Stephen King critica a violência sem sangue dos filmes de super-heróis

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O mestre do terror Stephen King fez uma crítica contundente à forma como a violência é retratada nos filmes de super-heróis, como os do Universo Cinematográfico Marvel (MCU) e da DC. Em uma nova entrevista, ele chamou a destruição em massa sem consequências realistas de “quase pornográfica” e revelou a condição que impôs para a adaptação de seu livro, A Longa Caminhada: que a violência fosse brutal e explícita.

A aguardada adaptação do romance distópico de 1979 chega aos cinemas na próxima semana, em 12 de setembro, e, segundo o autor, a promessa de brutalidade foi cumprida pelos cineastas.

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‘Se não vai mostrar, nem se incomode’

Na entrevista ao jornal britânico The Times U.K., Stephen King explicou que a premissa de A Longa Caminhada — uma competição mortal onde adolescentes são mortos se diminuírem o ritmo — exigia uma abordagem visceral.

“Eu disse [aos produtores]: se você não vai mostrar, nem se incomode. E então eles fizeram um filme bem brutal”, afirmou o autor, satisfeito com o resultado. A produção é dirigida por Francis Lawrence, conhecido pela franquia Jogos Vorazes.

A crítica à violência ‘limpa’ da Marvel e DC

A exigência de King para seu próprio filme veio acompanhada de uma crítica feroz aos blockbusters de super-heróis, que, segundo ele, mostram uma violência irreal e higienizada. “Se você assistir a esses filmes de super-heróis, verá… algum supervilão destruindo quarteirões inteiros, mas nunca vê sangue”, disse ele. “E, cara, isso é errado. É quase, tipo, pornográfico.”

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Para o autor, a ausência das consequências sangrentas da destruição em massa torna a violência um espetáculo vazio e problemático, uma crítica que ele faz há anos sobre o cinema familiar de grande orçamento.

O contraponto dos filmes para maiores

Apesar da crítica de Stephen King, vale notar que o universo dos super-heróis já produziu diversos filmes com classificação indicativa para maiores (R-rated) que não evitam a violência gráfica. Títulos como os da franquia Deadpool, Blade (1998), O Esquadrão Suicida (2021) e o recente Kraven, o Caçador (2024) são exemplos de que há espaço para o sangue e as consequências realistas no gênero, embora eles ainda sejam a exceção, e não a regra.

Sobre o autor

Matheus Fragata

Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema. Jornalista, assessor de imprensa. Apaixonado por histórias que transformam. Todo mundo tem a sua própria história e acredito que todas valem a pena conhecer. Contato: matheus@nosbastidores.com.br

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