Crítica | Sobrenatural: A Porta Vermelha é o capítulo mais fraco da franquia

Wan e a Blumhouse trazem a história de volta para seu núcleo original com Sobrenatural: A Porta Vermelha, que volta a se concentrar na família Lambert
Crítica | Sobrenatural: A Porta Vermelha é o capítulo mais fraco da franquia Crítica | Sobrenatural: A Porta Vermelha é o capítulo mais fraco da franquia
Sony

Iniciada em 2010 de forma muito modesta pelo diretor James Wan e o roteirista Leigh Whannell, a franquia Sobrenatural é outra lucrativa criação do cinema de terror moderno. Após praticamente inaugurarem o torture porn em Hollywood com Jogos Mortais, a dupla ofereceu um olhar marcante para o clássico subgênero de casa mal assombrada, com um thriller instigante e que gerou uma saga que perdura até hoje.

Após alguns prelúdios e spin offs ao longo dos últimos anos, Wan e a Blumhouse trazem a história de volta para seu núcleo original com Sobrenatural: A Porta Vermelha, que volta a se concentrar na família Lambert, em especial o agora adolescente Dalton, vivido por Ty Simpkins e seu pai Josh, vivido por Patrick Wilson – que também faz sua estreia na direção.

Apesar do bom conceito e da promessa de retornar a saga às origens, o resultado em A Porta Vermelha é fraquíssimo. Nota-se que a ausência de Whannell no roteiro (trabalhando apenas no argumento), carece o longa de algo realmente inovador ou interessante, já que Scott Teems não oferece material o suficiente para desenvolver ou explorar seus personagens. Nenhuma nova característica ou criatura do “Further” é explorada, com apenas o passado misterioso envolvendo o pai de Josh surgindo como novidade.

Mas o grande problema infelizmente é Patrick Wilson. Diretor de primeira viagem, a inexperiência do ator mostra-se um fator realmente incômodo, já que até mesmo as mais simples cenas de diálogo e interação humana falham em provocar emoção, humor ou seriedade. Falta verdade e carisma a cada uma das entregas, onde até mesmo o próprio Wilson não surge com seu carisma e talento habitual, evidenciando que o astro não foi muito eficiente em dirigir a si próprio.

No lado do terror, Wilson faz o possível para simular a linguagem de James Wan, em atmosfera e antecipação, mas não faz muito além de oferecer jump scares baratos e sustos que são facilmente previsíveis. Há uma boa sequência envolvendo um exame de ressonância magnética (tirada diretamente de O Exorcista), mas definitivamente não há um terror forte o suficiente em A Porta Vermelha; além de um triste desperdício da criatura demoníaca vermelha vivida pelo compositor Joseph Bishara.

De longe, o resultado do quinto Sobrenatural se garante como o mais fraco da franquia até agora. O que era para ser uma conclusão digna de uma ótima franquia acaba sendo uma péssima despedida, que praticamente implora para um sexto filme a fim de amarrar melhor as pontas.

Sobrenatural: A Porta Vermelha (Insidious: The Red Door, EUA – 2023)

Direção: Patrick Wilson
Roteiro: Scott Teems
Elenco: Ty Simpkins, Patrick Wilson, Rose Byrne, Sinclair Daniel, Leigh Whannell, Angus Simpson, Lyn Shaye, Joseph Bishara
Gênero: Terror
Duração: 107 min

Add a comment

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Sobre o autor

Lucas Nascimento

Estudante de audiovisual e apaixonado por cinema, usa este como grande professor e sonha em tornar seus sonhos realidade ou pelo menos se divertir na longa estrada da vida. De blockbusters a filmes de arte, aprecia o estilo e o trabalho de cineastas, atores e roteiristas, dos quais Stanley Kubrick e Alfred Hitchcock servem como maiores inspirações. Testemunhem, e nos encontramos em Valhalla.

Ler posts desse autor