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Crítica | Sonic: O Filme - Nostalgia Noventista Pura

Thiago Nolla Thiago Nolla
In Capa, Catálogo, Cinema, Críticas•11 de março de 2020•6 Minutes

Para aqueles que se lembram dos anos entre as décadas de 1990 e 2000, é bem provável que a companhia de videogames Sega tenha feito parte da infância de modo mais impactante que imaginamos. Afinal, a desenvolvedora é simplesmente a responsável por trazer a franquia Sonic à vida – criando uma narrativa divertida (e descoberta e redescoberta constantemente por fãs de jogos clássicos) que gira em torno de um ouriço antropomorfizado que luta contra o perigoso Doutor Eggman, um cientista maluco.

Desde 1991 até os dias de hoje, a trupe de personagens já apareceu em diversas produções, migrando para as telinhas um ano depois do lançamento, ganhando inúmeros especiais em longa-metragem e, finalmente, recebendo um tratamento em live-action que segue a onda das inúmeras releituras lançadas na última década. Aqui, a Paramount Pictures ficou a encargo de não apenas trazer esse enredo para os novos adultos que se recordam com facilidade de permanecer horas e horas na frente dos computadores pegando o máximo de anéis de ouro que conseguissem, mas também comprometendo-se a apresentar o icônico universo à nova geração – e o resultado é muito mais divertido e satisfatório do que esperávamos.

Depois de comentários controversos acerca do design do protagonista, Sonic – O Filme passou um pouco de seu orçamento original por uma boa causa; resgatando os elementos clássicos dos games em vez de permanecer atado a uma ideia que já havia se provado falha, o estúdio responsável pela adaptação deu voz ao público e não pensou duas vezes em respaldar seus desejos. Dessa forma – e alguns adiamentos depois -, a obra estava pronta e lapidada para chegar as telonas, delineando uma mitologia que, apesar de ter sido explorada em níveis superficiais, pavimenta um caminho interessante para futuras iterações (respaldadas por duas cenas pós-créditos que são um deleite aplaudível para qualquer um que tenha o mínimo de contato com os jogos).

A trama é centrada em Sonic (Ben Schwartz), um ouriço azul dotado de habilidades incríveis que o permitem correr numa velocidade imensurável. Sonic vive em uma dimensão alternativa e é obrigado a fugir para a Terra para escapar de forçar malignas cujo principal objetivo é capturá-lo e entender a fonte de seus poderes. Utilizando aros dourados que o permitem viajar entre os vários mundos que existem na vastidão do universo, ele acaba se isolando em Green Hills, uma pequena cidade do interior dos Estados Unidos, e constrói uma espécie de caverna, onde passa seus dias na mais pura solidão – e desenvolve uma relação platônica com o xerife Tom Wachowski (James Marsden) e sua família.

Como já podemos imaginar, a trama segue uma linearidade nostálgica o bastante para que os espectadores de diferentes idades tenham a oportunidade de se conectar com os personagens apresentados. Mais do que isso, o roteiro assinado por Pat Casey e Josh Miller nutre-se de uma temática conhecida que oscila entre explorações sobre exílio e sobre autoaceitação (não é à toa que Sonic prefira – ou acredite que tudo não passa de uma escolha – se isolar a ter qualquer contato humano). Entretanto, as coisas mudam quando o nosso adorável herói acaba liberando uma quantidade gigantesca de energia, provinda de sua frustração por estar por conta própria, e chama a atenção do governo norte-americano, que contrata a mente sórdida de Robotnik (Jim Carrey) para descobrir o que aconteceu.

Robotnik e Sonic funcionam como dois extremos de uma complexa linha que entrelaça cada uma das personas apresentadas. É claro que precisamos levar em consideração que o filme é destinado principalmente a um público mais jovem (o que suprime investidas mais profundas por parte da equipe criativa). De qualquer forma, o vilanesco cientista é perigoso justamente por sua instabilidade e por seu intelecto inigualável, o que acaba transformando-o em um valentão de jaleco preto cuja missão é conquistar o mundo. Sonic, por sua vez, percebe que precisa fugir (mesmo estando cansado disso), mas acaba cruzando caminho com Tom e perdendo sua única chance de escapar.

Mesmo perdendo um pouco a mão na transição do segundo para o terceiro ato, Jeff Fowler de fato nos surpreende ao comandar o vindouro projeto. Apesar de já ter trabalhado em certas produções cinematográficas e televisivas (ganhando uma indicação ao Oscar de Melhor Curta-Metragem Animado), é notável como o diretor imprimi sua própria perspectiva em uma narrativa que atravessa as gerações. Mais do que isso, sua estreia na esfera dos longas-metragens pura, simples ser sem simplista, conseguindo arquitetar sequências divertidas e recheadas de ação – algumas delas inclusive repaginando o estilo dos games em uma modernização interessante e muito bem-vinda.

Sonic – O Filme é uma obra surpreendente, cuja promessa em nos levar a um tempo que não voltará mais é cumprida em uma história coesa e emocionante. Mais do que isso, a iteração é movida por uma ingenuidade pueril que nos mantém entretidos do começo ao fim, unindo o novo e o saudosista em um lugar que exala um enérgico potencial.

Sonic: O Filme (Sonic – EUA, 2020)

Direção: Jeff Fowler
Roteiro: Pat Casey, Josh Miller
Elenco: James Marsden, Ben Schwartz, Tika Sumpter, Jim Carrey
Duração: 99 min.

Thiago Nolla

Thiago Nolla faz um pouco de tudo: é ator, escritor, dançarino e faz audiovisual por ter uma paixão indescritível pela arte. É um inveterado fã de contos de fadas e histórias de suspense e tem como maiores inspirações a estética expressionista de Fritz Lang e a narrativa dinâmica de Aaron Sorkin. Um de seus maiores sonhos é interpretar o Gênio da Lâmpada de Aladdin no musical da Broadway.

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