Cenas de extrema violência abundam na série de TV de sucesso da HBO, Game of Thrones e isso não seria diferente em sua série derivada, House of the Dragon.
No entanto, uma cena em específico chocou os espectadores do derivado: o nascimento do “herdeiro por um dia”, o príncipe Baelon.
Pressionado a gerar um herdeiro do sexo masculino para, assim, defender a sucessão ao Trono de Ferro, o rei Viserys (Paddy Considine) se vê diante de uma escolha difícil.
Ele poderia deixar a esposa Aemma (Sian Brooke) e seu filho a própria sorte, já que ela estava em um trabalho de parto perigoso, ou então tentar salvar seu filho às custas da vida da sua mulher.
Por mais dolorido que tenha sido ao monarca, ele prefere a política ao seu casamento, e autoriza que cortem a barriga de Aemma enquanto ela é imobilizada e grita de dor e desespero.
Como no livro Fogo & Sangue, escrito por George R.R. Martin, o ato custa não só a vida de Aemma, como também a estabilidade da dinastia Targaryen.
Afinal, a vida de Baelon não dura mais do que um dia, e o rei fica mais suscetível às ambições conflitantes de Daemon (Matt Smith) e de Otto Hightower (Rhys Ifans). “De repente, tudo muda e vira o tabuleiro de xadrez”, diz o showrunner e cocriador da série, Ryan Condal, à Vanity Fair.
Para a narrativa da série, era essencial para Condal ter Viserys dando a ordem. “Era muito importante que ele fosse um participante ativo no que aconteceu a Aemma e Baelon”, explicou. Já quanto ao teor gráfico da cena, ele assegura: “não é para ser gratuito”.
“A cena serve para mostrar que há um tema pesado nesse período em particular. Em Fogo & Sangue, há muitos partos difíceis. Era algo que queríamos trazer para essa temporada. Há toda essa ideia nos livros de George [RR Martin], e na Idade Média, que homens marchavam para o campo de batalha, enquanto o campo de batalha das mulheres acontecia no nascimento das crianças. Era um lugar muito perigoso de se estar. […] Queríamos dramatizar isso. Vocês vêem violências de todos os tipos em Westeros, mas existe essa violência particular no parto, mesmo quando ele é bem-sucedido”.
O autor dos livros também atuando como showrunner em A Casa do Dragão, Martin discorda com críticos e fãs que consideram a cena gratuita.
“Quero viver o livro, quero estar lá. Quero me engajar emocionalmente. Esses são os romances que eu amo ler e o tipo de coisa que amo escrever. Fui acusado de ser uma pessoa particularmente sangrenta. Star Wars mata mais pessoas do que eu”, afirmou.
Diante do resultado final, o autor faz diversos elogios à performance de Considine e Brooke — “[as atuações deles] foram tão poderosas” —, e concluiu que foi “o jeito certo de conduzir [a cena]”.
“É visceral. Vai partir seu coração e jogá-lo no chão. Tem o mesmo tipo de impacto que o Casamento Vermelho. É uma cena sobre algo horrível, mas feita lindamente”, disse.
Situada 200 anos antes dos eventos de Game of Thrones, A Casa do Dragão é baseada no livro Fogo & Sangue, de George R. R. Martin. Os showrunners serão Ryan Condal (Colony) e Miguel Sapochnik (Thrones).
O elenco da derivada conta com Matt Smith (Morbius), Olivia Cooke (Jogador Nº 1), Steve Touissant (Príncipe da Pérsia), Sonoya Mizuno (Devs) e Graham McTavish (Preacher), entre outros.
A Casa do Dragão é exibida aos domingos, na HBO e no streaming HBO Max.
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