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Crítica | Artemis Fowl: O Mundo Secreto - Uma Fantasia Sci-Fi Pedante e Bagunçada

Thiago Nolla Thiago Nolla
In Capa, Catálogo, Cinema, Críticas•5 de julho de 2020•7 Minutes

Artemis Fowl é uma das sagas jovem-adulto mais populares das duas décadas passadas e colocou Eoin Colfer no topo do mundo – competindo com alguns nomes grandiosos da literatura fantástica, incluindo Stephanie Meyer e J.K. Rowling. Suas delineações misturavam clássicas incursões da mitologia nórdica com inflexões do sci-fi com habilidade impecável e um panteão recheado de potencial para ser explorado por várias e várias iterações (sendo aclamado pela crítica internacional e se tornando um sucesso de vendas ao atravessar gerações de leitores). Em 2020, a obra finalmente saiu dos papéis – dezenove anos depois da Miramax tentar conseguir os direitos intelectuais do enredo – e ganhou uma versão comandado por Kenneth Branagh e supervisionado pelos estúdios Walt Disney. O resultado, infelizmente, foi um desastre completo que colocou o longa na lista de piores do ano (e sem dúvidas dessa nova década que se abre).

Seguindo os passos bastante pragmáticos e formulaicos de qualquer saga adolescente que se preze – incluindo Harry Potter e Jogos Vorazes -, Artemis Fowl: O Mundo Secreto une certos relances artísticos do material original para buscar dar vida a uma história de origem extremamente dinâmica, cujo tiro saiu pela culatra e transformou-se em uma espécie de antiarte abstrata sem pé nem cabeça que não se salva nem pelos efeitos especiais e pela celebração de uma honrável cultura. A trama é centrada no protagonista titular (vivido pelo novato Ferdia Shaw), um jovem de inteligência surpreendente e uma paixão por aprender coisas novas que herdou de seu pai, Artemis Sr. (Colin Farrell), um caçador de recompensas. Apesar da sagacidade invejável, o rapaz utiliza sua arrogância como mecanismo de defesa pela ausência do pai, que passa mais tempo viajando do que com o filho.

As coisas mudam quando o pai simplesmente desaparece, sendo capturado por forças malignas que colocam em xeque o mundo como eles conhecem – e a revelação de um universo escondido recheado de criaturas fantásticas como centauros, gnomos e duendes. O problema é que esse obstáculo simplesmente não está presente no roteiro da adaptação; em vez disso, a narrativa opta por uma mitótica digressão de diversos arcos principais e coadjuvantes, destinando quase dois terços da produção para fazer apresentações desnecessárias e forçar laços e relacionamentos extremamente descartáveis e artificiais – como é o caso do mordomo e assassino Dom Butler (Nonso Anozie) e sua sobrinha, Juliet (Tamara Smart), que se aproximam de Artemis sem qualquer explicação aparente.

Tudo fica ainda mais bagunçado quando somos apresentados a uma subtrama no pior estilo deus ex machina que coloca as personas humanas numa busca para provar a existência da magia e encontrar o Aculos, um objeto poderoso que ninguém sabe o que exatamente faz – nem mesmo depois que os créditos finais aparecem na tela. De outro lado, surge um lendário e milenar panteão subterrâneo habitado e comandado por fadas poderosas e versadas na proteção dos inocentes e na manutenção da lei que também estão em busca do artefato supracitado e que, de alguma forma inexplicável, descobrem que ele se esconde nas maciças paredes da mansão Fowl. Eventualmente, ambas as esferas inimigas colidem em uma ridícula batalha pela supremacia de algo impalpável, incoerente e sem catarse cênica aparente.

É notável como Branagh chafurda desesperadamente para aproveitar um segmento que seja para não desperdiçar suas investidas e continuar uma carreira de rendimento sólido. Afinal, o ator começou sua carreira de cineasta ainda nos anos 1990, abraçando a extensa produção intelectual de William Shakespeare e entregando obras-primas que até hoje são utilizados para estudo dramatúrgico e técnico. Ao migrar para a esfera mainstream, Branagh encabeçou projetos como o aclamado Cinderela e o interessante, ainda que oscilante remake de Assassinato no Expresso do Oriente – o que continuou cultivando sua carreira atrás das câmeras. Quando observamos pacientemente o resultado final dessa mais nova aventura nos cinemas, é assustador acreditar que é ele quem está tentando lançar uma nova franquia de sucesso. E, levando em conta a quantidade de problemas que a releitura audiovisual passou nos últimos meses, seria melhor que uma segunda e uma terceira partes analisassem e lapidassem mais o filme.

O carisma inexistente de certos personagens é outro agravante para a gradual repelência por parte dos espectadores: Artemis cruza caminho com uma fada atrapalhada chamada Holly (Lara McDonnell) que quer provar seu valor tanto para o pai desaparecido quanto para sua superior, a rígida e inexpressiva Julius Root (Judi Dench em mais um projeto meia-boca depois do recente Cats). As duas servem, basicamente, para nada no tocante às idióticas reviravoltas da trama e até mesmo para o desenlace e as inclinações a clássicos de ficção científica dos últimos cinquenta anos – isso sem mencionar o covarde flerte com inversões temporais e explorações multidimensionais que pecam em não resgatar a essência dos livros.

Em uma composição em ruínas na qual nem o CGI consegue salvar – nem mesmo a presença cômica de Josh Gad como o anão supercrescido Mulch Diggums, Artemis Fowl é um fracasso completo que não se salva nem pelo mais escondido dos pormenores – com exceção de uma paisagem que cautelosamente não invade o panfletarismo mercadológico.

Artemis Fowl: O Mundo Secreto (Artemis Fowl – Estados Unidos, 2020)

Direção: Kenneth Branagh
Roteiro: Connor McPherson, Hamish McColl, baseado no romance de Eoin Colfer
Elenco: Ferdia Shaw, Lara McDonnell, Josh Gad, Judi Dench, Tamara Smart, Nonso Anozie, Colin Farrell
Duração: 95 min.

Thiago Nolla

Thiago Nolla faz um pouco de tudo: é ator, escritor, dançarino e faz audiovisual por ter uma paixão indescritível pela arte. É um inveterado fã de contos de fadas e histórias de suspense e tem como maiores inspirações a estética expressionista de Fritz Lang e a narrativa dinâmica de Aaron Sorkin. Um de seus maiores sonhos é interpretar o Gênio da Lâmpada de Aladdin no musical da Broadway.

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