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Artigo | Pirates of the Caribbean: Armada of the Damned – A história do jogo cancelado

Antes de Assassin’s Creed IV: Black Flag ter sido concebido e se tornado o melhor jogo de piratas para muitos jogadores, houve uma época em que a franquia Piratas do Caribe teve a chance de conquistar esse posto.

Pirates of the Caribbean: Armada of the Damned, concebido pelo estúdio Propaganda Games e distribuído pela Disney, foi um título em desenvolvimento para PS3, Xbox 360 e PC que nunca viu a luz do dia. O motivo? Nunca saberemos ao certo. Mas o problema é que as poucas informações que tivemos acerca das mecânicas e estilo do jogo tinham o potencial de tornar este projeto um dos melhores games de piratas já produzidos.

Anunciado na E3 de 2009, o jogo seria um RPG de ação mundo aberto, com uma história sem nenhuma relação com os eventos vistos no cinema, se passando antes do primeiro filme de Jack Sparrow e cia. Na trama, acompanharíamos a história de James Sterling, um jovem pirata com a ambição de adquirir reputação nos mares caribenhos. Infelizmente, James é pego em um ataque inimigo e morre em sua primeira viagem.

Porém, como nos filmes, a morte não é o final da jornada, já que Sterling acaba recebendo uma segunda chance por forças sobrenaturais. Daí, o jogador poderia customizar Sterling e escolher entre dois caminhos para o pirata: Legendary e Dreaded. No Legendary, o jogador teria como objetivo se tornar um pirata respeitado por suas ações de boa fé e confiança. Enquanto no Dreaded, uma reputação de pirata misterioso e temido pelos inimigos.

Navegando pelos mares do Caribe, você poderia customizar tanto o seu personagem quanto seu barco, adicionando armamentos, frota e recursos a medida que fosse avançando. O gameplay seria algo baseado em um RPG de ação, onde você escolheria diálogos que alterariam o rumo da história e como outros personagens te veem. Pense em algo próximo a um Mass Effect pirata, onde o jogador teria sua frota e poderia explorar ilhas e interagir com NPCs, fazendo sidequests e subindo de nível.

No combate, teríamos um típico game de ação dividido em dois modos: o combate corpo a corpo em terra firme e as clássicas batalhas entre navios nas águas do oceano. Em terra, o jogador poderia usar ataques fortes e fracos com suas armas customizáveis para infringir dano aos inimigos, além de um bônus no ataque se ele fosse executado no timing correto. Munido de sua espada e pistola havia também algumas magias especiais, como um encantamento amaldiçoador, que atordoava os inimigos agarrados e os enfraquecia para um ataque de finalização. Na prática, algo parecido com os combos e ataques de Kratos em God of War. Na demo em vídeo vemos o personagem usando uma grande corrente que puxava os inimigos e os lançava para o alto. Inimigos variavam de piratas normais até os homens-peixe vistos na tripulação de Davy Jones, usados como inimigos mais resistentes e boss de fases.

No combate marítimo, o protagonista e sua frota entrariam em conflito com outros navios piratas em uma descrição de mecânica muito semelhante ao que vimos anos depois com Assassin’s Creed III e IV. Com o navio customizável Nemesis, os atributos do barco seriam alterados de acordo com a frota recrutada para se tornar seu bando pirata. Lutando contra outros navios, o jogador poderia atacar de longe ou invadir o barco rival e entrar em combate contra a frota inimiga. Ganhando a batalha, os recursos adquiridos poderiam ser vendidos nas lojas em troca de dinheiro.

 

Depois do sucesso comercial de seu primeiro título, o reboot de Turok de 2008, que rendeu mais de 2 milhões de cópias no mundo, o estúdio Propaganda Games estava preparado para explorar novos territórios e criar um jogo maior e melhor com uma equipe mais experiente, dizendo que o jogo seria seu projeto mais ambicioso até aquele momento. Após seu anúncio em 2009, o jogo recebeu uma demo completa e um trailer em CG (que você confere acima) na E3 de 2010, sendo extremamente bem recebido pela crítica especializada, que dizia na época ter o potencial de ser o melhor simulador de piratas.

Porém, a Disney acabou dando ao estúdio outro projeto baseado em filme, Tron: Evolution, feito para o lançamento da sequência do clássico filme live-action protagonizado por Jeff Bridges. A equipe acabou se dividindo em duas, diminuindo os esforços da produção em Armada of the Damned. Após o fracasso comercial do jogo de Tron, o estúdio anunciou o cancelamento do jogo do Piratas (além dos planos de uma sequência de Turok), e após alguns meses, em Janeiro de 2011, foi anunciado oficialmente o encerramento de atividades do estúdio, despedindo mais de 100 pessoas da equipe.

O legado do jogo ainda teria um suspiro final a partir de sua trilha sonora, baseada nos clássicos temas dos filmes. Composta previamente ao cancelamento do projeto, as músicas acabaram sendo reutilizadas no game LEGO Pirates of the Caribbean, lançado em 2011 pela TT Games.

A trágica história de desenvolvimento de Armada of the Damned e o que poderia ter sido um ótimo game baseado em uma franquia cinematográfica deixou os fãs de aventuras piratas com um gosto amargo na boca. Porém, muito do que foi descrito no jogo seria usado em seguida pela franquia de assassinos da Ubisoft em Assassin’s Creed IV: Black Flag. Mas será que um dia veremos um título baseado na franquia de Jack Sparrow com as mesmas ambições do game desenvolvido pela Propaganda Games? Só o tempo dirá.

Abaixo você confere a única demo mostrada do jogo, na E3 de 2010:

 

Redação Bastidores

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