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Crítica | Thanos: Revelação Infinita

O escritor Jim Starlin tem um lugar especial na história dos quadrinhos americanos, principalmente no que tange a Marvel Comics. Foi o responsável por criar belas e lendárias histórias na editora, a maioria com relação a mitologia cósmica da casa das idéias. É mais lembrado pela criação deThanos, um dos vilões mais adorados da História dos quadrinhos, e que foi protagonista de diversas histórias lendárias, como por exemplo a Trilogia do Infinito, uma epopeia intergaláctica fenomenal e sempre listada como um dos clássicos dos quadrinhos. A última vez que Starlin tinha escrito uma história envolvendo o personagem foi a saga  Universo Marvel: O Fim que tem algumas qualidades, mas ainda sim bem abaixo do que o escritor fez outras vezes com o personagem.

Em 2013, visto o sucesso que seus personagens estavam fazendo no cinema, a Marvel decidiu que iria trazer de volta a sua serie Marvel Graphic Novels, rebatizada de Original Graphic Novels ideia que tinha surgido em 1982 e durou até 1993 em que traziam histórias independentes que tinham pouca influência na cronologia da editora. Trazer essa linha editorial de volta foi uma resposta aos fãs que desejavam ler quadrinhos individuais dos personagens. Jim Starlin retornou a Marvel para poder escrever, mais uma vez, uma história sobre o personagem seu personagem favorito, Thanos. A Graphic Novel seria uma trilogia e funcionaria como uma homenagem a toda a história do Titã Louco na Marvel.

No começo da história, vemos as 3 entidades cósmicas mais poderosas da Marvel – Tribunal Vivo, Infinito e Eternidade – discutindo sobre uma grande metamorfose que está para acontecer no universo e afirmam que Thanos está no centro de tudo o que está prestes a acontecer. O Titã, sentado em sua nave, está bastante inquieto e tem um pressentimento que algo está para acontecer. Ele procura a ajuda daquele que foi criado para o destruir, Drax, mas esse ainda não guarda um profundo ódio em relação ao titã e não consegue vê-lo sem sentir vontade de ataca-lo, o que encerra a conversa. Depois, vai em busca daquela que um dia já foi sua grande amada, Senhora Morte, por quem afirma que não sente a mais o mesmo amor, mas ainda sim não consegue respostas. Porém, acaba conseguindo trazer de volta aquele que outrora foi seu grande inimigo, Adam Warlock e juntos partem para descobrir o que está acontecendo.

Desde o início, já da pra perceber que a história é uma homenagem, como afirmamos aqui, a tudo que o personagem Thanos passou desde sua criação pelas mãos do próprio Starlin. Percebemos isso pela aparição do personagem Drax, que aparece nos quadros uma hora na sua forma atual, outra na sua forma quando teve sua primeira aparição na Marvel. Bom, a ideia de se fazer uma homenagem não poderia acontecer se não aparecessem personagens que foram importantes na trajetória do Titã. Por isso vemos o retorno de Adam Warlock, Senhora Morte, Entidades Cósmicas e também do Surfista Prateado, que de uma maneira ou outra estiveram envolvidas com o personagem. Num dado momento da HQ, Thanos e Warlock fazem uma retrospectiva de toda a caminhada do personagem, o que traz um sentimento de nostalgia bastante forte.

Uma característica que sempre esteve presente nas Hqs de Starlin, são os seus roteiros bem trabalhos e que desde o o inicio prendem a atenção do leitor. E nesse trabalho não é diferente. No começo, toda a ideia de que o universo vai passar por uma transformação já é algo que para mexer com a nossa cabeça e servir como um impulso para terminar a Graphic Novel até o fim. O escritor também aproveita para trabalhar todas as diversas facetas que o Titã teve ao longo de sua história , tanto em suas mãos como em outras aventuras recentes, como na saga Infinito, do grande Hickman. Vemos aquele personagem que já foi um louco apaixonado, um conquistador sanguinário, como também aquele ser apenas com uma vontade de descobrir as verdades do universo. Em certo momento, Starlin faz com que Thanos questione as motivações que o levaram a cometer seus atos mais recentes. Usando metalinguagem, o escritor quase que questiona os impulsos conflitantes que o personagem teve nas mãos de outros escritores. A história é quase uma dissecação da alma de Thanos.

Revelação Infinita tem em seu roteiro, além desse trabalho com o personagem principal, diversas características que sempre fizeram parte dos trabalhos de Starlin na casa das idéias. Temos uma situação que pode levar a um cataclismo cósmico. Temos realidades alternativas. Temos muita violência, a maioria delas é claro, feita pelo próprio Titã, sempre para mostrar o quão poderoso é, mostrando a todos nós aquilo que sempre foi uma característica marcante, seu ego inflado. E outra coisa que sempre bastante comum nas histórias de Starlin aqui nessa OGN temos mais uma vez é um trabalho sublime na arte, e dessa vez assinada pelo próprio escritor, que com fazer traços com um detalhamento incrível. Com destaque para Thanos que esta muito bem desenhado. Tudo isso é complementado pelo belo uso de cores de Rachelle Rosenberg e Frank D´Armata, lembrando muito a Trilogia do Infinito.

Para novos leitores da Marvel, não sei se essa história vai encher os olhos, visto as diversas referências ao passado de Thanos, mas se você acompanha a editora a um tempo considerável, vale muito a pena conferir Temos aqui Jim Starlin no seu melhor, mostrando o porquê de ser um escritor tão aclamado pelos fãs de quadrinhos.

Thanos: Revelação Infinita (Thanos: The Infinity Revelation, EUA – 2014)

Autor: Jim Starlin
Arte: Jim Starlin
Arte-final: Andy Smith
Cores: Rachelle Rosenberg, Frank D´Armata
Letras: Joe Caramagna
Editores: Tom Brevoort, Will Moss
Editora: Marvel Comics

Redação Bastidores

Publicado por Redação Bastidores

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