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Crítica | Halloween 6: A Última Vingança - Michael Myers luta para fazer algum sentido

Lucas Nascimento Lucas Nascimento
In Capa, Catálogo, Cinema, Críticas•14 de outubro de 2018•7 Minutes

Michael Myers estava vivo, mas morto novamente. Mesmo que A Vingança de Michael Myers tivesse acabado com um ridículo cliffhanger que prometia a volta do assassino, a recepção do filme foi decepcionante, tanto em crítica quanto em bilheteria, o que levou o produtor Moustapha Akkad a levar um tempo para repensar a relevância e os rumos da franquia. Meia década depois, os direitos da franquia agora residiam com a Dimension, e Akkad enfim parecia satisfeito com uma nova abordagem ao misterioso vilão, agora para explorar sua mitologia com Halloween 6: A Última Vingança. Uma péssima ideia, é claro.

A trama… Uau, a trama. Os eventos começam em um confuso in media res, com Jamie Floyd agora mais velha, com as feições de Kim Darby, e prestes a entrar em trabalho de parto. Descobrimos que a moça foi capturada por um culto obscuro que traz laços com o assassino Michael Myers (George P. Wilbur), dado como morto pela mídia. Quando Jamie e seu bebê conseguem fugir dos captores, Myers novamente irá a seu encalço para eliminar os últimos remanescentes de sua família, enquanto o implacável Dr. Samuel Loomis (Donald Pleasence) deixará sua aposentadoria para tentar impedi-lo; agora com a ajuda de um traumatizado Tommy Doyle (Paul Rudd).

Por um lado, é preciso dar algum crédito ao roteirista Daniel Farrands. No turbilhão da pré-produção do sexto capítulo, Farrands esforçadamente esboçou uma linha do tempo da franquia, uma árvore genealógica dos principais personagens e até recorreu aos roteiristas dos capítulos anteriores, buscando explicações para o misterioso símbolo Thorn que aparecia no final do longa anterior. A resposta da pesquisa? Um classudo “se vire”, o que resultou em Farrands tentar usar A Última Vingança para amarrar todos os filmes de forma lógica – excluindo A Noite das Bruxas, claro. E esse é justamente o problema em tentar extrair suco de um fruto tão simples quanto aquele criado por John Carpenter e Debra Hill em 1978, que era uma básica e direta história de assassino: Farrands não faz o menor sentido, e é risível de tão exagerado e forçado em suas explicações.

A introdução do bizarro culto de Myers não funciona sob prisma algum. De acordo com o texto de Farrands, Myers é um canalizador do mal supremo invocado para destruir toda a sua linhagem, um argumento que colapsa por si só quando imaginamos o motivo pelo qual ele seria libertado em primeira instância. Claro, Halloween 6 é notório por ter tido diferentes versões, e a considerada “oficial” contou com diversos cortes, inclusive um que explicitaria que o bebê de Jamie é do próprio Michael, que teria engravidado sua sobrinha após um estupro. O que diabos Farrands estava fumando? A única conexão minimamente curiosa vem com a presença de Tommy Doyle, personagem que fora a criança cuidada por Jamie Lee Curtis no filme original, mas não passa de um mero fun fact.

Aliás, a performance de um novato Paul Rudd aqui é algo de se tomar nota. Surgindo como um guilty pleasure acidental, Rudd tenta retratar Tommy como um sobrevivente traumatizado pelo encontro com Myers no original, mas suas expressões, o olhar fixado e a entrega das falas nos dão a impressão de estarmos lidando com um tarado sexual; e confesso que é difícil de segurar a risada em algumas cenas supostamente “sérias”. Sobre o restante do elenco, Donald Pleasence oferece sua performance final, visto que o ator faleceria pouco tempo após as filmagens, e consegue entregar um Loomis mais sóbrio e racional. Já os coadjuvantes são completamente descartáveis, com uma menção desonrosa para o núcleo familiar de outros membros da família Strode, o que só torna a inserção de Laurie nesse universo ainda mais confusa.

Em sua segunda incursão no cinema, Joe Chapelle faz muito pouco para render algo memorável. Não chega a ser uma direção danosa, mas é sem imaginação e encontra a franquia em um ponto onde todo o charme e atmosfera de Carpenter parecem completamente esquecidos, visto que a produção é marcada por jump scares ininterruptos e da pior qualidade: aqueles onde o design sonoro oferece uma deselegante onomatopeia para nos assustar, sempre que um personagem qualquer entra em cena. O único momento em que Chappelle traz algo interessante é quando aposta em luzes de strobe para uma sequência de mortes, garantindo uma montagem dinâmica e um efeito visual realmente marcante, e que remete àquele usado por Ridley Scott em Alien, o Oitavo Passageiro. Felizmente, Chappelle recuperaria sua moral ao dirigir e produzir diversos episódios da badalada The Wire.

Naquele que é o pior capítulo da franquia até então, A Última Vingança tenta oferecer algum sentido e coerência aos diferentes eventos da vida de Michael Myers, mas falha ao descambar para o completo absurdo e ridículo.

Halloween 6: A Última Vingança (Halloween: The Curse of Michael Myers, EUA – 1995)

Direção: Joe Chappelle
Roteiro: Daniel Farrands, baseado nos personagens de John Carpenter e Debra Hill
Elenco: Donald Pleasence, Paul Rudd, Marianne Hagan, Mitchell Ryan, Kim Darby, Bradford English, Keith Bogart, Mariah O’Brien, Leo Geter, J.C. Brandy, Susan Swift, Devin Gardner, George P. Wilbur
Gênero: Terror
Duração: 87 min.

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Lucas Nascimento

Estudante de audiovisual e apaixonado por cinema, usa este como grande professor e sonha em tornar seus sonhos realidade ou pelo menos se divertir na longa estrada da vida. De blockbusters a filmes de arte, aprecia o estilo e o trabalho de cineastas, atores e roteiristas, dos quais Stanley Kubrick e Alfred Hitchcock servem como maiores inspirações. Testemunhem, e nos encontramos em Valhalla.

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