmica fraca com qualidade inquestionável
Shift Up

Stellar Blade: Pacote de Risco e Recompensa

Apesar desses desafios, Stellar Blade se destaca como um dos melhores jogos de ação, brilhando como um título exclusivo do PlayStation 5 em um ano carente de grandes lançamentos. O jogo é um pacote completo que cativa pela sua execução técnica impecável e pela audácia de desafiar as tendências conservadoras da indústria.

Com uma narrativa que poderia ousar ainda mais, o jogo mantém um equilíbrio entre violência e irreverência. Considerando que este é o primeiro título de console da Shift Up, os erros são mínimos e perdoáveis. Stellar Blade tem todos os elementos para se tornar um clássico, potencialmente marcando uma geração assim como Bayonetta fez no passado.


Review | Sand Land é uma carta de amor ao trabalho de Akira Toriyama

“Sand Land” é um título de videogame inspirado na obra de mangá criada por Akira Toriyama, o renomado criador de séries icônicas como “Dragon Ball” e “Dr. Slump”. O lançamento do jogo ocorreu logo após o inesperado óbito do mangaká, que contribuiu para o projeto na função de consultor. Aqueles que acompanham de perto a carreira de Toriyama estão cientes de sua familiaridade com o universo dos videogames, tendo atuado como designer de personagens para jogos de JRPG aclamados, incluindo “Dragon Quest” e “Chrono Trigger”. Vamos explorar como se saiu essa recente incursão dos jogos baseados na arte do grande mestre.

Um novo mundo

“Sand Land” se destacou por ser um mangá conciso, com uma narrativa completa em apenas 14 capítulos dentro de um volume. Para adaptá-lo em um jogo de ação com mecânicas de RPG, os criadores precisaram expandir o conteúdo original. Com isso, tanto a história quanto o universo do mangá foram estendidos para a animação e para a versão do jogo.

O jogo não oferece um mundo aberto tão vasto quanto o de “Red Dead Redemption 2”, mas ainda assim, proporciona um cenário que permite certa exploração e descoberta. Os jogadores coletam materiais ao longo de sua jornada, que são essenciais para construir itens que equiparão seus veículos e robôs, além de gerenciar recursos estratégicos durante os combates, incluindo aqueles que potencializam a força, melhoram a defesa e, claro, poções para recuperação de vida.

É possível que alguns considerem o mundo do jogo um tanto quanto desolado e com elementos repetitivos, o que não deixa de ser verdade em algumas partes. No entanto, a dedicação em transpor o mundo de Toriyama para o jogo compensou, resultando em pontos fortes. A falta de diversidade nos elementos do mundo aberto é contrabalançada pela impressionante qualidade visual e pela trilha sonora excepcional, que realça o clima de cada momento do jogo.

Prepare-se para o combate

Em “Sand Land”, você assume o papel de Beelzebub, o príncipe dos demônios, que é atraído para uma jornada pelo xerife com a promessa de encontrar o enigmático “lago fantasma” – uma missão que começa com um suborno peculiar: um videogame. No início, Beelzebub tem um repertório limitado de movimentos, consistindo em um combo simples, um ataque poderoso e uma esquiva.

À medida que avança no jogo, uma árvore de habilidades robusta permite que você aprimore as capacidades de Beelzebub e de seus aliados. O protagonista vai desbloquear novas técnicas e combinações de ataques que enriquecem o combate, além das habilidades especiais dos seus companheiros – o xerife, o demônio Thief e Ann – que podem ser ativadas durante as batalhas, em um sistema que faz lembrar o jogo “Marvel’s Guardians of the Galaxy”.

Entretanto, são os veículos que realmente roubam a cena em “Sand Land”. O jogo empresta elementos que não estão presentes no mangá mais famoso de Toriyama, “Dragon Ball”. Entre esses elementos, destacam-se as cápsulas que armazenam veículos e robôs, prontos para serem convocados a qualquer instante da aventura (com exceção de certas áreas e missões). Essa inovação traz uma nova dimensão ao universo de Toriyama, permitindo uma exploração dinâmica e estratégica do ambiente de jogo.

O jogo introduz como seu primeiro veículo um tanque de guerra, elemento que também é destaque no mangá. Este veículo desempenha um papel central nas batalhas mais empolgantes do jogo, onde o jogador pode manejar armamentos típicos de tanques, como metralhadoras e canhões. Conforme o jogo avança, é liberado o Pulabot, um robô ágil capaz de saltar para áreas antes inalcançáveis, equipado com metralhadora e lançador de granadas. A moto, que evoca a lembrança da motocicleta de Bulma nos primeiros capítulos de “Dragon Ball”, é projetada para velocidade, enquanto o mecha de combate oferece uma experiência única com suas características distintas.

Além disso, o jogo apresenta segmentos de stealth nos quais o jogador pode controlar Thief ou Beelzebub. Com um toque de humor típico de Toriyama, os adversários são neutralizados com sustos bem-humorados. Embora o jogo não seja particularmente desafiador, o que pode ser um ponto de desapontamento para jogadores que buscam desafios mais intensos, ele é perfeitamente adequado para aqueles que desejam uma experiência de jogo mais relaxada e casual.

Uma Jornada Fantástica