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Crítica | A Lenda de Candyman - Um conto de violência e horror

Gabriel Danius Gabriel Danius
In Capa, Catálogo, Cinema, Críticas•27 de agosto de 2021•9 Minutes

Quando Clive Barker lançou a coleção intitulada de Livros de Sangue, em haviam vários contos de horror e ficção no qual futuramente acabaram sendo adaptados para o cinema, um desses contos viria a se torar o clássico conhecido pelo nome de O Mistério de Candyman (1992). Nessa época o autor não tinha ideia de que uma versão tão poderosa de sua obra pudesse ser lançada como assim é com A Lenda de Candyman, longa dirigido pela competente diretora Nia DaCosta (Passando dos Limites).

O reboot da franquia de Candyman já era esperado há algum tempo pelos fãs da franquia, mas por algum motivo não saía do papel e demorou longos anos para que acontecesse. Diferente de franquias consagradas e conhecidas de Hollywood, como Pânico, Hora do Pesadelo e Halloween, Candyman nunca teve o devido tratamento pelos produtores e diretores quando adaptaram a obra para o cinema, até mesmo a versão original de 92 é cheia de furos e não aprofunda vários temas relevantes para a trama, deixando muitas questões vagas.

A Lenda de Candyman, Candyman…

A lenda antiga já dizia que basta falar o nome dele cinco vezes em frente ao espelho que Candyman irá surgir para buscar e matar de forma cruel a pessoa que proferiu o seu nome. A grande pergunta de quem assistia aos filmes antigos é de quem realmente era esse homem que surgia para matar suas vítimas e porque ele fazia isso? Respostas foram dadas de forma atravessada ao longo do tempo, mas nada em definitivo e sempre de modo superficial.

As motivações de Candyman quase nunca haviam sido realmente desenvolvidas a fundo em nenhuma das produções que esteve no cerne da discussão, é como se ele surgisse para matar por matar, não que não seja apenas isso, mas há algo a mais por trás desse impulso assassino que era simbolizado no personagem interpretado por Tony Todd e que em A Lenda de Candyman chega a outro nível, com uma mensagem forte e enraizada que o roteiro trata de nos apresentar pouco a pouco.

Com participação de Jordan Peele, Nia DaCosta e Win Rosenfeld, o roteiro é um verdadeiro primor, algo que geralmente não ocorre no gênero de horror/terror. Jordan Peele é um nome já conhecido do público, tendo dirigido produções consagradas pela crítica, como Corra! e Nós, é um roteirista que sabe tratar certos temas na medida certa e os desenvolve com um ritmo equilibrado. Candyman não é um filme fácil de se fazer, ainda mais para um público ávido por produções com mensagens de fácil assimilação e acostumado com longas de terror com roteiros baratos.

Crítica Social

Se tem algo que Jordan Peele aborda como ninguém em suas obras audiovisuais é a argumentação da crítica social, e o roteirista e a diretora Nia DaCosta voltam a abordar o tema de um jeito em que simplesmente não deixam pontas soltas a respeito da origem do até então vilão, além de dar mais vigor para a lenda e seu propósito de existir. A cineasta nos apresenta Candyman de uma forma mais aprofunda e o mais importante de tudo: realizando um debate na sociedade como uma película deve proporcionar, algo que poucos filmes de horror conseguem ou nem tentam fazer ultimamente.

Candyman, antes de se tornar um mito, não foi apenas um homem que sofreu um crime de ódio por ter se apaixonado por uma mulher branca como foi dito no longa de 1992, nesta nova versão sua origem – ou suas origens – recebe um outro caminho, o caminho do preconceito racial. Em A Lenda de Candyman são mencionados o nome de vários homens negros que sofreram algum tipo de crime de ódio durante a história, crimes esses gerados pelo preconceito, que é mostrado pela diretora em vários momentos, um deles em uma cena impactante de vários policiais espancando um homem que oferecia doces a uma criança, uma cena devastadora e chocante.

O que Jordan Peele e Nia Da Costa oferecem é uma obra atemporal e que é muito bem vinda em momento em que manifestações contra o racismo ocorrem por todo o mundo e gera um debate necessário em uma produção que nasceu com esse propósito. É de se estranhar que essa franquia nunca havia debatido o tema do racismo de forma tão aprofundada antes, erro esse que agora é totalmente deixado para trás com esta nova versão.

Violência e Brutalidade

Há todo um mistério inicial em mostrar o prestigiado pintor Anthony McCoy (Yahya Abdul-Mateen II) na busca pelas raízes históricas da lenda local do Candyman, mas na realidade o que o artista se depara é com uma história da violência, não apenas em Cabrini Green, local onde começaram os assassinatos, mas também as raízes históricas da violência em que muitos homens negros sofreram e que acabaram por se tornarem as lendas chamadas de Candyman. É essa a ideia do longa, a de discutir a história da violência, não apenas policial, mas toda a violência histórica que cerca esse assunto e que foi resumido no filme.

Para o público que ama filmes com muito sangue sendo esguichado e com mortes violentas essa versão é um prato cheio, mas se ilude quem acha que as mortes ocorrem sem um propósito. Elas são bem trabalhadas, e com o tempo o roteiro vai mostrando o real motivo destas mortes estarem acontecendo. Como um bom filme de terror não poderia deixar de ter cenas brutais de fora, e elas existem aos montes, para mostrar que a lenda se torna vingativa com o tempo, mais sombria e sem pensar nos seus atos cometidos.

O mais interessante do reboot fica em relação a ligação que o roteiro faz com o Mistério de Candyman. No longa original, há uma estudante (Virginia Madsen) que trabalha para entender como a lenda urbana age nas pessoas e ela mesma passa a ser atormentada pela figura sombria do homem com o gancho. A questão é que existe uma conexão direta que dita as regras e ajuda o roteiro de Peele e Nia a ganhar força, os roteiristas só deram uma melhorada no que já existia no longa de 92, o deixando mais violento e sanguinolento.

A Lenda de Candyman é entretenimento que funciona como alívio para um cenário viciado em obras de baixo padrão e de roteiros ridículos, o público provavelmente não vai se impressionar de imediato com o longa, mas só de gerar uma discussão sobre temas tão relevantes já é um grande avanço. Que mais filmes como a Lenda de Candyman sejam produzidos e que uma sequência venha o mais rápido possível.

A Lenda de Candyman (Candyman, Canadá, Estados Unidos – 2021)

Direção: Nia DaCosta
Roteiro: Jordan Peele, Win Rosenfeld, Nia DaCosta, Clive Barker (livro)
Elenco: Yahya Abdul-Mateen II, Teyonah Parris, Nathan Stewart-Jarrett, Colman Domingo, Kyle Kaminsky, Vanessa Williams, Rebecca Spence, Carl Clemons-Hopkins, Tony Todd
Gênero: Horror, Ação
Duração: 91 min

Gabriel Danius

Jornalista e cinéfilo de carteirinha amo nas horas vagas ler, jogar e assistir a jogos de futebol. Amo filmes que acrescentem algo de relevante e tragam uma mensagem interessante.

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