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Crítica | It: Capítulo Dois - Uma continuação apaixonada demais pelo original

Lucas Nascimento Lucas Nascimento
In Capa, Catálogo, Cinema, Críticas•3 de setembro de 2019•7 Minutes

Stephen King está na moda, e It: A Coisa ajudou a trazer o autor do terror em evidência. Lançado em 2017, a primeira parte da adaptação de sua “obra prima do medo” foi um sucesso tremendo, tornando-se não apenas um acerto crítico, mas também a maior bilheteria para um filme de terror na história do cinema – sem correção de inflação, claro. Andy Muschietti tinha sapatos grandes para preencher com a estreia de It: Capítulo Dois, que traz a resolução da história de Pennywise com uma versão adulta do Clube dos Otários. Diante da responsabilidade, não é de se espantar que o segundo filme falhe justamente por tentar ser um pouco maior do que tudo.

A trama é ambientada 27 anos após o primeiro filme, e envolve o retorno da entidade conhecida como Pennywise (Bill Skarsgard) na cidade de Derry, que passa a sofrer com novos desaparecimentos e ataques. Diante disso, o Clube dos Perdedores precisa cumprir a promessa e voltar para enfrentar a Coisa e destruí-la de uma vez por todas, contando com os retornos de Bill (James McAvoy), Beverly (Jessica Chastain), Ben (Jay Ray), Richie (Bill Hader), Eddie (James Ransone), Mike (Isaiah Mustafa) e Stanley (Andy Bean).

Os adultos representam o grande destaque e foco narrativo de It: Capítulo Dois, mas a presença das crianças não deve ser subestimada. Inclusive, ela representa um dos problemas graves do filme, que se classifica como um tipo perigoso de continuação: aquela apaixonada demais pelo original. Como o primeiro filme foi tão bem sucedido, claramente os realizadores se esforçaram para manter tudo o que deu certo lá aqui, garantindo a recriação de diversos planos, citações e até piadas (é a sina da sequência-homenagem, e olha que estamos falando de apenas dois anos de diferença entre cada um dos filmes) e isso inclui uma grande quantidade de cenas com as versões mais jovens dos personagens – o que resulta em uma projeção excessivamente longa e arrastada, e que poderiam ser perdoadas se essa presença fosse mais relevante.

O talentoso elenco formado por Jaeden Martell, Sophia Lillis, Finn Wolfhard, Jack Dylan Grazer e companhia está aqui para estabelecer a ponte entre os adultos e suas memórias em Derry. É uma estrutura herdada do livro original de Stephen King, e que se mostra problemática para o tipo de adaptação escolhido por Gary Dauberman. Os flashbacks deveriam servir para mostrar eventos que vimos no Capítulo Um, mas como estamos em um novo filme, diversas novas cenas são escritas para reaproveitar o valor de cada um deles com seus medos… O que é absurdamente redundante, ainda mais porque Dauberman os faz enfrentar novamente conflitos e arcos que já haviam sido resolvidos.

Nessas quase 3 horas, o ritmo sofre com lentidão e uma estrutura quase episódica. Acompanhamos cada um dos personagens em “quests” individuais por Derry, e ainda que rendam cenas interessantes dentro de seus microcosmos (principalmente a aterradora cena em que Beverly tem um encontro perturbador com uma velhinha), falta um equilíbrio na montagem de Jason Vallantine para que a história flua melhor.

Quando chegamos à direção, Andy Muschietti não desaprendeu nada. Sua mise en scene continua estilosa e inteligente na forma como explora os ambientes e o requintado design de produção do filme, que realmente torna todos os ambientes palpáveis e assustadores. Seu trabalho só não é tão impactante por recorrer demais a um CGI que é incômodo e notável, mesmo que usado para gerar criaturas com um design que certamente era ainda mais impressionante em uma folha de papel. A cena em que o grupo é surpreendido em um restaurante chinês, por exemplo, não tem o menor impacto em níveis de terror; dada a artificialidade das ameaças, que remetem – negativamente – ao trabalho de Muschietti em Mama. Mas crédito onde merece: um dos elementos mais ridículos da obra de King (e da adaptação de 1991) sobre a forma “real” de Pennywise foram um grande acerto conceitual.

Não esperem uma porção muito grande do lado terror, também. Ao contrário do primeiro filme, Muschietti parece mais interessado nos sustos do que em uma atmosfera aterradora – algo que é melhor explicitado pela cena de abertura, que conta com participação do diretor Xavier Dolan. Se ao menos garante uma boa construção para a chegada de uma cara assustadora ou uma nova criatura, Muschietti pesa nos alívios cômicos, como no inexplicável momento em que “Angel of the Morning” toca por meio segundo durante o encontro entre Eddie e o Leproso. A presença do ótimo Bill Hader também garante respiros assim, mas que acabam indo um pouco além – diversos momentos me peguei pensando que os adultos tentam ser mais brincalhões do que a próprias crianças.

E quanto a Pennywise? Infelizmente, o Palhaço Dançarino de Bill Skarsgard aparece bem pouco. O ator sueco ainda está fantástico no papel, e garante ótimas cenas ao perseguir outras crianças (a cena em que atrai uma menina em um jogo de beisebol é tenebrosa), mas traz um impacto bem menos expressivo quando interage com os membros adultos do Clube dos Otários.

It: Capítulo Dois tem bons momentos, mas é uma continuação inchada, desnecessariamente longa e que carece do mesmo charme do primeiro. Constantemente vemos a tentativa de recapturar o brilho da infância, mas que parece mais distante e artificial. Ser adulto é mesmo uma droga.

It: Capítulo Dois (It: Chapter Two, EUA – 2019)

Direção: Andy Muschietti
Roteiro: Gary Dauberman, baseado na obra de Stephen King
Elenco: James McAvoy, Jessica Chastain, Bill Hader, Isaiah Mustafa, Jay Ryan, James Ransone, Andy Bean, Bill Skarsgard, Jaeden Martell, Sophia Lillis, Finn Wolfhard, Jack Dylan Grazer, Chosen Jacobs, Jeremy Ray Taylor, Wyatt Oleff
Gênero: Aventura, Terror
Duração: 169 min

Lucas Nascimento

Estudante de audiovisual e apaixonado por cinema, usa este como grande professor e sonha em tornar seus sonhos realidade ou pelo menos se divertir na longa estrada da vida. De blockbusters a filmes de arte, aprecia o estilo e o trabalho de cineastas, atores e roteiristas, dos quais Stanley Kubrick e Alfred Hitchcock servem como maiores inspirações. Testemunhem, e nos encontramos em Valhalla.

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