Produção da Netflix prioriza outros aspectos da vida do piloto e gera discussões sobre representatividade de sua última namorada.

A recente série da Netflix sobre Ayrton Senna trouxe à tona debates entre fãs e críticos sobre as escolhas narrativas feitas pela produção. Um dos pontos mais comentados foi a ausência de destaque para Adriane Galisteu, última namorada do piloto, que manteve um relacionamento com ele até sua morte trágica, em 1º de maio de 1994. Enquanto a produção deu mais espaço para Xuxa Meneghel, com quem Senna teve um relacionamento anterior, a presença de Galisteu foi limitada, o que gerou questionamentos.

Adriane, que já havia previsto uma possível exclusão de produções sobre o piloto, comentou em uma entrevista ao programa De Frente Com Gabi, em 1998, que sua participação provavelmente seria minimizada. “Eu acho que não vai ter imagem reservada para mim nesse filme”, disse na ocasião.

Relembrando o acidente e a perda

Em conversa recente com a CARAS Brasil, Galisteu reviveu memórias intensas do dia do acidente que vitimou Senna no Grande Prêmio de San Marino, em Ímola. A apresentadora relatou o impacto de visitar a curva Tamburello, local do acidente fatal, descrevendo a experiência como um ponto de encerramento emocional.

“Para mim, o acidente do Ayrton foi tão inacreditável. Como um homem morre fazendo aquilo que ele mais sabia fazer? Eu tinha a sensação de que ele faria essa corrida de olhos fechados”, revelou. Segundo ela, observar de perto o local onde tudo aconteceu trouxe uma conclusão emocional difícil, mas necessária.

Galisteu também relembrou a simbólica capa da revista CARAS Brasil que estampava uma foto do casal no mesmo dia da morte do piloto. “Era uma capa para contar uma história feliz e de amor, e, de repente, acontece essa tragédia. Conheço muita gente que tem essa capa guardada com carinho, porque ela virou uma referência de um momento lindo dele, enquanto estávamos vivendo algo tão triste e trágico.”

Reações e expectativas

A série da Netflix, que revisita a trajetória do tricampeão mundial de Fórmula 1, optou por explorar aspectos diversos de sua vida pessoal e carreira. No entanto, a escolha de não abordar profundamente o papel de Galisteu, mesmo sendo uma figura presente em sua última fase de vida, provocou reações emocionadas e dividiu opiniões.

Enquanto uns consideram a decisão narrativa como uma forma de focar na carreira do piloto, outros lamentam a ausência de uma representação mais completa da vida de Senna. A série reacende o debate sobre a forma como histórias de figuras públicas são contadas, muitas vezes priorizando narrativas que deixam de lado partes importantes de suas vidas.

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