Acidentes e inovação: a verdade por trás dos bastidores

O Mágico de Oz é um dos filmes mais icônicos da história do cinema, mas também carrega consigo uma aura de mistério e tragédia. Lançado em 1939, o longa encantou gerações com a história de Dorothy Gale e seu caminho para Oz, mas os bastidores revelam um lado menos mágico.

Entre os incidentes mais conhecidos estão as queimaduras graves sofridas por Margaret Hamilton, intérprete da Bruxa Má do Oeste, e sua dublê, Betty Danko, durante cenas envolvendo efeitos especiais. Hamilton precisou de seis semanas de recuperação após uma explosão no set, enquanto Danko foi hospitalizada quando uma vassoura cenográfica explodiu durante uma sequência.

O elenco também enfrentou desafios com maquiagem inovadora, mas perigosa. Buddy Ebsen, o Homem de Lata original, abandonou a produção após uma grave reação alérgica ao pó de alumínio usado em sua maquiagem. Em suas memórias, Ebsen descreveu sintomas que o levaram a temer pela própria vida, enquanto Jack Haley acabou assumindo o papel.

Lendas urbanas e fatos distorcidos

A fama de O Mágico de Oz também alimentou boatos ao longo das décadas, muitos dos quais foram desmentidos por especialistas e historiadores. Um dos mais persistentes é o rumor de que um ator que interpretou um dos Munchkins teria morrido por suicídio no set. Essa alegação foi amplamente desmentida pelo historiador John Fricke, que afirma categoricamente que tal incidente nunca aconteceu.

Outra controvérsia envolve alegações de comportamento inapropriado dos atores que interpretaram os Munchkins. Essas histórias, popularizadas por memórias publicadas muito tempo após o lançamento do filme, também são negadas por Fricke. Segundo ele, tais relatos são exagerados ou fabricados, ressaltando que a maior parte do elenco teve uma relação cordial no set.

Um legado de inovação

Apesar dos incidentes, Fricke defende que os desafios enfrentados pelos cineastas foram frutos de sua tentativa de inovar. “Eles estavam fazendo coisas que nunca tinham sido feitas antes”, explica. Para ele, 90% do que foi tentado resultou em um filme revolucionário, enquanto os 10% que deram errado acabaram sendo inflados por lendas urbanas.

Mais de 80 anos após sua estreia, O Mágico de Oz permanece um marco cinematográfico, cuja influência transcende gerações. Ainda que cercado de mitos, sua verdadeira magia está na capacidade de encantar o público, mesmo diante de seus bastidores turbulentos.

Matheus Fragata

Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema. Jornalista, assessor de imprensa.

Apaixonado por histórias que transformam. Todo mundo tem a sua própria história e acredito que todas valem a pena conhecer.

Contato: matheus@nosbastidores.com.br

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