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Crítica | Jogos Vorazes - Uma franquia teen pensante

Lucas Nascimento Lucas Nascimento
In Capa, Catálogo, Cinema, Críticas•8 de julho de 2016•5 Minutes

Basta uma franquia literária bem-sucedida vender seus direitos para uma adaptação cinematográfica que instantaneamente começam as comparações com Harry Potter e, agora, A Saga Crepúsculo. Hollywood anseia por uma nova franquia que encha os cofres de produtoras com dinheiro, e a sorte parece estar a favor deste Jogos Vorazes, um filme inteligente que traz diversas questões sociais e políticas em suas entrelinhas.

A trama é um remanescente típico de George Orwell e seu 1984 (“Big Brother”, lembra dele?), o livro Battle Royale ou até mesmo o Metrópolis de Fritz Lang, onde conhecemos uma sociedade distópica onde o governo tem controle sobre seus cidadãos. No caso do universo criado por Suzanne Collins, temos Panem, um país formado por 12 distritos que sedia anualmente uma competição de sobrevivência onde 24 indivíduos são selecionados para lutar até a morte. Eis que a jovem Katniss (Jennifer Lawrence) é voluntária para os jogos vorazes, e o espectador acompanha sua jornada.

Primeiramente, é alentador ver que uma obra bem formulada – e repleta de alegorias – tenha conseguido encontrar caminho nas mentes adolescentes (isso considerando o que algo frívolo como A Saga Crepúsculo arrecadou nos últimos anos). A trama de Collins deve crédito a trabalhos anteriores, mas ainda assim cria algo novo e moderno e encontra espaço para uma série de críticas sociais (o bizarro design de figurino de Judianna Makovsky traça uma caricatura genial em torno da moda “colorida” que abrange parte de nossa atual sociedade) e no que diz respeito ao controle da mídia (não seriam os deploráveis reality shows de certas redes televisivas nacionais os “jogos vorazes” de nosso tempo? E se ninguém os assistisse mais, como sugere Katniss?).

Não li o livro original, mas o diretor Gary Ross consegue manter essas questões no ar ao longo de toda a projeção (de duração considerável, aliás) sempre com uma câmera incessante e na mão. Seu estilo traz mais urgência ao contexto da história e, mesmo que Stephen Mirrione e  Juliette Welfling exagerem na montagem abarrotada de cortes rápidos, torna a experiência um tanto mais “adulta” se levarmos em conta a exibição técnica da maioria dos filmes voltados para o público jovem. Tome como exemplo a tensa (e brilhante) sequência quando os jogos enfim começam, que impressiona por sua violência e captura o desespero do momento. Ross co-assina o roteiro com Billy Ray e a própria autora, rendendo bons diálogos e até uma muito bem-vinda fuga de clichês, especialmente no desenvolvimento da trama amorosa – que surge real e eficiente.

Merece créditos também a ótima Jennifer Lawrence, que segura o filme com seu carismático retrato da jovem Katniss. Armada com um arco-e-flecha, a garota é forte e durona; ainda que imperfeita e insegura, e certamente uma das heroínas mais memoráveis a surgir no cinema recente. O elenco de apoio é igualmente eficiente, especialmente pelas participações de luxo de Woody Harrelson e Stanley Tucci (divertidíssimo) e pelo competente Josh Hutcherson, que faz de Peeta um jovem frágil e fácil de se admirar. Interessante como os estereótipos de herói durão e mocinha em perigos são completamente ignorados aqui.

Jogos Vorazes tem tudo para ser o novo Harry Potter. Pensando bem, pode ser muito mais do que a ótima franquia de J.K. Rowling, já que apresenta personagens marcantes e temas adultos que podem gerar discussões intrigantes sobre a sociedade em que vivemos. Quem diria que um blockbuster adolescente teria essa capacidade?

Jogos Vorazes (The Hunger Games, EUA – 2012)

Direção: Gary Ross
Roteiro: Gary Ross, Billy Ray e Suzanne Collins, baseado na obra da última
Elenco: Jennifer Lawrence, Josh Hutcherson, Woody Harrelson, Elizabeth Banks, Donald Sutherland, Liam Hemsworth, Wes Bentley, Stanley Tucci, Toby Jones, Lenny Kravitz, Amandla Stenberg
Gênero: Ação
Duração: 142 min

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Lucas Nascimento

Estudante de audiovisual e apaixonado por cinema, usa este como grande professor e sonha em tornar seus sonhos realidade ou pelo menos se divertir na longa estrada da vida. De blockbusters a filmes de arte, aprecia o estilo e o trabalho de cineastas, atores e roteiristas, dos quais Stanley Kubrick e Alfred Hitchcock servem como maiores inspirações. Testemunhem, e nos encontramos em Valhalla.

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