Hugh Grant, ator renomado das comédias românticas dos anos 90, revelou recentemente ter um descontentamento específico com o personagem que interpretou no clássico Notting Hill (1999). Embora o filme, dirigido por Roger Michell, seja um dos maiores sucessos de sua carreira, o ator não esconde que tem sérios problemas com a forma como seu personagem, William Thacker, se comporta na história. Durante uma participação no “Scene Selection” da Vanity Fair, Grant compartilhou suas reflexões sobre o papel e o que, em sua visão, o torna “desprezível”.

Hugh Grant revela sua aversão ao personagem de Notting Hill e os dilemas com a interpretação

Grant, que contracenou com Julia Roberts no icônico filme, disse que, ao rever a obra, se sente desconfortável com a falta de coragem de seu personagem. “Sempre que estou mudando de canal em casa depois de algumas bebidas e isso acontece, eu penso: ‘Por que meu personagem não tem coragem?’”, afirmou o ator. Ele citou uma cena específica que o incomoda profundamente: quando o personagem de Roberts, Anna Scott, é abordada por paparazzi em sua casa e ele falha em protegê-la, deixando-a abrir a porta para os fotógrafos. Para Grant, esse comportamento é inaceitável. “Isso é horrível”, completou.

O enredo de Notting Hill acompanha William Thacker, um simples dono de livraria em Londres, que se apaixona por Anna Scott, uma famosa atriz de Hollywood. A história, marcada pela tensão entre o relacionamento deles e a perseguição implacável dos paparazzi, foi um grande sucesso de público e crítica. No entanto, para Grant, o personagem que ele interpretou não é alguém digno de admiração. “Eu nunca tive uma namorada, ou mesmo uma esposa, que não tenha dito: ‘Por que diabos você não a impediu? O que há de errado com você?’”, declarou o ator.

Embora Notting Hill tenha sido amplamente aclamado e continue a ser uma das comédias românticas mais amadas de todos os tempos, Grant não compartilha o mesmo entusiasmo. Ele se mostrou desconfortável com a sua interpretação e, de forma geral, com a ideia de assistir a si mesmo em filmes. Em 2014, ao falar sobre seus projetos anteriores, Grant confessou ao The Mirror: “Odiei praticamente qualquer outro filme em que já participei. Mas gostei deste”, referindo-se ao filme The Rewrite.

Em 2016, em uma entrevista ao The Hollywood Reporter, o ator esclareceu que não “odeia” todos os seus filmes, mas a sensação de assistir a sua própria atuação é algo que o incomoda profundamente. “Eu li que odeio todos os meus filmes. Isso não é verdade, os filmes geralmente são ótimos. Sou só eu que detesto”, afirmou Grant. Ele comparou a experiência de ver seus filmes à sensação de ouvir sua própria voz em gravações, dizendo que é como “nos velhos tempos das mensagens de secretária eletrônica, você sempre sentia náuseas quando ouvia sua própria voz. E assistir a si mesmo no filme é isso vezes 50.”

Apesar dessas críticas à sua própria atuação, Hugh Grant continua a ser um nome marcante nas comédias românticas, tendo estrelado outros grandes sucessos como Quatro Casamentos e um Funeral, Bridget Jones: No Limite da Razão e Simplesmente Amor, todos os quais continuam a ser lembrados e apreciados pelo público.

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