Elizabeth Olsen é contra chamar Wanda de vilã
Em Doutor Estranho no Multiverso da Loucura fica bem explícito que Wanda, a Feiticeira Escarlate, assume o posto de antagonista da história, mas ainda assim Elizabeth Olsen é contra rotular a personagem como vilã.
Durante sessão de perguntas e respostas no Good Morning America, ela contou como enxerga os atos da Feiticeira Escarlate no filme.
"Ela nunca vai ser uma vilã para mim. Ela certamente aprende uma lição durante o filme", comentou a atriz."Eu penso em Wanda como alguém que está processando grandes emoções".
Doutor Estranho 2 está disponível para streaming no Disney+.
Review | Marvel’s Guardians of the Galaxy é o melhor game que você ainda não jogou
É inegável: a Square Enix realmente cometeu um pecado cardinal com Marvel’s The Avengers ao tornar o game como serviço e desviar o foco da experiência centralizada em single player.
De experiência rasa, o jogo que, apesar de belo e contar uma boa história, cai rapidamente na repetitividade na jogatina e as práticas anti-consumidor com inúmeras micro-transações conferiu uma aura completa de negatividade em relação à marca.
Após tudo isso, quem saiu prejudicado foi o game de Guardiões da Galáxia. Uma produção secreta que foi anunciada apenas poucos meses antes de seu lançamento. Mesmo com o esforço do marketing e boas análises de lançamento, o game da Eidos Montréal foi considerado insatisfatório nas vendas.
Entretanto, assim como a sua contraparte cinematográfica, Guardians of the Galaxy é uma obra surpreendente que vale a pena ser conferida em sua totalidade das longas vinte horas de entretenimento que entrega.
Os Jardineiros da Galáxia
Produzido e roteirizado pelas mesmas mentes responsáveis pela franquia Deus Ex, aguarde pelo mesmo nível de ambição, pois a Marvel é conhecida por ser menos controladora com suas propriedades intelectuais fora dos cinemas e TV.
A narrativa que é o sustento principal deste game apresenta os Guardiões da Galáxia na mesma formação que a vista no Universo Cinematográfico da Marvel trazendo Peter Quill, Gamora, Drax, Rocket e Groot já empreendendo aventuras ao redor do espaço há algum tempo.
Ainda assim, o grupo está aprendendo a conviver um com o outro e todas as suas brutais diferenças, se tornando mais um bando de desajustados que não sabem confiar uns nos outros apesar dos esforços tremendos de Quill em manter a equipe unidade.
Invadindo a zona de Quarentena para capturar uma nova besta para a infame Lady Hellbender a fim de ganhar milhares de créditos, os Guardiões acabam libertando um perigo misterioso que trará consequências drásticas ao decorrer do jogo. Ao tentar escapar do colapso do local, a nave Milano é interceptada pela Tropa Nova comandada pela ex-namorada de Quill, Kor-El.
Multados em milhares de créditos, Quill consegue um prazo de três semanas para pagar a cobrança. Junto com seus parceiros, ele bola um plano “genial” que envolve golpes e trambiques típicos da trupe, porém as repercussões dessas escolhas acabarão levando os heróis à uma jornada de descoberta e responsabilidade contra uma ameaça que pode exterminar toda a galáxia.
Conforme os anos passam, os nichos de jogadores sempre expandem conseguindo encontrar produtos especializados para cada segmento do mercado. Entretanto, apesar dos lançamentos de peso da Sony, aventuras focadas em narrativas de único jogador de alto valor de produção estão cada vez mais raras.
Por isso, já por essa razão em um segmento cada vez mais escasso de lançamentos que fogem dos "simuladores de andar", Guardians of the Galaxy já é um peixe fora d’água. O jogo é notoriamente caro tanto pelo tempo de duração impressionante como pela qualidade excelente dos gráficos, design artístico, atuações, interface e músicas licenciadas.
Trazendo algumas das melhores características já vistas nos filmes de James Gunn, o game se vale do uso inteligente das músicas, incluindo das originais apresentadas pontualmente através do álbum favorito de heavy metal de Peter Quill - Star Lord, explicando a origem de seu alter ego espacial.
https://open.spotify.com/album/4nuvHnLgUd5AuTFpQcSC3t?si=YE79yrwQRjOEEY5KFYDB9A
As músicas originais são nada menos que INCRÍVEIS!!!
Não somente isso, a verve irreverente da comédia permeia todo o titulo repleto de horas e horas de ótimos diálogos afiados entre os integrantes da equipe. A escrita é feita com tanto cuidado que os personagens cativam em questão de poucos minutos. A falta da linguagem figurada de Drax continua divertindo muito e as piadas de mau gosto de Rocket Raccoon se divertindo com a desgraça alheia são geniais rendendo momentos verdadeiramente hilários.
Permeada por esses diálogos excepcionais, a narrativa é nada menos que excelente. Ainda que seja uma análise rasa, a obra é tão boa que nesse texto de recomendação, vale a pena manter tudo escrito de modo vago para não estragar as ótimas surpresas e participações especiais de personagens que mudam a narrativa substancialmente ao longo da jornada.
Como a história é mesmo a melhor característica do game, estragar a experiência de um jogador de primeira viagem é uma afronta porque eu tive uma excelente experiência por não fazer a menor ideia sobre do que se tratava a aventura.
Assim como nos filmes, cada personagem possui arcos satisfatórios com histórias que trazem revelações e origens relativamente distintas das dos filmes. Peter Quill, sendo o protagonista, recebe muita atenção com direito a flashbacks interativos do dia decisivo de sua vida na Terra e da relação com a sua mãe Meredith.
Ajuda a explicar mais da essência heróica do personagem e deixa bastante espaço para explorar mais do passado de Quill em próximas aventuras. Em seguida, Drax é o mais desenvolvido, também trazendo mais luz sobre o passado kathatiano obcecado em destruir Thanos e vingar a sua família. Mais detalhes sobre a cultura de seu povo e das dores profundas que ele carrega são apresentadas.
Já Rocket e Gamora recebem menos atenção, mas não deixam de apresentar um bom trabalho. Os diálogos opcionais a bordo da Milano são muito importantes para preencher lacunas e entender mais sobre a fobia triste de água que Rocky sofre e o seu falso niilismo cínico. Com Gamora, as coisas são mais repentinas, acontecendo no ato final do game, mas dado o contraste de comportamento e ótima conclusão, o momento emociona.
Groot, sendo um personagem difícil de desenvolver em qualquer mídia, ganha alguns detalhes sobre a dificuldade de comunicação do alien que depende da tradução nada confiável de Rocket, mas o fato dele ser o último de sua espécie é bem utilizado para fazer uma catarse geral para fechar o arco dos cinco integrantes perdidos se encontrarem em meio a uma nova família. Destaque para uma das melhores representações já vistas de Nikki Gold fora dos quadrinhos em uma relação engraçada e inteligente com Peter Quill.
Para fechar o segmento envolvendo narrativa, o jogador encontrará diversas cenas onde terá que escolher algumas opções de diálogos que resultam em consequências diferentes - algo vindo diretamente do gênero que a Telltale ajudou a construir. No caso, pode parecer que a maioria das escolhas não importam, mas algumas culminam em ajudas muito valiosas na missão final, além de delinear um contorno muito mais satisfatório na conclusão da aventura.
Entretanto, algumas opções realmente não importam a ponto de serem cruciais, funcionando como momentos menos divertidos que trazem uma aura única de vergonha alheia - principalmente quando os personagens passam a cantar se movendo repetitivamente em animações menos caprichadas.
Quando falta mais recheio
Ainda que a história, diálogos e personagens sustentem o interesse completo do jogador, além do trabalho visual impecável, é um fato que o jogo sofre um tanto com suas mecânicas repetitivas e game design pouco ambicioso.
Provavelmente por limitação orçamentária, só é possível controlar Peter Quill ao longo de toda a aventura. Embora faça sentido por ele ser o líder dos Guardiões, o personagem com certeza é o mais limitado em suas habilidades únicas fornecidas pelas pistolas espaciais que utiliza nos combates.
Seria interessante poder utilizar Gamora, Drax, Groot e Rocket em alguns níveis, mas não é possível. O jogo contorna isso ao permitir que o jogador dê alguns comandos sujeitos à cooldowns aos outros Guardiões durante os combates.
Drax é perfeito para deixar inimigos estonteados, Gamora é uma arma letal para aplicar dano máximo à inimigos mais difíceis, Groot ajuda a paralisar diversos alvos e Rocket causa danos múltiplos através de suas bombas e metralhadoras. Ao decorrer do game, uma quarta habilidade é adquirida trazendo mais novidades enquanto as outras são adquiridas através do clássico sistema de pontos através da progressão de níveis.
Embora limitado, é sim divertido metralhar inúmeros inimigos com Peter Quill, além das habilidades elementais que ele adquire no decorrer do jogo, permitindo explorar fraquezas de certos oponentes. O personagem se vale de rápidos desvios e pulos duplos graças às botas propulsoras, oferecendo muito dinamismo nas batalhas que sempre trazem um bom nível de desafio sem serem injustas.
O jogo é dividido em 16 capítulos, cada qual possuindo grandes níveis para explorar, embora lineares ao extremo no melhor estilo de Uncharted. Sempre há coisas novas para se admirar e descobrir, mas a exploração dos níveis é precária, porém encorajada para descobrir contêineres contendo trajes alternativos para os personagens.
Basicamente, o core do gameplay é esse. Em poucas fases há alguns QTEs para cumprir e em outras é possível pilotar a Milano em combates espaciais com ótimo esquema de controles, sempre divertindo muito.
Por conta disso, é inegável que o jogo sofra com repetição de oponentes e, a depender das suas escolhas, o final é dilatado ao extremo com muitos conflitos repletos de oponentes esponjas de balas que demoram bastante tempo para serem derrotados. Felizmente, um grande ponto alto são as batalhas contra chefes, todas oferecendo momentos importantes no uso da equipe inteira para conseguir triunfar.
Mas é importante mencionar que durante toda a jogatina, enfrentei múltiplos crashs injustificáveis do game no meu PC. Se contabilizar, foram mais de trinta ao longo de toda a aventura. Os crashs parecem ser problemas em comum em diversas plataformas, com incidência aleatória, mas parece que o suporte técnico do jogo já não existe mais com o time de desenvolvedores já partindo para o próximo projeto. Então se prepare, pois o problema pode existir e com certeza testerá a sua paciência e amor aos jogo.
Mas que flark!
Mesmo diante do cenário tenebroso que o país enfrenta economicamente, jogando os preços de jogos eletrônicos nas alturas, é um fato: Marvel’s Guardians of the Galaxy merece seu suado dinheiro. Ainda mais agora que está disponível na Xbox Game Pass no custo de assinatura mais básico.
Seja assinante ou não, se é fã ou gosta das obras com os personagens, o game realmente é uma pérola que deve ser celebrada. O jogo tem suas deficiências notórias, mas diverte muito e oferece uma qualidade narrativa que sobrepuja o tempo limitado dos filmes excelentes de James Gunn.
Com tanto estilo heavy metal e referências a mil aos anos 1980, acredito que é uma questão de tempo até que essa iteração dos Guardiões se torne a favorita de muita gente, pois o trabalho é excepcional. Agora fica a torcida para que o game consiga reverter a delicada situação que se encontra em termos financeiros.
Afinal, uma sequência mais ambiciosa é obrigatória, ainda mais depois do reconhecimento nas 5 indicações que conquistou ao BAFTA. É fato: a Eidos Montréal nasceu para trabalhar com esses personagens inesquecíveis.
Nota
Novo 007 vai demorar: "estamos reinventando o personagem"
Após a conclusão da era de Daniel Craig em 007 - Sem Tempo para Morrer, muitos fãs aguardam pela próxima iteração da franquia infinita da Eon.
Entretanto, segundo a produtora Barbara Broccoli, o novo filme vai demorar bastante para estrear e a procura pelo novo ator protagonista ainda nem começou.
"Ninguém está concorrendo [a ser o próximo James Bond]", ela revelou ao Deadline. "Estamos trabalhando para onde ir com ele, discutindo isso. Não há um roteiro e não podemos chegar a um até decidirmos como vamos abordar o próximo filme porque, na verdade, é uma reinvenção de Bond. Estamos reinventando quem ele é e isso leva tempo. Eu diria que as filmagens estão a pelo menos dois anos de distância."
007 - Sem Tempo Para Morrer está na Globoplay.
Dakota Johnson fala sobre bastidores de 50 Tons de Cinza: "Psicótico"
A atriz Dakota Johnson comentou pela primeira vez sobre a experiência de bastidores da trilogia 50 Tons e, para ela, as coisas foram um tanto traumáticas.
Entre muitos problemas, ela citou o excesso de poder criativo dado à autora dos livros da saga, E. L. James, como fonte de confusão.
"Eu assinei contrato para fazer uma versão muito diferente do filme que fizemos", disse a atriz para a Vanity Fair. "Ela tinha muito controle criativo, o dia todo, todo dia, e ela exigia que determinadas coisas acontecessem", afirmou Johnson sobre James. "Havia partes nos livros que simplesmente não funcionariam em um filme, como o monólogo interno, que em momentos era inacreditavelmente brega. Não funcionaria falar aquilo em voz alta. Era sempre uma batalha. Sempre".
Johnson continuou: "Eu era jovem. Eu tinha 23 anos. Era assustador. Se transformou em uma coisa louca. Havia muito desentendimento. Eu nunca pude falar abertamente sobre isso, porque você quer promover um filme do jeito certo, e eu tenho orgulho do que fizemos, no fim das contas, e tudo acontece como deve ser, mas foi complexo".
Entretanto, ela afirma que nunca teve problemas com o colega de trabalho Jamie Dornan e que não se arrepende de ter trabalhado nos filmes.
Fobia – St. Dinfna Hotel, game brasileiro, ganha trailer de lançamento; confira
A distribuidora Maximum Game diulgou o trailer de lançamento de Fobia — St. Dinfna Hotel para PC e consoles. O game de horror foi desenvolvido por brasileiros.
Confira:
https://www.youtube.com/watch?v=1ECX1kay7T8
O vídeo traz um pouco dos gráficos caprichados, dos puzzles, inimigos e cenários horripilantes que os jogadores aguardam.
Desenvolvido pela Pulsatrix Studios, o jogo é um novo survival horror, que se inspira em Resident Evil, Fatal Frame e Silent Hill.
O game foi lançado hoje para PC, Xbox Series e PS5/PS4.
Fracasso de Han Solo impediu trilogia sobre Obi-Wan Kenobi
A Lucasfilm/Disney desistiu dos longas Uma História Star Wars após o fracasso comercial de Han Solo. Conversando ao The Direct, o roteirista Stuart Bettie afirmou que Obi-Wan Kenobi teria sido o começo de uma nova trilogia focada no personagem e que a história foi ceifada pelo desempenho ruim do filme do infame trapaceiro galáctico.
“Estava morrendo de vontade de fazer [o filme]. Sabe, infelizmente, [Han] Solo que mudou a direção do planejamento. Eu gosto de Solo, pessoalmente, mas não ganhou muito dinheiro. É uma loucura pensar que foi dirigido por dos melhores cineastas que trabalham hoje [Ron Howard]. Mas, só porque não atingiu um certo número, eles tiveram que repensar.
[Fiquei] Devastado, absolutamente devastado. Mas, esse é o negócio, você sabe, altos e baixos. Estou feliz que foi feita [a série]. Estou orgulhoso da minha história que [foi] contada . Estou feliz por meus personagens terem passado por isso. E estou feliz por ter recebido crédito. [No entanto] Eu gostaria que eles pudessem fazer meus filmes um dia.”
A Disney então reaproveitou o trabalho de Bettie realizado ao longo de um ano e estendeu a ideia para preencher seis episódios da minissérie já lançada na Disney+.
Como a ideia partiu dele, o roteirista foi creditado em todos os episódios.
Obi-Wan Kenobi está na Disney+.
The Boys mostra como AQUELA cena com Leitinho foi feita; confira
No episódio Herogasm, Leitinho novamente protagoniza um momento traumático para si ao receber, bom... um jato inesperado na cara.
Em seu perfil oficial no Twitter, The Boys mostrou como a bizarra cena foi feita com efeitos práticos.
Confira:
https://twitter.com/TheBoysTV/status/1541938697318191104?
A série está em sua 3ª temporada e conta com novos episódios exibidos às sextas-feiras no Prime Video. Faltam apenas dois episódios para o final da temporada.
A série já foi renovada para um 4º ano que deve chegar em 2023.
Kevin Feige indica mais versões do Thor no MCU
Assim como já estabelecido em Loki, Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa e Doutor Estranho 2, diversos personagens do Universo Cinematográfico da Marvel receberão suas variantes das versões tradicionais.
Agora, de acordo com o executivo chefe da Marvel Studios, Kevin Feige, o público pode esperar para ver mais variantes do Thor dando as caras.
"Existem essas coisas chamadas histórias em quadrinhos, e é delas que tiramos as nossas tramas", brincou o produtor. "Como eu sempre disse, quando fazemos uma continuação a nossa ideia é continuar o personagem e a experiência de um ator dentro do personagem", disse ao Slash Film.
"Eu penso nos nossos atores não como heróis ou vilões individuais, mas como nosso elenco de repertório. Eles podem mudar e evoluir dentro de seus personagens. Se olharmos para os quadrinhos como guia, temos muitas encarnações diferentes de Thor que ainda não vimos no cinema", completou.
O novo filme do personagem, Thor: Amor e Trovão, estreia nos cinemas em 7 de julho de 2022.
Crítica | Thor leva Mitologia Nórdica à Marvel Studios
Thor nunca foi um herói popular do universo dos quadrinhos no Brasil. Saiu com pouco destaque, quase nunca chamando atenção como o Homem-Aranha ou os X-Men. Em 2008, esse panorama mudou – Homem de Ferro fez um tremendo sucesso em crítica e público agradando todas as audiências. Downey Jr. proporcionou um carisma impressionante colocando a popularidade de Tony Stark em alta. A espera era grande e a curiosidade também a respeito da adaptação cinematográfica sobre o deus nórdico, mas ela finalmente acabou. Novamente o cinema fez um milagre com outro herói coadjuvante da Marvel.
Odin é o governante supremo de Asgard, um reino distante de Midgard – mais conhecida como Terra. Ele tem dois filhos, Loki e Thor. Um deles se tornará Rei desta terra mítica e mágica. Ambos crescem, um assume a mentira como melhor amiga enquanto o outro prefere a arrogância e o orgulho. Após uma série de problemas na terra dos Gigantes de Gelo, um povo que possui apatia com os asgardianos, Odin bane Thor de Asgard para que ele aprenda uma lição valiosa na Terra e que aprenda a ser humilde. Só assim Thor poderá assumir o trono e empunhar novamente a arma perfeita de seu povo, o Mjolnir.
A Bifrost do cinema com os quadrinhos
O roteiro de Ashley Miller, Zack Stentz e Don Payne segue uma linha narrativa muito parecida com a de Homem de Ferro jogando o personagem em uma confusão no início depois o apresentando para o público por meio de um longo flashback para então seguir a narrativa normalmente. O flashback é a melhor parte do roteiro mostrando a complexa e perturbada relação familiar do triangulo Thor, Loki e Odin, além de desenvolver muito bem seus personagens. Tudo é muito shakespeariano nos problemas da família de Thor e é aqui onde a escrita da história ganha seu mérito nunca desmerecendo o romancista inglês.
Portanto todo o segmento “asgardiano” de longe é o mais interessante, mas o mundo onde ele se passa é pouquíssimo desenvolvido e, portanto decepcionante. Ou seja, nunca o espectador realmente conhece Asgard, nem seu povo tampouco sua cultura e costumes. Quando, finalmente, o publico acompanha Thor na Terra, o roteiro começa a revelar seus sinais de esgotamento. O ato é extremamente rápido e minimamente desenvolvido sem atingir a importância que tinha para a narrativa.
É exatamente nesse momento em que Thor aprende uma lição valiosa e ganha a humildade. Porém, isso acontece de forma tão despreparada e ridícula que fica dificil tolerar o rápido aprendizado e fascínio do herói com os humanos. O ato somente se salva graças as piadinhas inteligentes sobre a adaptação do protagonista no estranho meio terrestre e as inúmeras referencias ao universo Marvel citando Hulk, Tony Stark e uma fantástica apresentação especial de Jeremy Renner como Gavião Arqueiro. E, claro, a sempre memorável participação de Stan Lee. Outra referencia que merece destaque é a semelhança entre a narrativa do Mjolnir – martelo de Thor – com a lendária espada do Rei Arthur.
Outra coisa desagradável no ato que se passa na Terra é o imenso destaque que o roteiro proporciona ao par amoroso de Thor, Jane Foster. Mesmo com todo ar shakespeariano, a narrativa não consegue escapar da previsibilidade – um mal de nosso tempo. Apesar destes incômodos, o roteiro consegue surpreender com a evolução de Loki durante o longa. Ele é um dos poucos vilões que tem motivos coerentes para realizar seus atos malévolos. Assim, nunca assume diretamente o posto de antagonista detestável visto que o espectador compreende muito bem as causas que levaram o rico personagem optar pelo “mal” – esta característica é muito subjetiva na profundidade do psicológico de Loki.
Oscarizados
O elenco do filme é de peso e tem qualidade. Chris Hemsworth proporciona um carisma muito bom ao seu Thor. O sotaque inglês arcaico criado por ele também é muito interessante de se ouvir. Além disso, suas expressões faciais de ira e ódio são muito semelhantes àquelas que se imagina quando um deus nórdico está furioso. Destaque para as proezas acrobáticas que realiza nas seletas cenas de ação. Com gestos rudes e pesados, Hemsworth consegue passar a figura de machão arrogante do personagem. Às vezes, sua atuação consegue gerar uma dramaticidade – leia-se aqui no sentido trágico – fora do comum.
Anthony Hopkins é uma surpresa neste filme. Sua atuação como Odin é memorável graças a sua pose de soberania e realeza que lhe caiu muito bem. A dicção e a entonação de sua fala são notáveis, principalmente na cena em que o conflito entre ele e Thor fica intenso. Tom Hiddleston consegue deixar Loki num patamar incrível. Sua atuação é de longe a mais profunda e complexa conseguindo superar o desafio proposto pelo roteiro, o de criar um psicológico completamente diferente com o qual estamos acostumados a ver. Sua escolha de ignorar o lado caricato e ridículo de Loki deu uma dimensão inigualável a seu quieto e sereno vilão.
Houve muito barulho antes mesmo do filme estrear por causa da participação de Natalie Portman no filme. A verdade nua e crua é que não há nada de maravilhoso, impactante e revolucionário em sua atuação. Ela apenas fez o dever de casa, ou seja, é uma atuação aceitável nunca chegando a ser ruim. Kat Dennings dá um novo sentido de personagem apêndice neste filme. Ela é simplesmente um alívio cômico desesperado e irritante do roteiro. Idris Elba incorpora perfeitamente Heimdall, um dos personagens mais interessantes do filme. Ray Stevenson, Josh Dallas, Jaimie Alexander e Tadanobu Asano caem muito bem no papel de “quarteto fantástico” da mitologia nórdica.
Rene Russo não tem tempo em tela para mostrar sua personagem. Clark Gregg retorna como o divertido Agente Coulson. Stellan Skarsgard e Colm Feore completam o elenco.
Uma fotografia digna de heróis
A fotografia de Haris Zambarloukos consegue quebrar a barreira da mesmice visual de vários filmes sobre super-heróis. A esperta escolha de utilizar tons azuis esverdeados pálidos em Jotunheim ajuda a contextualizar o frio, a solidão e a crueldade marcada pela população. Aqui, os planos são bem abertos distanciando os personagens do espectador permitindo uma maior dimensão da hostilidade e do perigo iminente do local. Já em Asgard, ocorre uma súbita mudança em sua palheta de cores. Lá, sua iluminação assume um tom amarelo forte que fortalece a ideia de conforto sobre a família real de Thor. Todos os planos são próximos aos personagens para devolver a sensação de segurança e invulnerabilidade.
Haris também aproveita várias cartas que todo cinegrafista tem direito de usar em qualquer filme. Utiliza reflexos e a nevoa com muita habilidade garantindo efeitos bem legais de se ver. Fora isso, a chuva é muito importante na dramaticidade que tenta transmitir para a plateia. Este elemento misturado com uma contraluz bem expressiva ajudou, e muito, a melhorar o momento impar da atuação de Hemsworth. Zambarloukos também tem a mania de filmar várias tomadas com o chamado “plano holandês” – aquele que a imagem fica tombada na diagonal. Esse efeito é muito utilizado em filmes de terror para passar a impressão de desconforto. Entretanto, a repetição exagerada (75% do filme é filmado na diagonal) acaba pondo em cheque a escolha de usar este recurso estilístico.
Os efeitos visuais do filme são soberbos. A concepção visual da cidade de Asgard ficou estonteante e se assemelha muito com os desenhos originais de Jack Kirby na década de 60 – Kirby foi o primeiro desenhista dos quadrinhos de Thor. Toda a destruição causada por Thor em Jotunheim é detalhada minuciosamente, praticamente perfeita. Entretanto, bem no inicio do filme, os animadores de CG deram um vacilo tremendo – é possível ver muito bem as camadas que compõem as nuvens que ficam abaixo da ponte Bifrost (também muito bem feita). Destaque para a animação do Destroyer.
A direção de arte estava inspirada enquanto compunha os vários cenários de Asgard sempre muito belos, dourados e gigantescos. Os figurinistas fizeram algo que eu julgava impossível, transformar a roupa de Thor em algo apresentável. Sabiamente, abandonaram o elmo brega do herói e colocaram mangas estilizadas em seu uniforme. O visual da roupa de Loki, Heimdall e Odin também não desaponta. As únicas peças que ficaram feias foram satirizadas pelo próprio roteiro na melhor piada do filme.
Um herói sem tema
Patrick Doyle é o compositor da trilha original do filme e, infelizmente, a história se repete – Thor não ganhou um tema musical expressivo como o de Homem-Aranha ou Batman. Mas isto não quer dizer que a musica da obra é ruim, muito pelo contrário, é ótima! Todas as composições tem um tom épico e magistral que levam de vez em quando o animo do espectador as alturas. É incrível perceber que todas as músicas casam perfeitamente com as cenas em que foram inseridas – isso é bem difícil de encontrar atualmente.
Muitas composições são carregadas de sentimentalismo, mas aqui não é algo ruim visto que o feeling que o compositor dedicou a elas é bem perceptível. Tentam emocionar o espectador, mas o máximo que conseguem é deixá-lo completamente imerso no filme. Os efeitos sonoros também são um espetáculo a parte e um show para seus ouvidos. Destaques para toda a barulhenta destruição de Destroyer e a sonoplastia do observatório de Heimdall.
Thor, ser ou não ser?
Kenneth Branagh é o melhor diretor sobre Shakespeare da atualidade. Trabalhou em várias peças de teatro, já foi indicado ao Oscar como melhor ator e diretor na mesma película e atuou em vários filmes. Por exemplo, quando encarnou Gilderoy Lockhart em “Harry Potter e a Câmara Secreta”. Sua escolha como diretor do filme gerou uma polemica grande entre os fãs do herói nórdico, mas revelou-se na melhor escolha já feita pelos produtores da Marvel.
Branagh valoriza muito a atuação – ele é responsável por todo ar de tragédia shakespeariana do filme. Então, já era de se esperar que o teatro clássico estivesse muito presente no set. Todo o segmento asgardiano do filme é baseado nos princípios de atuação do teatro clássico. Repare atentamente na movimentação de Hopkins, de Helmsworth e de Hiddleston no cenário. Hiddleston também utiliza várias poses provenientes do teatro.
O diretor também soube conduzir muito bem as poucas cenas de ação do filme. Somente a cena da batalha de Jotunheim empolga. Já aviso que a luta de Thor com o Destroyer não é nada mais do que decepcionante devido a curta duração. Graças a sua direção, a relação familiar de Thor obteve muito destaque e foi bem trabalhada.
Outro aspecto que Branagh consegue delinear muito bem foi a distinção da ciência com a magia mitológica do universo peculiar desse herói. Os picos de humor e tragédia exagerada na narrativa também, é de sua autoria – novamente a teatralidade aparece na obra. Além disso, ele arrisca inserir alguns slow motions em algumas cenas de ação, mas eles pouco aparecem.
Thor will return in The Avengers!
Thor é um filme que agradará muita gente. A história é fiel a dos quadrinhos, mas pouco explorada. Não custava deixar o filme com uma metragem um pouco maior para dar mais profundidade no universo deste herói. A pressa é inimiga da perfeição. Ele poderia ter sido de longe o melhor filme de super-herois da Marvel, mas acabou ficando ligeiramente melhor que Homem de Ferro 2. Vale a pena conferir o filme. Ele tem qualidade, é divertido, musicalmente fantástico e acima de tudo, uma aula de atuação e de direção teatral. Mas não se esqueça de conferir ate o fim dos créditos. Samuel L. Jackson dará a sinopse de Os Vingadores de presente para você. E garanto que a euforia e a expectativa será imensa.
Thor (Idem, EUA - 2011)
Direção: Kenneth Branagh
Roteiro: Ashley Miller, Zack Stentz e Don Payne
Elenco: Chris Hemsworth, Natalie Portman, Tom Hiddleston, Rene Russo, Anthony Hopkins, Stellan Skarsgard, Idris Elba, Kat Dennings, Clark Gregg, Jeremy Renner, Ray Stevenson, Josh Dallas, Jaimie Alexander, Tadanobu Asano
Gênero: Aventura, Ação, Comédia
Duração: 112 min
https://www.youtube.com/watch?v=iTL2qmp6Cco
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Dragon Ball chega ao catálogo do Globoplay
O anime Dragon Ball estreou na plataforma da Globoplay trazendo pela primeira vez 78 episódios dublados em português brasileiro em um serviço de streaming.
https://twitter.com/globoplay/status/1541780419435270144?
O vídeo de anúncio também revela que Dragon Ball Z Kai, versão remasterizada e sem fillers da série Z, chegará em breve na plataforma.
Dragon Ball estreou em 1986 e a transmissão durou até 1989. No total, o anime original conta com 153 episódios. Os demais episódios restantes devem estrear posteriormente.