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Crítica | Legítimo Rei - O Legado de William Wallace

Gabriel Danius Gabriel Danius
In Capa, Catálogo, Cinema, Críticas•12 de novembro de 2018•10 Minutes

Mel Gibson interpretou em Coração Valente um glorioso guerreiro chamado William Wallace, só que o jeito que a produção terminou sempre deixou um gostinho de quero mais nos fãs da saga do herói que tentou libertar a Escócia das mãos dos ingleses. A netflix resolveu tirar do papel a continuação e mostrar o que aconteceu depois do final trágico com o personagem e agora apresenta em Legítimo Rei os caminhos feitos por outro herói local.

Roberto de Bruce (Chris Pine) é o protagonista da trama e o Rei que dá nome ao longa. Foi ele o responsável por conquistar a independência da Escócia dos domínios da Inglaterra via batalhas bastante sangrentas. Na produção, Roberto é mostrado como um rei que ambiciona não o poder, mas a vontade de trazer a paz e a de acabar com as injustiças cometidas pelos ingleses contra seus conterrâneos. Essas atrocidades realizadas pela coroa inglesa é um fator que funcionou bem em Coração Valente e que é usado novamente em Legítimo Rei.

O roteiro praticamente utiliza das mesmas façanhas feitas pelo antecessor William Wallace, mostrando como Roberto se organizou para enfrentar os ingleses, de onde veio a ideia de se rebelar, e principalmente, mostrando as maldades praticadas pelo reinado de Eduardo e pelo seu filho cruel Eduardo II. Tudo isso apresentado no mesmo estilo de Coração Valente e Gladiador. Em um primeiro momento Roberto parece ter uma motivação menor que a dos personagens dos longas citados, mas depois há uma mudança de roteiro em que Roberto descobre que sua família está em perigo e só assim começa a agir. 

O principal problema de Legítimo Rei  é com o ritmo adotado para contar a história, No primeiro ato desenvolvem sua vida em uma Escócia novamente sob os braços da Inglaterra, seu casamento arranjado e o início da rebelião, já no segundo ato mostram as estratégias de Roberto para conseguir um exército até chegar ao terceiro ato em que o confronto realmente acontece. Os momentos mais interessantes, que são quando ele busca um novo exército e quando entra em confronto o diretor (David Mackenzie) conta essa jornada de forma rápida, situações que são interessantes e que poderiam ser facilmente alongadas. Tudo no filme é mostrado até que de forma rápida e ágil, mas sempre se enrola em algo desnecessário, como com seu relacionamento ou a ida a lugares ermos que não levam o personagem a lugar nenhum, deixando assim a produção com momentos bastante maçantes.

Essa velocidade em apresentar a ação da trama acontece pelo fato da produção ter apenas duas horas, algo que não ocorreu em outros filmes de época como Gladiador e o próprio Coração Valente, ambos com mais de duas horas de duração, tendo assim um tempo razoável para trabalhar os personagens e toda a história do conflito, coisa que não acontece com Legítimo Rei. Há uma necessidade em correr em certos fatos que se fossem mais bem trabalhados dariam maior força para o roteiro.

Para segurar o público há a tentativa da criação de um vilão que de imediato não funciona, demora para que Eduardo II (Billy Howle) realmente se torne um assassino, saindo punindo pela Escócia todos aqueles que ajudaram Roberto de Bruce. Só que as crueldades de Eduardo II – quando começam a acontecer – são mostradas também de forma rápida e praticamente nem há muito tempo de se trabalhar esses atos. O Rei Eduardo (Stephen Dillane) aparece como um tirano desde o início, é apresentado como um homem que quer manter a Escócia sobre as asas da Inglaterra, mas usando o terror como método de união. Essa necessidade em mostrar Eduardo e Eduardo II como um tirano faz sentido para dar mais razão para que Bruce busque a independência, pois não há povo que resista tanto tempo por injustiças praticadas contra os seus iguais.

David Mackenzie (A Qualquer Custo) tira o pé em algumas cenas de violência, dando destaque apenas para alguns atos praticados por Eduardo II. Não que não tenha cenas sangrentas em Legítimo Rei, elas existem, mas o diretor as mostra de forma rápida, ou com cortes ágeis ou virando a câmera para o lado e tirando o foco do sangue, como ocorreu na cena em que matam o irmão de Roberto. O mesmo acontece nas batalhas, o sangue jorra por todo o lado, mas novamente o foco não está em mostrar cabeças rolando ou outros membros sendo retalhados.

São poucas as cenas de luta, com dois confrontos sendo feitos pelos homens de Roberto contra os ingleses e a batalha final que dura pouco mais de dez minutos minutos. Os confrontos para retomarem os castelos são feitos de forma ágil e o mesmo se diz para a última batalha, que poderia ter sido melhor trabalhada, não é tão grandiosa quanto a Batalha dos Bastardos que ocorreu em Game of Thrones. Em alguns momentos há tanta lama que fica difícil distinguir quem é quem, fora o fato dela ser bastante mal filmada, com cortes rápidos e a câmera tentando focar na ação que está acontecendo. 

A produção trabalha com elenco reduzido, algo que facilita na hora de contar a história. O personagem que recebe maior destaque é Chris Pine (Mulher-Maravilha) que interpreta o futuro rei da Escócia e outros personagens secundários não tem muito destaque, como o próprio futuro Rei de Gales (Eduardo II) e Aaron Taylor-Johnson (Animais Noturnos), que interpreta Douglas e que é o principal destaque nas cenas de luta e que até o momento estava apagado, poderiam ter o colocado em mais cenas de destaque. Aaron Taylor-Johnson se sai melhor que Chris Pine em interpretação, dando maior sentimento para Douglas e lembrando que estamos em uma trama que gira em torno de sacrifícios e mortes.

Apesar de ser uma produção que não se aprofunda em algumas questões de época ainda assim funciona em passar sua mensagem e mostrar como foi a jornada do herói Roberto de Bruce. A direção de David Mackenzie é ótima e segura o filme em momentos que não dariam em nada, ainda mais no sentido de trabalhar ângulos de câmera que muito provavelmente outro diretor não iria ter coragem de trabalhar em uma produção de época. Não há cortes secos, há sim planos sequências ótimos que ajudam a dar dinamismo às cenas e mostram como Mackenzie tem uma visão diferenciada no jeito de filmar e pensar a história. 

É uma produção de época que se segura bastante no mito de William Wallace, mesmo ele já estando morto em Legítimo Rei é citado em alguns momentos e até mesmo os seus membros aparecem rapidamente para mostrar em que época está situada a trama e o que aconteceu com o corpo do herói escocês após a sua morte. Esse fato é um acerto, já que o personagem de Roberto de Bruce não tem força o suficiente para segurar a narrativa, fora o fato de ser um personagem desconhecido do público que é fã não apenas de Coração Valente, mas de filmes de época também. Quem espera assistir a um longa de guerra ficará frustrado, pois ele é na verdade uma produção que mais pensa em contar como foi a rebelião de Roberto e como os escoceses começaram a vencer a Inglaterra para então se tornar uma nação que seria a Escócia no futuro. 

Legítimo Rei (Outlaw King – EUA/ Reino Unido, 2018)

Direção: David Mackenzie
Roteiro: Eddie Redmayne, Katherine Waterston, Dan Fogler, Alison Sudol, Ezra Miller, Jude Law, Johnny Depp, Zoë Kravitz, Carmen Ejogo
Elenco: Chris Pine, Stephen Dillane, Rebecca Robin, Billy Howle, Tony Curran, James Cosmo, Aaron Taylor-Johnson
Gênero: Ação, Biografia, Drama
Duração: 121 min.

Gabriel Danius

Jornalista e cinéfilo de carteirinha amo nas horas vagas ler, jogar e assistir a jogos de futebol. Amo filmes que acrescentem algo de relevante e tragam uma mensagem interessante.

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