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Crítica | Evangelion 2.22: Você (Não) Pode Avançar - A arte da (Re)construção

Daniel Tanan Daniel Tanan
In Capa, Catálogo, Cinema, Críticas•17 de agosto de 2021•13 Minutes

Em 2009, foi lançado o segundo filme da série Rebuild da seminal franquia de anime Neon Genesis Evangelion do Hideaki Anno em uma parceria do estúdio Khara com a Gainax: Neon Genesis Evangelion Rebuild 2.22: Você (Não) Pode Avançar. Os Rebuilds servem como um reboot/continuação, onde o criador da série afirma que refaria a série da maneira como ele originalmente imaginou, e não pôde realizar por causas orçamentárias e criativas. 

O outro objetivo seria deixá-la menos confusa para os fãs que até hoje coçam a cabeça tentando entender os últimos episódios do anime e do filme End of Evangelion, mas nesse filme, ele vai um pouco além da readaptação quase quadro a quadro como foi no primeiro.

Introdução

Evangelion Rebuild 2.22 mais uma vez apresenta uma arte mais bonita e limpa em relação aos originais, com cores mais vivas composição visual minuciosa calcada em contrastes, uma animação mais fluida e ainda mais dinâmica com a introdução da nova tecnologia 3D, visuais incríveis, com destaque para as cenas na lua, edição praticamente impecável e uma belíssima trilha sonora, já característica da franquia.

Mas a real força do filme é como a história é construída e como ela se diferencia do anime de 1995 e do filme End of Evangelion (este segundo mistura e reestrutura as tramas apresentadas dos episódios 7-22, juntamente com o filme que encerra a saga). 

A abertura do filme já introduz uma personagem nova, Makinami Mari em uma interessante cena de ação, que apresenta também a nova tecnologia 3D empregada aqui, deixando a animação ainda mais interessante, auxiliando nas grandes sequências de combate.

Um aspecto curioso desses Rebuilds  é que o subtítulo já anuncia a que o filme veio. O primeiro filme, de subtítulo Você (Não) Está Sozinho brinca com um dos temas principais de Evangelion, a solidão e  o filme reapresenta os conflitos de Shinji para relacionar-se com os outros personagens. Até o final do Rebuild 1.11, ele faz alguns avanços, principalmente com a sua colega piloto de Eva, Ayanami Rei, encerrando com uma bela cena de ternura entre os dois, deixando implícito que dessa vez talvez eles não precisem mais ficar sozinhos.

A nova “criança do destino”, Makinami Mari canta uma canção sobre como é difícil avançar, “A felicidade não vem até nós. Então precisamos ir até ela, um passo por dia, três dias, três passos. Três passos para a frente e dois para trás”. Diz a canção da Mari sobre a dificuldade de se avançar, mesmo assim é o que O Rebuild 2.22 tenta fazer: avançar tanto em questão da narrativa, mudando diversos aspectos dela e isso pode ser observado principalmente nas relações do Shinji e da Rei.

Fanservices e Rei Ayanami

Antes de mais nada, devo dizer também que o filme é infestado de fanservices, a começar pelas lutas dos EVAs com os monstros gigantes, mais frequentes e dinâmicas, a própria personagem Makinami Mari é uma nova waifu para aqueles fãs otakus que buscam isso nas personagens femininas e há também diversas piscadelas para os que gostam de “shippar” personagens, com a Rei e a Asuka mostrando-se mais abertas para o Shinji. Há até mesmo uma cena engraçada envolvendo o Kaji e o Shinji que certamente atiça a imaginação das “fujoshi” (aquelas fãs que gostam de shippar homens) de plantão.

Mas, estes fanservices não são de todo ruim, pelo contrário, há diversos aspectos que são agradáveis de se assistir. A dificuldade principal  dos protagonistas era como eu havia dito, a dificuldade de se relacionar e a sua consequente solidão, o velho dilema do ouriço, em que ao permanecer distante, é possível morrer de frio, aconchegado próximo aos seus semelhantes, pode machucar-se com seus espinhos.

Mas ainda no primeiro ato, vemos os personagens se divertindo em uma expedição para uma base marinha, onde foram preservadas diversas formas de vida aquáticas que foram extintas depois do segundo impacto. Shinji, Rei e até mesmo Asuka são mostrados se divertindo e se relacionando de uma forma que raramente foi mostrada na série original. Aqui há um diálogo interessante entre a Rei e o Shinji, em que a Rei enfatiza que ela é como aqueles peixes no aquário, que não poderiam sobreviver fora daquele ambiente.

Os fãs mais assíduos de Evangelion vão se lembrar que a Rei é apenas um clone da mãe do Shinji, criada em tanques submersos em fluídos, realmente lembrando um aquário. A transição de cena da expedição é feita diretamente para esse ambiente, revelando o pai de Shinji, Gendo Ikari, despertando a primeira criança do destino de seu sono submerso para jantar com ele. É a primeira vez que vemos este lado do Gendo, mesmo sendo sempre frio, ele ainda gosta de ter uma companhia para jantar com ele.

Rei então, tem a ideia de chamar Shinji e seus outros amigos para uma refeição, para que sintam a mesma sensação boa que ela ao compartilhar desses momentos.  É a primeira vez que vemos ela demonstrando esse tipo de sentimento,  Rei que antes era uma personagem fria, apenas obedecendo ordens, raramente esboçando sorrisos, agora demonstra uma humanidade nunca antes vista, passando a ser o coração deste filme. 

A prova da mudança dela é a cena do elevador. Até mesmo o teor dos diálogos muda, no anime de 1995, Asuka não estava mais conseguindo mover o Eva, o sermão da  Rei dava a entender que havia algo de errado com a Asuka em relação a esse problema, o diálogo era “se você não abrir seu coração o Eva não se moverá”. Na nova versão ela diz a mesma coisa, mas adiciona “você não precisa depender do Eva, pode encontrá-la fora dele”, mais uma vez demonstrando uma consciência acerca do tema nunca antes atestada.

O conflito pessoal da Rei nos episódios originais era acerca da sua própria identidade, não se preocupando com o  bem estar dos outros. Asuka perde a paciência e tenta estapeá-la. No original, Rei recebe o golpe sem esboçar reação, no Rebuild 2.22 , ela bloqueia o golpe, demonstrando que Rei transcende a sua condição de “boneca”. 

A personagem Asuka, também mostra-se diferente, até mesmo o próprio nome dela agora é diferente. Originalmente ela chamava-se Asuka Soryuu Langley e agora é chamada de Asuka Shikinami Langley, mais um indício do Anno que esta nova história é completamente diferente. Mas apesar do marcante trauma que ela sofre em relação à sua mãe ser pouco explorado e ela mostrar-se uma pouco mais condescendente, formando relações próximas com a Misato Katsuragi e o Shinji, a Asuka ainda mantém alguns dos seus traços originais.

Sua cor favorita é o vermelho, cor que representa a paixão, que não necessariamente trata-se de uma paixão romântica, é o sentimento empregado naquilo que se faz, buscando sempre fazer o melhor possível e isso ela tem de sobra, influenciando até mesmo em seu temperamento caracteristicamente explosivo.

O Desfecho

Apesar do que foi dissertado até aqui, nem tudo são flores este filme, Shinji vai passar por um momento traumático que o fará, mais uma vez, recusar trabalhar como piloto de Eva. Colocando nos termos da jornada do herói de Joseph Campbell, recusa mais uma vez o “chamado do herói”. Antes de falar do importante desfecho desse filme, devo abrir um espaço para os antagonistas do filme.

Outro aspecto importante é o plano da Seele. A Nerv que construiu os Evas e a cidade fortaleza é apenas um braço dessa organização, o seu objetivo principal é a instrumentalização humana, que busca fundir as mentes humanas em uma simulação em que não há mais dor, nem sofrimento, todos viveriam em harmonia e os problemas de solidão e depressão que os heróis desta série apresentam como a solidão e consequente depressão seria magicamente resolvido. Entra aí o outro grande tema de Evangelion, o escapismo.

Para desencadear com eficácia esse plano, a unidade EVA 01 é fundamental. Assim mais uma convenção de anime shonen se apresenta. Shinji, ao ver que sua querida amiga, Rei Ayanami está em perigo mortal, desperta o EVA 01, em uma cena que me lembra muito as transformações de personagens muito comuns em animes shonen, mas nem tanto em Evangelion, é muito parecido com o Goku se transformado em super saiyajin pela primeira vez, por exemplo. Assim é possível notar que Anno brinca com esses elementos recorrentes aqui.

Ao despertar a unidade 01, Shinji, sem saber, desencadeia o Terceiro Impacto, mais uma extinção em massa. Apresenta-se uma escolha a Shinji, salvar sua amiga ou salvar o mundo, ele escolhe salvar a Rei. Essa mudança drástica na direção que flui a história de Evangelion causaria uma espécie de “efeito borboleta” que seria explorado nas continuações. Mas no que concerne apenas a esse filme, é sem duvidas um final satisfatório para os arcos de Shinji Ikari e Rei Ayanami.

Quando a unidade 01 desperta, o robô ganha uma auréola, dando continuidade a tradição de símbolos judaico-cristãos de Neon Genesis Evangelion.

Conclusão

Evangelion Rebuild 2.22 é, sem dúvidas, o melhor da tetralogia, apresentando uma história diferente, mas repleta de coração e paixão, demonstrando grande maestria por parte dos animadores, sendo uma pérola não apenas dentro da saga, mas entre a história das animações japonesas.

Mesmo admitindo que gosto muito mais da série original, reconheço o ótimo trabalho realizado neste filme e coloco-o em um páreo duro com The End of Evangelion como os melhores da franquia, mesmo eles sendo diametralmente opostos na forma de trabalhar suas temáticas. Então, encerro com minhas recomendações a esta fantástica animação japonesa. 

Título: Neon Genesis Evangelion: You Can (Not Advance)
Ano: 2009
País de origem: Japão
Direção: Hideaki Anno, Kazuya Tsurumaki Masayuki
Duração: 112 minutos
Gênero: Animação, Ficção científica, Ação

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