Crítica | De Volta à Ação – Cameron Diaz merecia um filme melhor

Após um hiato de uma década Cameron Diaz retorna em um filme fraco

Foi um grande alvoroço quando Cameron Diaz quando decidiu se aposentar das telonas para construir uma família. Em 2015, ano em que tomou a decisão, a atriz vinha de trabalhos em produções questionáveis, como os fracos Sex Tape: Perdido na Nuvem (2014) e Annie (2014).

Com o sugestivo nome de De Volta à Ação, Cameron Diaz encontrou no filme dirigido por Seth Gordon (Cidade Perdida) o momento perfeito para retornar ao batente.

Além de o título fazer alusão a essa situação, o próprio roteiro brinca com o fato de a estrela retornar ao batente. Na trama, Emily (Diaz) e Matt (Jamie Foxx) abandonam a vida de espiões da CIA após Emily ficar grávida e contar para seu marido, aos prantos, durante uma cena inicial de ação de tirar o fôlego.

A decisão de começar uma família por parte dos espiões é semelhante à da atriz na vida real, e o retorno de Emily ocorre porque ela está cansada de ter que cuidar dos filhos e deseja retornar à ação de alguma forma.

Um filme de ação comum

Na verdade, De Volta à Ação não tem nada de novo nem de extraordinário. Sua ação é genérica e repetitiva, lembrando muitas produções recentes da própria Netflix, como Operação Fronteira (2019) e Alerta Vermelho (2021).

A Netflix precisa entender que não adianta investir milhões de dólares para ter artistas de renome no elenco se o roteiro for fraco e previsível. Assistindo a Back in Action (título original), fica a sensação de que o longa, sobre dois espiões que precisam encontrar uma chave mestra com poder de mudar o mundo, é algo batido e nada inovador.

E vamos concordar que são poucas as cenas de ação realmente boas. Há sequências de perseguição, tiroteio e pancadaria que funcionam por breves momentos, mas que não ajudam a trazer nada que já não tenhamos visto em outras produções do gênero.

Ponto fraco é o roteiro

O filme se concentra nos personagens de Diaz e Foxx, e, por isso, muitas questões que poderiam ter sido melhor desenvolvidas acabam ficando de lado. Um exemplo disso é a relação do casal com os filhos, que, no primeiro ato, é apresentada como problemática, com a filha mais velha desrespeitando os pais em várias oportunidades.

Esse é um dos muitos problemas estruturais do roteiro escrito por Seth Gordon e Brendan O’Brien. Primeiro, os filhos praticamente perdem a relevância que pareciam ter no início e acabam aparecendo apenas para cumprir uma função secundária na história.

Isso também acontece com outros personagens interessantes que surgem, como a mãe de Emily, a ex-agente Ginny (Glenn Close), que é mostrado como um conflito frio e vazio. O mesmo pode ser dito sobre o romance entre os ex-espiões, que no primeiro ato era mais intenso, mas depois fica morno.

A única coisa realmente boa em De Volta à Ação é o retorno de Cameron Diaz, mas poderia ter sido em um filme de melhor qualidade, que fizesse jus ao seu talento e não se limitasse a uma trama nada original.

De Volta à Ação (Back in Action, EUA – 2025)
Direção: Seth Gordon
Roteiro: Seth Gordon e Brendan O’Brien
Elenco: Jamie Foxx, Cameron Diaz, McKenna Roberts, Rylan Jackson, Kyle Chandler, Glenn Close, Jamie Demetriou
Gênero: Ação, Comédia
Duração: 114 min.

Sobre o autor

Gabriel Danius

Jornalista e cinéfilo de carteirinha amo nas horas vagas ler, jogar e assistir a jogos de futebol. Amo filmes que acrescentem algo de relevante e tragam uma mensagem interessante.

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