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Crítica | Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald - Os Impulsos de J.K. Rowling

Thiago Nolla Thiago Nolla
In Capa, Catálogo, Cinema, Críticas•9 de novembro de 2018•7 Minutes

Animais Fantásticos e Onde Habitam veio com uma missão: renovar e aprofundar o maravilhoso universo bruxo criado por J.K. Rowling. Apesar de se respaldar mais que o necessário na nostalgia da franquia original, é inegável dizer que o longa reacendeu a chama nos inúmeros potterheads e abriu espaço para uma nova geração se deliciar com aventuras fantásticas e mirabolantes. Logo, não foi nenhuma surpresa que o anúncio da sequência tenha causado uma comoção generalizada e aumentado as expectativas de forma exponencial. Entretanto, o resultado não foi um dos melhores.

Em Os Crimes de Grindelwald, Newt Scamander (Eddie Redmayne) retorna às telonas com uma missão de vida ou morte: o magizoologista é recrutado pelo próprio Ministério da Magia para encontrar Credence (Ezra Miller) e matá-lo antes que cause mais algum dano ou ameace a centenária paz entre os bruxos e os trouxas – afinal, como sabemos, sua repressão compulsória o transformou em uma criatura chamada Obscurus, dotada de habilidades muito instáveis. Porém, a índole do protagonista o impede de aceitar o trabalho e, contrariando as ordens de seus superiores, ele viaja para Paris com o intuito de proteger Credence.

O problema é que o antagonista-título (Johnny Depp) conseguiu escapar de seu cárcere, voltando a reunir seus seguidores e buscando o conturbado garoto também para destruir o único obstáculo em seu caminho, cujo nome já é bastante conhecido: Alvo Dumbledore (Jude Law). Mesmo que não contracenem em nenhum momento, Depp e Law fazem de suas cenas as melhores, mostrando uma possível futura química que será de extrema importância para a pouca fluidez narrativa restante da franquia. Law, em especial, encarna com precisão seu personagem e delineia maneirismos do grande feiticeiro de modo nostálgico e bem satisfatório.

Todavia, os parcos ápices do filme logo cedem ao completo desastre de sua estrutura. David Yates volta como diretor da continuação e demonstra algumas melhoras técnicas que refletem sua paixão pelo universo mágico. A primeira sequência é construída majestosamente, com um bom uso dos elementos visuais e pouquíssimo diálogo em prol da epifania catártica. A fuga de Grindelwald é emocionante por todos os motivos certos e já mostra seu poder de persuasão – que depois é tristemente esquecido. Yates volta a se perder com planos em big close inexplicáveis que fomentam um amadorismo crítico, mas logo encontra seu caminho e volta pela seriedade cênica.

O problema de Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald é que nem mesmo o diretor pode fazer muita coisa com um complicado roteiro. Rowling, responsável pela história, acredita que está lidando com um romance e satura a narrativa com múltiplos focos e subtramas completamente desperdiçadas, incluindo a pífia resolução do arco de Queenie (Alison Sudol), cuja personalidade apaixonante se transforma num show de horrores – nem mesmo a performance da atriz consegue salvá-la da ruína. Jacob (Dan Fogler), seu par romântico, deixa o escapismo cômico para trás e é desconstruído em uma sessão incessante de piadas prontas que funcionam a priori, mas depois ficam cansativas até para os fãs da canastrice desmedida.

Nem mesmo o arco envolvendo Newt e sua primeira paixão, Leta Lestrange (Zoë Kravitz) se salva das construções apressadas e sem nexo. Ainda que funcionem em suas devidas proporções isoladamente, os atores não tem química e são movidos por uma força ao pior estilo de deus ex machina, culminando num tosco clímax de explicação genealógica que poderia muito bem ter sido aproveitado. Entretanto, Rowling se perde no que deveria realmente prestar atenção e preenche as diversas lacunas com fragmentos desnecessários e incômodos.

A “batalha” final só ganha força quando Yates é obrigado a transferir suas investidas para o único ponto de foco que existe. As implicações sociais como aceitação e preconceito ainda conseguem fornecer uma frágil base para os eventos decorrentes e até mesmo respaldam o objetivo de Tina (Katherine Waterston), a qual nem chega a ser lembrada em meio a tantos acontecimentos. Por fim, a introdução de personagens como Nicolau Flamel (Brontis Jodorowsky) e Nagini (Claudia Kim) tem mais praticidade travestida em fan service que em lógica narrativa.

De qualquer modo, o ótimo trabalho de Colleen Atwood como responsável pelo design artístico deve ser mencionado: resgatando a sobriedade do pós-guerra numa Paris desolada pelos corolários do conflito, suas escolhas para figurino entram em concordância com a fotografia propositalmente conflitante de Philippe Rousselot, em uma brincadeira cênica entre o claro e o escuro, o saturado e o desbotado.

Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald é uma grande decepção, tanto como obra em si quanto como parte do universo mágico. E o principal problema não reside nos personagens, mas sim no que se fazer com eles. De fato, Rowling precisa decidir de que forma proceder – e isso não inclui transformar o roteiro em um romance épico e intraduzível.

Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald (Fantastic Beasts: The Crimes of Grindelwald – EUA/ Reino Unido, 2018)

Direção: David Yates
Roteiro: J.K. Rowling
Elenco: Eddie Redmayne, Katherine Waterston, Dan Fogler, Alison Sudol, Ezra Miller, Jude Law, Johnny Depp, Zoë Kravitz, Carmen Ejogo
Gênero: Fantasia
Duração: 134 min.

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Thiago Nolla

Thiago Nolla faz um pouco de tudo: é ator, escritor, dançarino e faz audiovisual por ter uma paixão indescritível pela arte. É um inveterado fã de contos de fadas e histórias de suspense e tem como maiores inspirações a estética expressionista de Fritz Lang e a narrativa dinâmica de Aaron Sorkin. Um de seus maiores sonhos é interpretar o Gênio da Lâmpada de Aladdin no musical da Broadway.

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