Canal Cactofobia | Christopher Robin: Um Reencontro Inesquecível
A Disney enfim lançou um filme live action do Ursinho Pooh, trazendo melancolia ao Bosque dos Cem Acres em Christopher Robin: Um Reencontro Inesquecível, que traz Ewan McGregor como versão envelhecida do protagonista.
Em mais uma parceria com o canal Cactofobia, Lucas Nascimento e João Felique Marques discutem sobre o novo filme de Marc Forster.
Confira:
https://www.youtube.com/watch?v=_4p4VEkSOy8
Christopher Robin: Um Reencontro Inesquecível (Christopher Robin, EUA – 2018)
Direção: Marc Forster
Roteiro: Alex Ross Perry, Tom McCarthy, Allison Schroeder, baseado nos personagens de A.A. Milne
Elenco: Ewan McGregor, Hayley Atwell, Bronte Carmichael, Mark Gatiss, Jim Cummings, Brad Garrett, Nick Mohammed, Peter Capaldi, Sophie Okonedo
Gênero: Família, Drama
Duração: 104 min.
Canal Cactofobia | Oscar de Melhor Filme Popular é uma Boa Ideia?
Em mais um vídeo do nosso parceiro Cactofobia, João Felipe Marques, João Pedro Gibran e Lucas Nascimento discutem a polêmica decisão da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas em criar a categoria de Melhor Filme Popular.
É uma chamada desesperada por audiência? A nova categoria do Oscar realmente pode expandir os limites da premiação?
Confira na discussão, e não se esqueça de assinar o canal.
https://www.youtube.com/watch?v=FX0oXru6Nhs&t
Crítica | Freddy vs. Jason - Uma grande e divertida besteira
Desde que somos crianças, sempre imaginamos o encontro de personagens de franquias diferentes. Às vezes um negócio difícil em Hollywood, graças às intrigas de direitos autorais (um encontro entre Vingadores e Liga da Justiça seria o uber ales), é um método que já deu muito certo nos anos 40, quando os filmes de Monstros da Universal promoviam crossovers entre a Múmia, Drácula, Lobisomem e outras variantes; em sua grande maioria, para lutar.
Porque essa é a graça, certo? Quando Thor e Homem de Ferro se encontram pela primeira vez em Os Vingadores, eles lutam. O primeiro grande encontro entre Batman e Superman nos cinemas, foi literalmente sobre um embate entre os dois. Dessa forma, a New Line até que demorou para colocar seus dois grandes ícones no mesmo projeto: Freddy Krueger, de A Hora do Pesadelo, e Jason Voorhees, de Sexta-Feira 13, no conflito simplesmente entitulado Freddy vs. Jason. E, claro, esses filmes de confronto geralmente significam um desgaste criativo, uma forma de ganhar uma graninha a mais ou simplesmente colocar dois ícones lado a lado. Dentro de suas pretensões baixas, é inegável que Freddy vs Jason seja perfeitamente eficiente em sua proposta.
Vale lembrar que a ideia de juntar os dois personagens já havia sido sugerida em Jason vai Para o Inferno: A Última Sexta-Feira, que terminava com a mão enluvada de Freddy saindo debaixo da terra e puxando a máscara de hóquei do assassino de Crystal Lake. Assim, começamos com um Freddy (Robert Englund, sempre) profundamente enfraquecido: novos métodos psicológicos estão mantendo sua influência sobre os sonhos dos adolescentes de Springwood limitada, e a lenda de Krueger vai rapidamente sendo esquecida. Em uma última tentativa de retornar, Freddy usa Jason Voorhees (Ken Kirzinger) para matar os adolescentes da rua Elm e recuperar seu poder, mas a situação se descontrola quando Jason acaba seguindo suas próprias leis.
Basicamente: é um concurso de popularidade. Freddy está sendo esquecido pela garotada, e fica enputecido quando seu rival acaba reunindo mais "atenção" do que ele. E não há um problema nisso, mesmo, já que o roteiro de Damian Shannon e Mark Swift jamais tenta ser o filme mais sofisticado do mundo. O trabalho da dupla, com muito sucesso, consegue captar e preservar elementos e passagens de ambas as franquias: o sexo gratuito e exploitation de Sexta-Feira 13, as sequências mais psicodélicas envolvendo sonhos de A Hora do Pesadelo e até a forma como a trama vai progredindo: flashbacks com uma jovem descobrindo pistasno passado sempre foram a principal muleta narrativa da franquia de Wes Craven, e nada mais justo do que revisitarmos a tragédia de Crystal Lake justamente através desse método. Uma decisão batida e clichê, sim. Mas que reconhece suas origens de slasher oitentista.
Os personagens são completamente descartáveis e se comunicam através de diálogos expositivos, cumprindo adequadamente os estereótipos do valentão, o nerd, o maconheiro e a obrigatória final girl (a eficiente Monica Keena), mas realmente não vale a pena nos debruçarmos sobre eles. Afinal, só ligamos para Freddy e Jason, e felizmente o diretor Ronny Yu compreende a responsabilidade e o respeito por trás desses ícones. A maquiagem em Robert Englund recupera os traços do original e oferece uma modernização sutil, ao passo em que a nova encarnação de Jason acerta no figurino mais imponente e também "zumbificado", com a jaqueta rasgada e os fiapos saindo por trás de sua máscara. As mortes também honram o legado das franquias, com um quantidade gigantesca de sangue falso, membros decepados e efeitos práticos satisfatórios - especialmente por parte de Jason, que sempre foi a força mais bruta entre os dois assassinos, e aqui usa até um facão em chamas. Os poderes de Freddy, porém, acabam sofrendo com um excesso de CGI, que na época ainda era muito artificial e que não envelheceu bem com o tempo.
Mas e quanto à luta dos dois? Definitivamente vale a pena. Há uma abordagem mais fantástica, com o primeiro confronto que se passa dentro de um dos sonhos de Jason, onde Yu infelizmente traz mais dos efeitos visuais fracos dos anos 2000 (ele transforma Jason em uma bolinha de pebolim...), mas nos entrega imagens inesperadas: como um Jason criança e deformado chorando com a máscara de hóquei, e sendo lentamente ameaçado por Freddy. E, estando não só em um sonho, mas na sala da caldeira, é o local onde Freddy tem mais poder e mais conexão "com sua franquia", até pela escolha inteligente dos tons alaranjados da fotografia de Fred Murphy, que logo alterna para o azulado da noite quando a luta evolui para o mundo real; onde Jason tem a vantagem por sua força, e onde Krueger realmente é só um cara normal com uma luva de garras.
Essa segunda luta é definitivamente mais trash, ainda mais por transformar Freddy em um lutador de Street Fighter, aplicando golpes elaborados contra o brutamontes Jason. A diferença de força entre os dois torna o combate divertido e, não sendo um filme de ação moderno, Yu mantém a ação visível e clara de se entender, dando muita ênfase no gore e em planos detalhe de sangue jorrando e membros sendo perfurados - o diretor até opta por um frame rate mais alto em tais momentos. É simplesmente maravilhoso de se assistir, e acho genial como Yu e os roteiristas optam por um desfecho ambíguo para o duelo, que até hoje gera suas discussões sobre quem seria de fato o vencedor.
Freddy vs. Jason é uma besteira. Mas é uma besteira que está bem ciente do tipo de filme que precisa ser, e acaba sendo uma bela mistura de duas das maiores franquias do gênero do terror, sendo um prato cheio absoluto para os fãs dos personagens. Não importa quem ganha, pois o vencedor de verdade é o espectador.
Freddy vs. Jason (EUA, 2003)
Direção: Ronny Yu
Roteiro: Damian Shannon e Mark Swift, baseado nos personagens de Wes Craven e Victor Miller
Elenco: Robert Englund, Ken Kirzinger, Monica Keena, Jason Ritter, Kelly Rowland, Chris Marquette, Brendan Fletcher
Gênero: Terror
Duração: 97 min
https://www.youtube.com/watch?v=ipbCUW3umJU
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Crítica | Megatubarão - Jason Statham vale mais do que o tubarão
Quando pensamos nos bons filmes de tubarão na História do Cinema, a lista é bem curta. Ela varia entre a obra-prima de Steven Spielberg e a diversão assumidamente trash da franquia Sharknado, com alguns bons filmes como Do Fundo do Mar e Águas Rasas se perdendo no miolo criativo. Eis que a Warner Bros aposta em um tubarão jurássico gigantesco para enfrentar um dos maiores astros de ação da atualidade, e temos Megatubarão. E, no fim, o longa de Jon Turteltaub também pode marcar presença nesse grupo compacto de bons filmes sobre o predador aquático.
A trama nos apresenta ao mergulhador Jonas Taylor (Jason Statham), que é chamado para resgatar uma equipe submarina que acabou presa abaixo das Fossas Marianas. Descobrindo um novo mundo aquático escondido por uma crosta térmica, Jason e a equipe de um laboratório chinês descobrem a presença de um megalodonte: um gigantesco tubarão extinto há mais de 2 milhões de anos. Quando a fera consegue atravessar a barreira das Marianas, Jonas e os cientistas deverão caçar a criatura a fim de impedi-la de seguir ao mar aberto e colocar a existência humana em xeque.
Megaclichê
Jason Statham vs Tubarão gigante. Isso já seria o bastante para nos vender para o filme, e aposto que a franquia Sharknado já deve ter ido muito além em suas propostas absurdas. A diferença é que o roteiro do trio Dean Georgaris e John e Eric Hoeber se esforça para transformar a adaptação da obra de Steve Alten em algo muito mais profundo e dramático, evitando cair diretamente para o trash - chegaremos a esse ponto em instantes. Talvez aí mesmo esteja um dos grandes problemas de Megatubarão, que insiste ao apostar em arcos dramáticos de personagens que realmente não fazem diferença; são todos criados a partir do estereótipo mais batido possível, com a relação pai e filha entre as figuras de Bingbing Li e Winston Chao sendo uma irritante perda de tempo; o momento em que o longa nos força a sentir uma perda nesse núcleo é tão artificial quanto a criatura protagonista.
Os diálogos e alívios cômicos são dos mais insuportáveis, com piadinhas e comentários irônicos que nem ao menos conseguem ser capaz de arrancar um riso - e isso falando de um elenco que traz Rainn Wilson, veterano de The Office desperdiçado em um papel clichê e previsível. Isso além da confusão temática dos roteiristas em guiar o personagem de Statham: o sujeito se vê lutando para salvar a ex-esposa (Jessica McNamee) ao mesmo tempo em que inicia um arco romântico verdadeiramente embaraçoso com a bióloga vivida por Li, daqueles que parecem saídos do diário de um adolescente no colegial, onde os dois simplesmente se olham e trocam frases do tipo "obrigada por me salvar", "é, eu prefiro você viva."
Felizmente, Jason Statham tem carisma e presença o suficiente para entregar tais falas e elas terem algum efeito. Poucas vezes vi o astro de Carga Explosiva tão carismático e adorável em tela, visto que o ator britânico geralmente assume papéis mais carrancudos. Justamente por termos o ator contracenando com uma criança (a pequena Shuya Sophia Cai) em diversos momentos de alívio, o personagem de Jonas fica mais humano e identificável, e arrisco a dizer que alguns dos melhores momentos do longa estão nessas pequenas conversas de canto; onde a atriz mirim também merece créditos por sua expressividade notável, e a forma carinhosa como se refere ao mergulhador como "maluco" constantemente.
Diversão em tamanho razoável
Em termos de visual e espetáculo, Megatubarão se sai um pouco melhor. Saído das boas aventuras protagonizadas por Nicolas Cage em A Lenda do Tesouro Perdido, o diretor Jon Turteltaub é eficiente em elaborar sequências de ação e suspense envolvendo o gigantesco antagonista marinho - cujos efeitos visuais infelizmente não surgem tão convincentes. Turteltaub nunca aposta em uma antecipação de roer as unhas como Spielberg fez em Tubarão, mas é bem feliz ao criar cenas onde temos ciência de onde o megalodonte está, mas ainda assim nos preocupamos com os personagens - vide a cena em que Jonas precisa atingir a barbatana da criatura com um rastreador, e então nadar de volta a um barco antes que ele perceba.
Quando a trama deixa o suspense de lado e parte para a ação, a condução fica muito mais dependente de efeitos visuais pouco impressionantes, mas que divertem pelo absurdo. O clímax que envolve Statham e o Meg praticamente saindo na mão (não estou brincando) é extremamente divertido, e rende uma money shot que definitivamente vai ser lembrada como uma das melhores do ano - que Dwayne Johnson preste muita atenção, já que nem em Rampage: Destruição Total o The Rock conseguiu de fato sair na mão com um monstro gigante.
Divertido nas horas certas, Megatubarão comete o erro de querer ser muito mais dramático e sério do que o necessário. O roteiro fraquíssimo peca em oferecer narrativas envolventes, e gasta tempo demais tentando fazer o espectador se importar, quando claramente queremos um foco maior na criatura do título. Um bom entretenimento, e mais uma adição à curta lista de filmes de tubarão que realmente funcionam.
Megatubarão (The Meg, EUA/China - 2018)
Direção: Jon Turteltaub
Roteiro: Dean Georgaris, Jon Hoeber e Eric Hoeber, baseado na obra de Steve Alten
Elenco: Jason Statham, Bingbing Li, Rainn Wilson, Ruby Rose, Cliff Curtis, Winston Chao, Shuya Sophia Cai, Robert Taylor, Page Kennedy, Ólafur Darri Ólafsson, Masi Oka, Jessica McNamee
Gênero: Aventura, Ação
Duração: 113 min
https://www.youtube.com/watch?v=SSkGwPj5YHw
Crítica | Missão: Impossível – Protocolo Fantasma - A arte do bom entretenimento
Como é boa a sensação de ser completamente entretido dentro do cinema, ainda mais de um filme cujas expectativas nem eram tão altas. Depois de uma franquia que nunca de fato causou uma grande impressão, Missão: Impossível – Protocolo Fantasma marca a estreia do talentoso Brad Bird (responsável por Os Incríveis e Ratatouille) na direção de longas live action, alcançando um resultado espetacular e muito além da maioria dos filmes do gênero.
A trama acompanha Tom Cruise como o agente Ethan Hunt pela quarta vez, mostrando a agência do mesmo – a IMF – ser dissolvida após um atentado à base russa do Kremlin. Sem apoio do governo, Ethan forma uma equipe clandestina com velhos aliados e novos recrutas para encontrar o responsável pelos ataques e impedir seu plano de causar uma guerra nuclear.
Depois de três bons filmes da franquia (com destaque maior para o terceiro, de J.J. Abrams), os roteiristas Josh Appelbaum e André Nemec introduzem o Protocolo Fantasma, cuja ideia em si já é inteligente por servir como reboot para a série – já que o IMF, supostamente, passará por uma transformação. E capturando todos os bons elementos de espionagem, a dupla teça uma trama repleta de rumos inesperados e reviravoltas (mesmo que algumas não fazem tanto sentido, nem são tão bem explicadas), sempre mantendo a história empolgante.
Mas é de se admirar o excepcional trabalho de Bird na direção. Depois de mostrar que ratos podem ser cozinheiros e que super-heróis também sustentam família, ele empresta sua imaginação à composição das cenas de ação mais espetaculares do ano, que vão de escaladas ao prédio mais alto do mundo até perseguições em furiosas tempestades de areia. O cineasta compreende a estrutura de uma boa narrativa e, dosando de muito bom humor, consegue manter o ritmo alucinado do primeiro minuto até seus momentos finais, capturando o espectador e envolvendo-o completamente em seus conceitos e ideias; não importando o quão bizarras ou impossíveis elas sejam: alguns gadgets vistos aqui são tão malucos que remetem até mesmo às excentricidades de Agente 86, passando por câmeras no globo ocular até locais improváveis que abrigam bases secretas da IMF.
Agora, falando sobre maluquices e cenas de ação, aplaudo de pé o desempenho de Tom Cruise aqui. Além de apresentar seu carisma habitual ao personagem, o ator mostra total disposição aos momentos mais perigosos do filme, soando a camisa em perseguições e ao corajosamente escalar o Burj Khalifa em Dubai (para aqueles que não sabem, Cruise dispensou dublês na tal cena) e render uma das mais bem elaboradas e sensacionais sequências do ano – se possível, veja em IMAX, visto que Bird aposta em uma profundidade de campo absolutamente imersiva e vertiginosa, do tipo que 3D nenhum foi capaz de replicar até hoje.
O elenco coadjuvante também mostra-se bem confortável em cena, ao começar pelo sempre divertido Simon Pegg, que interpreta aqui Benji, mais especializado em tecnologia e elaboração de planos. Paula Patton combina com eficiência sensualidade e dureza com a agente Jane enquanto o sempre ótimo Jeremy Renner mostra que seria um bom substituto para Cruise no futuro… Aliás, seria essa a justificativa para a entrada do ator na franquia, o que rendendo um dos (poucos) furos da história, que deixam o analista disfarçado com um arco um tanto inconclusivo. No campo antagonista, o finado Michael Nyqvist acerta ao não esconder a loucura de seu vilão megalomaníaco (cuja solução para os problemas de superpopulação são mais absurdos do que os de Thanos) e Léa Seydoux oferece uma personagem femme fatale digna de um bom noir, sendo um bom contraponto para Patton.
Eficaz também na montagem e na trilha sonora vibrante de Michael Giacchino, que em conjunto dão ainda mais força às cenas mais intensas, Missão: Impossível – Protocolo Fantasma é um dos melhores blockbusters dos últimos anos. Passa longe de se preocupar com a realidade para dar atenção ao que realmente importa em um pipocão que se preze: bom entretenimento.
E meu amigo, isso é entretenimento de primeira.
Missão: Impossível - Protocolo Fantasma (Mission: Impossible - Ghost Protocol, EUA - 2011)
Direção: Brad Bird
Roteiro: Josh Applebaum e André Nemec, baseado na série de TV de Bruce Geller
Elenco: Tom Cruise, Paula Patton, Simon Pegg, Jeremy Renner, Léa Seydoux, Josh Holloway, Tom Wilkinson, Michael Nyqvist, Ving Rhames
Gênero: Ação, Aventura
Duração: 132 min
https://www.youtube.com/watch?v=7wkih9Yvxq0
Leia mais sobre Missão: Impossível
Especial | Missão: Impossível
Uma das franquias mais divertidas e inventivas que Hollywood já abraçou é aquela protagonizada pelo imprevisível agente secreto Ethan Hunt, de Tom Cruise. Ao longo de sua trajetória, a cinessérie Missão: Impossível ficou famosa por sua criatividade e engenhosidade nas cenas de ação, assim como as peripécias perigosas que seu astro enfrenta em cada novo capítulo.
Reunimos aqui todo o nosso conteúdo sobre a franquia da Paramount Pictures.
Confira:
Missão: Impossível (1996)
Publicado originalmente em 23 de julho de 2018
Missão: Impossível 2 (2000)
Publicado originalmente em 24 de julho de 2018
Missão: Impossível 3 (2006)
Publicado originalmente em 25 de julho de 2018
Missão: Impossível - Protocolo Fantasma (2011)
Publicado originalmente em 26 de julho de 2018
Missão: Impossível - Nação Secreta (2015)
Publicado originalmente em 11 de setembro de 2016
Missão: Impossível - Efeito Fallout (2018)
Publicado originalmente em 23 de julho de 2018
Crítica | Missão: Impossível - Efeito Fallout | O melhor espetáculo de Tom Cruise
Dentre as inúmeras franquias que sustentam o cinema blockbuster contemporâneo, poucas são tão consistentes e fascinantes como Missão: Impossível. Baseando-se em uma série de TV de Bruce Geller, a cinessérie estrelada por Tom Cruise começou em 1996, e de lá para cá, vem impressionando com as reinvenções e atualizações em sua fórmula, além da impressionante continuidade em sua narrativa - Ethan Hunt nunca foi rebootado, como seu primo britânico James Bond. Após uma feliz dobradinha com Protocolo Fantasma, de Brad Bird, e Nação Secreta, de Christopher McQuarrie, Missão: Impossível - Efeito Fallout chega para cravar a sexta aventura do agente secreto mais insano da sétima arte. O resultado, como tem sido nos últimos anos, é o de que Cruise e sua equipe novamente chegaram ao topo de seu jogo.
Assumindo um caráter quase de sequência direta, a trama lida com as consequências da prisão do terrorista Solomon Lane (Sean Harris), antigo líder do grupo conhecido como o Sindicato. A IMF informa Ethan Hunt que diversos ex-agentes da corporação de Lane, batizados de os Apóstolos, estão à solta e continuam executando o plano de seu antigo mestre, que envolve o roubo de três núcleos de plutônio que facilitariam a construção de ogivas nucleares. A fim de impedir um cataclismo, Hunt reúne sua velha equipe com Benji (Simon Pegg), Luther (Ving Rhanes) e a misteriosa Ilsa Faust (Rebecca Ferguson), mas agora contando com a participação de um agente da CIA, August Walker (Henry Cavill), que é enviado para vigiá-los.
O Agente Secreto que Sabia Demais
Basicamente, é a mesma premissa dos demais: Ethan Hunt precisa encontrar macguffins que podem garantir a destruição mundial, mais uma vez sendo ogivas nucleares. É até divertido como o roteiro de McQuarrie abraça o aspecto essencialmente televisivo durante as primeiras cenas, onde Hunt recebe a velha mensagem de voz que nos inunda com toda a exposição necessária sobre o Sindicato e os diferentes aspectos da nova missão - justamente por estarmos no primeiro ato e termos ciência das características episódicas da franquia (que se estendem até os minutos finais, dignos de um episódio de Scooby Doo), essa orgia de informações não só soa orgânica, mas também elegante.
O que o roteiro oferece de novidade está em seu cerne, que adota elementos de um thriller de espionagem como jamais havia feito antes. McQuarrie já havia trazido elementos fortes de um cinema mais John Le Carré em Nação Secreta, mas aqui Ethan Hunt está mais próximo de George Smiley no quesito de paranoia, visto que os Apóstolos do Sindicato podem literalmente ser qualquer um, chegando a um ponto onde o roteiro está sempre pronto para puxar o tapete sob o espectador. Além disso, aplaudo McQuarrie por ter trazido de volta Solomon Lane para este filme, possibilitando uma expansão mais proveitosa do lore ainda raso de Missão: Impossível. A entrada do personagem de Cavill é bem-vinda nesse quesito, especialmente por ser um agente mais "tradicional" e ainda novato quanto aos métodos da IMF: "as pessoas realmente acreditam nessa bobagem?", questiona o brutamontes ao tomar ciência do uso das máscaras ultrarrealistas que se tornaram assinatura da franquia. Há um certo esgotamento quando a trama mergulha fundo demais nas "duplas traições e infiltrações", especialmente quando estamos diante da descartável femme fatale de Vanessa Kirby, mas a trama não deixa a bola cair.
Também é ótimo ver que o roteiro dedica um bom tempo para expandir seus personagens coadjuvantes, que sempre brilharam em suas respectivas funções ao longo dos últimos filmes. Alec Baldwin é capaz de trazer muito carisma e até humor com o secretário responsável por chefiar a IMF, enquanto Simon Pegg continua divertindo com suas observações espirituosas, ao passo em que Rebecca Ferguson continua mostrando-se como uma das peças mais valiosas da franquia com sua Ilsa Faust; e sua relação com Ethan ganha contornos interessantes. Mas é mesmo Ving Rhames que rouba alguns minutos com um monólogo surpreendentemente emotivo em relação à culpa: quando Ethan salva sua vida no primeiro ato, ele praticamente permite o roubo das três peças de plutônio, desencadeando todos os eventos da trama.
McMaestria
Mas é claro. Por mais charmosa e instigante que seja neste capítulo em questão, quando falamos de Missão: Impossível, queremos saber que tipo de acrobacia maluca e perigosa Tom Cruise foi capaz de fazer agora. E que não haja dúvidas: essa equipe está sempre se superando. Havia um certo receio com McQuarrie voltando à franquia (afinal, o charme sempre foi trazer um novo diretor a cada filme), mas só posso agradecer por seu retorno. Seu olhar para a ação é justamente como se deve ser: planos abertos, cortes limpos e uma dependência praticamente exclusiva de efeitos práticos e locações reais. Há uma sequência de perseguição de motos que impressiona justamente pelos enquadramentos abertos e vastos onde vemos Tom Cruise pilotando em meio ao trânsito parisiense: nada de muito empolgante à lá Mad Max: Estrada da Fúria acontece aqui, mas é a forma como McQuarrie opta por registrar essas cenas - e o fabuloso design sonoro - que a torna tão especial; e também por vermos Cruise ali.
E como vemos Cruise. Agora o ator pode acrescentar a seu notável repertório que já fez um salto de HALO (High Altitude, Low Opening), correu pelos telhados de Londres e saiu com um tornozelo quebrado e até mesmo pilotou helicópteros por cima de geleiras. A execução de todas essas cenas é o tipo de coisa que faz valer o investimento no ingresso de cinema de uma boa sala, com a equipe de dublês e câmeras deste filme sendo dignas de prêmios exorbitantes: para a sequência do salto HALO, um dos cameraman acoplou uma câmera IMAX em seu corpo, de forma a registrar o espetacular salto de Tom Cruise do avião, naquela que é uma das mais inacreditáveis tomadas que o cinema de 2018 vai nos propositar. É realmente impressionante, assim como ver o absurdo de dois helicópteros se enfrentando em uma corrida aérea que seria capaz de deixar Christopher Nolan de queixo caído, dado o bom uso do IMAX - acoplado no interior e exterior das naves, o que proporciona uma imersão assustadora.
Um aspecto que diferencia o trabalho de McQuarrie nessas sequências também é o humor, curiosamente. Sem jamais soar forçado, temos algumas interjeições cômicas onde os realizadores parecem estar olhando de fora para o que acontece na cena; reconhecendo a própria insanidade de suas ações. Isso fica bem evidente durante as perseguições em Londres, especialmente no momento em que Ethan - sendo guiado via GPS por Benji - precisa usar um escritório lotado como atalho para chegar a outro lugar. A correria pára por alguns segundos ali, onde vemos as reações dos funcionários e até mesmo a impaciência de Benji, no momento em que Ethan toma fôlego e cria coragem para pular de uma janela. É um pequeno momento que oferece literalmente um respiro, uma boa risada e ainda ajuda a humanizar o protagonista após tantas ações impossíveis.
E não posso deixar de mencionar a excelente trilha sonora de Lorne Balfe. Toma inspiração de Hans Zimmer na medida certa para pontuar a pancadaria, mas adota elementos dignos de um bom noir para criar uma atmosfera incerta e paranoica ao roteiro de McQuarrie.
O Rei do Show
A cada novo filme de Missão: Impossível lançado, sinto estar diante do melhor exemplar até então. Não é diferente com Efeito Fallout, que impressiona não apenas por suas cenas de ação absolutamente espetaculares, mas também por sua narrativa imprevisível e envolvente, que abraça com força o aspecto espionagem de seu DNA; e também suas origens televisivas com uma história deliciosamente episódica. Que Tom Cruise encontre novas formas de nos surpreender nos próximos capítulos.
Missão: Impossível - Efeito Fallout (Mission: Impossible - Fallout, EUA - 2018)
Direção: Christopher McQuarrie
Roteiro: Christopher McQuarrie, baseado na série de TV de Bruce Geller
Elenco: Tom Cruise, Rebecca Ferguson, Simon Pegg, Henry Cavill, Angela Basset, Ving Rhames, Sean Harris, Michelle Monaghan, Alec Baldwin, Wes Bentley, Vanessa Kirby
Gênero: Ação, Aventura
Duração: 147 min
https://www.youtube.com/watch?v=0Y5u-o3JJNM
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Feliz Sexta-Feira 13: Tudo sobre Jason Voorhees e a franquia de Crystal Lake
Jason Voorhees é um dos maiores ícones do cinema de terror americano. Sua máscara é mais associada ao personagem do que ao próprio hóquei, e o silencioso e brutal assassino do acampamento Crystal Lake é dono de uma das franquias mais duradouras do cinema recente, e é apenas uma questão de tempo até que a criação de Victor Miller e Sean S. Cunningham retorne às telonas.
Aqui, reunimos todo o nosso especial sobre a franquia Sexta-Feira 13, uma das mais influentes e populares do gênero. Confira:
Cinema
Crítica | Sexta-Feira 13 (1980)
Publicado originalmente em 13 de outubro de 2017
Crítica | Sexta-Feira 13 Parte 2 (1981)
Publicado originalmente em 23 de novembro de 2017
Crítica | Sexta-Feira 13 Parte III (1983)
Publicado originalmente em 24 de novembro de 2017
Crítica | Sexta-Feira 13 Parte IV: O Capítulo Final (1984)
Publicado originalmente em 25 de novembro de 2017
Crítica | Sexta-Feira 13 Parte V: Um Novo Começo (1985)
Publicado originalmente em 26 de novembro de 2017
Crítica | Sexta-Feira 13 Parte VI: Jason Vive (1986)
Publicado originalmente em 27 de novembro de 2017
Crítica | Sexta-Feira 13 Parte VII: A Matança Continua (1988)
Publicado originalmente em 28 de novembro de 2017
Crítica | Sexta-Feira 13 Parte VIII: Jason Ataca Nova York (1989)
Publicado originalmente em 29 de novembro de 2017
Crítica | Jason vai para o Inferno | A Última Sexta-Feira (1993)
Publicado originalmente em 30 de novembro de 2017
Publicado originalmente em 1 de dezembro de 2017
Crítica | Freddy vs Jason (2003)
Publicado originalmente em 27 de outubro de 2017
Crítica | Sexta-Feira 13 (2009)
Publicado originalmente em 3 de novembro de 2017
LISTAS
Ranking da franquia Sexta-Feira 13
Publicado originalmente em 12 de julho de 2018
Lista | Ranking da franquia Sexta-Feira 13
Depois de 11 filmes e um confronto com Freddy Krueger nos cinemas, Jason Voorhees pode orgulhar-se de ser um dos slashers mais duradouros da Sétima Arte. Com altos e baixos ao longo de sua trajetória de mais de 35 anos, Sexta-Feira 13 é uma das franquias de terror mais interessantes e divertidas de se analisar.
Com isso, confira abaixo nosso ranking de pior para o melhor da saga:
12. Jason vai para o Inferno: A Última Sexta-Feira (1993)
Nem mesmo os produtores sabiam o que fazer com Jason Voorhees nesse ponto. Não satisfeitos em simplesmente matá-lo, temos a bizarra história onde Jason é revelado como um parasita demoníaco que adota múltiplos corpos, rendendo uma trama porcamente escrita e executada de forma lastimável. Alguns bons efeitos de maquiagem aqui e ali, mas o resultado final é um desastre. Só vale mesmo pelo easter egg com Freddy Krueger no final, já dando a deixa para o confronto entre os dois.
11. Sexta-Feira 13 Parte V: Um Novo Começo (1985)
Com Jason Voorhees morto, a Paramount adota uma saída inteligente para continuar a franquia: estabelecer um novo assassino que adota a máscara de hóquei. Infelizmente, o que temos aqui é uma péssima história povoada por figuras ridículas e sem o menor carisma, além de uma direção fraquíssima que não lida bem com a proposta interessante. Felizmente, Jason iria voltar.
10. Sexta-Feira 13 Parte III (1983)
Também conhecido como "o filme em que Jason ganha a máscara de hóquei", não há nada muito além disso. Talvez seja o longa com os personagens mais detestáveis e desinteressantes da franquia, já demonstrando uma repetição muito cansativa da fórmula. Vale também apontar os risíveis efeitos de 3D, que definitivamente não sobreviveram ao teste do tempo.
9. Sexta-Feira 13 Parte VIII: Jason Ataca Nova York (1989)
A premissa era ótima: tirar Jason dos acampamentos e matas fechadas e jogá-lo na selva urbana dos arranha-céus de Manhattan. Infelizmente, o filme não vai muito além da promessa, passando metade da projeção com um núcleo tedioso envolvendo a viagem de barco do assassino para Nova York, para só depois brincar - bem pouco - com as possibilidades que a história oferece. Apenas alguns bons momentos, com destaque para a "luta de boxe" no terraço.
8. Sexta-Feira 13 Parte VII: A Matança Continua
Jason enfrenta Carrie White. É uma proposta apetitosa e que, quando finalmente chega, faz valer a visita. Porém, até lá, somos forçados a engolir um drama ridículo sobre uma jovem com telecinese que acaba se levando a sério demais. É quase como se os produtores tivessem que "passar por todo o filme" para enfim chegar no confronto. Que é muito bacana, de fato.
7. Sexta-Feira 13: Parte 2 (1982)
Com o sucesso inesperado do primeiro filme, os produtores apostam em algo definitivo para a franquia: acompanhar Jason Voorhees após a morte de sua mãe. Ainda sem máscara de hóquei ou visual estabelecido, temos o nascimento de Jason como um dos maiores ícones do terror, e a Parte 2 é bem sucedida em oferecer uma versão mais requintada - ainda que não muito memorável ou inovador - do original.
6. Sexta-Feira 13 (2009)
Com um inevitável remake no caminho, até que Jason Voorhees se saiu bem. O filme de Marcus Niespel faz um bom apanhado dos primeiro quatro filmes da franquia, oferecendo uma narrativa coesa e bem executada nos níveis técnicos. Claro, traz todos os clichês indesejáveis da franquia, como os personagens insuportáveis, mas o resultado pende para o positivo.
5. Jason X (2001)
Jason no espaço é uma ideia tão ridícula, que funciona. Assumindo-se como um trash B saído das produções do SyFy Channel, Jason X aproveita bem a proposta inusitada e oferece um divertido slasher sci-fi. Claro, os personagens são horríveis e a trama mais absurda ainda, mas é um filme que abraça o ridículo e oferece um entretenimento surpreendentemente efetivo.
4. Sexta-Feira 13 (1981)
O filme que começou tudo! Pode não ser o mais empolgante ou original, sendo fortemente inspirado por Psicose, mas o filme de Sean S. Cunningham é icônico. Especialmente pela reviravolta histórica que envolve Pamela Voorhees vingando a morte de seu filho Jason, em uma das premissas mais famosas do gênero slasher. Um bom filme, mas cujo valor está em sua história.
3. Freddy vs Jason (2003)
Projeto sonhado pelos fãs de ambas as franquias por anos, Freddy vs. Jason é uma besteira completa. Mas é uma besteira que está bem ciente do tipo de filme que precisa ser, e acaba sendo uma bela mistura de duas das maiores franquias do gênero do terror, sendo um prato cheio absoluto para os fãs dos personagens. Não importa quem ganha, pois o vencedor de verdade é o espectador neste filme divertidíssimo.
2. Sexta-Feira 13 Parte VI: Jason Vive (1986)
Depois de 5 filmes assumindo-se como algo muito sério, eis que os produtores começaram a se divertir com Jason Voorhees. Desde o início, quando o cadáver do assassino é atingido por um raio e transformar-se em um super zumbi, já entendemos o tipo de filme que vem pela frente. E se o espectador abraça a galhofa e a trasheira, a recompensa é enorme. Assumidamente capenga, Jason Vive talvez seja o filme da saga que mais entretém, além de saber usar com sabedoria a iconografia do assassino.
1. Sexta-Feira 13 Parte IV: O Capítulo Final (1984)
É irônico que o quarto Sexta-Feira 13, vendido como o último da série, acabe por tornar-se o melhor exemplar que a franquia já teve. A abordagem de Barney Cohen e Joseph Zito foi um bem-vindo sopro de ar fresco e diversão genuína, e prova-se um aprimoramento tanto no terror, quanto no mais do que necessário trabalho com os personagens, que pela primeira vez tornam-se figuras interessantes; muito disso se deve ao ótimo Corey Feldman, que cria um adversário incomum para Jason Voorhees. Teria sido um final perfeito.
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Especial | Predador
Um dos caçadores mais letais e inteligentes da galáxia, e cujo posto de grande alienígena do cinema só é equiparado com seu mortal inimigo Alien, o Predador é um personagem icônico da coleção cinematográfica da Fox. Aqui, reunimos todo o nosso conteúdo referente ao monstro que despontou no filme de John McTierman, e que continua rendendo novas interações em praticamente todas as mídias da cultura pop.
Confira:
Cinema
Crítica | O Predador (1987)
Publicado originalmente em 13 de maio de 2017
Crítica | Predador 2: A Caçada Continua (1990)
Publicado originalmente em 14 de maio de 2017
Crítica | Alien vs. Predador (2004)
Publicado originalmente em 9 de maio de 2017
Crítica | Aliens vs. Predador 2 (2007)
Publicado originalmente em 9 de maio de 2017
Crítica | Predadores (2010)
Publicado originalmente em 15 de maio de 2017
Crítica | O Predador (2018)
Publicado originalmente em 12 de setembro de 2018