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Crítica | O Último Virgem – Mirando em American Pie e errando feio

O que os longas “Loucas Para Casar”, “Vai Que Cola” e “Meu Passado Me Condena 2” tem em comum? Ambos são comédias e passaram dos dois milhões na bilheteria e os três foram os líderes entre os filmes brasileiros mais assistidos em 2015.

Nos últimos anos as produtoras vêm investindo pesado em comédias principalmente a Globo Filmes e entrando na onda desse sucesso em que as comédias nacionais se tornaram sensação a distribuidora Downtown Filmes que já havia lançado sucessos como “O Candidato Honesto” e “Minha Mãe é Uma Peça” lança no dia (11) o filme O Último Virgem.

Dirigido pela dupla Felipe Bretas e Rilson Baco ambos com experiência em séries e documentários trabalharam nessa produção. O roteiro foi escrito por Lipy Adler, o personagem Escova do filme, o amigo pegador e que aconselha o personagem principal a perder a virgindade.

A trama é muito parecida com a de comédias americanas que já assistimos como “American Pie” ou “SuperBad – é Hoje”. Quatro amigos estão no último ano do colégio e deles apenas o nerd Dudu – personagem feito por Guilherme Prates – não perdeu a virgindade. Eles têm uma professora que é o sonho de consumo de todos adolescentes do colégio.

Ela é sexy, atraente e inteligente. Um dia durante o fim de uma aula em uma cena surreal e ridícula, a professora pede para Dudu ficar no final da aula e o convida para estudar de noite em sua casa. Os três amigos ao saber do acontecido incentivam o rapaz a perder a virgindade antes de ter o encontro com a professora para não passar vergonha. E nisso passam por vários apuros até chegar ao grande encontro. Não se sabe ao ceto o que esses quatro querem no filme tanto que depois que acontece a festa na parte final eles praticamente desaparecem e o filme puxa tudo para o personagem do Dudu.

O Último Virgem é com toda certeza um dos piores filmes do ano e uma das piores comédias nacionais dos últimos anos. Roteiro ruim, direção idem, péssimos personagens, excesso de clichês e cenas constrangedoras como a situação inicial em que a mãe entra na hora em que o filho está sozinho fazendo “aquilo” e limpa a mão no mamão e sua mãe entra e come o mamão. Há muitas cenas bizarras como essa que querem forçar para dar risada, mas geram apenas vergonha alheia.

Você deve se perguntar porque ainda não citei a atriz Fiorella Mattheis que aparece com grande destaque no pôster de divulgação acima dos quatro personagens principais e que seria o grande destaque do filme. Seria, mas não é.

O grande destaque (se é que existe um) é a atriz Bia Arantes. Em um filme ruim como esse ela engole o personagem do Dudu e é de se lamentar que não tenha tanto destaque na história. Já a personagem de Fiorella se apareceu por mais de dez minutos no filme já foi o bastante. Foi um erro vender esse filme como se ela fosse a principal se ela nem aparece praticamente no filme, só está lá para chamar público. E o pior, você percebe que ela não está confortável em seu personagem.

A personagem não é sexy, nem sensual além de ser sem sal. E o que dizer do grupo dos quatro amigos? Todas situações pelas quais passam são mal dirigidas. Quando você pensa que vai rir em algum momento nada acontece. Em um filme de comédia é natural darmos risadas, mas o que acontece nessa produção é o contrário: temos vontade de chorar ao assisti-lo.

O Último Virgem (Brasil – 2016)

Direção: Rilson Baco, Felipe Bretas
Roteiro: Lipy Adler, L.G. Bayão
Elenco: Guilherme Prates, Fiorella Mattheis, Lipy Adler, Éverlley Santos, Christian Villegas, Gabi Lopes
Gênero: Comédia, Romance
Duração: 90 min

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Publicado por Gabriel Danius

Jornalista e cinéfilo de carteirinha amo nas horas vagas ler, jogar e assistir a jogos de futebol. Amo filmes que acrescentem algo de relevante e tragam uma mensagem interessante.

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