A evolução dos jogos indies é algo muito gratificante de se acompanhar. Alguns até mesmo conseguem superar jogos AAA de grandes empresas que estão no mercado há muitos e muitos anos. Uma certeza que todo gamer tem é que, a cada ano, um jogo indie dentro dos muitos lançamentos terá um destaque considerável ou uma maior base de fãs pelo ótimo trabalho feito: Undertale, Super Meat Boy, Shovel Knight e entre outros são dos poucos jogos que tiveram o seu mérito e mereceram seu local no trono de ouro dos indies. Por isso, podemos hoje aplaudir de pé mais um jogo que acaba de ganhar seu merecido destaque depois de anos de produção e trabalho árduo dos irmão Moldenhauer, Cuphead “Don’t Deal With the Devil”.
Cuphead é um jogo estilo gun and run, side-scrolling baseado em jogos tipo Contra, Metal Slug e Sunset Riders, no qual o objetivo do jogador é sair correndo atirando nos diversos inimigos que surgem na tela e se manter vivo o máximo possível para adquirir sua vitória. Esse tipo de gênero era muito famoso em arcades dos anos 1980, junto com os famosos beat’em up.
Um dos pontos mais importantes que muitos jogadores devem ter notado é sua qualidade gráfica totalmente cartunizadas ao estilo dos desenhos animados da década de 30, inspirados em desenhos como Betty Boop, Marinheiro Popeye e Mickey Mouse. Todo o conteúdo, como cenários, personagens e background, foram desenhados 100% a mão, trazendo um visual único e magnifico para quem está usufruindo do jogo. Porém, o mais interessante é como esse visual obteve um impacto enorme nos dias atuais, no qual estamos todos acostumados com tecnologias mais realistas e impactantes enquanto Cuphead aborda o mais simples e clássico com efeitos chuviscados de televisão antiga e sons mais abafados e antigos.
A trilha sonora do jogo está impecável: grande parte das músicas são uma mistura de jazz ou pequenas orquestras lideradas pelo saxofone. Cada tela ou boss que enfrentamos se encaixa perfeitamente às trilhas. Logo, prepare-se para se viciar e querer escutar as várias trilhas de CupHead ao longo de sua vida como a da fase floral fury que tem um ritmo mais focado no samba ou na fase fiery frolic com um jazz mais agitado.
A história do jogo é bem simples e bem, digamos, a cara das antigas animações daquela época. CupHead e seu irmão Mugman são duas crianças que vivem com seu avô em Inkwell Isle. Ignorando seus avisos, os dois jovens acabam indo para a cidade e entrando no cassino do Diabo, onde começam a jogar e vencer diversas rodadas. Isso chama a atenção de King Dice, sócio do cassino, que avisa o Diabo em pessoa sobre esse dois visitantes. Sem perder muito tempo, ele faz uma aposta com CupHead: se ele vencesse mais uma rodada, seria dono do cassino; caso contrário, a alma dele e de seu irmão pertenceriam a ele. Como nem tudo acontece às mil maravilhas, os irmãos são derrotados pelo Diabo. Implorando por suas almas, o antagonista faz um novo trato, no qual o duo deveria trazer os contratos assinados por outras criaturas de Inkwell Isle que apostaram as almas em seu cassino. Praticamente a história tenta mostrar aquela velha lição de não se meter em encrenca ou desobedecer às regras de pessoas mais velhas, pois o pior pode acontecer.
Cuphead é dividido em dois tipos de cenários diferentes: o primeiro, onde o jogador deve passar a fase normalmente tentando coletar p máximo possível de moedas e completando a fase ao estilo de Super Mario World; e o segundo, no qual trava-se luta intensa com algum boss daquele respectivo mundo. Normalmente, são cinco chefes e duas fases normais em cada mundo.
Ao coletar essas moedas, o jogador poderá desbloquear novas habilidades dentro das lojas do comerciante. Lá, é possível comprar novos tiros, novas habilidades especiais como autoparry, aumento de vida e outros, que podem ser muito úteis para vencer chefes específicos ou fases mais complicadas.
E por falar em chefes, prepare-se para morrer e aprender seus movimentos a cada tentativa, criar estratégias e ser bem cauteloso a cada dano que tomar, pois eles irão com tudo para cima de você. Cada chefe normalmente tem três transformações, as quais ajudam a compreender o quão perto ou longe você está da vitória ou não. Porém, o mais divertido é que cada um deles consegue ser mais marcante que o outro, trazendo uma sensação incrível à medida que se vence um a um. Sempre que somos derrotadosm podemos ver nosso progresso e o quanto faltou para ser concluído – e preparem-se para sentir muita frustração quando descobrirem que estava a um golpe de vencer um boss ou fase especifica.
Uma das grandes perguntas que muitos jogadores fazem a respeito do jogo é: ”ele é extremamente difícil, chegando a um nível DarkSouls da vida?” e a verdadeira resposta é “depende do jogador”. Alguns vão achar que Cuphead contém um estilo dificuldade mediano, já que morrer e aprender com os erros é o mais comum em jogos tipos gun and run, outros vão achar o jogo a coisa mais absurda do mundo, por não estarem muito acostumados com o estilo do jogo e suas consequências de uma determinada ação. Vale ressaltar que o jogo tem seus desafios, já que não existem checkpoints ou algo que cure os danos tomados por alguns inimigos. Morrer é uma ação normal no jogo, mesmo que seja bem punitiva já que o jogador terá que refazer todo o progresso daquela respectiva fase. Mesmo assimm acabamos aprendendo com os erros e notamos evoluções conforme vamos jogando.
Infelizmente Cup head não tem ainda um modo co-op online, podendo apenas jogar com um amigo localmente. Mesmo que este seja um jogo extremamente divertido e nostálgico para uma pessoa, a adição de um companheiro deve ser muito mais interessante com uma experiência e sensações iguais as de Metal Slug.
Para você que é um verdadeiro jogador e quer platinar o jogo se prepare então para longos desafios já que o jogo contém um sistema de nota a cada final de tela com os objetivos necessários para receber a maior nota possível, mas não pense que isso é totalmente em vão pois o jogador será recompensando com algumas surpresinhas extras que darão mais vida ao jogo e claro, o aclamado 200% de conclusão de jogo. Falar de horas de jogo também é uma experiencia variada pois irá depender novamente de jogador a jogador.
Sem dúvidas, Cuphead é uma obra-prima em requisitos de músicas, divertimento, desafios, gráficos e jogabilidade, mesmo que falte o modo co-op online o jogo não peca em absolutamente nada, criando personagens únicos e memoráveis no qual acabamos sentindo um gostinho de mais e mais para desejar o final dessa aventura, como diriam nos anos 30 e dizem a cada fase concluída: “BRAVO”.