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Crítica | O Lobisomem (1941)

Ayrton Magalhães Ayrton Magalhães
In Catálogo, Cinema, Críticas•9 de junho de 2017•7 Minutes

Para o folclore, a licantropia é uma maldição que quando caída sobre um homem, o faz virar um lobo durante as noites de luas cheias. Já para a Psiquiatria, é um distúrbio mental na qual uma pessoa acredita ter virado um animal, seja lobo ou não. Muitos historiadores acreditam que esse distúrbio foi o responsável pelo nascimento do mito do lobisomem, e convenhamos que realmente faz sentido. Mas, ainda assim, é inegável que as histórias envolvendo os místicos homens que se transformam em lobos, são muito cativantes, principalmente quando são transportadas para as telas do cinema.

O filme conta a trágica história de um homem chamado Larry Talbot (Lon Chaney Jr), que depois de ficar muitos anos fora, retorna para a sua cidade natal para morar no castelo da família, junto de seu pai, John Talbot (Claude Rains). Durante a sua estadia, ele acaba se apaixonando pela jovem Gwen Conliffe (Evelyn Ankers) e num dia, ele a convida para ir em um acampamento de ciganos. Porém quando chega a hora do aguardado encontro, Larry descobre que Gwen chamou sua amiga Jenny (Fay Helm), para ir com eles. Assim sendo, os três vão até o acampamento, chegando la, Jenny insiste que o cigano Bela (Bela Lugosi), leia sua sorte primeiro. Então Bela vê na palma da mão de Jenny, o infame pentagrama (uma marca que só é visível para lobisomens e que indica que ela será sua próxima vítima) na mão da moça.

A partir deste infeliz fato, o personagem de Lon Chaney Jr começa a ser desconstruído, de maneira bem orgânica e nada incoerente, por causa do medo e das dúvidas que começa a sentir. Ele perde toda a sua confiança e com isso sua felicidade vai se desvaindo também.  E é algo tão forte, que o público sente pena dele, consegue entender o que ele está sentindo ali. Mérito para a atuação do ator Lon Chaney Jr, que soube expressar muito bem todo o peso que o personagem estava carregando.

E neste meio, surge a dúvida, será que realmente ele matou e foi mordido pelo suposto lobo? Ou durante um momento de psicose acabou matando um homem e uma mulher inocentes e se feriu no processo? Essa dúvida acaba sendo um tormento para o pobre Larry Talbot. Tanto que está afligente dúvida só é respondida durante a sua segunda transformação como o homem lobo, pois nesta cena se fica claro que ele é realmente um lobisomem e não um louco.

O roteirista Curt Siodmak fez um esplêndido trabalho aqui ao trabalhar mais o drama e o psicológico do que o terror em si, que de fato é uma decisão arriscada, mas que acabou sendo um grande acerto, pois além de diferenciar o filme das outras obras de terror do estúdio, deixou explícito que o lobisomem é uma figura que causa sofrimento não só as outras pessoas, mas ao próprio hospedeiro que carrega o horrível fardo. Ele coloca tudo isso da forma mais orgânica e coerente possível, sem nada parecer forçado ou deslocado, tudo tem sua explicação e propósito.

Lon Chaney Jr dá um verdadeiro espetáculo aqui, ele sabe transmitir perfeitamente todas as emoções necessárias para o personagem, toda a angústia, duvida e medo sentidas por ele são excelentemente retratadas, porém não é só no personagem humano que ele dá um show. Quando ele entra em ação como o monstro título, o lobisomem, é fantástico o esforço dele para tentar se aproximar ao máximo de um animal selvagem. Desde a movimentação até os grunhidos, ele consegue passar que a imagem de um animal selvagem, sem consciência de seus atos, agindo apenas por puro instituto.

Também temos a atriz Maria Ouspenskaya, interpretando a mãe do cigano Bela, Maleva. A personagem é de muita importância para o filme, pois é ela quem explica para Larry e para o público que Bela era um lobisomem, por isso não haviam encontrado o corpo do lobo e sim do Bela, pois ao morrer, ele voltou para sua forma humana. Ela também o informa que por conta da mordida que Bela havia lhe dado, a maldição passou para ele.

Mas o que realmente vai chamar a atenção aqui, é o grandioso trabalho de maquiagem usada para fazer o monstro título. Ela faz um hibrido perfeito entre homem e lobo sem deixar tosco ou com alterações no mínimo desnecessárias, como longo focinho dos lobos que realmente não fez falta na caracterização do personagem ou uma cauda.

Os cenários construídos são muito funcionais, desde as florestas bem sombrias e assustadoras ao local onde se encontravam os ciganos, tudo muito bem feito e montado. Além da utilização da fumaça no chão em algumas cenas para dar um clima mais de terror mesmo as cenas. A trilha composta é muito presente aqui, ao contraio de vários outros filmes do gênero que optaram pela quase inutilização dela

Se eu fosse eleger hoje o melhor filme sobre lobisomens já feitos, eu escolheria este com certeza. Por ser um filme que consegue trabalhar perfeitamente psicológico, drama e horror e também todo o lado mitológico do monstro. E podem acreditar, não será fácil encontrar um filme sobre lobisomens que trate o monstro da maneira como este tratou. Simplesmente perfeito.

O Lobisomem (The Wolf Man, EUA – 1941)

Direção: George Waggner
Roteiro: Curt Siodmak
Elenco: Lon Chaney Jr, Claude Rains, Evelyn Ankers, Béla Lugosi
Gênero: Terror 
Duração: 70 min 

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