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Crítica | Curtindo a Vida Adoidado - Uma Inesquecível e Atemporal Comédia

Guilherme Coral Guilherme Coral
In Capa, Catálogo, Cinema, Críticas•13 de janeiro de 2018•6 Minutes

A carreira de John Hughes no cinema certamente nos trouxe inúmeras pérolas, dentre elas Esqueceram de Mim, como roteirista, e Clube dos Cinco, que escreveu e dirigiu. Nenhum deles, porém, chega aos pés do que Curtindo a Vida Adoidado representou para a cultura pop. Sucesso tanto nas críticas, quanto nas bilheterias da época, o filme, desde então, ganhou uma legião de devotos, ao ponto que é difícil encontrar alguém que não saiba o significado de Save Ferris. Temos aqui um verdadeiro clássico, mas mesmo quando algo é tido como uma obra-prima por unanimidade, é preciso entender o porquê.

A projeção tem início com a mãe de Ferris Bueller (Matthew Broderick) chamando o pai para ver o estado de seu filho. Fingindo estar doente na cama (é óbvio para nós, mas não para eles) ele convence ambos, em uma cena inicial que já proporciona algumas boas risadas, que não pode ir ao colégio – ele inicia, portanto, seu dia de folga. A partir daí a escala das peripécias de Ferris só aumentam e consigo ele leva seu melhor amigo Cameron (Alan Ruck) e sua namorada Sloane (Mia Sara) a fim de terem uma aventura por Chicago.

O primeiro elemento que já garante um tom único a Curtindo a Vida Adoidado é a quebra da quarta parede em determinados pontos da narrativa. Ferris olha para a câmera e nos oferece detalhes de informações que apenas contribuem para o humor da obra e o interessante é que a atuação de Broderick nos oferece uma distinta diferença entre Bueller dentro e fora da diegese, tornando fácil identificar quando ele não está efetivamente “dentro do filme”. Através dessa quebra, também, ele cria um elo imediato com o espectador, especialmente através de seu tutorial de como matar aula, que apenas ganha mais elementos conforme o filme progride, como o clássico boneco que se vira na cama quando a porta é aberta.

Acima de tudo, porém, o longa se sustenta por meio de seus momentos únicos, que ficam marcados em nossas mentes perpetuamente. Como se esquecer da pose no museu, ou de Twist and Shout no meio das ruas de Chicago? Um bom roteiro aliado a uma precisa montagem cumprem um papel essencial aqui, sabendo intercalar cada uma dessas icônicas sequências de uma maneira que, a qualquer momento do filme, nos vemos nos divertindo plenamente. É difícil lembrar sequer uma que o riso não esteja presente, seja em virtude das loucuras do protagonista ou da missão de Ed Rooney (Jeffrey Jones), diretor da escola, que consiste em pegar o aluno, supostamente doente, no flagra.

O filme ainda assume temporariamente tons de suspense e policial com a direção de Hughes, que utiliza os personagens secundários e uma decupagem bastante pertinente a esses gêneros, a fim de criar a tensão no espectador de que o menino será descoberto. O humor, a seguir, torna-se, portanto, ainda mais impactante, com constantes quebras de expectativa e doses de comédia do absurdo, conforme vemos inúmeras situações inacreditáveis passarem na tela – isso sem falar nas constantes ajudas da sorte do protagonista.

Dito isso, a trama adota uma forte pegada de rebeldia, de quebra de padrões estabelecidos à época; o típico velho contra o novo que perfeitamente se encaixa com a época de seu lançamento. O que assistimos é um sistema conservador de educação que não mais prende seus alunos – diversas vezes vemos isso – justificando as ações de Bueller, e o filme muito bem representa a necessidade de um maior dinamismo não só nas salas de aula, como na sociedade em si. Basta observarmos a já citada sequência da parada nas ruas da cidade: a partir do momento que Ferris coloca a icônica melodia dos Beatles para tocar, todos ao redor começam a dançar, transformando um desfile monótono em uma verdadeira festa. O personagem que melhor representa essa necessidade de mudança é Cameron, que, no início da narrativa, estava trancado em seu quarto em depressão e no término decide lutar pela sua personalidade e não mais se acovardar diante de seu pai (ainda que a sequência da Ferrari na garagem seja um dos momentos mais dolorosos da Sétima Arte…).

Curtindo a Vida Adoidado é, portanto, um grito de liberdade, uma obra atemporal que consegue deixar qualquer um de nós, independente do estado de espírito, de bom humor. Temos aqui um verdadeiro marco do cinema de comédia e uma legítima obra-prima de John Hughes, que merece ser assistida de novo e de novo, principalmente se nos pegarmos no mesmo ânimo de Cameron no início do filme.

Curtindo a Vida Adoidado (Ferris Bueller’s Day Off, EUA – 1986)

Direção: John Hughes
Roteiro: John Hughes
Elenco: Matthew Broderick, Alan Ruck, Mia Sara, Jeffrey Jones, Jennifer Grey, Cindy Pickett, Lyman Ward
Gênero: Comédia

Duração: 103 min

Guilherme Coral

Refugiado de uma galáxia muito muito distante, caí neste planeta do setor 2814 por engano. Fui levado, graças à paixão por filmes ao ramo do Cinema e Audiovisual, onde atualmente me aventuro. Mas minha louca obsessão pelo entretenimento desta Terra não se limita à tela grande - literatura, séries, games são todos partes imprescindíveis do itinerário dessa longa viagem.

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