logo
  • Início
  • Notícias
    • Viral
    • Cinema
    • Séries
    • Games
    • Quadrinhos
    • Famosos
    • Livros
    • Tecnologia
  • Críticas
    • Cinema
    • Games
    • TV
    • Quadrinhos
    • Livros
  • Artigos
  • Listas
  • Colunas
  • Search

Crítica | Vidas Em Jogo - A Confirmação de um Talento

Redação Bastidores Redação Bastidores
In Catálogo, Cinema, Críticas•18 de outubro de 2017•6 Minutes

Na época de lançamento de Alien 3, os críticos não assistiram com bons olhos à estreia de David Fincher. É verdade que o filme foi muito modificado pelo estúdio, mas ainda assim existiam alguns aspectos negativos cuja culpa recaía sobre os ombros do cineasta. Posteriormente, no ano de estreia de Se7en – Os Sete Pecados Capitais, a realidade mudou. A narrativa policial capitaneada por Brad Pitt e Morgan Freeman logo recebeu os louros merecidos e a tribo cinéfila reconheceu o talento do diretor. Dessa maneira, quando Vidas Em Jogo chegou aos cinemas, muito provavelmente, a perguntava que assombrava a crítica especializada era a seguinte: o novo filme repetirá o fracasso de 1992 ou o sucesso de 1995?

De certa maneira, não seguiu o caminho de nenhum dos dois. O longa de 1997 está longe de ser o fracasso que fora o primeiro filme de Fincher, mas também não se aproxima da perfeição do segundo. Pode-se dizer que está no meio entre as duas produções. No entanto, seria injusto responsabilizar apenas o diretor pelos defeitos evidentes da obra, uma vez que é o roteiro de John Brancato e Michael Ferris o principal elemento negativo, e não a direção do cineasta ou o trabalho de qualquer um dos outros responsáveis.

O texto da dupla até parte de um ponto interessante: e se existisse uma companhia especializada em criar jogos intrincados para pessoas desgostosas com a sua realidade em particular ou a própria vida em geral? É um argumento inverossímil, mas Aristóteles já dizia que a verossimilhança precisa se aproximar da realidade e não ser refém dela. Portanto, essa aparente surrealidade não só é possível como também atraente do ponto de vista artístico (ela também contém um interessante comentário sobre as ilusões produzidas pelo cinema). Além disso, os dois roteiristas conseguem transformá-la em uma narrativa envolvente, com personagens misteriosas (a interpretada por Deborah Kara Unger é a maior delas) e situações assustadoras e enervantes

Porém, fracassam na construção do protagonista e na solução do mistério final. O primeiro aspecto chama a atenção pela pobreza dramática. É difícil simpatizar e torcer por um sujeito arrogante cuja vulnerabilidade é ser tão rico que as inúmeras possibilidades dispostas à sua frente acabaram por torná-lo um sujeito inativo, entediado no seu escritório opulento, carro de luxo e mansão. Há a inclusão de uma trauma infantil e, por conseguinte, o medo do protagonista de repetir o mesmo erro do pai, mas recorrer a esse tipo de conflito é uma cartilha que todo roteirista medíocre seguiu nos últimos anos.

Já o segundo aspecto gera várias inconsistências na história e trai uma das escolhas mais criativas de Brancato e Ferris: a de negar inicialmente a realização do jogo. Quando Nicholas Van Orton (sim, esse é o nome dele), o personagem interpretado por Michael Douglas não é aceito pela empresa, cria-se uma dúvida sobre a natureza de todos os acontecimentos posteriores. A mais óbvia das opções é a conclusão de que a “pegadinha” está realmente acontecendo e os responsáveis disseram “não” apenas para gerar uma dúvida na cabeça do protagonista. A outra possibilidade é que há algo de estranho ocorrendo e ninguém sabe exatamente do que se trata. Todavia, depois de caminhar por essas vias tortuosas, o filme culmina na resposta mais simplória possível e já delineada com excesso de clareza ao longa da narrativa.

A condução de Fincher, por sua vez, é a melhor parte do longa. Além de conseguir uma atuação sólida de Douglas (em 1997, o ator estava adentrando em um dos períodos mais instáveis da carreira) e de Unger (um nome injustamente esquecido nos dias de hoje), ele, juntamente com a fotografia escura e quase espectral de Harris Savides e a paleta de tons mortos adotada pela direção de arte e figurino, estabelece uma atmosfera opressora (condizente com as “ânsias” de Nicholas) e uma narrativa inquietante, na qual as sombras são sempre desafiadas pela urgência da narrativa (a ressalva fica por conta da desnecessária inclusão de flashbacks e frames filmados em 16 mm, os quais não adicionam nada à trama e comprometem o ritmo do primeiro ato).

Contudo, como não há direção que salve completamente os tropeços de um roteiro cambaleante, Vidas Em Jogo termina sendo o primeiro filme mediano do seu diretor. Mas, se adotarmos a perspectiva daqueles que acompanharam o longa lá pelos idos de 1997, veríamos nos méritos de sua direção a confirmação de que Alien 3 foi um erro incomum e que Seven – Os Sete Pecados Capitais não tinha nada a ver com um acerto esporádico. Estaríamos, portanto, à frente de um dos principais cineastas das próximas décadas.

Vidas Em Jogo (The Game, Estados Unidos – 1997)

Direção: David Fincher
Roteiro: John Brancato e Michael Ferris
Elenco: Michael Douglas, Sean Penn, Deborah Kara Unger, James Rebhorn, Carroll Baker, Armin Müeller-Stahl
Gênero: Suspense
Duração: 129 minutos

Leia mais sobre David Fincher

Mostrar menosContinuar lendo

Redação Bastidores

Perfil oficial da redação do site.

Mais posts deste autor

Add comment

  • Prev
  • Next
Posts Relacionados
Famosos
Maíra Cardi fecha parque e 'leva Jesus' para festa de 7 anos da filha Sophia

Maíra Cardi fecha parque e ‘leva Jesus’ para festa de 7 anos da filha Sophia

Maíra Cardi celebrou os 7 anos da filha Sophia com uma festa luxuosa em um…


by Matheus Fragata

Listas
5 Documentários imperdíveis e altamente aclamados para ver na Netflix

5 Documentários imperdíveis e altamente aclamados para ver na Netflix


by Patrícia Tiveron

Listas
5 Filmes imperdíveis e aclamados para ver agora na HBO Max

5 Filmes imperdíveis e aclamados para ver agora na HBO Max


by Patrícia Tiveron

© 2025 Bastidores. All rights reserved
Bastidores
Política de cookies
Para fornecer as melhores experiências, usamos tecnologias como cookies para armazenar e/ou acessar informações do dispositivo. O consentimento para essas tecnologias nos permitirá processar dados como comportamento de navegação ou IDs exclusivos neste site. Não consentir ou retirar o consentimento pode afetar negativamente certos recursos e funções.
Funcional Sempre ativo
O armazenamento ou acesso técnico é estritamente necessário para a finalidade legítima de permitir a utilização de um serviço específico explicitamente solicitado pelo assinante ou utilizador, ou com a finalidade exclusiva de efetuar a transmissão de uma comunicação através de uma rede de comunicações eletrónicas.
Preferências
O armazenamento ou acesso técnico é necessário para o propósito legítimo de armazenar preferências que não são solicitadas pelo assinante ou usuário.
Estatísticas
O armazenamento ou acesso técnico que é usado exclusivamente para fins estatísticos. O armazenamento técnico ou acesso que é usado exclusivamente para fins estatísticos anônimos. Sem uma intimação, conformidade voluntária por parte de seu provedor de serviços de Internet ou registros adicionais de terceiros, as informações armazenadas ou recuperadas apenas para esse fim geralmente não podem ser usadas para identificá-lo.
Marketing
O armazenamento ou acesso técnico é necessário para criar perfis de usuário para enviar publicidade ou para rastrear o usuário em um site ou em vários sites para fins de marketing semelhantes.
Gerenciar opções Gerenciar serviços Manage {vendor_count} vendors Leia mais sobre esses propósitos
Ver preferências
{title} {title} {title}