Dirigido por  Kasi Lemmons, o filme I wanna dance with somebody – a história de Whitney Houston – Nippy para os íntimos vivida pela atriz Naomi Akie – brilha como ela, a Voz (maiúscula proposital por causa do apelido que teve em vida) feminina do século passado e início desse.Sucesso nos anos 80/90, Whitney Houston quebrou recordes atrás de recordes de venda de álbuns, de canções mais tocadas desde o seu lançamento. Filha de Cissy Houston – Tamara Tunie –  e John Russel Houston – Clarke Peters, começou a cantar no coral gospel júnior da Igreja de Nova Jersey, aos 11 anos de idade.

Sua mãe, também cantora, descobriu cedo que a voz da filha valia ouro. E ensinou técnicas de canto a ela entre uma viagem e outra para realizar shows pelos EUA. Enquanto isso, os filhos ficavam junto com os primos. Dionne Warwick era uma delas. A outra, Dee Dee, que não é citada no filme, foi a causa de muitos traumas na cantora. Uma das falhas desse espetáculo – sim, o filme é um espetáculo de shows, roupas, estilos – que está em cartaz nos principais cinemas das capitais e grandes cidades do Brasil. Somente dessa maneira, seria possível descobrir o início do envolvimento dela – e de seus irmãos – com as drogas que usou.

Apresentada ao “acaso” ao produtor Clive Davis – interpretado pelo excelente Stanley Tucci – , da artista, enquanto ainda era backing vocal dos shows da mãe, foi logo contratada e começou a ganhar fama pelas músicas que escolhia e o modo absolutamente maravilhoso que as interpreta.

Não há como não se emocionar com as diversas fases da menina que se torna mulher, começa como princesa dos EUA e cresce juntamente com as canções que escolhe e os prêmios que vai levando vida afora. 

Para quem conhece bem todos os transtornos pelos quais Whitney passou – e sobreviveu com a força interior -, não sairá totalmente satisfeito do cinema. Mas a relação dela com o seu agente tem química, carinho e compreensão. A atriz leva a personagem ao apogeu com o Hino Nacional Norte-Americano interpretado por ela na final do SuperBowl, o mais importante torneio de futebol americano, repete essa mesma força ao cantar para Nelson Mandela, na África do Sul e dá esperança de que ela venceria, por completo, o uso das drogas, quando canta no programa da Oprah. Infelizmente, não foi isso que aconteceu.

Whitney Houston fez da arte – como um todo – a sua maneira de viver, sendo escolhida por Kevin Costner para interpretar uma cantora de fama internacional, Rachel Marron, em O Guarda-Costas. Segundo o ator, não haveria outra para poder interpretar o papel.

A mezzo-soprano – sim, era esse o seu tipo de voz – se foi em 2012 por afogamento acidental na banheira do quarto de hotel que estava hospedada, depois de sofrer mais uma das dezenas de decepções que viveu – seu pai, além de roubar o que ganhava e distribuir o seu dinheiro a muitas pessoas, incluindo uma de suas amantes, a processou em 100 milhões de dólares por ser afastado do que mais gostava de fazer. Ou seja, segundo ele, cuidar da carreira da sua princesa.

Lindo e triste filme de uma vida que marcou muitas vidas com as suas canções e interpretações especialíssimas. Inclusive essa de quem escreve esse texto. Boas lembranças de um tempo feliz!

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