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Coletiva de Imprensa com o Diretor Ai Weiwei – Arte, Política e Humanidade

Além de fazer a arte do pôster da 41ª Mostra de Cinema Internacional de São Paulo, o artista plástico chinês Ai Weiwei veio ao Brasil para receber um prêmio especial por seus trabalhos humanitários e mostrar o novo filme, o documentário Human Flow. Após a exibição para a imprensa, ocorreu uma conversa com o diretor, que apesar de ter sido curta, foi muito interessante pelo seu discurso pacifista, humanitário e otimista.

Durante a entrevista de 40 minutos, o cineasta falou do longo processo de produção de Human Flow. Disse também que a falta de humanidade e a atual situação dos refugiados foi o que fez preparar o filme. Quando perguntado sobre o que tinha ficado de fora do corte final, afirmou que ainda há muito material, na verdade, novecentas horas de material bruto, uma vez que entrevistou mais de trezentas pessoas e visitou mais de quarenta campos de refugiados. Porém, disse que vai fazer um corte menor para facilitar na distribuição.

No restante da conversa as perguntas mostraram a história triste de Weiwei, que viveu em um campo militar na infância, tudo porque o seu pai foi preso apenas por ser um poeta. Além disso, como ele foi detido em 2015 e tem ameaças de prisão caso volte para a China, se mudou para Berlim junto com o seu filho de oito anos. Na sua estadia na Alemanha, diz que também se sente como um refugiado morando em uma terra desconhecida onde não fala a língua local. Todavia, isso o ajudou a ter uma conexão com aqueles que entrevistou durante a produção de Human Flow. Um dos empregados do seu estúdio é um refugiado que fala sete línguas diferentes. Completou dizendo que o trabalho do artista é dar voz para quem não tem e que não pode ajudar todas as pessoas do mundo.

Weiwei também falou de política, como o medo que tem da direita conservadora estar censurando mais a arte. Diz ele que não é apenas no Brasil, na Alemanha, na China ou nos EUA, mas no mundo todo. Que isso é sinal de um momento muito perigoso sobre o que está por vir e cita como exemplo que há campanhas de “sangues puros” na Alemanha. E o artista deixou claro que está desacreditado com o futuro da China.

Quanto ao assunto humanista, Weiwei mostrou que é um otimista com a situação dos refugiados, que acredita no verdadeiro poder do indivíduo, que políticos e instituições não ligam para essa situação e que crê que as pessoas podem fazer a diferença. Também afirmou que uma característica forte dos refugiados é como eles não se importam em ser entrevistados ou terem as suas vidas contadas, porque se sentem mais humanos quando falam diretamente com as pessoas.

Infelizmente, o assunto foi rápido, mas tanto as palavras de Ai Weiwie quanto Human Flow não devem ser esquecidas. E que um dia acabe essa terrível situação.

Redação Bastidores

Publicado por Redação Bastidores

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