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Crítica | O Cemitério Maldito

Daniel Tanan Daniel Tanan
In Catálogo, Cinema, Críticas•16 de setembro de 2017•14 Minutes

Cemitério Maldito (Pet Sematary) é um filme de 1989, dirigido pela Mary Lambert, baseado no livro O cemitério (Pet Sematary) do Stephen King e roteirizado pelo mesmo. O livro é, na minha opinião uma das melhores coisas que o King escreveu, mas por enquanto vou me ater a discursar sobre o resultado dessa adaptação para o cinema.

A história do filme, assim como no livro, representam o que o Stephen King sabe fazer melhor, nos aterrorizar com o medo mais primário que o ser humano tem, a morte, mas de um jeito único. Não é o medo de morrer em si, mas de perder quem amamos, o filme trata sobre o sentimento de luto e a profunda depressão que ele pode causar.

A História

A história começa quando a família Creed chega em sua nova residência, em Ludlow, Maine. Louis (Dale Midkiff) é um  médico que foi chamado para trabalhar na universidade de Maine. Logo na chegada, eles conhecem o simpático Jud Crandall (Fred Gwynne), que salva Gage que estava quase sendo atropelado por um caminhão, cena que já antecipa a desgraça que viria a acontecer.

Pouco tempo depois, Jud os mostra um pedaço da propriedade dos Creed que eles mal sabiam que tinham, o famoso cemitério dos bichos. A pequena Ellie Creed (Blaze Berdahl) fica fascinada com o lugar, entretanto, também desperta algum medo, pois é o seu primeiro contato com a ideia de morte e ela fica remoendo essa ideia ao longo do filme, logo contaminando todos os outros membros da família, principalmente sua mãe, Rachel Creed (Denise Crosby), que possui uma experiência muito desagradável com a morte.

Enquanto trabalhava na universidade, Louis atendeu um paciente que era um caso perdido. O pobre Victor Pascow (Brad Greenquist) fora atropelado por um caminhão, seu crânio foi partido e seus miolos estão para fora, aliás, é bom ressaltar que o trabalho da equipe de maquiagem nesse filme é fantástico, é só olhar para o Pascow. Foi algum tipo de milagre o garoto estar vivo, mas ele não demoraria para falescer, mas algo impossível acontece, o moribundo com miolos para fora fala e diz algumas frases para Louis, “o coração do homem é mais empedernido” e “Eu vou aparecer para você.”

Pascow retorna para Lewis na mesma noite e o mostra o cemitério e lhe dá um relance da força sombria que está além do cemitério e avisa a ele não cruzar a barreira de jeito nenhum e que esse é um jeito dele retribuir o favor por Lewis ter tentado ajuda-lo. Após Rachel, Ellie e Gage saírem da cidade para visitar os pais da Rachel, gato, Church morre. A intenção de Louis era simplesmente enterrá-lo e depois explicar a Ellie o que aconteceu. Jud então entra em cena e sugere outra solução, enterrá-lo no cemitério que fica além do cemitério dos bichos e assim ele abre a caixa de pandora.

A Direção

Lambert era mais conhecida pelo seu trabalho na produção de videoclipes. Ela trabalhou bastante com a Madonna em clipes como “Material Girl” e o infame “Like a Prayer”, ambos clipes bem dirigidos. Cemitério Maldito foi o seu segundo trabalho como diretora de cinema, antes isso ela tinha feito um filme bem menos conhecido, “Marcas de uma paixão.”

Aqui em Cemitério Maldito, ela parece bem a vontade. Ela não economiza em tazer elementos  consagrados do gênero para o seu filme, como os infames jumpscares, zumbis, espíritos, névoa, o uso de cores mais frias, característicos do gênero, etc. Além de construir um bom suspense e conseguir ser bem fiel com a obra original.

A diretora lida bem com os simbolismos do livro, já começando com um travelling mostrando as lapides dos bichos no cemitério que tanto perturbam Ellie em meio a uma ótima trilha sonora que parece saída de um filme do Tim Burton. Em cenas posteriores, ela faz questão de mostrar fotografias de pessoas que já se foram, velhas lembranças, para enfatizar toda a ideia que sustenta tanto o livro, quanto o filme, a saudade. A ideia também é sintetizda em umm dos diálogos de Jud, quando ele diz “A morte é quando a dor acaba e as boas lembranças ficam.”

A Atuação

As atuações são razoáveis, Dale Midkiff como Louis passa a imagem de um homem tranquilo e brando, mas que vai ficando cada vez maais deprimido  devido ao seu luto no decorrer do filme. Denise Crosby onseguue passar um pouco da personalidade complicada de sua personagem, devido ao trauma que sofreu em sua infância. Fred Astaire está perfeito como Jud, caracterizando bem a sabedoria, bom humor, tristeza e falhas do personagem. Os atores mirins estão impressionantes, principalmente o ator de 3 anos de idade, Miko Hughes, que considerando sua idade, interpreta com a mesma perfeição tanto o doce e inocente Gage, quanto o maligno e abominável Gage morto-vivo.

A escolha de Andrew Hubatsek como Zelda foi bem acertada. Um homem interpretando uma garotinha em si já é bem inquietante, ainda mais com as deformações que ela sofreu devido a sua doença, a meningite espinhal. Entretanto não trata-se somente de uma representação objetiva da personagem. Vejo mais a personagem sendo como Rachel a via, sendo aquele monstro que ela era obrigada a cuidar, mas no fundo desejava sua morte.

Inclusive alguns dos melhores momentos do filme são os que mergulhamos na subjetividade dos personagens, como os flashbacks narrados por Jud, o narrado pela Rachel e a excelente do sonho de Rachel e o Gage morto-vivo, onde a câmera, em posição torta faz um travelling do quarto onde Gage está até Rachel, mostrando vários retratos de família, muitos tortos e quebrados, mostrando a degradação que a família passou nos últimos tempos. A câmera para em Rachel em plano aberto, que sentindo a horrível presença se recosta na parede e ao seu lado está um retrato de Zelda, a irmã que ela tanto temia quanto odiava quando criança, ao seu lado está um gato. Esse retrato antecipa o que vai acontecer.

A morte de Jud também não é uma cena de se jogar fora, um bebê maligno já é algo inquietante, e ele ainda mostra-se um canibal, depois de cortar Jud no calcanhar e nos lábios, ele desfere um golpe final mordendo a garganta do pobre coitado. Quando Rachel encontra Gage, ela pensa que viu Zelda, ela voltou para mata-la, como disse que faria em seus piores pesadelos, mas na verdade é o Gage, vestido como a Zelda criança do retrato. Somente Rachel o vê assim, tamanho é o seu trauma.

Depois é a vez da subjetividade de Louis, quando ele entra na casa de Jud, ela está podre e decadente, é como olhar para dentro do personagem e também uma representação do estado da família, as brincadeiras que Jud e Louis fizeram com o destino resulta somente em ruinas, afinal tudo tem um preço. Louis faz o que tem que fazer, chorando. Ele mata o maligno Gage com uma vacina, mas sua loucura ainda não acabou, ele ainda enterra Rachel no cemitério, que retorna como uma zumbi horrível, o filme acaba com um fade out em uma cena com os dois abraçados e Rachel erguendo a faca para atacar Louis, assim fechando a decadência.

Cemitério Maldito é um bom filme, utiliza bem dos elementos de terror e da simbologia que é apresentada no livro, o filme é bem feito e fiel a obra original, porém, acredito que toda essa fidelidade seja exatamente o que impede o filme de ser uma obra prima e deixa-o estagnado no patamar de bom filme.

Terror na literatura vs. Terror no cinema

A literatura e o cinema possuem diferenças significativas, devido às limitações de ambas as artes. Na literatura, você pode entrar livremente na cabeça de um  personagem e explorá-la do jeito que quiser. O cinema pode até tentar embrenhar-se por essa linguagem do conflito interno dos personagens, mas nunca fica tão bem feito como na literatura, os livros são a melhor forma de tratar esse tipo de conflito.

Por outro lado, os filmes são a melhor forma de tratar de conflitos extra pessoais, cenas de ação em filmes ficam muito melhores do que qualquer livro possa descrever, a deficiência da literatura é não possuir um bom apelo visual, mas o cinema é feito exatamente disso, de imagens.

Acredito que o fato de o livro do Stephen King ser tão bom é que ele se utiliza do que os livros fazem melhor, o conflito interno, no livro temos tempo de adentrarmos a fundo a psique dos personagens e entendemos como se sentem e o  porque deles agirem da forma que agem. Lambert até tenta transferir isso para a tela, mas ficou extremamente superficial.

O gênero é diferente nas duas mídias porque o terror na literatura depende do impacto da palavra, coisa que o livro do King faz muito bem, martelando as ideias da morte e do luto, que não precisam de explicação do porque incomodam. O cinema depende muito mais de imagens e de uma resposta mais imediate no expectador, por isso existem os jumpscares. O filme também  tenta mostrar a subjetividade das personagens, mas por causa da natureza visual do cinema, a obra aparenta ser um pouco boba na superfície.

Um bom exemplo é o modo em que os “revividos” são tratados nas duas versões. No livro, eles falam coisas terríveis para as pessoas que encontram e o pior de tudo é que é tudo verdade, é como um demônio jogando verdades na cara das pessoas, rindo com sua angustia. Por exemplo, no livro, Gage com sua voz de bebê, revela a Jud que Norma o traiu com vários homens em detalhes antes de matá-lo. Como no filme não conhecemos muito do que se passa na cabeça dos personagens, eles optaram pelo apelo visual, apostando que o sinistro bebê já fosse desconcertante por si só, então ele se resume a chamar os outros para brincar.

Minha opinião é que para transformar Cemitério Maldito em um excelente filme, é necessário se desprender do livro, chacoalhar a sua história, adequando o máximo possível para as telas e fazer um ótimo terror psicológico. Foi o que o Kubick e o De Palma fizeram em “O Iluminado” e “Carrie – A estranha”, se preocupando primeiro em fazer um ótimo filme e por último com a fidelidade.

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Daniel Tanan

Uma Enciclopédia viva de Duna e outros assuntos nerds variados do cinema à animes.

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