Supervisor de efeitos visuais de Pantera Negra revela bastidores da produção do CGI criticado

A qualidade do CGI na luta final entre T’Challa e Killmonger em Pantera Negra foi alvo de muitas críticas desde o lançamento do filme em 2018. Daniel Rodrigues das Neves, supervisor de efeitos visuais que trabalhou no projeto, recentemente comentou sobre o assunto, revelando os desafios enfrentados por sua equipe.

CGI apressado e limitações de produção de Pantera Negra

Em uma série de tweets, das Neves compartilhou uma análise técnica da cena, reconhecendo as falhas visuais e explicando o contexto por trás delas. “Pantera Negra foi um projeto de última hora para nós, com muito pouco tempo e alocação de equipe”, afirmou. Segundo ele, a equipe teve apenas seis semanas para criar a sequência do zero, enfrentando restrições severas de recursos e prazos.

“Sei que há muitas reclamações sobre o quão ruim o CGI parece, e eu concordo. Mas dado o tempo e os recursos que tínhamos, isso foi o melhor que pudemos fazer”, escreveu. Ele também mencionou o impacto do cronograma apertado em sua saúde e na de sua equipe, chamando o projeto de “autopostagem de esgotamento”.

Críticas à qualidade dos efeitos no MCU

Os comentários de das Neves destacam um problema maior dentro da indústria de efeitos visuais, particularmente no MCU. Filmes e séries da Marvel têm sido frequentemente criticados pela queda na qualidade dos efeitos visuais nos últimos anos. Isso ocorre em um momento em que artistas e supervisores de VFX denunciam condições de trabalho precárias, com prazos cada vez mais curtos e demandas crescentes.

Um contraste com Arcane

As observações de das Neves contrastam fortemente com a produção da série animada Arcane, da Netflix, que foi amplamente elogiada por sua qualidade visual. Os showrunners de Arcane revelaram recentemente que um dos principais motivos do alto custo da série foi a decisão de dar aos artistas tempo suficiente para polir o trabalho. Essa abordagem é quase inexistente em grandes produções de Hollywood, especialmente no MCU, onde o foco é muitas vezes a quantidade de conteúdo em detrimento da qualidade.

As revelações de Daniel das Neves levantam uma questão urgente sobre as práticas de produção no setor de entretenimento. Com a crescente pressão sobre os artistas de VFX e os prazos cada vez mais curtos, é necessário repensar a forma como grandes estúdios gerenciam projetos. Afinal, como mostram as críticas e o sucesso de produções como Arcane, a qualidade visual ainda é uma prioridade para o público.

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Matheus Fragata

Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema. Jornalista, assessor de imprensa.

Apaixonado por histórias que transformam. Todo mundo tem a sua própria história e acredito que todas valem a pena conhecer.

Contato: matheus@nosbastidores.com.br

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