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2023 – O Ano do Fracasso. Entenda os Flops do Ano!

Calcular o nível de fracasso que cercou o ano de 2023 no cinema, seria tocar em uma ferida sensível no que tange o mundo de Hollywood e da indústria no geral hoje. Mas hey, estamos aqui para isso, é nosso trabalho afinal, então bora torcer essa ferida!

Mas estamos falando do que exatamente? Do inevitável fracasso que finalmente alcançou a Hollywood ‘Woke / lacradora’?! O público finalmente está respondendo com as carteiras o esgotamento da casa das idéias?! Bom, sim e não. Sendo um cético escrevendo essas palavras, a realidade dos fatos é muito mais complexa que isso, e até a veracidade do que será dito aqui virá ser questionada por usar tais termos tão desgastantes.

Vamos então manter a ponderação, mas também encarar os fatos que estão perante nós. Pois como disse uma santa elfa (e antes dela um velho sábio ‘árvore’) certa vez: “O mundo está mudando: sinto-o na água, sinto-o na terra e farejo-o no ar“. Desde a pandemia algo mudou – e algo que alguns ainda irão querer usar como desculpa de como o cenário do mercado de consumo de entretenimento foi reformulado.

De fato a indústria mudou. O streaming dominou as opções do ‘assistir algo’. Filme ou série se tornaram conteúdo a consumir. A ‘experiência’ do ir ao cinema se torna agora uma mera opção já que em três meses o filme que você quer ver logo vai estar disponível no streaming que você tem ou o seu amigo vai emprestar a senha. Porém levou certo tempo até que financiadores e estúdios perceberem que sem o dinheiro entrando na bilheteria nos cinemas, o demorado lucro a sair das plataformas não iriam sustentar os altos cachês de estrelas trilhardárias.

Se colocar a greve do sindicato de atores e roteiristas na equação, o show de horrores só se intensifica, não porque foi bem sucedida, mas porque travaram quase cinco meses de produções, prejudicaram alguns lançamentos, para no final só receberem uma fração do que estavam pedindo originalmente, mas se fizeram de satisfeitos, pois a conta do cartão na conta e precisavam trabalhar.

Nesse meio tempo a já tão poderosa Disney lambeu suas feridas admitindo erros de produzirem demasiado conteúdo ao invés de contar histórias interessantes. E a Warner ainda anda tentando espantar as moscas do mausoléu abandonado que virou suas produções DC onde ainda continuam entrando as contas pesadas em atraso dos fracassos de The Flash e Shazam! Fúria dos Deuses, com apenas uma Barbie e um Wonka para limpar o saldo negativo das contas do estúdio que a estréia recente de Aquaman 2: O Reino Perdido com apenas 38 milhões na bilheteria doméstica –passando longe da abertura do primeiro filme em 2018 com 68 milhões, com certeza  não vai salvar!

James Gunn pode ter toda a boa vontade do mundo e ser de fato um diretor / roteirista competente na sua assinatura funcional, mas se levar em conta que até agora ele só fez promessas do que será seu futuro universo DC, enquanto que teve a bela idéia de largar uma granada no pé do estúdio ao anunciar o reboot total antes de sequer os lançamentos da DC esse ano tivessem lançado – então porque raios o povo iria assistir filmes que não vão dar em nada afinal (?!); então seu futuro DCU não anda lá tão promissor. Se levar em conta a dita fatiga de filmes de super-heróis atual então nada anda bem no reino da DC-marca!

A ironia é que o ano serviu sim como prova de tudo que vem dominado os últimos 10 anos de bilheteria, não possuem mais a força de fenômeno que tinham no passado. Remakes live-action de clássicos animados da Disney? A Pequena Sereia fez um total: US$ 569,6 milhões de um orçamento de US$ 297 milhões, não foi lucro nem de perto. 

Então animações da Disney? Wish: o Poder dos Desejos que prometia ser um retorno à era clássica da Disney com uma carta de amor aos 100 anos do estúdio (oh ual, uma coleção de fracassos justamente no seu centenário, o vexame só melhora), fez até agora um total de US$ 128,6 milhões em um orçamento: 200 milhões

Que tal uma produção de um clássico nostálgico da Lucasfilm?! Indiana Jones e o Chamado do Destino fez US$ 384 milhões num orçamento: US$ 300 milhões. Talvez apostar na Fleabag e fazer Indiana Jones passar pelo tratamento Luke Skywalker ‘velho fracassado’ não tenha sido a melhor idéia criativa para convencer o público.

Ok, mas e a infalível Marvel do ‘’VISIONÁRIO’’ Kevin Feige?! Tirando um filme minimamente ok como Guardiões da Galáxia 3 – que já possuía uma base sólida de fãs, que sabiam que os filmes sempre eram seu negócio à parte do MCU e rendeu mais de 800 milhões, um tantinho abaixo que o segundo mas ok, ainda lucro. Mas o resto?!

Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania abriu em primeiro, mas aí o público viu que eles não tinham nada a oferecer do que senão mais uns dez anos de promessas do o que está por vir, e calcule isso junto com um testículo ambulante com rosto humanóide, personagens ou fracos ou subdesenvolvidos – sem falar da nova girl boss do MCU Cassie Lang (Kathryn Newton) com roteiristas OUTRA VEZ confundindo atitudes de personalidade forte com arrogância; então só ajudou a se criar o boca a boca negativo.

Quanto menos falarmos sobre As Marvels melhor, pois nem Kevin Feige deve ter respondido as chamadas do Bob Iger sobre esse filme e os US$ 198 milhões de bilheteria dizem tudo. E se mencionar que o escolhido grande ator para se tornar o novo antagonista nível Thanos do MCU acabou de ser julgado culpado em acusação de assédio, seria talvez baixo demais. Será que ainda devemos citar o Mansão Mal Assombrada e seus US$ 117 milhões ou ninguém sequer se prestou a ir ver esse?! Enfim…

Nem mesmo franquias consagradas como Velozes e Furiosos em seu DÉCIMO filme saiu impune, com apenas US$ 705 milhões em um orçamento careiro de 340 milhões. Nem altamente elogiadas como Missão Impossível com o excelente Acerto de Contas Parte 1 saindo mal das pernas em meio ao seu lançamento tão perto do Barbieheimer.

Não é dizer que produções originais se tornaram a outra opção do público em massa. Filmes como Resistência (The Creator) de Gareth Edwards ou Hypnotic de Robert Rodriguez passaram longe de encontrar seu público em meio a seus orçamentos relativamente altos (80 – 65 milhões), mas o filme de Edwards se arrastou até o 104 milhões e o de Rodriguez se frustrou com apenas 15 milhões.

Lembrando que todos esses filmes precisavam triplicar os orçamentos para atingir o ponto de equilíbrio e ter lucro, e nenhum chegou perto disso. Talvez a ‘qualidade’ tenha sido um motivo de impasse. ‘Façam filmes melhores’ é o argumento que muitos gostam de gritar online como uma possível solução para a leva de fracassos que muitos filmes andam tendo.

Um exemplo contrário a isso é um talvez polêmico, mas pegue o Barbie de Greta Gerwig. O filme é o perfeito produto da Hollywood moderna que tenta travestir suas mensagens de juízo de valor sociológico por debaixo de vestes de uma franquia / marca adora, e o faz com escolhas estilísticas bem colocadas para ludibriar o público em assistir um filme que aparenta tão despretensioso, bobinho, divertido, mas também “genial” nos temas em que levanta, que quando não é em um discurso palestrinha de faculdade que vem do nada, é um Matrix para tia de apartamento. No melhor dos cenários, é apenas uma comédia de estúdio genérica que se vende como intelectualizada, e olhe só, a ludibriação deu tão certo que é o maior sucesso do ano!

Porém… há sinais de esperança! Retirado do Twitter de Brendan Hodges, ele levanta um comparativo perfeito do estado atual de interesse público. Colocando lado a lado sessões de ‘The Boy and the Heron’, a nova animação de Hayao Miyazaki com Aquaman 2: O Reino Perdido no maior cinema de Chicago, o AMC River East 21 – lembrando que o filme de Miyazaki estava já à três semanas em cartaz e mesmo assim teve mais ingressos vendidos que o filme de James Wan:

Pode ter sido apenas um resultado natural do fracasso provindo do desgaste de filme de super heróis que houve esse ano. Mas então como se explica filmes como Godzilla Minus One sendo aclamados e levando o público Americano quanto aqui pela América Latina (e no resto do Ocidente) irem em busca do filme?! Ou até algo mais polêmico como Sound of Freedom, cujo goste ou não, o sucesso de bilheteria fez vexame à vários dos filmes aqui citados.

Mas será que realmente filmes de super-heróis estão mesmo perdendo prestígio? Através do Aranhaverso e Guardiões da Galáxia 3 foram grandes sucessos aclamados. O público quer histórias originais bem contadas como uma biografia brilhante como uma biografia de três horas de Oppenheimer que foi um sucesso extraordinário? Parte disso se deve ao hype criado do estranho fenômeno do ‘Barbieheimer’ nas redes sociais. O que é verdade de fato então à era que estamos presenciando?!

Bom, houve um despertar de algo com certeza. Discussões em volta disso se tornam freqüentes. O resultado óbvio seria dizer que o próximo ano e o seguinte serão definitivo em provar algo perante o mercado de franquias e obras originais e para qual lado as duas serão relegadas, o desgaste e o frescor; a nova norma ou o ultrapassado. Hollywood aprendeu alguma lição de fato em consertar o que realmente está afetando diversos filmes hoje? Desgaste de politicagem ou desgaste de franquias?!

Será que finalmente vão encarar que o problema tem haver menos em como os filmes carregam ‘representatividade’ e sim com essa linha moralista de juízo de valor advindo dos artistas e claramente presentes nas suas obras que estão causando forte percentagem desse desgaste? Bom, o sucesso de Barbie com certeza provou o contrário… mas será que é o suficiente para uma segunda rodada?!

Uma vitória que podemos declarar quase completa é como o uma vez poderoso MCU teve suas contas abaladas. Sua linha narrativa multi-conectada por diversos filmes e séries se mostrou atingir seu limite de paciência e suas feias brechas de qualidade se mostraram mais aparentes do que nunca desde que, para além de priorizar conexões acima de desenvolver personagens interessantes, decidiram se apoiar em conceitos ditos sociologicamente impactantes e não foi a bengala forte o suficiente para suportar seu frágil ego. Será que o DCU de James Gunn terá um destino parecido antes de sequer começar, ou filmes de quadrinho irão lentamente desvanecer?!

O público está indo atrás de algo diferente com certeza, e os sucessos desse ano claramente mostram isso. Então uma boa história será o suficiente para sustentar um sucesso e levar o público acostumado ao streaming para os cinemas?! Tal como a indústria se apresenta agora, seu futuro é nebuloso e inserto.

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Publicado por Raphael Klopper

Estudante de Jornalismo e amante de filmes desde o berço, que evoluiu ao longo dos anos para ser também um possível nerd amante de quadrinhos, games, livros, de todos os gêneros e tipos possíveis. E devido a isso, não tem um gosto particular, apenas busca apreciar todas as grandes qualidades que as obras que tanto admira.

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