Amber Heard recebe oferta milionária para estrelar pornô
Já fazem dois meses que a Amber Heard perdeu o processo contra seu ex marido Johnny Depp e enquanto ainda não sabemos o que virá a seguir para a controversa estrela de Aquaman, a crença geral é de que sua carreira de Hollywood está em maus lençóis.
No entanto, parece que outro estúdio está interessado nos serviços da Amber, mas definitivamente é algo bem distante do que ela está acostumada a fazer. De acordo com uma reportagem do veículo australiano Poptopic, algumas pessoas na indústria de filmes adultos tem seus olhares voltados na atriz que pode fazer sua última aparição em Aquaman 2.
A agência adulta de modelos Zen Models está disposta a cobrir a dívida da atriz a Depp e muito mais se a atriz concordar em participar de um filme de classificação X. O acordo multimilionário chamou a atenção da equipe da Amber após sua advogada, Elaine Bredehoft receber um e-mail da agência.
A autenticidade do rumor ainda está para ser provada, mas vale ressaltar que diversas reportagens alegaram que a atriz não está em um bom estado financeiro após sua perda e no processo de difamação. Foi reportado no último mês também que a Amber tem um acordo multimilionário para trabalhar em um livro contando sua versão da história então ela provavelmente fará todo o possível para não angariar mais problemas financeiros.
Enquanto isso, a estreia de Aquaman e o Reino Perdido está marcada para 17 de março de 2023.
O próximo filme de Johnny Depp também foi confirmado. Ele interpretará o Rei Luís XV em Jeanne du Barry
Warner considera diferentes cenários para The Flash, incluindo cancelamento
Segundo o Hollywood Reporter, a Warner planeja três cenários possíveis para o filme do Flash, incluindo um possível cancelamento.
O site reporta que o estúdio não esperava ter que lidar com as polêmicas envolvendo Ezra Miller, levando em conta que o filme chegará aos cinemas somente em junho de 2023. No entanto, após as recentes acusações contra o ator, o estúdio pensa em três possibilidades.
- 1) Ezra Miller teria que procurar ajuda profissional, dar uma declaração oficial sobre o seu recente comportamento e fazer uma divulgação de imprensa limitada para The Flash. Uma fonte afirmou ao site que o estúdio recebeu indicações de que Miller estaria disposto a passar pelo tratamento.
- 2) Caso Miller se recuse a procurar ajuda, o estúdio ainda considera o lançamento do filme. Neste cenário, no entanto, Miller não participaria de nenhuma ação de marketing do filme e não continuaria no papel em próximas produções.
- 3) O terceiro cenário seria o de cancelar definitivamente o lançamento do filme. O site afirma que isso pode acontecer caso a situação de Miller fique ainda mais grave. Neste caso, o estúdio considera que seria impossível uma regravação do filmes, já que Miller interpreta mais de um personagem e aparece em quase todas as cenas. O Hollywood Reporter ressalta que descartar um filme com orçamento de US$ 200 milhões seria algo sem precedentes na indústria de Hollywood.
Com nomes como Ben Affleck, Michael Keaton, Kiersey Clemons e Sasha Calle no elenco, The Flash terá elementos dos quadrinhos da fase Flashpoint, ou Ponto de Ignição, trama que mostra Barry Allen interferindo na linha do tempo da DC ao tentar salvar sua mãe.
A primeira grande polêmica de Miller aconteceu em abril de 2020, quando foi divulgado um vídeo mostrando Miller derrubando uma fã. Em março deste ano, Ezra Miller foi preso duas vezes no Havaí e recebeu uma ordem de restrição solicitada por um casal.
Em junho, Miller recebeu uma medida protetiva feita pela família de Tokata Iron Eyes, com a acusação de abuso físico e emocional da jovem, quando Tokata era menor de idade. Depois disso, Miller publicou alguns stories misteriosos no Instagram e deletou sua conta. A família de Tokata Iron Eyes afirma que as autoridades não conseguiram encontrar Miller para enviar a notificação da medida protetiva.
Ana Maria Braga se torna Sonho dos perpétuos em arte de fã da série Sandman
A apresentadora do programa matinal Mais Você ganhou uma versão própria do protagonista de Sandman, Sonho dos Perpétuos com direito a Louro José no papel do corvo Matthew e tudo. A excelente arte foi feita e compartilhada pelo artista Daniel Bretas, no Twitter. Confira:
https://twitter.com/bisualvoy/status/1557720993703104517?
Uma ótima arte, ainda mais levando em conta o paralelo que há entre a apresentadora matinal, que nos aparece nas manhãs e o Rei Sonho que nos visita a noite.
American Horror Story conta com retorno de Zachary Quinto no elenco
American Horror Story teve parte do elenco da 11ª temporada divulgado, entre eles alguns rostos conhecidos retornam. Em uma matéria do Deadline, fontes próximas à produção da série de Ryan Murphy afirmaram que Zachary Quinto (parte do elenco da série entre 2011 e 2013), Billie Lourd (entre 2017 e 2021) Isaac Powell (em 2021) e Patti LuPone (em 2013).
A nova temporada da série antológica de horror conta também com outros colaboradores recorrentes de Murphy, como Sandra Bernhard (Pose), Joe Mantello (Hollywood e The Normal Heart), bem como Charlie Carver (Ratched).
A última temporada da série, American Horror Story: Double Feature consistiu em duas histórias principais, uma se passando no mar e outra em terra.
Streamings da Disney superam Netflix em número de assinantes
Os diversos streamings da Walt Disney Company como Disney+, ESPN+ e Hulu superaram, em número total de assinantes, a Netflix. De acordo com dados divulgados pelo estúdio ontem [via Deadline], as plataformas da Disney têm um total de 221.1 milhões de assinantes ao redor do mundo.
A Netflix, enquanto isso, divulgou que possui 220.6 milhões de assinantes em sua última prestação de contas, principalmente após perder milhares de clientes no primeiro trimestre de 2022.
Os serviços da Disney inclui marcas como Disney+ (152 milhões), ESPN+ (22,8 milhões) e Hulu (46,2 milhões). As figuras de específicas de streamings exclusivos de certos territórios, como o Star+ brasileiro, não foram reveladas.
Esta é a primeira vez que qualquer concorrente no mercado de streaming bate a Netflix, que sempre esteve na posição de pioneira e líder do ramo, em número de assinantes.
Documentário sobre canibalismo praticado por Armie Hammer ganha trailer
House of Hammer, minissérie documental sobre o complicado histórico familiar do ator Armie Hammer, ganhou seu primeiro trailer. Na prévia, divulgada pelo Discovery+, Courtney Vucekovich e Julia Morrison, ex-namoradas do astro, esmiuçam algumas práticas abusivas do ator, cuja família tem longo histórico de polêmicas desagradáveis - veja abaixo.
https://youtu.be/FIQ80m7831I
Além de Vucekovich e Morrison, House of Hammer também conta com depoimento de Casey Hammer, tia de Hammer, que lembra o ambiente familiar abusivo em que cresceu.
House of Hammer estreia em 2 de setembro no Discovery+.
Steve Martin, lenda da comédia, pretende se aposentar após Only Murders in the Building
Uma das maiores lendas entre os comediantes de Hollywood, Steve Martin pode estar próximo de se despedir da indústria. Co-protagonista de Only Murders in the Building ao lado de Selena Gomez e Martin Short, o ator afirmou que a produção do Hulu deve ser seu último papel e que não tentará novos trabalhos quando a produção chegar ao fim. “Estranhamente, é isso”, disse ele ao THR.
“Quando [Only Murders in the Building] acabar, eu não vou procurar por outras séries. Não vou procurar outros filmes. Não quero fazer pontas”, revelou Martin, que conta ainda que não pretende voltar aos palcos com a peça You Won't Believe What They Look Like Today! se não tiver a companhia de Short, com quem se apresenta.
Na 2ª temporada de Only Murders in the Building, Mabel (Selena Gomez), Charles (Steve Martin) e Oliver (Martin Short) tentam limpar seus nomes após serem acusados do assassinato de Bunny (Jayne Houdyshell). A acusação contra o trio faz com que eles se tornem tema de um podcast concorrente, tudo enquanto tentam descobrir a identidade verdadeira do assassino de Bunny.
Only Murders In The Building está disponível para streaming no Brasil pelo Star+. Os episódios da 2ª temporada têm lançamento semanal, às quartas-feiras.
Vince Gilligan não pretende retornar para mais derivados de Breaking Bad
Vince Gilligan diz não ter planos para um novo derivado de Breaking Bad após Better Call Saul. Segundo o cineasta, ele e sua equipe já testaram a própria sorte ao desenvolver a série sobre Saul Goodman “Não poderia estar mais feliz com o resultado. Aí fizemos El Camino e fiquei muito orgulhoso, mas você precisa saber quando deixar a festa” (via Variety).
Corroborando que não pretende continuar criando histórias no universo de Breaking Bad por ora, Gilligan afirmou que ainda quer trabalhar com os colegas com quem construiu a franquia. “Amo trabalhar com eles - quero manter a banda unida, não importa o que aconteça, mas em um mundo diferente”.
O Co-criador de Better Call Saul, Peter Gould concordou com o parceiro criativo, embora tenha se deixado aberto para um retorno à franquia. “Amo Albuquerque [cidade em que Breaking Bad se passa]. Amo Bob [Odenkirk], Rhea [Seehorn] e Vince. Queremos manter o grupo unido o máximo possível e, assim, nunca diga nunca. Quem sabe como estaremos nos sentindo daqui a dois anos?”
A série aclamada pela crítica e pelo circuito de premiações, Better Call Saul é distribuída no Brasil pela Netflix.
George RR Martin admite menor envolvimento nas últimas temporadas de GoT e explica
George RR Martin, autor da série de livros de fantasia As Crônicas de Gelo e Fogo que foram adaptadas em uma das séries de maior sucesso dos últimos tempios, Game of Thrones, da HBO admite ter se afastado da produção da série que outrora ele estava ativamente envolvido, tanto na produção quanto na escrita de alguns roteiros. Ele afirma em entrevista concedida ao New York Times que da primeira a quarta temporada estava entusiasticamente trabalhando na série, no entanto "Lá pela quinta e sexta temporada, certamente na sétima e na oitava, eu estava praticamente fora do circuito".
Porém ele diz não saber a razão exata para isso. "Não sei, você terá que perguntar a Dan e David", afirmou, referindo-se aos showrunners da adaptação televisiva, D.B. Weiss e David Benioff. Procurada pelo jornal, a dupla não quis comentar o assunto.
Para a série derivada House of Dragon, a HBO fez questão de ter Martin envolvido. "George, para nós, foi um recurso valioso nesse processo", disse o chefe de conteúdo do canal, Casey Bloys. "Ele é literalmente o criador desse mundo. Ele é seu historiador, criador e protetor. Então não consigo imaginar fazer uma série que ele não acreditasse ou apoiasse".
Situada 200 anos antes dos eventos de Game of Thrones, A Casa do Dragão é baseada no livro Fogo & Sangue, de George R. R. Martin. Os showrunners serão Ryan Condal (Colony) e Miguel Sapochnik (Thrones).
O elenco da derivada conta com Matt Smith (Morbius), Olivia Cooke (Jogador Nº 1), Steve Touissant (Príncipe da Pérsia), Sonoya Mizuno (Devs) e Graham McTavish (Preacher), entre outros.
Crítica | 1ª temporada de Sandman te convida a sonhar
Sandman é uma série de histórias de quadrinhos criada por Neil Gaiman e publicadas pela DC Comics sob o selo da Vertigo nos anos de 1989-1996. Gaiman resgata um personagem da era de ouro da editora e o coloca em uma roupagem totalmente diferente da original. É considerada uma das mais únicas dos quadrinhos, sua natureza fantasiosa e a densidade de suas histórias fez com que a HQ caísse naquela categoria de "inadaptável".
No entanto diversas tentativas de trazer a icônica série da Vertigo para uma mídia audiovisual foram feitas desde os anos 1990, algumas delas promissoras, como um filme dirigido por Roger Avary que adaptaria os dois primeiros arcos dos quadrinhos: Prelúdios e Noturnos e Casa de Bonecas. Haviam também planos para uma adaptação para a televisão na HBO produzida por James Mangold. Mais recentemente, em 2013, um novo projeto com Joseph Gordon Levitt no papel principal tinha sido anunciado, outro projeto que não viu a luz do dia.
David S. Goyer, figura carimbada de Hollywood era um dos roteiristas que estava desde o início empregando seus esforços para realizar uma adaptação dos quadrinhos de Neil Gaiman, inicialmente como um filme. No entanto, em 2019, Gaiman e Goyer conseguem um contrato com a Netflix para produzir uma temporada de 11 episódios (diminuída posteriormente para 10) e é o que temos hoje.
Sandman na Netflix
A série veio em um momento crítico para a gigante do streaming, em que ela começa a ter uma certa má fama entre os entusiastas do meio. Muitos alegam que a qualidade das produções originais diminuiu, com o boom do streaming nos últimos anos, surgiram concorrentes que antes não existiam: Amazon Prime, Disney+, HBOMax, Star+, Apple TV+, entre tantos outros. A Netflix cultivou para si o estigma também de que as narrativas começadas por ela são quase sempre interrompidas em cancelamentos.
Sandman então vem como uma grande aposta da Netflix, prometendo ser um alívio para esses problemas da empresa e quem sabe atrair alguns dos assinantes que o serviço perdeu, visto que é uma adaptação de um dos quadrinhos mais queridos de todos os tempos e tem o próprio autor, Neil Gaiman, um escritor premiado, como um dos roteiristas e produtores da série.
Prelúdios e Noturnos
A série foca nos dois primeiros arcos da série: Prelúdios e Noturnos e Casa de Bonecas. No primeiro, Sonho é aprisionado por Roderick Burgess e quando finalmente consegue se libertar depois de quase um século de cárcere, deve procurar as ferramentas quer foram tiradas dele. Nos quadrinhos, a busca pelas ferramentas rende encontros com personagens consagrados do universo da DC Comics como John Constantine, Caçador de Marte, Sr. Milagre e Etrigan.
O primeiro episódio trata do encarceramento de Sonho dos Perpétuos, uma das sete entidades que precedem os deuses, sempre estiveram lá desde a aurora dos tempos e apenas desaparecerão assim que o último ser vivo do último universo morrer. A intenção de Burgess era capturar a irmã mais velha de Sonho, a Morte. Mas seu riton dá errado e ele acaba capturando o príncipe das histórias (mais um dos muitos nomes atribuídos a Sonho).
Roderick Burgess aqui é interpretado por Charles Dance, que como sempre entrega uma excelente performance. O primeiro episódio pode ser descrito nas palavras de Neil Gaiman como “é parecido com Downtown Abbey, só que com magia e ocultismo”, a partir daí, como ele havia prometido aos espectadores e havia feito muitos anos atrás com suas histórias em quadrinhos, a história vai evoluindo e tomando outros rumos, sendo a imaginação o limite para onde ela deve seguir nos momentos seguintes.
Sonho é interpretado por Tom Sturridge, que interpreta a fisicalidade do Morfeus muito bem e possui uma voz adequada para o personagem, que quando fala é como se estivesse narrando uma história conhecida a muito tempo, sempre seguro do que diz. O visual não é exatamente o que os fãs dos quadrinhos esperavam, mas muitas coisas tiveram que ser alteradas para incluir verossimilhança em um mundo representado em live action.
Retornando ao sonhar, ele descobre que o reino está em ruínas e para restaurá-lo, precisa recuperar as ferramentas o quanto antes, invocando as três Graças (também conhecidas como moiras, as mesmas da mitologia grega), que indicam onde ele deve seguir para encontrá-las. Os envolvidos na série, seja por questões contratuais ou por uma decisão criativa, decidiram não utilizar alguns dos personagens mais conhecidos do universo DC que aparecem na história, sendo simplesmente cortados.
A decisão pode ter vindo inclusive do próprio Gaiman, o qual em sua introdução no primeiro volume da edição encadernada de Sandman confessa que posteriormente achou essas participações “desnecessárias”.
No entanto, mantiveram o personagem Constantine, mas em uma diferente roupagem. A versão do tempo presente e a ancestral que viveu nos tempos da revolução francesa seriam interpretados pela mesma atriz, no caso Jenna Coleman, interpretando a detetive do oculto, Johanna Constantine.
Uma mudança interessante, levando em conta que a Netflix gosta de pautar em suas produções um elenco diversificado e Sandman certamente oferece uma grande abertura para isso, sendo a obra também bastante diversificada em personagens e situações.
Outro personagem da DC que foi mantido é John Dee, também conhecido como o Dr. Destino, um dos vilões que teve sua primeira aparição em um dos quadrinhos da Liga da Justiça nos anos 1960 e na série é interpretado por David Thewlis.
O personagem protagoniza o episódio 24/7, adaptação da história em quadrinhos 24 Horas, que Gaiman admite ter sido uma das histórias mais horripilantes que escreveu em sua carreira. A história, que envolve seu “ensaio sobre histórias e autores”, indaga sobre o preço da mentira e a importância dos sonhos acaba sendo um dos episódios que mais se destaca na temporada.
O que dizer também de Gwendoline Christie como Lúcifer Estrela da Manhã, um dos principais antagonistas dos quadrinhos. Ela incorpora bem a natureza angelical do personagem, misturada com uma identidade rebelde que o anjo demonstra por vezes, como Neil Gaiman descreve o personagem e certamente a mensagem chegou a Christie: “ele é um anjo caído, mas em essência é um anjo, me influenciei em David Bowie nos seus dias de cantor folk, com seus cabelos cacheados”. Gwendoline incorpora esse aspecto em seus maneirismos.
Algo que a série faz várias vezes é mostrar um lado vulnerável de Sonho, algo que não acontece muito nos quadrinhos. O Morfeus da Netflix se machuca fisicamente mais fácil do que nas HQs. O que nos traz ao excelente episódio 6, O Som das Asas dela, que traz duas das minhas histórias favoritas dos quadrinhos. A primeira história apresenta a irmã mais velha de Sonho, Morte, uma versão diferente do ceifador a que estamos acostumados a encontrar na literatura e no cinema.
Kirby Howell-Baptiste interpreta magnificamente essa versão da morte, ela é gentil, bondosa e honesta, é a versão de ceifador que o Neil Gaiman e creio que a maioria de nós gostariamos de encontrar quando chegasse a nossa hora.
Ela traz a tona um lado mais vulnerável emocionalmente de Morfeus, ele confessa a sua irmã seus medos e inseguranças, algo que ele não tenta esconder de todas as outras pessoas. A jornada que Morte e Sonho passam nesse episódio, com a Morte fazendo seu trabalho e mostrando a seu irmão o verdadeiro propósito de seu trabalho é de trazer lágrimas aos olhos.
O episódio traz outro conto que apresenta Hob Gadling, o homem que decide não morrer, também um dos melhores contos nas edições stand alone de Sandman, a versão televisiva faz jus a edição e promete bastante coisa pro futuro. Uma das coisas que lamento na temporada foi a ausência de mais histórias isoladas como essas duas.
Casa de Bonecas
Neil Gaiman, o criador dos quadrinhos, está em papel criativamente ativo dentro da série, algo raro em grandes adaptações como essa, mesmo assim diversas mudanças são observadas. No entanto, não são mudanças que "estragariam" o que é apresentado no material fonte e o espectador que é familiar ao material se surpreende ao perceber que na verdade certas mudanças ressaltam a obra.
De cara são notadas mudanças mais didáticas, por exemplo, o Burgess já sabia sobre os perpétuos nos quadrinhos, na série, o Coríntio explica a ele o que seriam essas entidades. Mas uma das mudanças essenciais está no próprio Coríntio, interpretado por Boyd Holbrook. Na HQ ele é antagonista apenas no arco da Casa de Bonecas, na série ele está sempre presente.
Sonho foi pego por Burgess enquanto procurava por Coríntio que havia deixado o Sonhar, enquanto que no material fonte, fica claro que ele só deixa o Sonhar muito depois do desaparecimento de Morfeus. A série faz com que Coríntio seja o antagonista principal da temporada, esse elemento ajuda a prender o espectador, criando uma curiosidade para saber qual será o fim dessa disputa.
Quanto ao CGI da série, ele é bem irregular, às vezes ele é impressionante, destaco a parte do Sonho da Barbie nessa segunda parte da temporada e por vezes não é possível deixar de notar certa artificialidade, como nos cenários do inferno por exemplo, que parece estar sempre envolto em filtro. Isso ocorre porque para representar os desenhos tão imaginativos dos quadrinhos é difícil recorrer a menos do que esses recursos.
Eles fazem também uma escolha um tanto estranha ao recorrer a certas objetivas que deixam os personagens esticados, um tanto esquálidos e compridos, provavelmente mais um recurso para simular os quadrinhos, mas não podemos deixar de notar a estranheza.
Entre os personagens que habitam o Sonhar, estão Lucienne, a bibliotecária, interpretada por Viviene Acheampong, que foca o lado mais protetivo para com Morpheus. A dupla de irmãos Caim e Abel, que fizeram sua primeira aparição em Monstro do Pantano de Alan Moore, são representados por Sanjeev Bhaskar e Asim Chaudhry.
O elenco de Sandman tem o privilégio de contar com o excelente Mark Hammil emprestando seu talento vocal a Merv, o espantalho falante. Falando em vozes, não posso deixar de citar Patton Oswalt, muito provavelmente o ator mais entusiasta com o projeto, que demonstrou sua paixão por Sandman nos primórdios da pré produção, sendo o primeiro a ser escalado, interpretando o corvo Mathew.
Destaco principalmente o ator Mason Alexander Park, que interpreta o perpétuo Desejo, principal rival de Sonho com bastante maestria. O ator não binário incorpora bem a natureza andrógina e um tanto estranha do perpétuo enquanto se nota que se diverte bastante interpretando o papel, enquanto que a atriz Donna Preston, que interpreta sua irmã gêmea, Desespero, aparenta estar em completo sofrimento, assim como deve ser, ela causa uma boa impressão no pouco que aparece.
A família Walker passa por diversas mudanças em relação aos quadrinhos, papéis de certos personagens são mudados, algo que me deixou bastante curioso para saber se mudariam também os rumos da história. Entretanto, os roteiristas acharam soluções interessantes para algumas dessas questões e os resultados são bastante satisfatórios. Fico curioso para saber o que farão com a personagem Lyta Hall, interpretada por Razane Jammal.
Sandman é uma série imaginativa, que consegue fazer adaptações que deixa intrigados até mesmo os que já conhecem o material fonte, apresenta o universo de Sandman para uma nova geração e para um público maior e o mais importante de tudo, estimula o ato de sonhar.
Mal posso esperar para a segunda temporada que deve adaptar um dos meus arcos favoritos e creio que o favorito de muitos fãs, Estação das Brumas e provavelmente também o ótimo Um Jogo de Você.
Sandman - 1ª Temporada (Idem, Netflix - 2022)
Showrunner: Allan Heinberg
Direção: Mairzee Almas, Mike Barker, Jamie Childs
Roteiro: Neil Gaiman, David S. Goyer, Allan Heinberg
Elenco: Tom Sturridge, Boyd Holbrook, Charles Dance, Patton Oswalt, Mason Alexander Park, Jenna Coleman, David Thewlis
Gênero: Fantasia
Streaming: Netflix
Duração: 50 min por episódio (10 no total)