Filmes com temática natalina costumam ser uma repetição de temas e situações com as quais o público está bastante familiarizado. Então, quando a temporada oferece seus títulos para esta época do ano, a pergunta é se é possível ainda apresentar alguma novidade que satisfaça a expectativa tradicional mas ao mesmo tempo chame atenção o suficiente para além da “sessão da tarde” reprisada corriqueiramente na TV aberta. E Operação Natal atinge esse objetivo com folga.
O filme dirigido por Jake Kasdan (de uma robusta listade comédias, como A Vida é Dura: A História de Dewey Cox, Professora sem Classe e Jumanji: Bem-Vindo à Selva) é a diversão familiar quase perfeita: engraçada, ligeira, com personagens carismáticos e um balanço sensível entre ação, piadas e emotividade.
Dwayne Johnson: maior cachê já pago e boatos sobre mau comportamento
De acordo com o reportado pelo site IMDB, o valor pago a The Rock seria possivelmente o maior de um ator em todos os tempos (50 milhões de dólares, superando Robert Downey Jr. e Will Smith) e, ainda assim, sua atitude durante as filmagens teriam atrasado o cronograma da produção, com constantes faltas e descompromisso em relação ao resto da equipe.
Se os problemas causados pelo astro atrasaram a produção e possivelmente aumentaram seus custos totais, essa falta de sintonia não é percebida na tela: embora discreto, Dwayne está bem na parceria insuspeita com Chris Evans – este sim um ator de carisma contagiante e que dificilmente erra o tom em sua atuação.
Roteiro bem amarrado segura produção com ação consistente em Operação Natal
O filme se sustenta facilmente no enredo, que é bem construído e parte de uma situação razoavelmente original: com o rapto do Papai Noel (J.K.Simmons), uma Força Tarefa comandada por Callum Drift (Dwayne Johnson) tem de recorrer aos serviços do hacker trapaceiro Jack O’Malley (Chris Evans) para encontrar seu paradeiro e eventualmente confrontar figuras mitológicas e a mini supervilã vivida por Kiernan Shipka (do seriado Mad Men e que sempre foi boa atriz desde pequena).
Tanto a apresentação dos personagens como as passagens de uma situação a outra são elaboradas com capricho, sem depender apenas da habitual edição atordoante que serve como disfarce para o trabalho fraco de escrita. Embora a ação e os efeitos visuais sejam bastante competentes, o filme não depende deles para se manter de pé, oferecendo conflitos e uma boa progressão da trama por quase duas horas.
Para não dizer que o filme é o entretenimento familiar perfeito, ele sofre do mal crônico da maioria dos filmes atuais: um desenvolvimento e um desfecho ligeiramente alongados, e que ganhariam em agilidade se abrissem mão de 10 minutos. Nada, entretanto, que comprometa um programa de qualidade para levar a garotada neste final de ano. Pode ver sem medo: o presente de Natal não terá devolução.