Críticas e controvérsias: A situação atual da Ubisoft segundo seus desenvolvedores
Recentemente, surgiram declarações preocupantes sobre a Ubisoft, feitas por desenvolvedores que afirmam que a empresa ignora críticas legítimas sobre suas práticas comerciais e os jogos que lança. Segundo relatos do YouTuber Legendary Drops, esses profissionais alegam que a Ubisoft descarta feedbacks importantes, rotulando-os como “conversa tóxica de jogador”. Além disso, destacam que as políticas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) da empresa resultaram na perda de talentos, tanto em conhecimento técnico quanto em criatividade.
Em uma conversa com um dos desenvolvedores, Legendary Drops questionou como a Ubisoft lida com as críticas que recebe, como a repetitividade de design e conteúdo direcionado por agendas. O desenvolvedor respondeu que, em níveis altos, as críticas raramente são discutidas, e em níveis de projeto, são frequentemente desconsideradas. Ele destacou que a “positividade tóxica” presente na cultura da empresa impede o crescimento e a evolução dos projetos.
Reações e políticas internas
Outro ponto de tensão é a resposta da Ubisoft às críticas sobre “Assassin’s Creed Shadows“. O desenvolvedor mencionado afirmou que a empresa não apenas ignorou as críticas, mas também emitiu orientações para que os funcionários não se envolvessem publicamente nas discussões sobre o assunto. Essa postura se assemelha à abordagem da Firewalk Studios e da PlayStation, que também foram criticadas após uma apresentação de jogo que gerou reações negativas. Kim Kreines, da Firewalk, tentou explicar que o trailer exibido era apenas uma pequena amostra do que estava por vir, enfatizando que a profundidade dos personagens seria revelada ao longo do tempo.
Além de ignorar críticas, os desenvolvedores da Ubisoft levantaram questões sobre o impacto das políticas DEI. Um deles comentou que, embora essas iniciativas não tenham afetado sua equipe, muitos tópicos se tornaram “tabu”, levando os funcionários a evitarem conversas abertas. Ele mencionou que a Ubisoft enfrentou controvérsias durante o movimento #MeToo, o que resultou na saída de alguns gerentes antes que fossem expostos por comportamentos inadequados.
Em relação à mudança na direção editorial da empresa, o desenvolvedor expressou que a Ubisoft passou de uma mentalidade mais livre para um foco em “conteúdo seguro”. Isso, segundo ele, limita a criação de personagens complexos e ricos em suas histórias, dificultando a exploração de narrativas mais sombrias e impactantes. Ele citou a dificuldade de retratar um verdadeiro submundo do crime em colaborações com a Disney, especialmente no contexto de “Star Wars”.
Declínio nas vendas e falta de comunicação
Quando questionado sobre o declínio das vendas da Ubisoft, o desenvolvedor revelou que a gerência não aborda muito o assunto. Ele destacou que, mesmo com a queda no interesse dos jogadores mais engajados, a empresa continua a focar em metas financeiras alcançadas principalmente por vendas casuais. Esse foco em resultados superficiais pode estar mascarando problemas mais profundos que afetam a qualidade dos jogos.
Outro desenvolvedor corroborou as informações, afirmando que a Ubisoft demonstra pouco respeito por seus desenvolvedores. Ele mencionou a prática de promover desenvolvedores juniores a cargos seniores após apenas alguns anos de experiência, enquanto talentos mais experientes são negligenciados. Essa rotatividade constante de profissionais inexperientes resulta em uma queda perceptível na qualidade dos jogos, aumentando a quantidade de bugs e prejudicando a criatividade no design.
As declarações reveladas por esses desenvolvedores expõem um ambiente de trabalho desafiador na Ubisoft, onde as vozes críticas são frequentemente silenciadas e as inovações comprometidas. Enquanto a empresa continua a lidar com sua reputação e o futuro de seus jogos, resta saber se essas questões serão abordadas de forma efetiva para garantir a qualidade e a relevância de suas produções no mercado.
