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Crítica | Deixe-me Entrar

Matheus Fragata Matheus Fragata
In Catálogo, Cinema, Críticas•8 de julho de 2016•10 Minutes

Vampiros, simples vampiros. Nasceram no Antigo Egito com lendas bestiais. Mas ganharam destaque mesmo na Idade Média, junto aos lobisomens, bruxas, duendes e todos seres mitológicos que vocês possam imaginar. Estes seres sempre foram sinônimos de dinheiro e sucesso quase imediato na literatura, no cinema ou até mesmo nos vídeo games.

Os vampiros mais memoráveis e machões da história são “Nosferatu” de Werner Herzog, “Drácula” de Bram Stocker e “Lestat de Lioncourt” de Anne Rice, isto sem desmerecer todos escritores e diretores incríveis como Alexandre Dumas, H.G. Wells ou Lord Byron. Porém, com o passar dos anos, eles viraram seres afeminados, brilhantes e vegetarianos, graças a uma senhora despretensiosa chamada Stephanie Meyer, que nunca deveria ter aprendido a escrever. E, durante alguns anos, Edward começou a assombrar os cinemas até que o sueco “Deixe Ela Entrar” surgiu como um resgate para os vampiros da história envergonhados com tamanha desgraça.

Owen é um menino que sofre de bullying em sua escola, leva uma vida infeliz com uma mãe depressiva e um pai ausente. Até que um dia uma garota misteriosa aparece para morar em seu prédio. Coincidentemente, os dois acabam virando amigos e até mais que isso. Todavia, ele desconhece que a menina é uma vampira que pode colocar sua vida em risco.

Ctrl+C, Ctrl+V

Matt Reeves adaptou o roteiro do original sueco “Deixe Ela Entrar” e, certamente, ele soube fazer isto muito bem. O projeto é muito arriscado, visto que este filme é um remake de um filme que estreou em 2008 e isso significa que a memória do público está fresca. Não há absolutamente nenhuma diferença das passagens do roteiro deste filme para as do original, a não ser a parte que um carro capota – cena irrelevante do filme. Para quem não conhece a história do original, a trama se concentra em Owen e seu amor proibido por Abby e a sobrevivência da garota sedenta por sangue.

Existe também um jogo psicológico superinteressante entre o “pai” de Abby e a garota, que merecia ser aprofundado graças tamanha riqueza do personagem. É difícil dar méritos a um filme que não os merece porque é uma cópia quase igual, só que apenas falada em inglês e com a cor dos cabelos dos protagonistas trocados. O novo roteiro tentou explicar/esconder algumas coisas como o sexo da vampira, onde nunca deixa explícito, que, ela, na verdade, é um menino castrado (literalmente) – o livro deixa isto evidente. Seus personagens têm riqueza e carisma graças aos seus conflitos internos e externos e também entre suas relações com cada um.

Com um universo tão vasto como o dos vampiros, o roteiro ou o livro, falham ao explorar as várias possibilidades, por exemplo, as fraquezas dos vampiros. A única que existe é a aversão a luz do Sol enquanto alho, crucifixos, reflexos, água benta, etc., foram deixados para trás. Isto certamente deixa o tema mais moderno e atualizado, mas seria interessante se ao menos houvesse citações a respeito disto.

Baseado em atuações reais

Os pequenos Kodi Smit e Chloe Moretz mostraram seu valor e competência novamente neste filme. Kodi deixou seu personagem mais perturbador ainda e Chloe consegue entregar a impressão da inocência, malícia e crueldade da antiga vampira. É importante lembrar que os dois tiveram as atuações do original como referencia. A linguagem corporal dos dois personagens do remake é muito semelhante a do sueco, ou seja, como o filme inteiro, as atuações também não conseguem passar de meras cópias.

O único ator que realmente surpreende é Richard Jenkins apresentando um personagem incrível de riqueza e profundidade. Mesmo com poucas falas rouba o carisma do filme todo e puxa para si. Ele atua com um ar melancólico, fúnebre, triste e acovardado representando um personagem complexo que sai a noite assassinando inocentes para alimentar Abby.

A cópia majestosa

A fotografia é estonteante de tamanha beleza. Ela sempre utiliza desfoques e um jogo de luz e sombra muito significativo. Na maioria do filme prevalece um tom amarelado enjoativo, de vez em quando ela fica azulada ou totalmente branca. Esses tons são compostos de cores frias e pálidas casando com o rigoroso inverno estadunidense. Ela também gosta de contrastar tanto a face branca de Owen ou a neve com a vermelhidão viva do sangue.

A direção de arte também está de parabéns, conseguiu encontrar e montar locações praticamente iguais com as do filme sueco. Infelizmente nem tudo é lindo e perfeito no mundo artístico de “Deixe-me Entrar”. A maior falha técnica com toda a certeza são os efeitos visuais, enquanto a maquiagem foi competente, eles destroem toda a dramaticidade do filme graças a má qualidade – seja  na movimentação vampiresca de Abby ou na enfermeira flamejante. Sempre quando você está começando a entrar na atmosfera criada pelo enredo e pela fotografia, um efeito visual aparece e te suga de volta para a sala de cinema.

Novamente formidável

Michael Giacchino é um dos maiores compositores da atualidade disto não há dúvida. As músicas dele, no caso, sempre dão um toque noir e elevam o suspense da cena. Algumas de suas músicas são tão geniais que conseguem ser boas apenas com um ritmo constante e inalterável de um tambor. Ele também não esquece que o tema é antigo e insere algumas canções formadas por coros. Por algum infortúnio do destino a edição resolveu repetir algumas composições, algo extremamente desnecessário visto que compôs mais de vinte músicas para o longa.

Desconhecido nunca mais

Matt Reeves viveu por dois anos na sombra de J.J. Abrams graças a ajuda na produção deste em “Cloverfield”. Agora Reeves finalmente tocou um projeto por conta própria e afirma suas características na direção. Ele é um diretor contemporâneo que surpreenderá muita gente no futuro.

Em “Deixe-me Entrar”, ele nunca explicita a violência apesar desta estar bem presente. Gosta de fazer mistérios e exercitar a imaginação do espectador, por exemplo, nunca mostrar o rosto da mãe de Owen ou prolongar o suspense no caso do pai de Abby. A escolha de não exibir a face da mãe do garoto e a ausência do pai é interessante e justifica o aparente abandono do menino que sempre anda sozinho. Fora isso, consegue prender a atenção do espectador durante o filme inteiro, especialmente no clímax do filme e no anticlímax de uma cena que se passa no apartamento sombrio de Abby.

Apesar de sua direção competente, uma pergunta não consegue sair da cabeça de muitos e da minha também: por que fazer uma refilmagem tão fiel ao filme original? Seria superinteressante se ele tivesse escrito uma reinterpretação do universo criado pelo livro, por exemplo, e se Owen fosse o vampiro ou que ocorresse um caso de perversão com a vizinha do andar de baixo?

Convite para entrar

“Deixe-me Entrar” é um filme que a única razão de sua existência foi a procura do lucro nas bilheterias mundiais. É um xerox praticamente perfeito do original, tanto no roteiro quanto visualmente. Se você já assistiu ao original sueco, dificilmente recomendaria aos senhores gastarem seu dinheiro novamente para ver um filme que vocês já viram. Caso nunca tenha ouvido falar de “Deixe Ela Entrar” e está com duvidas a respeito da refilmagem, não perca seu tempo pensando e vá direto ao cinema. Finalmente você terá assistido um filme sobre vampiros que leva o tema a sério onde lobisomens caipiras depilados não dão as caras.

Matheus Fragata

Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema. Jornalista, assessor de imprensa.

Apaixonado por histórias que transformam. Todo mundo tem a sua própria história e acredito que todas valem a pena conhecer.

Contato: matheus@nosbastidores.com.br

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