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Crítica | Jurassic World: Reino Ameaçado - É hora da franquia acabar

Lucas Nascimento Lucas Nascimento
In Capa, Catálogo, Cinema, Críticas•21 de junho de 2018•10 Minutes

Quando os dinossauros de Jurassic Park retornaram para dominar as telas em 2015, com a sequência tardia intitulada Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros, não fiquei particularmente empolgado ou contaminado pela histeria em massa – refletida na bilheteria bilionária do longa de Colin Trevorrow, definitivamente recolocando a franquia no mapa. Era uma aventura que carecia do toque de Steven Spielberg, do maravilhamento em ver os dinossauros e também de uma boa história, que se limitava a repetir a estrutura do original e acrescentar uma série de ideias ruins que vão completamente ao encontro da proposta da trama originada por Michael Crichton. Como uma sequência era inevitável, eis que Jurassic World: Reino Ameaçado surge para comprovar que, não importa o quão ruim algo possa ser; o buraco é sempre mais embaixo. 

Se o primeiro era uma espécie de reboot do primeiro filme, Reino Ameaçado não esconde a inspiração de sua estrutura em O Mundo Perdido. Dessa vez, Owen Grady (Chris Pratt) e Claire Dearing (Bryce Dallas Howard) são contratados pela misteriosa empresa representada por Eli Mills (Rafe Spall), advogado de um certo Benjamin Lockwood (James Cromwell) – co-fundador do programa Jurassic Park ao lado de John Hammond – para uma operação de resgate na abandonada Ilha Nublar. Ameaçada por um vulcão em erupção, a dupla lidera uma equipe para resgatar os dinossauros e levá-los para um santuário de preservação, mas as reais intenções da empresa serão reveladas como algo muito menos digno.

Ataque dos Clones

É a mesma estrutura de “parque abandonado no primeiro ato, núcleo urbano na metade final”. O problema é que, mesmo que o segundo filme de Spielberg não tenha sido exatamente inspirado, ainda era algo mais digno. Reino Ameaçado é uma completa abominação em termos narrativos, e só posso evocar ao mestre Alfred Hitchcock e lembrar que o sucesso de um filme depende de apenas três coisas: o roteiro, o roteiro e o roteiro. E em nenhuma dessas, Trevorrow e seu parceiro habitual conseguem tirar algo memorável, e constantemente flertam com o absurdo. Se o conceito de domesticar dinossauros e torná-los “fofos” já era particularmente incongruente no primeiro (você tornaria o tubarão em Tubarão fofo? Levaria um Alien Xenomorfo para passear no quarteirão?), fica ainda mais cafona quando o texto força um laço emotivo entre Owen e o velociraptor apelidado de Blue, agora um dos elementos chave para a resolução da trama.

Por incrível que pareça, essa é a única relação de personagem que o texto realmente parece tentar oferecer alguma substância, o que é ainda mais assustador. Owen e Claire são personagens completamente desinteressantes, e mesmo que seus intérpretes sejam medianos (Howard é forçada demais, Pratt é carismático, mas preso a uma nota só), em momento algum sentimos alguma coisa pelo pseudo-casal. Pior ainda é a adição de novos personagens coadjuvantes nas formas de Justice Smith e Daniella Pineda; representantes da ala millennial que definitivamente testarão os limites da lacração no blockbuster americano. Particularmente, isso nunca me foi um problema (especialmente da maneira como é feito na saga Star Wars), mas Smith e Pineda estão nesse filme apenas para esse propósito – e Smith para ser o alívio cômico mais irritante desde a criação de Jar Jar Binks.

Pior ainda é quando o texto tenta se aprofundar em questões mais relevantes, como o dilema moral de deixar ou não os dinossauros serem extintos novamente pela erupção. É rápido e raso, com toda a discussão formada através de frases de efeito com o personagem de Jeff Goldblum (como uma mera participação de luxo), e sendo esquecida assim que a trama engata no modo de ação. E boa parte desse dilema moral da ciência (bem resumido em poucas linhas de diálogo no primeiro filme) é estupidamente usada para o núcleo de personagem envolvendo a jovem Isabella Sermon, que ainda não consigo crer que realmente foi aprovado, e que pouca diferença faz dentro da narrativa.

E por mais que seja um spoiler de leve (ainda que esteja em todos os trailers divulgados), eu confesso que um leilão de dinossauros é o tipo de ideia que teria se encaixado melhor na cesta de lixo da sala de roteiristas. É risível só de se lembrar, e só me faz lembrar da piada com Homer em Os Simpsons, quando ele casualmente comenta que uma pessoa “pode ter todo o dinheiro do mundo, mas haverá uma coisa que jamais poderá comprar: um dinossauro”. Eu não me espantaria se essa de fato fosse a origem dessa ideia, que só é mais ridícula em execução, com as socialites e chefões do mercado negro oferecendo lances milionários por dinossauros… Não é à toa que Colin Trevorrow foi demitido do vindouro Star Wars: Episódio IX, já que obras como esta e o pavoroso O Livro de Henry me fazem questionar como seus projetos ainda são levados a sério em Hollywood.

De boas intenções, o inferno está cheio

Perdido com um roteiro sem salvação no colo, o cineasta espanhol J.A. Bayona tenta. Um diretor muito mais eficiente e capaz do que Trevorrow (ver O Orfanato e Sete Minutos para a Meia-Noite), Bayona traz um pouco de seu toque de terror para a condução das sequências de ação, tentando se aproximar daquele Spielberg inspirado na cena do T-Rex do primeiro filme – ou até mesmo Julianne Moore sobre o vidro rachado no segundo -, e o prólogo do longa realmente passa uma segurança. Acompanhamos um submarino vagando pelas profundezas do parque do anterior, e a forma como o diretor trabalha as sombras e as silhuetas de um mosassauro ameaçador são impactantes – e o design sonoro merece aplausos pela maneira como estabelece uma atmosfera assombrosa pelos constantes “bips” do submarino.

Infelizmente, esses parecem ser os únicos truques de Bayona: Sombras e silhuetas, que geram um trabalho mais interessante por parte do diretor de fotografia Oscar Faura. Durante o restante da projeção, todas as sequências de maior suspense apostam fortemente nesse jogo de iluminação, dependendo fortemente de trovões (chuva ex machina!) e reflexos em outros objetos para culminar em uma revelação “surpreendente”. Também admiro como o clímax é algo mais contido, literalmente levando dinossauros para um suspense dentro de uma mansão, mas é um daqueles casos onde o gênero simplesmente não suporta esse tipo de interação; e o exagero dos efeitos visuais para a criação dos dinos também nos corta de qualquer sensação de medo (perdoe-nos, Stan Winston). E um cineasta tão competente no terror como Bayona deveria ter mais truques senão o batido jump scare, que é utilizado da forma mais clichê possível, seja para uma ameaça, ou para a entrada de algum personagem inofensivo – no tipo de humor mais barato que há.

Mas não culpo Bayona totalmente. Com um roteiro desses, nem mesmo um Stanley Kubrick ressuscitado faria milagres.

É difícil explicar Reino Ameaçado. É de uma sucessão de ideias tão ruins que não parecem ser um acidente, parecem como um grito de socorro. É como se Colin Trevorrow deliberadamente tentasse fazer o pior tipo de filme possível, como a vítima sequestrada que tenta enviar algum sinal discreto para as autoridades sobre sua condição de cativeiro. Se não, é simplesmente triste ver os rumos que um longa tão genial acabou trilhando. Talvez seja o novo Transformers do cinema, e sem dúvida é a pior coisa a se acontecer com dinossauros desde o impacto daquele meteoro que os extinguiu. 

Jurassic World: Reino Ameaçado (Jurassic World: Fallen Kingdom, EUA – 2018)

Direção: J.A. Bayona
Roteiro: Derek Connolly e Colin Trevorrow, baseado nos personagens de Michael Crichton
Elenco: Chris Pratt, Bryce Dallas Howard, Rafe Spall, Justice Smith, Daniella Pineda, Jeff Goldblum, Toby Jones, James Cromwell, Isabella Sermon, Geraldine Chaplin, BD Wong
Gênero: Aventura, Ficção Científica
Duração: 128 min

Lucas Nascimento

Estudante de audiovisual e apaixonado por cinema, usa este como grande professor e sonha em tornar seus sonhos realidade ou pelo menos se divertir na longa estrada da vida. De blockbusters a filmes de arte, aprecia o estilo e o trabalho de cineastas, atores e roteiristas, dos quais Stanley Kubrick e Alfred Hitchcock servem como maiores inspirações. Testemunhem, e nos encontramos em Valhalla.

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