Artigo | Em defesa de Homem-Aranha 3

Um dos filmes que mais apanha injustamente dos fãs, críticos e literalmente qualquer pessoa interessada em cinema de super-heróis, é Homem-Aranha 3. O encerramento da trilogia de Sam Raimi com Tobey Maguire como o Cabeça-de-Teia, o filme foi lançado em maio de 2007, marcando uma década desde sua estreia, que fora marcada por uma expectativa gigantesca após o sucesso do anterior e a sugestão de adaptar alguns dos arcos mais populares do personagem, trazendo o tão esperado Venom como vilão da produção.

Não era apenas a promessa de um filme quando vimos o primeiro teaser trailer com o uniforme negro do Homem-Aranha, mas sim a promessa de uma grandeza maior do que os olhos poderiam contemplar. Infelizmente, seria impossível para o filme se equiparar ao alto pedestal onde estava sendo colocado, algo que explica também porque os "terceiros capítulos" sempre acabam ofuscados pela responsabilidade de seguir um capítulo intermediário excepcional - ver O Cavaleiro das Trevas Ressurge, X-Men: O Confronto Final e O Poderoso Chefão Parte III.

Mas aí vem o ponto deste artigo. Não acho que Homem-Aranha 3 seja um filme ruim, de forma alguma. É o pior exemplar da magistral trilogia de Sam Raimi, traz, sim, um roteiro defeituoso que carece de uma revisão e temos toda a complexa questão acerca da controversa dancinha emo, mas em seu núcleo é um bom filme que merece ser redescoberto, e até afirmo que possui certas características que não encontramos mais em filmes recentes do MCU, DCEU ou em qualquer exemplar da linha contemporânea de universos compartilhados.

A Direção

E o primeiro motivo é justamente Sam Raimi. Quando criança, não tinha a cabeça que tenho hoje, tampouco o olhar mais apurado para identificar fatores como movimentação de câmera, lentes ou mise en scène. Revendo Homem-Aranha 3 hoje, é inegável que Raimi seja um mago por trás das câmeras. Ele já havia se provado como um diretor de ação e narrativa excepcional nos anteriores, e essa marca autoral definitivamente não se perdeu aqui. Sua câmera é um dos discípulos claros do estilo de Steven Spielberg, usando planos longos que trocam o eixo e o enquadramento constantemente para acompanhar ações contínuas, nunca nos dando a impressão de que ainda estamos no mesmo plano - da mesma forma como Spielberg nos engana ao achar que houve um corte de um movimento para outro.

Tome como exemplo a cena em que dois policiais perseguem Flint Marko, o Homem-Areia, após reconhecê-lo na rua. O plano se inicia com o enquadramento em Thomas Haden Church caminhando, então vira-se para os dois policiais conversando, de volta para o fugitivo atravessando a rua, e então retorna para os policiais correndo ao seu encontro, sacando as pistolas enquanto escondem-se atrás de um caminhão - onde Raimi mantém a câmera um pouco mais intensa, enquanto segue o rosto de um deles. Vemos recursos assim durante todo o filme, especialmente durante as apresentações do próprio Marko e de Harry Osborn no balcão de um teatro, quando um suave movimento de grua levanta-se para mostrar o primeiro antagonista do filme sentado acima de Parker.

Raimi é um mestre nessas sutilezas e no jogo de câmera, e mantém esse mesmo domínio durante todas as ótimas cenas de ação. Uma decisão pessoal do diretor para este terceiro filme foi apostar em mais momentos com Peter sem a máscara do Homem-Aranha, visto que o diretor achava que o público "perdia" o lado humano do personagem durante as batalhas espetaculares contra o Duende Verde e Doutor Octopus. Com isso, temos duas excelentes cenas com o herói lutando desmascarado, ambas envolvendo o Novo Duende de Harry Osborn. Sim, por um lado isso revela a artificialidade dos efeitos visuais ao recriar os rostos de ambos os atores - algo que também acontece com Alfred Molina no segundo filme, diga-se de passagem - mas realmente oferece uma certa humanidade aos personagens, isso também porque Raimi está sempre atrás de tomadas de reação, contemplação e closes durante tais cenas.

 

Esse efeito torna-se mais evidente durante a segunda luta entre Peter e Harry, talvez a mais brutal e intimista de toda a trilogia, quando os dois ex-amigos se enfrentam dentro da mansão Osborn. Nenhum deles usa uniformes ou trajes especiais (o simbionte é escondido sob o casaco de Parker), rendendo uma luta de socos, chutes e arremessos que vão destruindo todo o luxo do ambiente - com os danos colaterais de janelas, mesas e paredes ajudando a nos dar uma ideia da força de ambos os lutadores. Aliás, é formidável como Raimi insiste em usar dublês para manter o "realismo" da cena, já que claramente perceberíamos se um James Franco digital fosse arremessado em uma pilastra de madeira ou através de uma porta de vidro; aqui, fica nítido que um ser humano realmente foi lançado, em uma tremenda valorização do trabalho desses profissionais.

E mesmo quando Raimi aposta na extravagancia de bonecos digitais se espancando, o resultado não deixa de entreter. Por exemplo, quando vemos versões CGI do Homem-Aranha e Venom lutando enquanto caem de um prédio, estamos diante de bonecões de borracha que nem parecem tentar esconder sua artificialidade enquanto a porradaria come solta. Porém, a forma como a câmera virtual de Raimi os segue é dinâmica a ponto de tornar a briga viva, com o fato de todo o pequeno confronto se desenrolar em um plano único auxiliando em manter o espectador preso à ação, que também deve muito às cores fortes dos uniformes e o fabuloso design de som, que confere força e impacto a cada soco, chute e teia disparada - com um foley acertadamente diferenciado para os golpes e impactos de Venom. Uma cena assim, de 10 anos atrás, ainda é mais estimulante e dinâmica do que as batalhas CGI chapadas de Superman e Zod em O Homem de Aço, por exemplo, graças à ausência de cor, efeitos sonoros impactantes e o uso intenso da câmera virtual (o granulado da fotografia certamente não ajuda). Isso se aplica a muitos outros longas do gênero, por sinal, e nem preciso dizer que é infinitamente melhor do que qualquer tentativa de se fazer uma cena de ação em qualquer um dos dois Espetacular Homem-Aranha.

E que pecado seria, no assunto de sequências digitais, não falar sobre a fabulosa cena que nos apresenta aos poderes do Homem-Areia. Inteiramente formada através de efeitos visuais e sem a presença de diálogos, vemos a reconstrução de Flint Marko através de minúsculos grãos de areia, rendendo um espetáculo deslumbrante que permanece convincente e impressionante até hoje - quase como se um curta animado da Pixar repentinamente tivesse sido colocado no meio do filme. A música de Christopher Young é soberba, assim como os pequenos resquícios de expressividade no rosto de areia de Marko enquanto ele é motivado pela foto de sua filha. Cite uma sequência de origem de vilão melhor que essa, e falhe miseravelmente.

 

O Roteiro

O roteiro tem problemas, isso é inegável. Não só a trama depende muito de coincidências para sair em disparada: um meteorito com parasita alienígena cai justamente no parque onde Peter e MJ estão, além de praticamente todos os personagens estarem conectados de alguma forma, com Peter salvando sua colega de classe Gwen Stacy, que é filha do capitão de polícia encarregado com o caso do assassinato do tio Ben, e também é "namorada" de Eddie Brock, o futuro Venom e rival de Peter no Clarim Diário... Tudo isso até que poderia ser aceito graças às convenções do gênero, além de tornar todas as peças do tabuleiro importantes, evitando figuras genéricas, mas nada soa mais artificial do que o Homem-Areia ter sido revelado como o verdadeiro responsável pela morte de Ben. É uma jogada que muda o arco do primeiro filme e não soa nada verossímil, e eu realmente preferiria que o roteiro não tivesse esse bloco gigante de história. Porém, isso é relevante para que Peter tenha um risco emocional e pessoal mais forte em sua batalha com Homem-Areia, além de ser a perfeita porta de entrada para a entrada do simbionte na trama.

Como resolver esse problema sem precisar fazer retcom na morte do Tio Ben? Uma decisão ousada e cruel, mas se o Homem-Areia tivesse acidentalmente matado a Tia May durante alguma cena de ação, não só o peso dramático serviria para o núcleo de Peter e o do simbionte, como também aumentaria ainda mais a raiva do protagonista e os riscos da história - potencializando também uma catarse mais poderosa e recompensadora no final, quando Peter acabaria perdoando Marko. Sem flashbacks, sem mudança de arco estabelecido e também traria o aspecto "monstro acidental" que os poderes do Homem-Areia agregam ao personagem. Mas até eu ficaria de coração partido em ver a morte da adorável personagem de Rosemary Harris.

Mas no que diz respeito ao desenvolvimento do trio protagonista, o filme acerta. Porque convenhamos, o desenrolar e clímax de Homem-Aranha 3 deixa claro que toda essa trilogia é sobre a relação dos três, visto que acompanhamos o crescimento e amadurecimento do trio ao longo dos filmes - mas sempre do ponto de vista de Peter, claro. A imagem dos três juntos durante o desfecho trágico do clímax é uma das mais fortes da saga, com o sacrifício de Harry (morto da mesma forma que seu pai, ironicamente) fortalecendo a catarse do personagem após três filmes odiando e repudiando o Aranha, e também servindo à moral de perdão que o longa explora também com Peter e Flint Marko.

Depois de um filme todo com Peter sofrendo para balancear sua vida dupla, quando Homem-Aranha 3 nos apresenta a um mundo ideal onde o herói é amado por todos, seu ego começa a subir, e o espectador se sente vingado por finalmente ver Tobey Maguire, a personificação suprema da bondade no mundo, enfim tendo tudo o que merece. Inteligente é o roteiro ao ter um Peter com a cabeça cheia justo no momento em que Mary Jane Watson passa por sua maior crise, sendo demitida do espetáculo da Broadway e tendo dificuldades em esconder o ciúmes que sente ao ver o alter ego de seu namorado sendo ovacionado por toda parte.

Por fim, vale apontar como o humor do filme é acertadíssimo. Nunca parece intrusivo ou mal colocado (ver TODOS os filmes da Marvel Studios), tendo a mesma elegância e criatividade dos anteriores, como a genial participação de Bruce Campbell como um gerente de restaurante francês e o sempre espetacular J.K. Simmons como J.Jonah Jameson, cujas aparições no núcleo do Clarim Diário são orgânicas e funcionais. E já que estamos falando de humor, hora de falar da cena mais engraçada da película: a dança emo! Muitos reclamam da cena ser ridícula e tosca, mas é justamente esse seu propósito! Quando vemos Tobey Maguire rebolando pelas ruas ao som de James Brown, é muito claro que a intenção de Raimi é nos fazer rir daquilo, oferecendo um respiro de humor após um ato tão sombrio envolvendo a segunda batalha com Harry.

Já a dança no clube de jazz, bem... Indefensável.

Venom

OK, vamos lá. Edward Brock Jr, o alter ego de Venom é habilidosamente introduzido no primeiro ato. Devo ser uma minoria aqui, mas só tenho elogios para a performance de Topher Grace, que consegue criar a antítese de Peter Parker em sua postura de nerd frágil e meio bobo (é o Eric de That' 70s Show, pelo amor), mas que esforça-se para projetar uma persona mais cool e radical, com suas tentativas fracassadas de jogar cantadas em Betty Brandt, o puxasaquismo em relação a J. Jonah Jameson e até seu figurino que destoa do de Peter, trazendo uma jaqueta de couro preta por cima de sua camisa e gravata - isso sem falar no cabelo oxigenado e arrepiado.

Quando Brock finalmente é tomado pelo simbionte, temos uma excepcional adaptação do visual do Venom dos quadrinhos para o cinema, e isso evidentemente irritou os fãs de sua versão de papel. Este Venom não é bombado, gigante ou linguarudo como nas HQs de Stan Lee e Jack Kirby, e isso realmente não importa. Não fere à trama se este Venom lambe a cara do Homem-Aranha ou não, sendo a versão apropriada que o longa vinha construindo desde então, com a fisionomia de Topher Grace sendo mantida quase que intacta no uniforme - que sabiamente mantém os traços da teia do Homem-Aranha em sua confecção. Outra grande reclamação é o fato de que Venom está sempre "trocando" o rosto para o de Grace, mas já vimos que isso faz parte da decisão de Raimi em humanizar os personagens, e confesso que fico feliz por tal ação possibilitar mais da carismática performance do ator, que se diverte em criar um vilão movido por maldade - mesmo que todas as suas motivações estejam presentes desde o primeiro ato.

Durante a batalha entre o herói, Venom e Homem-Areia no clímax, é evidente que o vilão acaba terrivelmente desperdiçado e com menos tempo de cena do que esperávamos. Porém, é justificável se levarmos em conta que o simbionte é um mal que Peter enfrentava desde o segundo ato do filme, e que a rivalidade de Eddie Brock também já vinha de muito antes; e, indo mais fundo, a própria luta do protagonista contra o lado sombrio é o tema de toda a projeção.

Não digo que Homem-Aranha 3 seja uma obra-prima, e sem dúvida alguma é o exemplar mais fraco da primorosa trilogia de Sam Raimi. Porém, é um filme que acerta em sua mensagem e execução geral, com a exploração do lado sombrio do protagonista rendendo ótimos momentos e uma catarse poderosa, além de comprovar que Raimi é um mago por trás das câmeras, entregando algumas das melhores sequências que o gênero já viu. Vale apontar, sempre é bom puxar aquele DVD da prateleira e rever aquele filme que não envelheceu tão bem na memória.

O resultado pode ser melhor do que o esperado, e Homem-Aranha 3 se beneficia disso, principalmente quando percebemos o quanto esse filme tem em seu núcleo, que diversas outras produções atuais infelizmente não se preocupam mais.

 

Leia mais sobre Homem-Aranha


Andrew Garfield achava que era

Lista | As 5 melhores Cenas dos Filmes O Espetacular Homem-Aranha

Vocês acharam que tinhamos ignorado os filmes de Andrew Garfield em nossa retrospectiva das melhores cenas da trilogia Homem-Aranha, certo? Pois bem, chegou a hora de relembrarmos alguns dos melhores momentos dos dois filmes de O Espetacular Homem-Aranha, ambos dirigidos por Marc Webb durante a fase do reboot iniciada em 2012.

Confira:

https://www.youtube.com/watch?v=4_23t4NzAMk

5. O Ladrão de carros

O Espetacular Homem-Aranha (2012)

Para bem ou para mal, nunca antes tínhamos visto um Homem-Aranha assim. Completamente sarcástico, piadista e até um pouco sádico, é a primeira vez em que vemos o Aranha de Andrew Garfield agindo com seu recém-confeccionado uniforme, usando-o para prender um ladrão de carros durante sua caçada ao assassino de Tio Ben. A fotografia é inspirada ao marcar o brilho das cores da roupa em uma paisagem completamente escura, e a performance de Garfield aqui, aliada às piadinhas certeiras, é particularmente inspirada.

https://www.youtube.com/watch?v=wXM3GK--nhM

4. Perseguindo Rino

O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro (2014)

Logo nos minutos iniciais do segundo filme, Marc Webb já mostrava-se atento às reclamações do primeiro filme: temos uma gigantesca perseguição de carros pelo centro de Nova York, onde o Homem-Aranha persegue o caricato Aleksei Sytsevich de Paul Giamatti, que viria a se tornar o vilão Rino no final do longa. Vemos uma sequência bem orquestrada e competente, mas que brilha principalmente por ilustrar o incrível senso de humor do herói durante a perseguição.

https://www.youtube.com/watch?v=5rEFkI6fJRo

3. Electro na Times Square

O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro (2014)

Um problema sério nos dois filmes Espetacular inegavelmente fica na questão dos vilões, que são todos subdesenvolvidos e não conseguem atingir um bom nível de visual, motivação ou ameaça. Porém, quando temos a primeira cena do Electro de Jamie Foxx no segundo filme da franquia, temos um ótimo vislumbre do quão poderoso seu arco poderia ter sido. Em um embate entre o personagem e o Aranha na Times Square, temos um visual incrível graças aos raios azuis do antagonista, além de um poderio imagético notável ao trazer Electro maravilhado com os painéis e televisores da cidade estamparem seu rosto, e o vilão finalmente ganha todo o reconhecimento que tanto quis. Quando estes são substituídos pela imagem do Aranha, entendemos sua motivação e o rumo da história. Ah, e o dubstep de Hans Zimmer é insano!

https://youtu.be/psB3Ta-5XWY

2. Sequência do Skate

O Espetacular Homem-Aranha (2012)

Eu estou com vocês. Peter Parker não anda de skate, e essa é uma ideia um tanto equivocada para o personagem. Porém, fidelidade ao material original à parte, esta sequência ao som de Til Kingdom Come, belíssima canção do Coldplay, é sem dúvida alguma o melhor momento do primeiro filme. É uma espécie de "montagem de treinamento", com Peter testando a evolução de seus poderes, seja através de manobras com skate ou se balançando pelas correntes de um galpão. Agrada pelo ritmo e a montagem, com a música dando todo o charme para esta linda cena. É um videoclipe no meio do filme? Sim. Mas é bom? Oh, sim.

https://www.youtube.com/watch?v=Xi3P8vUveVQ

1. A Morte de Gwen Stacy

O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro (2014)

Mesmo com todos os deméritos, é de se admirar a coragem dos realizadores em apostar na morte da amada Gwen Stacy. Tomando inspiração direta dos quadrinhos, essa trágica cena levou muitos fãs às lágrimas em 2014, quando o Homem-Aranha falha em salvar sua namorada de uma queda morta provocada pelo Duende Verde de Dane DeHaan. O impacto de Gwen no chão é brutal, o simbolismo do relógio parado é uma bela sacada, e a performance de Garfield acerta ao não ser melodramática demais, entregando a reação ideal. Uma ótima cena.

Menção Honrosa

https://www.youtube.com/watch?v=2OqMlQYSN30

Stan Lee na biblioteca

O Espetacular Homem-Aranha (2012)

Cameos de Stan Lee já viraram uma piada batida em filmes da Marvel, especialmente por termos ciência de que elas acontecerão. Porém, como não esboçar um sorriso durante este genial momento em que o bom velhinho passeia pela batalha desgovernada entre o Homem-Aranha e o Lagarto no primeiro filme? Ótimo.

Essa foi nossa lista sobre os filmes de Andrew Garfield? Deixamos algum momento de fora? Qual a sua cena preferida dos dois filmes? Ainda não superou Gwen batendo as botas? Comente!


Lista | As 10 Melhores cenas da trilogia Homem-Aranha

Ao longo de 5 filmes lançados até o momento, o Homem-Aranha ganhou diversas sequências memoráveis onde diferentes diretores esforçaram-se para traduzir visualmente seus confrontos, habilidades e momentos relevantes para seu caráter. Reunimos aqui, primeiro, os 10 melhores momentos dos três filmes de Sam Raimi.

Confira:

https://www.youtube.com/watch?v=rDGRAHBojWE

10. A Dança Emo

Homem-Aranha 3 (2007)

Eu sei, eu sei! Todos vocês odeiam essa cena, mas venho aqui defender que ela é perfeita em seu propósito: servir como uma elaborada piada sobre a transformação sombria de Peter Parker após o uso contínuo do uniforme simbionte. Temos aí um Tobey Maguire todo convencido de franjinha emo, rebolando pelas ruas ao som de Drive that Funky Soul, de James Brown, pelas ruas de Nova York, com a reação assustada e cômica de todas as moças que cruzam seu caminho sendo um toque perfeito. Como não se divertir?

https://www.youtube.com/watch?v=eALUdFE3uSA

9. Batalha contra o Novo Duende

Homem-Aranha 3 (2007)

Sam Raimi é simplesmente um mago na condução de grandes cenas de ação. Começando o terceiro filme com o pé na porta, temos a introdução de Harry Osborn como o primeiro antagonista, que assume o manto de seu pai e vira o Novo Duende Verde, perseguindo Peter pelos céus de Manhattan enquanto tenta assassiná-lo. Uma sequência grandiosa e empolgante, com efeitos visuais competentes e um senso de humanidade sempre presente, especialmente pelos dois lutadores estarem desmascarados.

https://www.youtube.com/watch?v=sqr6j0OhkYM

8. Papo de Elevador

Homem-Aranha 2 (2004)

Aqui vai uma bela aulinha sobre como se fazer comédia em filmes de super-heróis (É, Marvel Studios, estou falando com você). Após uma súbita falha em seus poderes, o Aranha é forçado a pegar o elevador de um prédio para poder descer em segurança. Ele só não esperava a aparição de um morador do condomínio, o que rende a conversa de elevador mais desconfortável e hilária que poderíamos imaginar. É um humor sutil e que se desenrola em um único take e com uma predominância de silêncio, fazendo graça justamente desse imagético absurdo.

https://www.youtube.com/watch?v=_5d6rTQcU2U

7. Grandes poderes, grandes responsabilidades

Homem-Aranha (2002)

Falta aos filmes de super-heróis contemporâneos uma cena simples, mas poderosa como essa. Quando o Tio Ben pára para conversar com Peter no carro após uma carona, justo no ponto em que o protagonista começa a se divertir com seus poderes, temos um diálogo preciso e sincero sobre as mudanças na vida de um homem. Ben alerta que este é o momento em que ele começa a definir a pessoa que será pelo resto da vida, e avisa também que grandes poderes trazem grandes responsabilidades. Excelente roteiro e atuações precisas de Maguire e Cliff Roberston, em uma cena que nos ensina muito não só sobre Peter Parker, mas também traz uma importante moral para a vida.

https://www.youtube.com/watch?v=RHxh5NJaMkU

6. Transformação em Venom

Homem-Aranha 3 (2007)

Havíamos visto os pequenos vislumbres em trailers, comerciais de TV e imagens, mas a cena completa onde Peter Parker se livra do pegajoso simbionte alienígena, apenas para que este encontre um novo hospedeiro na forma de Eddie Brock, foi melhor do que poderíamos esperar. É uma recriação quase perfeita desse mesmo momento dos quadrinhos, onde testemunhamos no nascimento de Venom na capela de uma igreja. A direção de Raimi aqui é espetacular, com seus enquadramentos dinâmicos oferecendo um forte simbolismo em relação à transformação, além do excelente uso de efeitos visuais quando o pobre Eddie é atacado pelo parasita.

https://www.youtube.com/watch?v=zlwaUJzGqns

5. A Descoberta dos poderes

Homem-Aranha (2002)

O gênero de super-heróis atual carece de muita coisa do início dos anos 2000, mas a principal talvez seja essa: o maravilhamento e a descoberta dos poderes. Quando Peter começa a perceber a teia saindo de seu pulso, ou que possui a habilidade de escalar paredes, temos uma das sequências mais divertidas e empolgantes da trilogia, onde o espectador fica tão surpreso quanto Tobey Maguire, que salta de prédio em prédio gritando de felicidade e experimenta diferentes formas de "ativar" sua teia orgânica. Super-poderes são feitos para impressionar, e é triste notarmos como atualmente são um mero acessório. Shazam carai!

https://www.youtube.com/watch?v=vTT3l-N6Au4

4. O Nascimento do Homem-Areia

Homem-Aranha 3 (2007)

Inteiramente formada através de efeitos visuais e sem a presença de diálogos, vemos a reconstrução de Flint Marko através de minúsculos grãos de areia, rendendo um espetáculo deslumbrante que permanece convincente e impressionante até hoje - quase como se um curta animado da Pixar repentinamente tivesse sido colocado no meio do filme. A música de Christopher Young é soberba, assim como os pequenos resquícios de expressividade no rosto de areia de Marko enquanto ele é motivado pela foto de sua filha.

https://www.youtube.com/watch?v=yx3Xo2K910Q&t

3. Massacre de Octopus no Hospital

Homem-Aranha 2 (2004)

Sam Raimi raiz! Em uma sequência inesperadamente assustadora e violenta, Raimi nos lembra suas origens slasher de A Morte do Demônio ao trazer os tentáculos do Doutor Octopus despertarem durante a mesa de operação, atacando todos os médicos, que nada podem fazer além de gritar, correr e levantar motosserras contra as poderosas criações metálicas. Raimi utiliza silhuetas marcantes, planos holandeses e zoom ins nas bocas das pobres vítimas dos tentáculos, abraçando uma decupagem desvergonhadamente slasher. Uma cena apavorante, mas que deixa um sorriso no rosto pela grande homenagem.

https://www.youtube.com/watch?v=aBpwrORhKWU

2. O Beijo

Homem-Aranha (2002)

É um daqueles momentos em que você sente que está testemunhando o nascimento de um ícone. Depois de salvar Mary Jane de alguns bandidos de rua, o Aranha desce de ponta cabeça para conversar com a moça, que retribui o salvamento heróico com um inesperado beijo sob sua máscara levantada pela metade. É uma cena belíssima e essencialmente romântica, com a chuva e a trilha sonora de Danny Elfman oferecendo o clima apropriado para esse ponto de virada. Não importa o carisma de Andrew Garfield e Emma Stone nos filmes rebootados, nunca chegaram perto de uma cena assim.

https://www.youtube.com/watch?v=yRhRZB-nqOU

1. A Sequência do Trem

Homem-Aranha 2 (2004)

Até hoje permanece imbatível. Talvez seja a melhor cena de ação já realizada dentro do gênero de super-heróis, com o Aranha e o Doutor Octopus levando sua briga para os vagões de um trem elevado, que impressiona pela coreografia de luta contra os tentáculos do vilão, a ambientação de toda a cena e o fato de que Octopus chega a jogar passageiros em direção ao herói. Só melhora quando Peter precisa desesperadamente parar o trem, que segue descontrolado para o fim da linha onde um destino horrível os aguarda. A definição de heroísmo está nessa cena emocionante.

Menção Honrosa

https://www.youtube.com/watch?v=IgL8h_u2PHw

Cada segundo de participação de J.K. Simmons

Todos os filmes

Talvez seja o maior casting já feito na história do cinema de quadrinhos. Um perfeito alívio cômico e quase um antagonista pessoal de Peter Parker, o J. Jonah Jameson de J.K. Simmons forneceu algumas das melhores piadas e tiradas em todos os filmes, partindo de uma caracterização perfeita e uma performance absolutamente perfeita do ator. Já tivemos três Aranhas no cinema, mas apenas UM Jameson!

A nostalgia também bateu forte pra vocês? Qual sua cena preferida dessa maravilhosa trilogia do Homem-Aranha?

Comente abaixo!


Lista | Os Uniformes do Homem-Aranha nos quadrinhos

Acho que poucos super-heróis na história dos quadrinhos tiveram tantas variações em seus uniformes quanto o Homem-Aranha. Talvez apenas o Batman seja capaz de disputar esse título com o Cabeça de Teia, mas é um fato de que o maior personagem da Marvel tem uma incrível variedade de figurinos ao longo de sua vasta trajetória pelos quadrinhos.

Vamos relembrar todas elas aqui:

 

O clássico

Amazing Fantasy #15 (1962)

Há quem diga que este é o melhor uniforme de super-heróis de todos os tempos. Criado por Stan Lee, Jack Kirby e Steve Dikto, o primeiro uniforme do Homem-Aranha traz o incrível equilíbrio entre azul e vermelho, as cores da aranha que lhe garantiu os poderes, além dos olhos expressivos na máscara e as teias embaixo dos braços. Coisa fina.

Traje do Ringue

Amazing Fantasy #15 (1962)

Antes de se tornar o Homem-Aranha, Peter Parker emprestou seus poderes para uma luta livre onde fantasias eram obrigatórias. Assim como nas encarnações do cinema, é um figurino altamente improvisado e que serve apenas para esconder a identidade de Peter.

A Armadura

Web of Spider-Man #100 (1963)

Nada a ver com o Homem de Ferro (não ainda, pelo menos), mas o Homem-Aranha já teve uma armadura digna do período medieval quando enfrentou o vilão Richard Fisk, O Rosa.

O Uniforme negro

Amazing Spider-Man #252 (1984)

O look predileto da maioria dos fãs, o icônico uniforme negro fez sua primeira aparição na saga das Guerras Secretas, quando o Aranha e os Vingadores travaram batalhas espaciais em outros planetas. Quando seu uniforme clássico é rasgado em uma batalha, Parker encontra uma substância chamada simbionte, que acaba grudando em seu uniforme e criando uma forma totalmente nova. O Homem-Aranha viria a usá-lo por anos, até reviravolta que nos revela que a substância é o parasita alienígena que daria origem ao temível Venom.

 

Homem-Vergonha

Amazing Spider-Man #258 (1984)

Essa é lendária. Logo após Reed Richards, o Sr. Fantástico, ajudar Peter a se livrar do simbionte alienígena (que tomava a forma de todas as suas roupas), o Tocha Humana lhe emprestou um antigo uniforme do Quarteto Fantástico, com o qual Peter completou ao colocar um saco de papel na cabeça. Ah, os amigos...

Capitão Universo

Micronauts #8 (1979)

Quando Peter Parker sofre um acidente com a força do Uni-Power, ele ganha poderes cósmicos e acaba assumindo a identidade do Capitão Universo e um uniforme milenar que o permite controlar uma série de novas habilidades.

Aranha Escarlate

Amazing Spider-Man #149 (1975)

Saído da infame Saga do Clone, o Aranha Escarlate é um dos clones de Peter Parker que acaba figurando em diversas outras histórias e já assumiu diferentes identidades. O visual do Escarlate é famoso pela peça de roupa azul por cima do traje vermelho, que em algumas versões também vem acompanhada de um capuz.

 

Ben Reilly

Amazing Spider-Man #149 (1975)

Ainda na Saga do Clone, Ben Reilly acreditou ser o verdadeiro Homem-Aranha e assumiu sua identidade. Seu traje traz algumas mudanças em relação ao visual do Escarlate, com o símbolo da aranha no peito bem maior, além dos braceletes que dariam inveja à Mulher-Maravilha.

Traje Negativo

Spider-Man (Vol. 1) #90 

Ao enfrentar o vilão Aniquilador, o Aranha foi forçado a embarcar em uma Zona Negativa, onde o local refletia seu traje e o deixava - como o próprio nome sugere - em uma coloração negativa, apenas com os tons de preto e branco. Estilo.

Aranha-de-Ferro

Amazing Spider-Man Vol 1 #529 (2006)

Uma das combinações mais incríveis dos quadrinhos, o Aranha-de-Ferro é fruto de uma parceria entre Peter e Tony Stark, o Homem de Ferro. Durante os eventos de Guerra Civil, Stark fabrica uma armadura especial para o Cabeça de Teia, de forma a ajudá-lo no conflito com o Capitão América. Só estamos esperando para essa belezinha figurar nos cinemas...

Homem-Aranha Unlimited

Webspinners #13 & 14

Durante duas edições de Webspinners, o Homem-Aranha adotou um traje similar àquele visto na série TV animada Spider-Man Unlimited, que traz uma caprichada variação no esquema de cores do uniforme e também no estiloso símbolo da aranha no peito, que praticamente figura em todo o torso de Parker. 

 

Aranha-Fênix

Spider-Man #25 - Why Me? (1992)

É isso mesmo. A Força Fênix que assombrou Jean Grey e garantiu um dos melhores arcos dos X-Men nos quadrinhos também já se apoderou do Cabeça-de-Teia, conferindo a ele poderes destrutivos e um novo uniforme. A bizarra combinação aconteceu em um crossover do Homem-Aranha com a linha Excalibur.

Os Slingers

Crise de Identidade (1998)

Durante a fase da Crise de Identidade, o Aranha tem sua cabeça colocada a prêmio após ser acusado de um assassinato, forçando-o a se esconder e criar 4 identidades diferentes para manter seu anonimato. São elas o Ricochete, o Sombra (este, criado com o Traje da Zona Negativa), o Vespa e o Prodígio, cada um deles com um tipo de habilidade distinta. Após o retorno normal do Aranha, as identidades foram assumidas por seguidores do herói.

Homem-Aranha 2099

The Amazing Spider-Man #365 (1992)

Versão alternativa de um futuro distante, Homem-Aranha 2099 é centrado em Miguel O'Hara, um jovem que ganha poderes aracnídeos após ser vítima de experiências genéticas. Seu traje é bem mais agressivo e ameaçador do que o do Homem-Aranha tradicional, mas mantém a mesma paleta de cores.

 

Aranha-Lagarto

Peter Parker, the Spectacular Spider-Man Vol 1 40 (1980)

Bem explicativo, essa abominação aconteceu quando Peter Parker foi contaminado pelo soro que transformou seu amigo Dr. Curt Connors no temível vilão Lagarto, um réptil gigantesco e descontrolado. Particularmente, o visual da boca reptiliana saindo pelo buraco da máscara é muito interessante.

Aranha-Hulk

Web of Spider-Man #70 (1990)

Até mesmo Peter Parker já sofreu os males de Bruce Banner... Quando contaminado por radiação gama, o Homem-Aranha transforma-se em um monstro verde similar ao Hulk, assim como uma força bruta letal e uma inteligência diminuída, chegando até mesmo a declarar o impagável "Spider smash!".

Homem-Aranha 2211

Spider-Man 2099 Meets Spider-Man #1 (1995)

Mais uma versão futurista e alternativa do herói, esta é centrada no Dr. Max Borne, que é o Homem-Aranha no ano de 2211. Porém, ao contrário da versão clássica, Max é quase um Octopus ao trazer dois pares de braços extras em suas costas, assemelhando-o a uma aranha de verdade. Sinistro.

 

Spider-Ham

Marvel Tails #1 (1983)

É, é isso mesmo. Um porco usando a roupa do Homem-Aranha, e ele se chama Peter Porker! Felizmente, é apenas uma paródia do personagem, que rendeu uma pequena série de tiras semanais nos quadrinhos.

 

Miles Morales

Ultimate Fallout #4 (2011)

Versão recente que rapidamente vem se tornando uma das mais populares do personagem, o jovem Miles Morales é um garoto que acaba tornando-se o sucessor de Peter Parker, assumindo o manto do Homem-Aranha enquanto lida com suas responsabilidades colegiais. Seu uniforme é um belo misto do preto - tal como a fase do simbionte - com os traços vermelhos que remetem ao traje clássico.

Homem-Aranha Noir

Spider-Man Noir #1 (2009)

Saído da linha Noir da Marvel, que oferecia uma abordagem detetivesca e digna dos clássicos dos anos 40 para alguns super-heróis icônicos, o Aranha ganhou um traje digno com um longo sobretudo preto e um chapéu fedora, com sua máscara lhe oferecendo um visual próximo do Rorschach de Watchmen. Vale destacar também como as lentes funcionam como visão noturna.

 

 

Fundação Futuro

Amazing Spider-Man Vol 1 #658 (2011)

Quando o Homem-Aranha junta-se à Fundação Futuro, uma escola de Reed Richards dedicada a treinar a próxima geração de super gênios, o Aranha ganha um incrível novo traje que lhe oferece características similares à do Simbionte: é possível trocar para qualquer roupa graças à confecção molecular do tecido, que é marcado pelo visual branco e preto característico. É a versão Apple do Homem-Aranha.

Big Time

The Amazing Spider-Man #650 (2011)

Durante o arco de Big Time, Peter Parker precisa desenvolver um traje específico para enfrentar o novo Duende Macabro, e utiliza de conceitos de Hank Pym e Tony Stark para criar um uniforme capaz de aguentar os gritos sônicos do vilão. Tendo em base as teorias dos dois gênios, Peter cria o uniforme durante um trabalho na Horizon Labs.

Confins da Terra

The Amazing Spider-Man #682 - 687 (2012)

Durante o arco Confins da Terra, onde o Aranha e os Vingadores enfrentam um plano maquiavélico do Sexteto Sinistro - arquitetado pelo Doutor Octopus - Peter consegue desenvolver um novo traje na Horizon Labs antes de seu fechamento, rendendo um traje mais resistente e que aguente os golpes dos inimigos.

Superior Homem-Aranha

O Superior Homem-Aranha (2013-2014)

Uma das sagas mais recentes do personagem nos quadrinhos, ela envolve o Doutor Octopus assumindo controle da mente de Peter Parker, acabando por transformar-se no Homem-Aranha e assumir sua identidade. Isso garante um traje mais sombrio, com o preto e vermelho se misturando em um equilíbrio marcante. Mas, claro, nada mais imponente do que os quatro braços adicionais, fazendo referência aos tentáculos do vilão - e também remetendo ao design do Aranha de Ferro.

E é isso que nossa memória de quadrinhos foi capaz de lembrar!

Conhece mais algum traje do Homem-Aranha? Qual o seu favorito? Deixe seu comentário!

Leia mais sobre Homem-Aranha


Especial | Homem-Aranha

O Homem-Aranha voltou! Confira aqui todo o nosso conteúdo dedicado ao maior super-herói da Marvel Studios, passando por suas fases no cinema, quadrinhos e games.

CINEMA

Crítica | Homem-Aranha

Publicado originalmente em 1 de julho de 2017

Crítica | Homem-Aranha 2

Publicado originalmente em 2 de julho de 2017

Crítica | Homem-Aranha 3

Publicado originalmente em 3 de julho de 2017

Crítica | O Espetacular Homem-Aranha

Publicado originalmente em 4 de julho de 2017

Crítica | O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro

Publicado originalmente em 5 de julho de 2017

Crítica | Homem-Aranha: De Volta ao Lar (Sem Spoilers)

Publicado originalmente em 30 de junho de 2017

Crítica | Homem-Aranha: De Volta ao Lar (Com Spoilers)

Publicado originalmente em 7 de julho de 2017

HOME VIDEO

DVD | Homem-Aranha 2 - Edição Dupla

Publicado originalmente em 2 de julho de 2017

DVD | Homem-Aranha 3 - Edição Dupla

Publicado originalmente em 3 de julho de 2017

Blu-ray | O Espetacular Homem-Aranha - Edição Dupla

Publicado originalmente em 4 de julho de 2017

Blu-ray | O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro

Publicado originalmente em 11 de julho de 2016

GAMES

Crítica | Spider-Man 2: The Game

Publicado originalmente em 13 de julho de 2016

LISTAS

As 15 Melhores HQs do Homem-Aranha

Publicado originalmente em 1 de julho de 2017

Os 10 Melhores Vilões do Homem-Aranha

Publicado originalmente em 5 de julho de 2017

Os 10 Piores Vilões do Homem-Aranha

Publicado originalmente em 12 de julho de 2017

Os Uniformes do Homem-Aranha nos Quadrinhos

Publicado originalmente em 3 de julho de 2017

Os Uniformes do Homem-Aranha no Cinema

Publicado originalmente em 8 de julho de 2017

 As 10 Melhores cenas da Trilogia Homem-Aranha

Publicado originalmente em 4 de julho de 2017

As 5 Melhores cenas de O Espetacular Homem-Aranha

Publicado originalmente em 6 de julho de 2017

Os 5 filmes do Homem-Aranha que nunca aconteceram

Publicado originalmente em 8 de julho de 2017

As 10 Melhores Músicas do Homem-Aranha no Cinema

Publicado originalmente em 10 de julho de 2017

Ranking dos filmes do Homem-Aranha

Publicado originalmente em 9 de julho de 2017

Os 10 Melhores Games do Homem-Aranha

Publicado originalmente em 6 de julho de 2017

ARTIGOS

Em defesa de Homem-Aranha 3

Publicado originalmente em 7 de julho de 2017

Cine Vinil Limited Edition #01: Lado A - Porque Tobey Maguire é o Melhor Homem-Aranha

Publicado originalmente em 10 de julho de 2017

Cine Vinil Limited Edition #01: Lado B - Porque Andrew Garfield é o Melhor Homem-Aranha

Publicado originalmente em 10 de julho de 2017

Lições de Moral do Tio Ben e Tia May para Jovens Revoltados

Publicado originalmente em 10 de julho de 2017

Conheça o Aranhaverso!

Publicado originalmente em 12 de julho de 2017


Cine Vinil #07 | Lado B: Por Que Odiei A Múmia

O CONCEITO

Dia vs Noite, TWD vs GOT, DC vs Marvel, BvS vs Guerra Civil, Xbox vs Playstation, Flamengo vs Fluminense, Android vs iOS, McDonalds vs Burger King, Nerd vs Nerd, Fanboy vs Fanboy.

O multiverso nerd é pautado por discussões intermináveis e, geralmente, extremamente redundantes. Mas com toda a certeza a gente adora aquela treta cósmica para provar que um lado é melhor que o outro – mesmo que o único convencido na discussão seja você mesmo. Analisando essa treta tão peculiar, decidimos trazer um pouco desse espírito “saudável” de discussão para o nosso site.

Sejam bem-vindos ao Cine Vinil! Calma, antes de soltar os cães nos comentários, entenda nossa proposta. Os discos de vinil foram um dos itens mais amados para reprodução de arquivos sonoros. Sua grande peculiaridade eram os lados A e B. O lado A era utilizado para gravar os hits comerciais das bandas, músicas mais populares. Enquanto o Lado B era mais voltado para canções experimentais ou mais autorais.

No caso, nos inspiramos pelos lados opostos do mesmo “disco” – de uma mesma obra. Serão dois artigos: o Lado A, que contém a opinião positiva, e o Lado B, com a versão negativa. Os autores, obviamente, serão distintos, e escolherão 5 pontos específicos da obra para justificar seus argumentos.

Explicado o conceito, nós lhes desejamos aquela ótima discussão para defender o seu lado favorito! Quem ganhou? Lado A ou Lado B? Que a treta perfeita comece!

Atenção aos spoilers.

LADO B

por Lucas Nascimento

Inconsistência de Tom

Este novo A Múmia realmente não sabe o que quer ser. Não consegue oferecer uma aventura camp ou matinê na linha dos filmes de Brendan Fraser, mas também falha miseravelmente em passar como um filme de terror, algo que o longa tenta consideravelmente algumas vezes. Pior ainda são suas tentativas de fazer humor, seja pelo insuportável personagem de Jake Johnson - que desperdiça o conceito copiado na cura dura de Um Lobisomem Americano em Londres - ou em todas as piadinhas sem graça que parecem saídas dos anos 80, ou pela forma incogruente com que se misturam: em um momento vemos um homem possuído ameaçando outro com uma faca, e segundos depois o filme tenta nos fazer rir disso. Uma aventura que não empolga, um terror que não assusta e uma comédia que entedia.

Direção Pedestre

Dirigir um filme é muito difícil, e posso apenas imaginar a pressão que o roteirista Alex Kurtzman teve em sua estreia na função. Não é surpresa que o Kurtzman ofereça um trabalho muito irregular, com cenas de ação sem cuidado estético, mise em scéne confusa ou as cenas de "tensão" que falham justamente por sua falta de profundidade e construção de atmosfera. A cena da queda do avião, por exemplo, nos dá vislumbres de uma produção caprichada e uma técnica prática (com o elenco flutando em gravidade zero), mas a câmera de Kurtzman simplesmente não valoriza esse esforço, apelando para um CGI mediano e planos fechados. Sinceramente, Universal, não confie seu filme de início de universo megalomaníaco nas mãos de um novato. Isso era um trabalho para Gore Verbinski.

Roteiro que provoca a ira dos deuses

Falar que um blockbuster tem problemas de roteiro é praticamente chutar cachorro morto nos dias de hoje, mas A Múmia não perdoa. Logo no início já somos bombardeados por alguns dos piores exemplos de exposição de informação dos últimos anos, com a prosa artificial de David Koepp, Christopher McQuarrie e Dylan Kussman provocando arrepios de tão ruim. Com personagens e diálogos pavorosos, a trama ainda oferece uma mitologia apressada e que força uma conexão com o protagonista, culminando em uma revelação ridícula e que demonstra como a Universal não FAZ IDEIA do que fazer com este universo compartilhado.

Múmia sem graça

Sofia Boutella certamente tem presença de cena, e a maquiagem traz seus méritos, mas infelizmente Ahmanet é uma antagonista assustadoramente genérica e esquecível. A personagem nunca provoca arrepios ou uma forte participação no longa, além de contar com poderes sobrenaturais que já vimos um milhão de vezes, com a diferença de que nunca soaram tão batidos e genéricos como aqui, não trazendo absolutamente nada de novo ou empolgante - olha, um rosto gigante feito de areia... Nunca vi isso antes... E o pior: Ahmanet transforma humanos em zumbis ao beijá-los, exatamente como faz Magia em Esquadrão Suicida, e você não quer esse tipo de filme como referência, certo? Nunca será Ihmotep.

O Dark Universe

Universos cinematográficos são o mal do século. Quando bem feitos, oferecem uma experiência divertida e imersiva, mas na realidade todas as outras tentativas de grandes estúdios até agora falharam miseravelmente. A Universal e seu Dark Universe com os monstros clássicos é o exemplo mais recente, que acaba por tirar o foco da história deste A Múmia a fim de expandir seus horizontes para os filmes futuros, especialmente pela presença do Dr. Jekyll de Russell Crowe. É um conceito interessante, mas é evidente que o longa está muito mais interessado nisso, e deixa de segundo plano toda a mitologia da criatura titular e insiste em deixar pontas soltas para o futuro. Imagine se o primeiro Homem de Ferro desviasse constantemente o foco para Nick Fury.

Clique AQUI para ler o Lado A.