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Crítica | Enterrado Vivo

Matheus Fragata Matheus Fragata
In Catálogo, Cinema, Críticas•8 de julho de 2016•8 Minutes

O cinema sempre nos traz histórias impressionantes. Nesse caso, temos uma trama incomum – ficar confinado dentro de um caixão ainda vivo. Já vimos uma história parecida a essa em “Kill Bill Vol.2” onde Kiddo também fica presa dentro de um, mas graças aos ensinamentos de Pai Mei, ela consegue sair após dar umas porradas na tampa do caixão (coisas de Tarantino). Antigamente era um pouco comum enterrar pessoas vivas graças a uma doença chamada catalepsia patológica onde todos sinais vitais aparecem inativos, todavia a pessoa continua viva.

Paul Conroy acorda dentro de um caixão e percebe que foi enterrado vivo. Munido apenas de um celular com bateria fraca, oxigênio limitado e algumas fontes luminosas ele conta com apenas alguns preciosos minutos de vida para pedir socorro e sair vivo desta armadilha mortal.

O roteiro é inteligente sempre elevando a tensão utilizando recursos sem sair uma vez do cenário desconfortável. Para não deixar o publico desinteressado utiliza um simples instrumento, o celular. Sempre quando o dinamismo do filme começa a cair o celular toca e fornece ao espectador uma torrente de informações sobre Paul e como acabou parando dentro do maldito caixão. Durante o filme inteiro acompanhamos a agonia e o suspense da situação de Paul dentro do caixão e, em momento algum, o espectador sai de dentro dele. Então é aconselhável desde já que claustrofóbicos evitem assistir o filme. O interessante é que o filme também pode ser encarado como um tipo de crítica social e denúncia (vai saber se isso acontece mesmo… Imagine que enquanto você lê a crítica um coitado está morrendo a sete palmos do chão. Perturbador não?). Paul interage com outros personagens durante o filme. Alguns acabam tendo uma carga bem dramática como o diálogo de Conroy com sua mãe que deve sofrer de um Alzheimer pesado.  Estes personagens servem apenas para agonizar e estressar o espectador e realmente conseguem.

Porém apesar do roteiro ser brilhantemente desenvolvido e terminar cada ato com um estilo impecável, dá uns deslizes de desmoronar morros sendo o maior deles o desfecho. Para não cair no clichê A, ele prefere cair no clichê B que é igualmente desprezível fora que é super previsível o que vai ocorrer diante de seus olhos nos minutos finais. Além disso, adora apelar jogando elementos desnecessários para tornar o cenário que Paul está no pior cenário possível, sendo que estar dentro de um caixão ainda vivo já deve ser bem ruim.

Ryan Reynolds é o único ator visível do filme e, finalmente, ele provou que não só uma das mil carinhas bonitas de Hollywood. Sua atuação é desenvolvida em picos de momentos de extrema tensão e desespero para uma calmaria perene e silenciosa com um timing perfeito. O trabalho com sua voz está impressionante, afinal ele não tinha espaço para lidar com gestos. 

A música é envolvente e boa a maioria do filme, entretanto em algumas passagens ela simplesmente erra feio.  Não combina com a cena que se passa na tela, afinal para que uma música frenética cheia de ornamentos num espaço sinistro como um caixão onde a ação é mínima, graças ao espaço minúsculo. Até mesmo os efeitos sonoros foram utilizados de forma inteligente. Quando a câmera rotaciona em 360º, eles também acompanham as caixas de som da sala no mesmo movimento, por exemplo, quando os pés de Paul aparecem na tela é possível ouvir a respiração dele atrás de você. Até mesmo os rangidos da madeira do caixão elevam o suspense em certas horas.

A fotografia é muito interessante, com quase nenhum espaço para se trabalhar conseguiram um resultado incrível. A maior sacada é utilizar diferentes tipos de iluminação. Uma hora do isqueiro, outra do celular, da lanterna ou do bastão de luz variando do amarelo para o azul ou verde. Isso deu um resultado muito bacana que garante um lance físico e dramático para o filme. Além disso, graças ao auxílio dos sete caixões que Reynalds se enfiou durante as filmagens temos diversos ângulos de filmagem nunca ficando limitado a apenas uma imagem. E sempre encerra um ato da narrativa com estilo, sendo o melhor deles quando a câmera distância o plano gradualmente do espectador garantindo uma perspectiva da solidão do personagem. É importante citar, ainda, que existem cenas do filme onde a escuridão predomina, principalmente a primeira sequencia com três minutos de breu total.

A direção do espanhol Rodrigo Cortés é surpreendente, visto que ele só tem um longa em sua carreira.  Sua competência é indubitável – conseguiu filmar o infilmável. A edição foi precisa e manteve o ritmo do suspense do filme. Todas as sacadas que teve foram inteligentes, seja nos efeitos da iluminação ou os sonoros. Seu jogo de cena é original e criativo colocando a imagem em um canto da tela enquanto o outro fica completamente escuro. Claro, tem o destaque para a sua proeza com Ryan, visto que esse ator era “meio” ruim, conseguiu extrair o impensável deste cara. Porém, há um momento de desatenção na continuidade. Ele sempre evidencia quando um pino da bateria acaba com closes exagerados no celular, em um momento aparece na tela que ele possui apenas dois pinos de bateria sendo que logo na cena seguinte é possível vê-lo novamente com três pinos e depois corta de novo para o celular perdendo mais um nível da bateria.

“Enterrado Vivo” é um thriller de suspense que pode ser comparado a alguns clássicos com uma temática parecida de Hitchcock, claro que não chega nem aos pés do mestre do suspense, mas certamente é uma boa tentativa. Com uma trama interessante e envolvente, o filme peca por seu final insatisfatório, porém com toda a certeza é um filme que merece ser conferido, apesar de ser difícil para muitos por questões obvias. 

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