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Crítica | Rua Cloverfield 10 - Uma antologia se concretiza

Lucas Nascimento Lucas Nascimento
In Capa, Catálogo, Cinema, Críticas•4 de fevereiro de 2018•7 Minutes

Há dois meses, algo que é praticamente impossível em tempos de vigilância constante em novas produções cinematográficas e rotineiros vazamentos de roteiro, scoopers e outros casos de “jornalismo investigativo do entretenimento”. Durante as primeiras sessões de 13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi (primeiro grande lançamento da Paramount no ano), o público se surpreendeu ao encontrar o primeiro trailer teaser de Rua Cloverfield 10, cujo título imediatamente nos remetia ao filme de 2008 que também nasceu de uma jogada de marketing repentina e imediata. O que era ainda mais incrível? O filme sairia em apenas dois meses.

É incrível pensar que o público ainda pode ser pego de surpresa. Foram 8 anos desde rumores e especulações sobre uma possível continuação de Cloverfield (tendo até rumores de que Super 8 seria a esperada sequência), apenas para que a Bad Robot de J.J. Abrams a jogue em nossos colos com apenas dois meses de separação de sua estreia. Mas é importantíssimo atestar aqui que Rua Cloverfield 10 não é uma continuação direta do filme found footage. O próprio Abrams veio a público chamar o filme de “um primo distante” ou “parente de sangue” com o original de 2008, e que a ideia seria iniciar uma série de antologia com episódios que habitem esse universo.

Com isso, este filme começa com Michelle (Mary Elizabeth Winstead), uma estudante de moda que sofre um acidente de carro em uma estrada rural. Ela acorda acorrentada em um abrigo subterrâneo, onde o misterioso Howard (John Goodman) alega ter salvado sua vida após o acidente, além de clamar que o ar foi tomado por uma substância tóxica após um ataque devastador. Além deste, temos Emmet (John Gallagher Jr), outro habitante do local que também acredita na informação de ambiente inóspito. Mas, claro, o roteiro assinado pela dupla  Josh Campbell e Matthew Stuecken e revisado por Damien Chazelle brinca com a dúvida.

Seria Howard um psicopata? Ou temos mesmo um mundo tóxico acima da terra? E o que diabos isso tem a ver com um monstro gigante arrebentando Nova York? Para o bem do entretenimento do espectador, é necessário que se entregue a este filme como algo independente. Um thriller de confinamento com ecos de O Quarto de Jack e até alguns ótimos momentos da série Lost, e que é capaz de se sustentar sozinho como uma história isolada. O estreante Dan Trachtenberg se sai muito bem em sua direção contida, mas eficiente, sendo bem sucedido em criar uma dúbia atmosfera de suspense e pavor.

Trachtenberg oferece muito espaço para dirigir seus atores, rendendo cenas antológicas que são fortalecidas pela montagem de Stefan Grube e a arrepiante trilha sonora de Bear McCreary, como uma específica cena de jantar e um jogo de palavras que acaba tomando um rumo perturbador. E o que dizer do plano plongeé que traz um parafuso caindo? Um dos momentos que certamente fará o espectador berrar por dentro dado o contexto da cena em particular.

E, claro, o trio do elenco é excepcional. A começar por John Goodman, espetacular na pele do ambíguo Howard; mesmo que sua aparência e intenções sejam acolhedoras, Goodman trabalha muito bem o aparente lado sombrio do personagem, como ao ditar ordens de forma pacífica e indireta (“Você vai amar aprender a cozinhar”, por exemplo) e os repentinos surtos de raiva. É sem dúvida uma das melhores performances de sua carreira, e fico triste que o longa tenha sido lançado em uma data que impossibilita a presença de Goodman em premiações.

Já Mary Elizabeth Winstead se beneficia de ter o melhor arco da produção, tendo em Michelle uma mulher que costuma fugir diante de situações problemáticas, mas que acaba em uma metamorfose interessante enquanto vive no bunker de Howard. Dada a natureza do gênero e o clima geral de confinamento do longa, é impossível não compará-la com a Tenente Ripley de Sigourney Weaver em Alien, O Oitavo Passageiro, na básica transição de mocinha em perigo para heroína destemida; sem perder a sensualidade, vale apontar.

Mas vamos falar sobre o tal Cloverfield, e prometo não revelar spoilers. Não temos referências diretas a acontecimentos do original, e a presença de iPhones e outros objetos de cena nos evidencia uma trama que não se desenrola em uma espaço de tempo próximo do primeiro filme. O texto de Campbell, Stuecken e Chazelle, porém, é esperto ao jogar referências dúbias ao longo da narrativa, trabalhando bem o foreshadowing de certas ações que serão vitais no terceiro ato.

E como prometi não entregar nenhuma reviravolta, basta dizer que a conclusão do longa dividirá o público. Pessoalmente gostei pela surpresa e por tudo o que representa para esta nova (?) franquia, algo digno dos melhores episódios de Além da Imaginação e um desfecho altamente simbólico para o arco de Michelle. Funciona em alguns níveis, mas realmente é algo que pegará todos os espectadores de surpresa.

No fim, Rua Cloverfield, 10 flerta com um tipo diferente de franquia. De fato não é uma continuação direta, nem um prequel ou coisa do gênero, mas sim uma história isolada intensa e eletrizante que pode habitar um mesmo universo cinematográfico. E isso é algo muito mais empolgante do que os MCUs da vida.

Rua Cloverfield 10 (10 Cloverfield Lane, EUA – 2016)

Direção: Dan Trachtenberg
Roteiro: 
Josh Campbell, Matthew Stuecken, Damien Chazelle
Elenco: 
John Goodman, Mary Elizabeth Winstead, John Gallagher Jr.
Gênero: Suspense
Duração: 
103 min

Lucas Nascimento

Estudante de audiovisual e apaixonado por cinema, usa este como grande professor e sonha em tornar seus sonhos realidade ou pelo menos se divertir na longa estrada da vida. De blockbusters a filmes de arte, aprecia o estilo e o trabalho de cineastas, atores e roteiristas, dos quais Stanley Kubrick e Alfred Hitchcock servem como maiores inspirações. Testemunhem, e nos encontramos em Valhalla.

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