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Crítica | O Vendedor de Orquídeas - Oswaldo Vigas merecia um filme melhor

Redação Bastidores Redação Bastidores
In Catálogo, Cinema, Críticas•16 de outubro de 2017•5 Minutes

*Este filme foi visto na 41ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo

Um homem de idade é carregado em uma cadeira de rodas por várias pessoas para o topo de um morro. Chegando lá, encontram uma extensa rocha com várias marcações, arte ancestral venezuelana. O velho põe-se a tatear as inscrições, e a câmera na mão acompanha seus movimentos, muito próxima, um tanto desgovernada. Nessa sequência inicial, Lorenzo Vigas sintetiza todas os artifícios para realizar essa tentativa de documentário nomeada O Vendedor de Orquídeas.

Filho de Oswaldo Vigas, pintor de grande renome na Venezuela, Lorenzo traz no seu filme o registro da busca por um quadro do pai, fundamental para completar uma exposição que está sendo organizada. Na empreitada, a figura do diretor se apaga, e a câmera coloca o espectador em linha direta com Oswaldo e sua esposa, Jeannine Vigas. Pelas diferentes viagens que realiza pelo país, o pintor reencontra figuras do seu passado, família e amigos, e não demora muito para perceber que o agente do título está mais relacionado a uma busca íntima, refletida nessa ausência da obra de arte.

Entretanto, Lorenzo Vigas, seguindo a opacidade e o estoicismo imaturo de seu longa ficcional, De Longe Te Observo, premiado com o Leão de Ouro em Veneza, falha terrivelmente ao seguir os caminhos mais convencionais, entrando antes da metade do filme em um ciclo de obviedades, com imagens vazias de qualquer paixão ou significado. Encontra-se a mesma reverência que Juliano Ribeiro Salgado, por exemplo, não conseguiu conter em O Sal da Terra – documentário sobre seu pai, o fotógrafo Sebastião Salgado –, ainda que co-dirigido por Wim Wenders. Identifica-se a mesma reverência pela obra e pelo homem, tornando as relações criativas e afetivas, todas, partes de uma mesma massa de reflexões e lugares comuns.

O que o diretor parece não perceber é que de esconder sua presença não é o suficiente para aproximar a personagem do público. Suprimem-se as perguntas, mas as respostas são direcionadas, quadradas, até. Reflete-se sobre o valor da memória, do contato com o passado (inclusive na obra do pintor), o tempo perdido, jamais redescoberto. Mas tudo parece tentar construir uma profundidade, a cada diálogo (monólogo, na verdade) mais rasa e apática. Há qualquer coisa de vexatório em acompanhar uma câmera livre, preenchendo a tela com os olhos lacrimejantes de Oswaldo, ao rever uma fotografia. E infelizmente, essa é a regra. A cada cena, um outro enquadramento, principalmente closes, vazios de planejamento e interesse.

O drama não encontra anteparo material durante o filme. Não seria esse elemento a obra do pintor? Não há espaço para ela também: são mostradas algumas pinturas no seu ateliê, no começo do longa, e no final, preenchendo a tela com uma pretensa grandiosidade. É uma pena, pois percebe-se que Oswaldo teria muito a oferecer, soubesse o cinema captar isso de uma forma interessante.

Lorenzo Vigas dirige em círculos, até que, depois de bater setenta minutos, pega a saída mais próxima, tentando dar vida ao que o filme não soube construir. É a mesma dialética sem síntese de De Longe Te Observo, o mesmo vazio convertido em espetáculo que, se no filme anterior era destinado aos grandes festivais, agora é para o próprio círculo íntimo do diretor – reforçado pelo emprego do vídeo como produção caseira. Hermética (não porque complexa, mas por ser inacessível), a imagem final, sem dúvidas, deixaria seu pai absolutamente emocionado, como deve ter deixado toda a sua família. Pena que quem não seja próximo dos retratados, através do cinema, só poderá bufar para essa elegia, de tanta apatia e indiferença.

O Vendedor de Orquídeas (El Vendedor de Orquídeas, 2017 – Itália)

Direção: Lorenzo Vigas
Elenco: Oswaldo Vigas, Jeannine Vigas, Herman Vigas
Gênero: Documentário
Duração: 75 min.

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Redação Bastidores

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