Especial | Indiana Jones

Quando um dos mais aclamados diretores de cinema de todos os tempos se une ao talentoso criador de Star Wars, a Sétima Arte ganha uma de suas pérolas mais preciosas. Sinônimo de aventura, Indiana Jones é o fruto da paixão de Steven Spielberg e George Lucas pelo cinema matinê, e que garantiu uma trajetória divertidíssima durante sua passagem pelas telas, onde Harrison Ford o imortalizou com muito carisma.

Confira aqui todo o nosso conteúdo sobre as aventuras de Indy:

Cinema

Crítica | Os Caçadores da Arca Perdida (1981)

Publicado originalmente em 14 de março de 2018

Crítica | Indiana Jones e o Templo da Perdição (1984)

Publicado originalmente em 17 de março de 2018

Crítica | Indiana Jones e a Última Cruzada (1989)

Publicado originalmente em 18 de março de 2018

Crítica | Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal (2008)

Publicado originalmente em 26 de março de 2018


Especial | O Exterminador do Futuro

Uma das maiores pérolas do cinema de ficção científica americana, O Exterminador do Futuro é a jóia dourada na coroa do Rei do Mundo James Cameron. Oferecendo um misto de ação e conceitos de sci-fi fascinantes, a franquia teve uma trajetória turbulenta pelos cinemas, com muitos altos e baixos e verdadeiros marcos em sua passagem. 

Aqui, reunimos todo o nosso conteúdo da saga que popularizou Arnold Schwarzenegger e lançou Cameron ao estrelato.

Confira:

Crítica | O Exterminador do Futuro (1984)

Publicado originalmente em 25 de junho de 2018

Crítica | O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final (1991)

Publicado originalmente em 26 de junho de 2018

Crítica | O Exterminador do Futuro 3: A Rebelião das Máquinas (2003)

Publicado originalmente em 27 de junho de 2018

Crítica | O Exterminador do Futuro: A Salvação (2009)

Publicado originalmente em 28 de junho de 2018

Crítica | O Exterminador do Futuro: Gênesis (2015)

Publicado originalmente em 9 de julho de 2016

Listas

Ranking da franquia O Exterminador do Futuro

Publicado originalmente em 1 de julho de 2018

 


Especial | Jurassic Park

65 milhões de anos depois, os dinossauros estão de volta! Aqui, reunimos nosso material sobre a franquia iniciada por Steven Spielberg anos 90, e agora popularizada pelo carisma de Chris Pratt na nova e revitalizada versão da Universal Pictures.

Confira:

Cinema

Crítica | Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros

Publicado originalmente em 20 de março de 2018

Crítica | O Mundo Perdido: Jurassic Park

Publicado originalmente em 20 de março de 2018

Crítica | Jurassic Park III

Publicado originalmente em 23 de março de 2018

Crítica | Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros

Publicado originalmente em 7 de julho de 2016

Crítica | Jurassic World: Reino Ameaçado

Publicado originalmente em 5 de junho de 2018

Listas

Ranking da franquia Jurassic Park

Publicado originalmente em 22 de junho de 2018

Os Melhores jogos de Jurassic Park

Publicado originalmente em 23 de junho de 2018


Especial | Star Wars

Há muito tempo atrás, em uma galáxia muito, muito distante...

Confira aqui todo nosso conteúdo dos especiais de Star Wars!

CINEMA

Trilogia Original

Crítica | Star Wars: Episódio IV - Uma Nova Esperança

Publicado originalmente em 10 de dezembro de 2016

Crítica | Star Wars: Episódio V - O Império Contra-Ataca

Publicado originalmente em 11 de dezembro de 2016

Crítica | Star Wars: Episódio VI - O Retorno de Jedi

Publicado originalmente em 12 de dezembro de 2016

Trilogia Prequel

Crítica | Star Wars: Episódio I - A Ameaça Fantasma

Publicado originalmente em 7 de dezembro de 2016

Crítica | Star Wars: Episódio II - Ataque dos Clones

Publicado originalmente em 8 de dezembro de 2016

Crítica | Star Wars: Episódio III - A Vingança dos Sith

Publicado originalmente em 9 de dezembro de 2016

Fase Disney

Crítica | Star Wars: O Despertar da Força 

Publicado originalmente em 13 de dezembro de 2016

Crítica | Star Wars: O Despertar da Força (Com Spoilers)

Publicado originalmente em 14 de dezembro de 2016

Crítica | Rogue One: Uma História Star Wars (Sem Spoilers)

Publicado originalmente em 13 de dezembro de 2016

Crítica | Rogue One: Uma História Star Wars (Com Spoilers)

Publicado originalmente em 17 de dezembro de 2016

Crítica | Star Wars: Os Últimos Jedi (Sem Spoilers)

Publicado originalmente em 14 de dezembro de 2017

Crítica | Star Wars: Os Últimos Jedi (Com Spoilers)

Publicado originalmente em 17 de dezembro de 2017

Crítica | Han Solo: Uma História Star Wars

Publicado originalmente em 16 de maio de 2018

Animação

Crítica | Star Wars: Clone Wars (2003)

Publicado originalmente em 7 de dezembro de 2017

Crítica | Star Wars: The Clone Wars (2008)

Publicado originalmente em 17 de dezembro de 2016

Crítica | Star Wars: The Clone Wars - A Série Completa (2008-2015)

Publicado originalmente em 9 de dezembro de 2017

Crítica | Star Wars: Rebels - 1ª Temporada

Publicado originalmente em 17 de dezembro de 2017

Crítica | Star Wars: Rebels - 2ª Temporada

Publicado originalmente em 23 de dezembro de 2017

Home Video

DVD | Star Wars: Episódio II - Ataque dos Clones

Publicado originalmente em 8 de dezembro de 2016

DVD | Star  Wars: Episódio III - A Vingança dos Sith

Publicado originalmente em 9 de dezembro de 2016

DVD | Star Wars: A Trilogia

Publicado originalmente em 10 de dezembro de 2016

Blu-ray | Star Wars: A Saga Completa

Publicado originalmente em 11 de dezembro de 2016

Blu-ray | Star Wars: O Despertar da Força - Edição Steelbook

Publicado originalmente em 12 de dezembro de 2016

Blu-ray | Star Wars: O Despertar da Força - Edição Especial 3D

Publicado originalmente em 13 de dezembro de 2016

Blu-ray | Rogue One: Uma História Star Wars - Edição Steelbook

Publicado originalmente em 4 de abril de 2017

Blu-ray | Star Wars: Os Últimos Jedi - Edição Steelbook

Publicado originalmente em 27 de março de 2018

Games

Análise | LEGO Star Wars: The Complete Saga

Publicado originalmente em 19 de dezembro de 2016

Análise | Star Wars: The Force Unleashed - Ultimate Sith Edition

Publicado originalmente em 3 de janeiro de 2017

Análise | Star Wars: The Force Unleashed II

Publicado originalmente em 5 de janeiro de 2017

Análise | Star Wars: Battlefront

Publicado originalmente em 15 de dezembro de 2016

Análise | Lego Star Wars: O Despertar da Força

Publicado originalmente em 9 de fevereiro de 2017

Livros

Crítica | Star Wars: Kenobi

Publicado originalmente em 10 de dezembro de 2016

Crítica | Star Wars: Tarkin

Publicado originalmente em 11 de dezembro de 2016

Crítica | Star Wars: Provação

Publicado originalmente em 11 de dezembro de 2016

Crítica | Star Wars: Marcas da Guerra

Publicado originalmente em 16 de dezembro de 2016

Música

Crítica | Rogue One: Uma História Star Wars (Trilha Sonora Original)

Publicado originalmente em 18 de dezembro de 2016

Listas

Ranking da saga Star Wars

Publicado originalmente em 25 de maio de 2017

5 Histórias Star Wars que Queremos Ver

Publicado originalmente em 14 de dezembro de 2016

As Melhores Lutas com Sabre de Luz

Publicado originalmente em 11 de dezembro de 2017

As Melhores Cenas de Ação com Naves

Publicado originalmente em 12 de dezembro de 2017

Os 10 Melhores Vilões de Star Wars no Cinema

Publicado originalmente em 13 de dezembro de 2017

Os Melhores Livros de Star Wars

Publicado originalmente em 23 de dezembro de 2017

Artigos

Os Últimos Jedi não liga para o que você pensa sobre Star Wars. E isso é ótimo.

Publicado originalmente em 4 de janeiro de 2018


Especial | Steven Spielberg

Nenhum diretor na História do Cinema tem uma carreira como a de Steven Spielberg. Um dos nomes mais rapidamente associados à Sétima Arte, o lendário cineasta ofereceu alguns dos maiores clássicos e blockbusters que Hollywood já viu, e reunimos aqui nossa cobertura sobre sua versátil e impressionante filmografia.

Confira:

Crítica | Louca Escapada (1974)

Publicado originalmente em 10 de março de 2018

Crítica | Tubarão (1975)

Publicado originalmente em 11 de março de 2018

Crítica | Contatos Imediatos do Terceiro Grau (1977)

Publicado originalmente em 13 de março de 2018

Crítica | Os Caçadores da Arca Perdida (1981)

Publicado originalmente em 14 de março de 2018

Crítica | E.T. - O Extraterrestre (1982)

Publicado originalmente em 17 de março de 2018

Crítica | Indiana Jones e o Templo da Perdição (1984)

Publicado originalmente em 17 de março de 2018

Crítica | A Cor Púrpura (1985)

Publicado originalmente em 14 de março de 2018

Crítica | Império do Sol (1987)

Publicado originalmente em 15 de março de 2018

Crítica | Indiana Jones e a Última Cruzada (1989)

Publicado originalmente em 18 de março de 2018

Crítica | Hook: A Volta do Capitão Gancho (1991)

Publicado originalmente em 19 de março de 2018

Crítica | Jurassic Park: O Mundo dos Dinossauros (1993)

Publicado originalmente em 20 de março de 2018

Crítica | A Lista de Schindler (1993)

Publicado originalmente em 16 de janeiro de 2018

Crítica | O Mundo Perdido: Jurassic Park (1997)

Publicado originalmente em 21 de março de 2018

Crítica | Amistad (1997)

Publicado originalmente em 17 de janeiro de 2018

Crítica | O Resgate do Soldado Ryan (1998)

Publicado originalmente em 18 de janeiro de 2018

Crítica | A.I.: Inteligência Artificial (2001)

Publicado originalmente em 22 de março de 2018

Crítica | Minority Report: A Nova Lei (2002)

Publicado originalmente em 23 de março de 2018

Crítica | O Terminal (2004)

Publicado originalmente em 19 de janeiro de 2018

Crítica | Guerra dos Mundos (2005)

Publicado originalmente em 25 de março de 2018

Crítica | Munique (2005)

Publicado originalmente em 20 de janeiro de 2018

Crítica | Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal (2008)

Publicado originalmente em 26 de março de 2018

Crítica | Cavalo de Guerra (2011)

Publicado originalmente em 21 de janeiro de 2018

Crítica | As Aventuras de Tintim (2011)

Publicado originalmente em 29 de março de 2018

Crítica | Lincoln (2012)

Publicado originalmente em 22 de janeiro de 2018

Crítica | Ponte dos Espiões (2015)

Publicado originalmente em 23 de janeiro de 2018

Crítica | O Bom Gigante Amigo (2016)

Publicado originalmente em 26 de julho de 2016

Crítica | The Post: A Guerra Secreta (2017)

Publicado originalmente em 24 de janeiro de 2018

Crítica | Jogador Nº 1 (2018)

Publicado originalmente em 28 de março de 2018


Oscar 2018: Um Especial Bastidores | Volume IV | Categorias Principais

Chegamos à última parte do Especial Bastidores sobre o Oscar 2018!

Depois de atravessarmos as categorias de atuação, toda a produção técnica e as categorias sonoras, é hora de analisarmos as categorias principais, que envolvem os trabalhos de roteiro, direção e os da grande categoria dos prêmios da Academia.

Confira:

Melhor Roteiro Original

As boas ideias irão sobreviver - Quentin Tarantino

Corra!

Escrito por Jordan Peele

Descrito por muitos como um primo não muito distante de Além da Imaginação, a estreia de Jordan Peele como roteirista - que não por acaso, foi anunciado como showrunner do reboot da série antológica de Rod Serling - faz jus a essa definição, sendo o candidato que mais merece o título de "originalidade" dentro da categoria. Navegando com habilidade pelo terror e a comédia de humor negro, este último provocado pelo hilário Rod Williams de Lil Rel Howery, Corra! oferece também um comentário ácido sobre relações interraciais e até mesmo a hipocrisia de grupos liberais, sempre reforçando como "votariam em Obama uma terceira vez se possível", de forma a não fazer seu filme uma mera propaganda de um lado político. Não bastasse todas as delicadas relações familiares e entre um casal, Peele abraça o cinema trash de horror com a grande reviravolta envolvendo a família Armitage, isso sem perder todo o charme e construções anteriores. Um ótimo primeiro roteiro.

Quote: "Se eu pudesse, teria votado em Obama uma terceira vez!" - Dean Armitage

Doentes de Amor

Escrito por Emily V. Gordon Kumail Nanjani

Admito que a história por trás de Doentes de Amor é muito, muito bonitinha. Emily V. Gordon e Kumail Najani realmente se conheceram da forma como é retratado no filme, e novelizaram toda a experiência no roteiro final, que agora é um dos indicados ao Oscar pela categoria. Deve ser algo realmente único para o casal, mas confesso que não fui um dos que abraçaram com louvor esta história de amor, que tem praticamente todos os clichês das demais. O que torna o texto mais original, acaba sendo a relação de Kumail com os pais de Emily, especialmente pela situação extremamente desconfortável e incomum na qual o personagem se encaixa, sendo o ex-namorado de uma moça em coma, e agora forçado a interagir com seus pais preocupadíssimos - Ray Romano e Holly Hunter são os pontos altos absolutos. Um roteiro divertido, mas que não grita originalidade. Mas há de se dar créditos pela piadinha com o 11 de Setembro.

Quote: "O 11 de Setembro foi uma tragedia. Perdemos 19 dos nossos melhores caras ali" - Kumail

A Forma da Água

Escrito por Guillermo Del Toro e Vanessa Taylor

Guillermo Del Toro nunca escondeu sua paixão pelos monstros clássicos da Universal, e o conceito de A Forma da Água é em si uma grande homenagem a O Monstro da Lagoa Negra. Até aí, tudo bem, já que diversos projetos premiados são concebidos sob o pretexto de homenagear outros artistas, mas o texto de Del Toro e Vanessa Taylor é realmente muito fraco. A trama é populada com todos os clichês possíveis para esse tipo de história, especialmente com os personagens unidimensionais e movidos por estereótipos maniqueístas, vide o vilão essencialmente mau e forçado de Michael Shannon, Octavia Spencer fazendo o mesmo papel de sempre no papel da "amiga apoiadora" ou todas as subtramas descartáveis, seja o papo de espionagem russa com Michael Stuhlbarg ou a repressão amorosa de Richard Jenkins, que garante uma cena embaraçosa onde seu pretendente se transforma radicalmente em uma caricatura maldosa no segundo em que sua investida é rejeitada. Isso pra não mencionar os diálogos pavarosos, com pérolas como "você estará vivendo em um universo paralelo... Um universo de merda". Realmente chocante ver um roteiro tão desastroso indicado.

Quote: "Sabe, o cereal de milho foi inventado para impedir a masturbação. Não funcionou." - Giles

Histórico de Indicações

Guillermo Del Toro

  • Indicado como Melhor Roteiro Original por O Labirinto do Fauno, em 2007

Lady Bird: A Hora de Voar

Escrito por Greta Gerwig

É difícil pensar no que traz originalidade à Lady Bird. Já vimos esse tipo de história um milhão de vezes antes, já tivemos o arquétipo da adolescente espertinha e sagaz em um número até maior, e não é difícil prever os rumos que o roteiro de Gerwig toma ao longo do filme. Nós já vimos isso, e devo acrescentar que de forma melhor: o recente Quase 18 é um filme muito mais complexo e original, e infelizmente passou batido na última temporada de premiações. Porém, mesmo com tudo isso, é de se admirar a construção de Gerwig, que sempre parece pender para o clichê absoluto, mas acaba trazendo alguma surpresa: por exemplo, a relação de Lady Bird com sua mãe é apresentada como tumultuosa no começo, mas as duas acabam cobrindo isso com momentos de real ternura e afeto. Bird sempre parece se achar superior e mais inteligente a todos, mas o texto de Gerwig felizmente explora muitas de suas falhas e inseguranças, e seus diálogos são sempre muito bem humorados e com boas sacadas.

Quote: "Estamos em 2002. A única coisa emocionante desse ano é que é um palíndromo" - Lady Bird

Três Anúncios para um Crime

Escrito por Martin McDonagh

Após ter sido indicado por seu primeiro filme, o ótimo Na Mira do Chefe, Martin McDonagh retorna como um dos favoritos na categoria de roteiro com Três Anúncios para um Crime. E, de fato, que roteiro magistral. Não só a premissa de termos uma mãe solteira usando outdoors para provocar a ineficiência do departamento de polícia surge como um conceito original e contemporâneo, mas McDonagh constrói uma narrativa imprevisível e ousada, populando-a com figuras cheia de personalidades fortes e distintas. O policial Dixon, por exemplo, é um caso de um personagem controverso que passa por uma transformação arriscada e que gerou sua dose de (injusta) polêmica, já que temos uma figura racista que encontra uma forma de redenção - mesmo que McDonagh nunca o perdoe por suas ações. Todos têm sua parcela de podridão em Três Anúncios para um Crime, até mesmo a destemida Mildred Hayes, fruto de uma sociedade decadente e que representa o mais baixo do sul dos EUA. No mais, o trabalho de McDonagh é um misto perfeito de humor negro, drama e estudos de personagem radicais. O melhor roteiro da noite, sem dúvidas.

Quote: "Acha que eu me importo com dentistas? Eu não me importo com dentistas. Ninguém se importa com dentistas" - Willoughby

Percurso na Temporada

  • BAFTA - Melhor Roteiro Original
  • Globo de Ouro - Melhor Roteiro

Aposta: Corra!

Voto do Bastidores: Três Anúncios para um Crime

Esnobado: Trama Fantasma

Melhor Roteiro Adaptado

O desafio de se ser um roteirista é dizer muito com o pouco, e depois tirar metade desse pouco e ainda preservar um efeito de lazer e naturalidade - Raymond Chandler

O Artista do Desastre

Escrito por Scott Neustadter e Michael H. Weber, baseado no livro "The Disaster Artist: My Life Inside The Room, the Greatest Bad Movie Ever Made", de Greg Sestero e Tom Bissell

Nem mesmo Tommy Wiseau e Greg Sestero poderiam imaginar que um dia estariam fazendo um filme sobre a desastrosa experiência de se fazer The Room, e que este ainda seria indicado ao Oscar. Com uma carreira sólida em adaptar romances adolescentes para as telas, Scott Neustadter e Michael H. Weber oferecem um de seus melhores trabalhos com O Artista do Desastre, especialmente pela forma como conseguem captar a humanidade e o forte sentimento de amizade em Wiseau e Sestero, jamais usando-ou como um mero objeto a ser ridicularizado. A dupla ainda é capaz de manter toda aura de mistério em torno do excêntrico cineasta, além de não esconder seus inúmeros defeitos de caráter e o comportamento severo durante as gravações. A história também é bem estruturada, seguindo o padrão de longas sobre "ir à Los Angeles e perseguir seus sonhos" e também captando o processo de filmagem de um filme, rendendo personagens memoráveis e diálogos divertidos.

Quote: "O maior drama ja escrito desde Tennessee Williams!" - Tommy Wiseau

A Grande Jogada

Escrito por Aaron Sorkin, baseado no livro "Molly's Game: "From Hollywood's Elite to Wall Street's Billionaire Boys Club, My High-Stakes Adventure in the World of Underground Poker", de Molly Bloom

Aaron Sorkin talvez seja o melhor roteirista da atualidade. Cada projeto novo acaba nos presenteando com pérolas na arte de se escrever diálogos e definir arcos de personagens, bastando olhar para o primor de seus roteiros em A Rede Social, O Homem que Mudou o Jogo e a cinebiografia Steve Jobs. Em seu primeiro trabalho na direção, Sorkin escolhe um material saboroso e complexo com A Grande Jogada, contando a história intrincada de Molly Bloom e seus jogos de pôquer de alto valor no submundo de Los Angeles. É uma avalanche de nomes e situações, que - aliados à verborragia do autor - tornam a experiência de se acompanhar as regras do pôquer um tanto maçantes e cansativas, ainda que fique bem nítido o trabalho de pesquisa de Sorkin. O roteirista acerta quando volta sua caneta para o lado mais humano da história, ao manter duas pessoas em uma sala conversando da forma mais ácida e enfeitada possível, algo que temos muito no arco envolvendo o advogado de Idris Elba, e também eficiente relação de Molly com seu pai, na qual Sorkin enxerga o esqueleto de toda a história. Não é seu melhor trabalho, mas ainda mantém suas irrevogáveis qualidades.

Quote: "Sabe quantas bruxas eles queimaram em Salem? Nenhuma. Elas foram apedrejadas." - Molly Bloom

Histórico de Indicações

      • Indicado a Melhor Roteiro Adaptado (com Steven Zaillian) por O Homem que Mudou o Jogo, em 2012
      • Venceu como Melhor Roteiro Adaptado por A Rede Social, em 2011

Logan

Escrito por James Mangold e Michael Green, baseado nos personagens da Marvel

Grande surpresa da categoria, Logan marca a primeira vez em que um filme de super-heróis é indicado à categoria de Roteiro no Oscar, com apenas Marcas da Violência sendo um projeto adaptado de quadrinhos que já tinha conquistado feito parecido. Fugindo de todos os padrões de um longa do gênero, James Mangold e Michael Green oferecem um filme completamente diferente para servir de despedida ao Wolverine de Hugh Jackman, ignorando qualquer cronologia ou ligação com outros filmes dos X-Men, tendo uma história adulta e dramática em seu centro, relações difíceis entre personagens que acompanhamos a tanto tempo (Logan e Xavier, principalmente), além de um cenário pós-apocalíptico melancólico e explorado apenas através da sugestão. Não é um roteiro perfeito, afinal Mangold e Green lidam com exposição de forma um tanto desajeitada (o vídeo do celular da enfermeira jamais será esquecido) e pessoalmente ainda tenho meus problemas como o clone X-24, mas é bacana ver o gênero enfim reconhecido como algo além do que mera diversão escapista.

Quote: "A natureza fez de mim uma aberração. O Homem me fez uma arma. E Deus fez durar tempo demais" - Logan

Me Chame pelo Seu Nome

Escrito por James Ivory, baseado no romance "Call Me By Your Name", de André Aciman

A vitória do roteiro de Me Chame pelo Seu Nome é uma das babadas da noite, e não por acaso. Adaptando o romance de André Aciman, o cineasta James Ivory retorna aos prêmios da Academia como roteirista, contando uma história de amor cheia das convenções e estrutura que passamos a ficar acostumados, ainda mais tratando-se de um romance homossexual, mas o faz com muita sofisticação e personalidade. Aproveitando o cenário italiano e o meio artístico onde os personagens habitam, Ivory constrói diversos diálogos inteligentes e com boas citações, que vão das notas musicais de Bach até conceitos filosóficos de Heidegger, enriquecendo o pano de fundo da história de Elio e Oliver, que muitas vezes nos remetem às conversas de Jesse e Celine na trilogia Antes do Amanhecer. Mas, mais do que isso, Ivory mostra sua força no brilhante monólogo do personagem de Michael Stuhlbarg: uma verdadeira lição sobre a vida, o amor e os arrependimentos. Só por esse trecho, Ivory já merece triunfo sobre todos os outros indicados.

Percurso na Temporada

      • BAFTA - Melhor Roteiro Adaptado
      • WGA - Melhor Roteiro Adaptado
      • Critics Choice Awards - Melhor Roteiro Adaptado

Histórico de Indicações

      • Indicado como Melhor Diretor por Vestígios do Dia, em 1994
      • Indicado como Melhor Diretor por Retorno a Howards End, em 1993
      • Indicado como Melhor Diretor por Uma Janela para o Amor, em 1987

Mudbound: Lágrimas Sobre o Mississipi

Escrito por Dee Rees e Virgil Williams, baseado no romance "Mudbound", de Hillary Jordan

Para estabelecer os conflitos que constituem o núcleo dramático e fazer o amplo retrato de uma sociedade multifacetada, o roteiro escrito pela própria cineasta ao lado de Virgil Williams aposta em discursos em off das várias personagens e numa narrativa fragmentada em diversos arcos dramáticos. Essas escolhas ousadas — que para um espectador indisposto a embarcar na história podem se tornar um suplício — garantem o sucesso do longa e fornecem à trama fortes camadas de densidade dramática, com todo o caráter trágico que acompanha embates sociais. A principal dessas camadas está relacionada com a solidão profunda de cada uma daquelas almas. Entretanto, não se trata de uma solidão física, já que, na maior parte do tempo, como os belíssimos planos gerais nos mostram constantemente (mérito do bom trabalho paisagístico da diretora de fotografia Rachel Morrison), as personagens se encontram juntas num recinto. O isolamento que as rodeia é diferente e tem a ver com a ruptura completa entre os indivíduos e a sociedade. De uma maneira ou outra, todas aquelas pessoas tiveram os seus respectivos futuros determinados por forças que estão fora do controle e que não apresentam relação alguma com os seus desejos mais profundos e íntimos.

Aposta: Me Chame pelo Seu Nome

Voto do Bastidores: Me Chame pelo Seu Nome

Esnobado: It: A Coisa

Melhor Diretor

Eu gosto de atuar, mais do que qualquer outra coisa, mas sabe... dirigir é legal - Tommy Wiseau

Guillermo Del Toro

A Forma da Água

Guillermo del Toro, como diretor, sabe muito bem criar imagens que valorizam todo o trabalho da direção de arte de seu filme, com planos que revelam tudo na medida certa. É preciso notar, também, como, em todo quadro, temos a presença de algo verde, seja no cenário ou no figurino das personagens, ponto que dialoga com a natureza aquática da criatura apresentada, remetendo-nos constantemente ao ambiente subaquático, que vemos na cena inicial do longa. Essa paleta esverdeada, porém, acaba cansando o olhar do espectador, que mais sente como se o recurso estivesse martelando repetidas vezes o que já sabemos. Além disso, o exagero do uso desses tons quebra de vez qualquer esperança que temos de acreditar nessa trama, que não mescla fantasia e realidade, sendo puramente fantasiosa, destruindo, de vez, qualquer tentativa de crítica por parte do roteiro.

Histórico de Indicações

      • Indicado como Melhor Roteiro Original por O Labirinto do Fauno, em 2007

Percurso na Temporada

  • DGA - Melhor Diretor
  • BAFTA - Melhor Diretor
  • Globo de Ouro - Melhor Diretor
  • Critics Choice Awards - Melhor Diretor

Greta Gerwig

Lady Bird: A Hora de Voar

A indicação mais forçada da noite. Como diretora, Greta Gerwig faz um bom trabalho, mas nada que justifique a campanha exagerada para empurrá-la a uma indicação ao Oscar. É uma direção eficiente e que mantém um ritmo agradável, e a decisão de Gerwig em retratar os anos 2000 como um ambiente que parece saído dos anos 60 é interessante, quase como um filtro de vaselina que preenche a visão calorosa de sua protagonista – e, novamente, revela como a diretora olha para esse período como algo saudoso. Sua câmera não tem muitos invencionismos ou momentos memoráveis, com o maior destaque para um plano longo e na mão onde somos surpreendidos por uma reviravolta envolvendo o personagem de Lucas Hedges – excelente, mesmo em participação pequena-, e sua composição traz algumas pérolas; sendo o belo plano inicial uma perfeita metáfora visual para a relação de Lady Bird e sua mãe, representando o “passarinho no ninho”. Mas, novamente, é o tipo de trabalho que poderia ser comparado a um estudante acertando todas as questoes de uma prova, mas sem apresentar absolutamente nada de inovador ou especial.

Christopher Nolan

Dunkirk

É difícil de acreditar que esta seja apenas a primeira indicação de Christopher Nolan ao Oscar de Melhor Direção, uma conquista que o britânico já devia ter tido há muito tempo, mas que finalmente se concretiza com seu trabalho mais experimental e diferente em Dunkirk. Com inspiração assumida nas narrativas do cinema mudo, Nolan aposta em uma narrativa de poucos diálogos, personagens propositalmente vagos e um senso de imersão na história sem igual. O espectador se sente naquela situação, e também todo o desespero dos soldados anônimos presos naquela situação. Seja pelas câmeras subjetivas, o trabalho sobrenatural para conduzir as impressionantes sequências de aviação em aspecto IMAX, ou a atmosfera aterradora movida por um inimigo invisível, o trabalho de Nolan em Dunkirk talvez seja o seu melhor até então. Mesmo em uma escala menor, a grandeza não escapa a este brilhante cineasta. Em um mundo justo, este seria o favorito absoluto da categoria.

Histórico de Indicações

      • Indicado como Melhor Filme (com Emma Thomas) e Roteiro Original por A Origem, em 2011
      • Indicado como Melhor Roteiro Original (com Jonathan Nolan) por Amnésia, em 2001

Jordan Peele

Corra!

Logo de início, Peele, nos deixando completamente imersos através de um plano sequência com direito a troca de eixo, já nos apresenta a um dos principais pontos a serem enfrentados pelo protagonista ao exibir um diálogo entre um homem negro em um subúrbio com a pessoa do outro lado da linha telefônica a respeito do seu sentimento de deslocamento e confusão ao andar por aquela região. A partir daí, o diretor aposta em planos centralizados, com uso de recursos como o foreshadowing (a cena do cervo), a fim de criar uma atmosfera tensa, mas com toques de humor (na base do sarcasmo). Uma excelente estreia para Jordan Peele, que torna-se apenas a quinta pessoa a ser indicada como diretor, roteirista e produtor por seu longa de estreia.

Paul Thomas Anderson

Trama Fantasma

Que surpresa maravilhosa ver o nome de Paul Thomas Anderson entre os indicados! Mesmo que tenha sido por cima do excelente Martin McDonagh, infelizmente esnobado aqui. Na direção, PTA novamente demonstra seu domínio de mise en scene, e como seus quadros sozinhos contam a história, vide o importante ponto de virada onde conhecemos um novo lado de Reynolds Woodcock, resolvido em um unico plano simbolico. Parte do time da película em Hollywood, PTA mais uma vez abraça o 70mm a fim de garantir o grão mais forte e uma estética próxima ao cinema da década de 70. Curiosamente, Anderson não contou com um diretor de fotografia para o projeto, trabalhando a luz pessoalmente com o auxílio da equipe, e não creditando ninguém – nem ele mesmo – para essa função nos créditos. É um trabalho competente e que garante uma paleta de cores predominantemente fria e desbotada, com belos feixes de luz para ilustrar os processos criativos de Woodcock. Um dos trabalhos mais requintados do diretor, que parece imbativel.

Histórico de Indicações

  • Indicado como Melhor Roteiro Adaptado por Vício Inerente, em 2015
  • Indicado como Melhor Direção, Roteiro Adaptado e Filme (com JoAnne Sellar e Daniel Lupi) por Sangue Negro, em 2008
  • Indicado como Melhor Roteiro Original por Magnólia, em 2000

Aposta: Guillermo Del Toro

Voto do Bastidores: Christopher Nolan

Esnobado: Luca Guadagnino, por Me Chame pelo Seu Nome

Melhor Filme

É isso o que eu gosto sobre o cinema. Ele pode ser bizarro, clássico, romântico. Para mim, o cinema é a coisa mais versátil que há" - Catherine Deneuve

Corra!

Produção de Sean McKittrick, Jason Blum, Edward H. Hamm Jr, e Jordan Peele

Corra! certamente é um filme divisivo. Caso o espectador não esteja disposto a aceitar a simples proposta de Jordan Peele de se divertir com o gênero com elegância e olhar de forma mais atenciosa valorizando a crítica social, a obra pode não passar, aparentemente, de um raso e previsível conjunto de clichês que carece de contemplação e uma história mais aprofundada. Entretanto, para aqueles que se encantaram com o conceito e se pegaram imersos antes do desbandar para o escapismo, o longa, além de entretenimento relevante, serve como um exemplo de estudo de manipulação e agilidade de estrutura na tentativa de misturar elementos de gêneros vizinhos com sucesso. Há tempos eu não via uma estreia de diretor fora de sua zona de segurança tão precisa, arriscada e, ao mesmo tempo, confortável. (Leandro Konjedic)

O Destino de uma Nação

Produção de Tim Bevan, Eric Fellner, Lisa Bruce, Anthony McCarten e Douglas Urbanski

O Destino de uma Nação é, em sua maior parte, satisfatório. Com o brilho de um elenco incrivelmente confortável dentro do escopo narrativo, Wright consegue mais uma vez firmar seu nome na indústria do entretenimento, ainda que a completude da obra esteja manchada por algumas investidas equivocadas e que se mostram destoantes de sua mensagem final. De qualquer modo, não espere ver toda a visceralidade da II Guerra Mundial aqui, mas sim uma perspectiva infelizmente tragicômica sobre um dos nomes mais controversos de todos os tempos. (Thiago Nolla)

Dunkirk

Produção de Emma Thomas e Christopher Nolan

A cada filme, Christopher Nolan rejuvenesce. Parece mais apaixonado do que nunca em realizar grandes feitos cinematográficos, filmes que desafiam a própria condição da linguagem, que consigam transcender a bidimensionalidade do exercício de assistir a um longa-metragem. Em Dunkirk, o pacote é completo e aprimorado. O domínio é assustador. O coletivo é louvado. Todas as peças desse enorme jogo têm função primordial – principalmente os elementos sonoros que andam tão chutados e mastigados pela grande indústria em usos acovardados na encenação. Pelo grande Cinema, pelas grandes histórias, nós nunca nos renderemos. (Matheus Fragata)

A Forma da Água

Produção de Guillermo Del Toro e J. Miles Dale

A Forma da Água nos leva de volta à questão do filme como forma sem substância – o diretor até tenta tecer críticas ao american way of life, ao machismo, homofobia, dentre outras questões, mas acaba superlotando seu enredo, esquecendo do que efetivamente importa: construir uma boa história, com bons personagens. Sem qualquer cuidado com o lado “real” da trama, com tudo beirando a total artificialidade, a obra mais soa como uma falha tentativa de repetir a fórmula de O Labirinto do Fauno – o resultado é algo vazio, com visual que rapidamente perde nossa atenção, soando como se Guillermo del Toro tivesse apenas preocupado em criar algo “oscarizável”. Isso tudo sem levar em consideração as acusações de plágio, que, se forem levadas em conta, destroem essa obra por completo. (Guilherme Coral)

Lady Bird: A Hora de Voar

Produção de Scott Rudin, Eli Bush e Evelyn O’Neill

Uma estreia sólida na direção, Lady Bird é um filme que agrada pelas performances e o humor de seu texto, mesmo que não traga realmente nada de novo e digno de grande destaque. Greta Gerwig comprova seu talento como roteirista, e Saiorse Ronan lidera um elenco fantástico que faz a valer a visita, mas que no fim acaba nos fazendo perguntar o que exatamente ocorreu de tão marcante. O filme mais superestimado da noite. (Lucas Nascimento)

Me Chame pelo Seu Nome

Produçaõ de Peter Spears, Luca Guadagnino, Emilie Georges e Marco Morabito

Estética e narrativamente, Me Chame Pelo Seu Nome é um filme relativamente satisfatório, ainda que se valha de clichês para compor uma narrativa com potencial imenso. Entretanto, não podemos tirar o valor pessoal e subjetivo dessa história de amor em relação ao seu público-alvo e até mesmo aqueles que necessitam de visibilidade para comporem seu individualismo e se sentirem realmente pertencentes à sociedade em que vivem. (Thiago Nolla)

The Post: A Guerra Secreta

Produção de Amy Pascal, Steven Spielberg e Kristie Macosko Krieger

Em tempos onde a liberdade de imprensa é um assunto cada vez mais relevante, Steven Spielberg faz com The Post: A Guerra Secreta um registro importante e eficiente, e surpreendentemente atual, contando com uma execução primorosa, um roteiro conciso e um elenco estelar que pode se destacar como um dos melhores que o diretor já reuniu em sua carreira. Um belo filme, e mais uma importante ode à liberdade da imprensa.

Trama Fantasma

Produção de JoAnne Sellar, Paul Thomas Anderson, Megan Ellison Daniel Lupi

Definitivamente um dos trabalhos mais sofisticados e maduros do diretor, Trama Fantasma é um filmaço que explora temas conhecidos de uma forma original e incapaz de ser prevista. Com um elenco afiado, um roteiro acertado e a condução sempre magistral de PTA, esta é uma obra tão bem refinada e costurada que até mesmo Renyolds Woodcock ficaria impressionado – e conhecendo-o, certamente correria para tirá-la de da presença de outros filmes Hollywoodianos, por temer não merecê-la. (Lucas Nascimento)

Três Anúncios para um Crime

Produção de Graham Broadbent, Pete Czernin e Martin McDonagh

Não é exagero dizer que Três Anúncios Para um Crime é o melhor longa de Martin McDonagh. E essa constatação não se dá apenas em razão da evidente melhora técnica, mas também por causa do equilíbrio que existe entre a comédia e o drama, um elemento vital para que se concretize o objetivo do diretor: entregar uma obra viciante em que todas as expectativas são quebradas, cuja trama te leve a lugares impensáveis e através da qual o público entre em contato com emoções genuínas e fortes. Em suma, um filme engraçado e emotivo, perfeito para rir e chorar.

Aposta: A Forma da Água

Voto do Bastidores: Dunkirk

Esnobado: Eu, Tonya


Oscar 2018: Um Especial Bastidores | Volume III | Sons & Música

Sejam bem-vindos à terceira parte do especial do Bastidores sobre o Oscar 2018!

Assim como nos volumes anteriores, analisaremos cada candidato das respectivas categorias, desta centrando-se na complicada arte da sonoplastia – um assunto que nem mesmo os votantes da Academia entendem muito bem, mas fizemos o nosso melhor para tornar o assunto claro e compreensível para todos.

Melhor Edição de Som

O som é uma enorme influência na atenção das pessoas – Walter Murch

Blade Runner 2049

 Mark Mangini e Theo Green

Os filmes de Denis Villeneuve sempre são requintados quando o assunto é som, não por tanto, o trabalho anterior do diretor (A Chegada) acabou premiado nesta categoria no ano passado. Para encarar o mundo futurista e cyberpunk de Blade Runner 2049, os sonoplastas Mark Mangini e Theo Green oferece uma abordagem bem naturalista e nítida: notem no som claro e vívido da panela com água borbulhando durante o diálogo entre K e Sapper Morton na primeira cena. Ainda temos o design criativo dos Spinners, dos inúmeros dispositivos digitais daquele universo (portas, mecanismos, os hologramas de Joi) e o poderoso canhão de mão de K, que ganha um tratamento memorável graças a seu som elevado, captado de um rifle sniper. Nunca soa como algo que já ouvimos, e

Dunkirk

Alex Gibson e Richard King

Dizem que quanto mais alto é um filme, maior suas chances de faturar o Oscar nesta categoria. Bem, novamente Richard King (ao lado de Alex Gibson) entrega um trabalho digno da grandiloquência de Christopher Nolan, agora usando seu domínio do som para colocar o espectador dentro da evacuação da praia de Dunkirk. Logo na primeiríssima cena, quando somos pego de surpresa pelos barulhos assustadores de tiros, que parecem mais naturais e não muito "hollywoodianos", já sentimos que King e Gibson estão atrás de uma abordagem mais realista e impactante. Explosões, torpoedos, as ondas do mar e o motor assustador dos aviões alemães são outros elementos que merecem destaque, com a experiência de se assistir Dunkirk em um cinema apropriadamente equipado sendo uma das melhores que o espectador pode ter - e a edição de som é um dos grandes responsáveis por tal feito.

Em Ritmo de Fuga

Julian Slater

Este é um filme que simplesmente depende de seu trabalho sonoro para funcionar, ainda que o grande mérito esteja mais relacionado com a categoria de mixagem. Dito isso, a edição sonora de Em Ritmo de Fuga acerta em todos os elementos que poderíamos esperar de um filme de ação heist: tiros, explosões, motores de carro potentes e batidas. O fato de o protagonista ter o hobby de gravar conversas e criar remixes em cima também rende um trabalho divertido por parte de Julian Slater, que edita e modifica peças de diálogo para criar um rap eletrônico. Um trabalho muito eficiente, mas o ouro está logo a vir.

A Forma da Água

Nathan Robitaille e Nelson Ferreira

Se há um elemento que os sonoplastas adoram reconhecer nas indicações desta categoria, ele é água. E com o novo filme de Guillermo Del Toro sendo justamente sobre o romance entre uma mulher muda e uma criatura marinha, já era de se esperar que ele figurasse aqui. É um trabalho competente, com os sons da criatura anfíbia - especialmente sua habilidade especial em relação ao tato - rendendo o aspecto mais criativo de Nathan Robitaille e Nelson Ferreira. Vale destacar também as sequências situadas embaixo da água, sempre um inferno de captação e que requerem muito trabalho de ADR na pós-produção, algo que A Forma da Água realiza bem. Porém, não acho um trabalho digno de indicação.

Star Wars: Os Últimos Jedi

Ren Klyce e Matthew Wood

Star Wars é sempre sinônimo de sons inesquecíveis, e o veterano da franquia Matthew Wood (que também emprestou sua voz ao General Grievous) tem ao seu lado um dos melhores e mais criativos sonoplastas da atualidade: Ren Klyce, responsável pelo trabalho sonoro nos últimos filmes de David Fincher. Em Os Últimos Jedi, novamente somos apresentados a novos mundos, veículos e personagens, cada um rendendo uma identidade sonora marcante. Por exemplo, o motor tranquinado dos Ski Speeders durante a batalha no planeta de Crait, o dialeto alienígena das diferentes espécies no cassino de Canto Bight e as poderosas armas dos Guardas Pretorianos do Líder Supremo Snoke, estes últimos rendendo um trabalho de gênio pela forma como bloqueiam os sabres de Luz de Rey, levando Klyce e Wood a experimentar variações sonoras nunca antes ouvidas para a arma dos Jedi. Além disso, é um dos filmes com maior número de elementos na mesma batalha, rendendo uma paisagem sonora incrível durante as cenas espaciais.

Aposta: Dunkirk

Voto do Bastidores: Dunkirk

Esnobado: Mãe!

Melhor Mixagem de Som

Mixagem não é ciência de foguete. Eu diria que está mais próximo do voodoo - Dave Rat

Blade Runner 2049

Mac Ruth, Ron Bartlett e Doug Hephill

Atmosfera é um dos fatores mais importantes de Blade Runner, e a mixagem sonora do filme de Denis Villeneuve desempenha um papel essencial para que essa atmosfera seja criada. Com tons musicais que emulam a trilha de Vangelis para o original, o som diegético se mistura com o não-diegético, ao passo que os tons mais eletrônicos (com toques de música clássica), por vezes, escondem-se em meados aos efeitos sonoros, sejam eles os de carros voadores, ou os de tiros, ou das ruas da Los Angeles de 2049. Mais que isso, os muitos momentos de silêncio da obra são frequentemente interrompidos pela estrondosa trilha, volume elevado que funciona para garantir o tom de urgência de determinadas sequências. No fim, o que ganhamos é um mergulho nesse universo cyberpunk, que se coloca em pé de igualdade com o primeiro filme.

Dunkirk

Mark Weingarten, Gregg Landaker e Gary A. Rizzo

Se cada camada de som de Dunkirk já é ensurdecedora, imaginem a paisagem sonora completa feita pelo time de mixadores. Todos se lembram da polêmica de Interestelar, onde Nolan deliberadamente deixou a música de Hans Zimmer mais alta para ofuscar diálogos, algo que acontece de forma mais discreta aqui - a ausência de diálogos possibilita tal feito. A trilha de Zimmer traz um constante tique-tac de relógio que sempre demarca o fator urgente da evacuação, e a forma como este se manifesta durante as diferentes sequências de ação só as tornam mais desesperadoras, e outros elementos musicais da trilha também mesclam-se com os efeitos sonoros, especialmente durante as cenas de bombardeio e o resgate na água coberto de óleo, onde a orquestra de Zimmer assemelha-se à de um alarme ecoando. Mais imersivo do que o que sentimos aqui, impossível.

Em Ritmo de Fuga

Mary H. Ellis, Julian Slater e Tim Cavagin

Agora sim. Em Todo Mundo Quase Morto, já havíamos visto como Edgar Wright era capaz de sincronizar uma cena de ação com uma música pop de fundo, e o diretor leva esse conceito para Em Ritmo de Fuga, que acaba usando essa tática musical durante praticamente toda a sua duração. Cada corte, movimento e ação acaba com algum trecho de uma música em fundo, o que é um trabalho de mixagem que merece ser aplaudido de pé. As sequências envolvendo "Tequila" e "Hocus Pocus", em especial, são sensacionais da forma como sincronizam os sons de tiros, metralhadoras, e corpos caindo no chão com as batidas diferentes de ambas as músicas. Ainda sobre a natureza do protagonista, Baby tem um zunido que constantemente interfere em sua audição, e podemos ouvi-lo discretamente nas cenas sem a presença de música. Um trabalho excepcional, e digno da vitória.

A Forma da Água

Glen Gauthier, Christian Cooke e Brad Zoern

Embora não seja um musical, A Forma da Água certamente presta homenagem à Hollywood clássica, com aspectos claramente inspirados no all singing, all dancing. Explorando todo o romantismo da obra, a trilha de Desplat desempenha um papel essencial, garantindo o toque fantasioso, muitas vezes até nos fazendo esquecer das raízes mais sombrias do diretor. A mixagem de som do longa, pois, segue essa via mais musical, buscando sempre trazer uma melodia de fundo, não em volume elevado como é o caso de Dunkirk, mas criando aquele acompanhamento constante, que muitas vezes se torna o único som presente em cena. Claro que devemos levar em conta toda a construção vocal da criatura, que fala por si só, ecoando, à princípio, nos ambientes para, depois, atingir uma escala menor, mais "humana", permitindo, assim, que toda a relação entre os dois seja vista com um pouco mais de naturalidade, ponto que, claro, é apoiado pela já mencionada trilha sonora.

Star Wars: Os Últimos Jedi

Stuart Wilson, Ren Klyce, David Parker e Michael Semanick

Ren Klyce também está indicado pela mixagem de Os Últimos Jedi, ao lado de um time impecável que inclui Stuart Wilson, David Parker e o sempre indicado Michael Semanick. Comentei no setor de edição sonora que o Episódio VIII é um dos filmes com maior número de elementos diversos nas cenas de batalha, e logo na abertura, durante a evacuação de D'Quar, já temos um trabalho de mixagem notável com a quantidade de caças, veículos e cruzadores espaciais, contando também com as vozes de Poe Dameron no cockpit e a General Leia em seu comunicador. Porém, o que chama mais atenção na mixagem do filme, é justamente quando a equipe aposta no menos: o momento em que Poe testemunha a explosão da frota de bombardeios tem a paisagem sonora isolada - mantendo apenas a trilha sonora de John Williams -, todas as conexões de Kylo Ren e Rey ganham uma sutil diminuição dos sons ao seu redor antes do diálogo começar, e talvez o mais memorável de todos seja quando a Almirante Holdo lança seu cruzador contra a frota da Primeira Ordem, rendendo um raro momento de silêncio em Star Wars. Menos pode ser mais, e a mixagem de Os Últimos Jedi acerta em cheio nisso.

Aposta: Dunkirk

Voto do Bastidores: Dunkirk

Esnobado: The Post: A Guerra Secreta

Melhor Trilha Sonora

A trilha é o elo de comunicação entre a tela e a plateia, saindo pra fora e envolvendo todos em uma única experiência – Bernard Herrmann

https://www.youtube.com/watch?v=n1VJ39nVIBk

Dunkirk

Trilha original composta por Hans Zimmer

Quando Hans Zimmer e Christopher Nolan trabalham juntos, é sempre garantia de um resultado especial. Já haviam explodido as caixas de som com A Origem, tirado a poeira de grandes órgãos de igreja com Interestelar, e agora criam algumas das peças musicais mais intensas e perturbadoras dos últimos tempos. Passando pelo terror, pelo drama e pelo espetáculo de ação, a música de Dunkirk é praticamente um personagem, com o tic tac de um relógio acelerado acompanhando a maioria das faixas, e provocando a imersão definitiva nessa história incrível. Além disso, a faixa Variation 15, que contou com autoria de Benjamin Wallfisch, é de uma beleza incomparável.

Histórico de Indicações

  • Indicado como Melhor Trilha Sonora por Interestelar, em 2015
  • Indicado como Melhor Trilha Sonora por  A Origem, em 2011
  • Indicado como Melhor Trilha Sonora por Sherlock Holmes, em 2010
  • Indicado como Melhor Trilha Sonora por Gladiador, em 2001
  • Indicado como Melhor Trilha Sonora de Comédia (com Stephen Schwartz) por O Príncipe do Egito e Melhor Trilha Sonora Dramática por Além da Linha Vermelha, em 1999
  • Indicado como Melhor Trilha Sonora por Melhor é Impossível, em 1998
  • Indicado como Melhor Trilha Sonora por Um Anjo em Minha Vida, em 1997
  • Venceu como Melhor Trilha Sonora por O Rei Leão, em 1994
  • Indicado como Melhor Trilha Sonora por Rain Man, em 1989

https://www.youtube.com/watch?v=HA8dDFFvOUw

A Forma da Água

Trilha original composta por Alexandre Desplat

Favorito absoluto da categoria, Alexandre Desplat injustamente vai faturar seu segundo Oscar. Por mais que seja uma trilha com momentos belos e um refinamento notável, são acordes clichês e que remetem demais a outros trabalhos, algo que ironicamente mostra-se típico de A Forma da Água, uma grande miscelânea de referencias e "homenagens". Nesse quesito, a música de Desplat parece uma versão reciclada daquela vista em O Fabuloso Destino de Amélie Poulain, com inexplicáveis instrumentos franceses tomando conta da partitura principal (mesmo que a Franca nao tenha a menor participação na narrativa). Pior ainda e o tema principal, que aposta em uma rendição mais "fabulesca" e esquisita de uma flauta, soando como uma versão perturbada de Bob Esponja. Vai ser uma vitória difícil de engolir.

Histórico de Indicações

Venceu como Melhor Trilha Sonora por O Grande Hotel Budapeste, e indicado por O Jogo da Imitação, em 2015

Indicado como Melhor Trilha Sonora por Philomena, em 2014

Indicado como Melhor Trilha Sonora por Argo, em 2013

Indicado como Melhor Trilha Sonora por O Discurso do Rei, em 2011

Indicado como Melhor Trilha Sonora por O Fantástico Sr. Raposo, em 2010

Indicado como Melhor Trilha Sonora por O Curioso Caso de Benjamin Button, em 2009

Indicado como Melhor Trilha Sonora por A Rainha, em 2006

https://www.youtube.com/watch?v=N8ue_5T4fMk

Star Wars: Os Últimos Jedi

Trilha original composta por John Williams

Já esperava que John Williams fosse figurar no Oscar, mas fiquei positivamente surpreso ao descobrir que sua 51ª indicação se deu não por The Post: A Guerra Secreta, mas por Os Últimos Jedi. Williams e Star Wars  sempre representa uma combinação perfeita, e no caso do Episódio VIII, o resultado foi ainda mais satisfatório do que aquele visto com O Despertar da Força. Fazendo bom uso dos temas clássicos e daqueles desenvolvidos no filme de J.J. Abrams, a música de Os Últimos Jedi é maravilhosa, abraçando o épico, a diversão e também a escuridão que permeia seus personagens, além de apresentar novos temas com potencial para tornarem-se icônicos, desde a variação do jazz da cantina temperado com uma rendição discreta de Aquarela do Brasil para Canto Bight, até um tema mais trágico e místico para Luke Skywalker. Um mestre nunca é superado.

Histórico de Indicações

  • Indicado como Melhor Trilha Sonora por Star Wars: O Despertar da Força, em 2016
  • Indicado como Melhor Trilha Sonora por A Menina que Roubava Livros, em 2014
  • Indicado como Melhor Trilha Sonora por Lincoln, em 2013
  • Indicado como Melhor Trilha Sonora por As Aventuras de Tintim e Cavalo de Guerra, em 2012
  • Indicado como Melhor Trilha Sonora por Munique e Memórias de uma Gueixa, em 2006
  • Indicado como Melhor Trilha Sonora por Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban, em 2005
  • Indicado como Melhor Trilha Sonora por Prenda-me se for Capaz, em 2003
  • Indicado como Melhor Trilha Sonora por A.I. - Inteligência Artificial e Harry Potter e a Pedra Filosofal, em 2002
  • Indicado como Melhor Trilha Sonora por O Patriota, em 2001
  • Indicado como Melhor Trilha Sonora por As Cinzas de Ângelo, em 2000
  • Indicado como Melhor Trilha Sonora Dramática por O Resgate do Soldado Ryan, em 1999
  • Indicado como Melhor Trilha Sonora Dramática por Amistad, em 1998
  • Indicado como Melhor Trilha Sonora Dramática por Sleepers - A Vingança Adormecida, em 1997
  • Indicado como Melhor Trilha Sonora Dramática por Nixon, Melhor Trilha Sonora de Comédia e Melhor Canção Original (com Alan Bergman e Marilyn Bergman) por Sabrina, em 1996
  • Indicado como Melhor Trilha Sonora por JFK: A Pergunta que Não quer Calar e Melhor Canção Original (com Leslie Bricusse) por Hook: A Volta do Capitão Gancho, em 1992
  • Indicado como Melhor Trilha Sonora e Melhor Canção Original (com Leslie Bricusse) por Esqueceram de Mim, em 1991
  • Indicado como Melhor Trilha Sonora por Nascido em 4 de Julho e Indiana Jones e a Última Cruzada, em 1990
  • Indicado como Melhor Trilha Sonora por O Turista Acidental, em 1989
  • Indicado como Melhor Trilha Sonora por As Bruxas de Eastwick e Império do Sol, em 1988
  • Indicado como Melhor Trilha Sonora por Indiana Jones e o Templo da Perdição e O Rio do Desespero, em 1985
  • Indicado como Melhor Trilha Sonora por Star Wars: Episódio VI - O Retorno de Jedi, em 1984
  • Venceu como Melhor Trilha Sonora por E.T. - O Extraterrestre, e indicado como Melhor Canção Original (com Alan Bergman e Marilyn Bergman) por Uma Voz para Milhões, em 1983
  • Indicado como Melhor Trilha Sonora por Os Caçadores da Arca Perdida, em 1982
  • Indicado como Melhor Trilha Sonora por Star Wars: Episódio V - O Império Contra-Ataca, em 1981
  • Indicado como Melhor Trilha Sonora por Superman: O Filme, em 1979
  • Venceu como Melhor Trilha Sonora por Star Wars: Episódio IV - Uma Nova Esperança, e indicado por Contatos Imediatos do Terceiro Grau, em 1978
  • Venceu como Melhor Trilha Sonora Dramática por Tubarão, em 1976
  • Indicado como Melhor Trilha Sonora por Inferno na Torre, em 1975
  • Indicado como Melhor Trilha Sonora Dramática e Melhor Canção Original (com Paul Williams) por Licença para Amar até a Meia-Noite, e Melhor Trilha Sonora, Canção ou Adaptação (com Richard M. Sherman e Robert B. Sherman) por As Aventuras de Tom Sawyer, em 1974
  • Indicado como Melhor Trilha Sonora Dramática por O Destino do Poseidon e Imagens, em 1973
  • Venceu como Melhor Trilha Sonora por Um Violinista no Telhado, em 1972
  • Indicado como Melhor Trilha Sonora para Filme Não Musical por Os Rebeldes e Melhor Trilha Sonora Original ou Adaptada (com Leslie Bricusse) por Adeus, Mr. Chips, em 1970
  • Indicado como Melhor Trilha Sonora por O Vale das Bonecas, em 1968

https://www.youtube.com/watch?v=bT_XjcdgT6g

Trama Fantasma

Trilha original composta por Jonny Greenwood

Um dos aspectos mais memoráveis e fortes de Trama Fantasma é a trilha de Jonny Greenwood, finalmente lembrado pela Academia. Colaborador leal de PTA desde Sangue Negro, o guitarrista do Radiohead oferece seu trabalho mais "convencional" para a saga dos Woodcock. Se antes Greenwood apostava no abstrato e minimalismo, servindo à proposta daquelas obras, aqui ele adota um lado bem mais clássico e erudita, com uso predominante de piano e violino. Mais do que belas melodias pontuais, o trabalho de Greenwood acompanha praticamente todas as cenas da projeção, sendo um filme inteiramente movido a música, e que acentua com perfeição os pontos de virada e momentos chave da narrativa, no melhor estilo do cinemão clássico. Se não funciona isoladamente, fornece o ritmo apropriado para a história, além de corroborar a delicadeza de seu protagonista.

https://www.youtube.com/watch?v=gzOuMHAkYg0

Três Anúncios para um Crime

Trilha original composta por Carter Burwell

Chega a ser assustador o fato de que esta seja apenas a segunda indicação de Carter Burwell ao Oscar, lembrado aqui por sua discreta musica para a saga de Mildred Hayes e seus billboards titulares de Três Anúncios para um Crime. É um tema que se repete ao longo da narrativa, sem muitas inovações em sua melodia, mas um que definitivamente cumpre seu papel: fornece o tom de thriller caipira ideal, com o banjo e a guitarra servindo como um perfeito identificador regionalístico, servindo também para ditar a atmosfera das cenas mais intensas - especialmente quando Mildred precisa apagar um incêndio -, e também os momentos de humor. Um ótimo trabalho de Burwell, que urgentemente precisa de mais reconhecimento na indústria.

Histórico de Indicações

      • Indicado como Melhor Trilha Sonora por Carol, em 2016

Aposta: A Forma da Água

Voto do Bastidores: Dunkirk

Esnobado: Blade Runner 2049

Melhor Canção Original

https://www.youtube.com/watch?v=AAJpEVv2XHw

Mighty River

Música e letra de Mary J. Blige, Raphael Saadiq e Taura Stinson para Mudbound: Lágrimas Sobre o Mississipi

Ainda que Mudbound seja uma ode à esperança e a música escrita e cantada por Mary J. Blige converse diretamente com essa estética mais realista-otimista, não podemos deixar de encarar Mighty River como uma cópia de qualquer outra canção gospel que louve e abra margens para que seus ouvintes consigam absorver as claras mensagens de um futuro próspero. Seguindo um padrão já conhecido, tudo inicia-se com o suave som do piano, que gradativamente dá espaço para uma leve percussão e a entrada do aguardado backing coro, servindo como respaldo para a poderosa voz de Blige, a qual usa e abusa de sua tecedura em uma rendição emocionante, ainda que clichê. Entretanto, talvez o que peque mais seja a autoexplicação de sua letra, que é arquitetada em detrimento de metáforas e acaba levando seu título ao pé da letra.

https://www.youtube.com/watch?v=4WTt69YO2VI

The Mystery of Love

Música e letra de Sufjan Stevens, para Me Chame pelo Seu Nome

Me Chame Pelo Seu Nome é uma obra sensível, ainda que peque no excesso de otimismo em relação aos arcos de seus personagens. E para um escopo tão agradável e meticulosamente bem pensado, não é nenhuma surpresa que os vocais e a incrível habilidade de Sufjan Stevens tenham sido escolhidos para compor o que se pode entender como uma declaração de amor ao próprio romance. Todo o escopo tétrico trilha um caminho em crescendo que utiliza-se muito bem do violão, do teclado e de um leve sintetizador de voz para tornar a faixa clássica e moderna ao mesmo tempo - e isso sem falar da poderosa letra também composta por Stevens e que tenta arranjar uma explicação para o ato de se apaixonar, levando o público ao estado de catarse inegável e envolvente.

https://www.youtube.com/watch?v=ImutnoiBixY

Remember Me

Música e letra de Kristen Anderson-Lopez e Robert Lopez para Viva: A Vida é uma Festa

O estopim catártico de Viva vem com Remember Me. Apesar de ser uma canção utilizada por diversas vezes no longa, os realizadores tem uma noção narrativa fantástica para mudar o sentido da música a cada vez que ela surge. Indo de hit musical dançante para uma melodia fantástica de amor e carinho, será muito difícil não ver essa canção arrebatar esse precioso Oscar para a Pixar que sempre capricha nas canções originais para seus filmes. Por ter essa função dramática tremenda, a música é muito mais do que apenas um tremendo trabalho de composição, letra e arranjo. 

https://www.youtube.com/watch?v=2Klrg3F_oq0

Stand Up for Something

Música de Diane Warren, Letra de Lonnie R. Lynn e Diane Warren para Marshall

Diane WarrenLonnie R. Lynn encontram um grande espaço para trabalharem a sua amálgama entre pop e R&B em Stand Up for Something, uma das pequenas pérolas que se perderam nas premiações desse ano. Toda a construção conversa com as composições clássicas que nos relembram até mesmo do blues tão lindamente cantado por Amy Winehouse em sua discografia, ou ao aventurar-se para um classicismo do jazz de Aretha Franklin em alguns momentos pontuais (principalmente para mostrar a potência vocal da cantora Andra Day). Talvez um dos pontos a desejarem aqui seja a entrada do rapper Common para a composição, cuja investida se mostra saturada e destoante do restante da música.

https://www.youtube.com/watch?v=wEJd2RyGm8Q

This is Me

Música e letra de Benj Pasek e Justin Paul, para O Rei do Show

This is Me é sem sombra de dúvida uma música de grande importância para a autoaceitação e o enfrentamento de constantes obstáculos enfrentados por aqueles que não se encaixam nos padrões sociais. Liderado pela poderosa voz de Lettie Lutz, o equívoco principal, entretanto, reside justamente em sua macro-arquitetura, pendendo drasticamente às clichês composições do pop contemporâneo, incluindo o lento início, o refrão animado e perscrutado por segundas e terceiras vozes, e até mesmo os aguardados breaks que marcam claramente as viradas. Benj PasekJustin Paul eventualmente não criam nada novo, mas sim misturam diversas músicas já existentes para entregar mais do mesmo em um filme que também não traz muita ousadia.

Aposta: Remember Me

Voto do Bastidores: The Mystery of Love

Esnobado: The Greatest Show


Oscar 2018: Um Especial Bastidores | Volume II | Categorias Técnicas

Sejam bem-vindos à segunda parte do especial para o Oscar 2018 do Bastidores. Dessa vez, vamos assumir um lado mais técnico (afinal, o título de nosso site não é por acaso) para falar de categorias como Fotografia, Montagem, Design de Produção, Figurino, Maquiagem e Efeitos Visuais, valendo a menção de que a Academia foi capaz de selecionar uma vasta variedade de produções e fez justiça aos indicados.

Confira:

Melhor Fotografia

É muito melhor fazer um bom filme, do que um filme só com bom visual – Robert Richardson

Blade Runner 2049

Roger A. Deakins, ASC

Roger Deakins faz milagres, e chegou a hora da Academia finalmente parar de estupidez, após ignorá-lo por nada menos do que TREZE indicações ao longo de 23 anos. Em Blade Runner 2049, há diferentes tons de azul para ilustrar a presença de uma neve tóxica na cidade, assim como a luz de neon dos diversos billboards e propagandas holográficas. com destaque para a maravilhosa imagem onde K encara um holograma gigante de Joi, sendo banhado pelos tons de rosa e roxo da projeção. O visual ainda se reinventa quando apresenta um laranja fortíssimo para o esperado retorno de Deckard – e as condições atmosféricas do local onde o aposentado policial se encontra, afetado pela radiação, justificam essa mudança na paleta. Eu poderia falar horas e horas sobre a fotografia de Deakins para o filme, mas basta dizer que ser ele não ganhar o tão esnobado Oscar por esse trabalho, a Academia simplesmente deveria cancelar a categoria de Melhor Fotografia. Não vai ter filme mais bonito e deslumbrante do que este no ano. Em muitos anos, talvez.

Percurso na Temporada

  • Critics Choice Awards - Melhor Fotografia
  • American Society of Cinematographers - Melhor Fotografia - Cinema
  • BAFTA - Melhor Fotografia

Histórico de Indicações

  • Indicado como Melhor Fotografia por Sicario: Terra de Ninguém, em 2016
  • Indicado como Melhor Fotografia por Invencível, em 2015
  • Indicado como Melhor Fotografia por Os Suspeitos, em 2014
  • Indicado como Melhor Fotografia por 007 - Operação Skyfall, em 2013
  • Indicado como Melhor Fotografia por Bravura Indômita, em 2011
  • Indicado como Melhor Fotografia (com Chris Menges) por O Leitor, em 2009
  • Indicado como Melhor Fotografia por Onde os Fracos Não têm Vez e O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford, em 2008
  • Indicado como Melhor Fotografia por O Homem que Não Estava Lá, em 2002
  • Indicado como Melhor Fotografia por E aí meu Irmão, Cadê Você? em 2001
  • Indicado como Melhor Fotografia por Kundun, em 1998
  • Indicado como Melhor Fotografia por Fargo, em 1997
  • Indicado como Melhor Fotografia por Um Sonho de Liberdade, em 1995

O Destino de uma Nação

Bruno Delbonnel, ASC, FSF

Bruno Delbonnel é um fotógrafo de estilo único, do qual podemos identificar apenas ao bater o olho em seus quadros. Através do efeito da "vaselina na lente", sua imagem parece mais embaçada e onírica, o que ajuda a construir atmosferas altamente envolventes e reforçar o frio, algo que definitivamente vem a calhar em O Destino de uma Nação. Todas essas características citadas ajudam na biografia de Winston Churchill, especialmente ao tornar as salas de planejamento e reuniões no parlamento mais intimidadoras e sombrias, fornecendo a visão apropriada para uma Inglaterra mergulhada nas trevas da paranóia e do medo. Não só a técnica de Delbonnel é um belíssimo acerto estético, como também usa as sombras para esconder as limitações do cenário, trabalhando em simbiose completa com o design de produção do longa - que fica ainda mais grandioso e valorizado graças às sombras inteligentes do fotógrafo.

Histórico de Indicações

  • Indicado como Melhor Fotografia por Inside Llewyn Davis: Balada de um Homem Comum, em 2014
  • Indicado como Melhor Fotografia por Harry Potter e o Enigma do Príncipe, em 2010
  • Indicado como Melhor Fotografia por Eterno Amor, em 2005
  • Indicado como Melhor Fotografia por O Fabuloso Destino de Amélie Poulain, em 2002

Dunkirk

Hoyte Van Hoytema, ASC, FSF, NSC

Finalmente a Academia reconhece o esforço do suíço Hoyte Van Hoytema, um dos diretores de fotografia mais interessantes a surgir nos últimos anos em Hollywood. Marcando mais uma colaboração com Christopher Nolan, praticamente substituindo o posto que era de Wally Pfister por muito tempo, Hoytema faz um trabalho experimental e que requeriu muitas inovações da equipe, especialmente no que diz respeito ao uso das gigantescas câmeras IMAX "na mão", sendo o primeiro cinegrafista a alcançar tal feito. Praticamente todas as tomadas foram captadas em locação, o que significou um grande trabalho de Hoytema em usar as luzes naturais da praia de Dunquerque, o céu nublado e o belo pôr-do-sol que encerra projeção. Além desse poderio imagético já bem forte, a dupla inventa de captar cenas de aviação com câmeras IMAX acompladas a aeronaves spitfires de verdade - requerindo um complexo trabalho de engenharia de Hoytema e Nolan para realizar essa visão -, rendendo algumas das imagens mais impressionantes que esses olhos já viram. Uma grande conquista.

A Forma da Água

Dan Laustsen, ASC

Se há alguém que poderá tirar o Oscar das mãos de Roger Deakins é Dan Laustsen. A Forma da Água impressiona e muito pela vivacidade de sua paleta de cores curiosa e também pelas belas imagens subaquáticas de tom importantíssimo para o filme. Não somente para dar sentido ao título, mas como uma forma poética para aglutinar o amor dos dois personagens. Além disso, o trabalho com a fotografia em diversos degradês impressiona muito para dar um clima sempre sombrio para os cenários molhados e sinistros que Del Toro nos apresenta. É um verdadeiro manjar para os olhos.

Mudbound: Lágrimas sobre o Mississipi

Rachel Morrison, ASC

As paisagens do Mississippi são inesquecíveis. A trágica história do estado parece se confundir com as belezas naturais da região, o que acaba por criar uma atmosfera melancólica e de potenciais não atingidos. Muitos diretores de fotografia conseguiram captar com precisão essa particularidade visual. A nova profissional a entrar na seleta lista é Rachel Morrison. Em Mudbound – Lágrimas Sobre o Mississippi, a iluminação natural e as sombras engolfam os tristes personagens e constituem algumas das principais características do filme. Pelo seu trabalho, Morrison foi indicada ao Oscar 2018 e se tornou a primeira mulher a concorrer na categoria.

Aposta: Blade Runner 2049

Voto do Bastidores: Blade Runner 2049, é claro

Esnobado: A Cura

Melhor Design de Produção

Está bem na sua frente. Esse é o filme. Ele vem de um nível profundo acima. É confiável porque existe uma história a ser contada – Rick Carter

A Bela e a Fera

 Sarah Greenwood e Katie Spencer

Ainda que A Bela e a Fera tenha funcionado por sua nostalgia em detrimento de uma investida contemporânea acerca do clássico conto homônimo, é inegável dizer que o longa-metragem conseguiu recuperar toda a ambiência arquitetônica do barroco ao mesmo tempo em que abriu margens para o fantástico e o sobrenatural. Logo, não é nenhuma surpresa que Sarah GreenwoodKatie Spencer ganhem espaço nesta edição do Oscar: é incrível como a carga histórica está presente em cada um dos cenários, seja pela aversão à simetria e à razão exacerbada renascentista na vila em que a protagonista mora, ou até mesmo pela estética espelhada do decadente castelo, mostrando o choque de gerações e de ideais. Além disso, a direção de arte trilha um caminho transformista à medida em que a relação entre os personagens se consolida, optando pela entrada de objetos mais neutros e mais clássicos e a entrada de inúmeras construções cênicas em espiral e que fornecem a ilusão de movimento.

Histórico de Indicações

  • Indicadas como Melhor Design de Produção por Anna Karenina, em 2013
  • Indicadas como Melhor Direção de Arte  por Sherlock Holmes, em 2010
  • Indicadas como Melhor Direção de Arte por Orgulho e Preconceito, em 2006

Blade Runner 2049

Dennis Gassner e Alessandra Querzola

Blade Runner 2049 é um filme que trabalha com opostos - e é claro que esse paradoxo seria traduzido de forma bem explícita quando falamos da incrível estética criada por Dennis GassnerAlessandra Querzola: o duo trabalha com investidas tanto saturadas quanto clean, buscando traçar uma linha bem perceptível e diferenciável entre, por exemplo, o antro de Niander Wallace (Jared Leto) e as movimentadas ruas de Los Angeles. Enquanto para este cenário busca-se uma identidade que volta para o incrível uso de hologramas de marketing aliados a uma rendição a outdoors em neon e objetos modernizados e ainda sim reconhecíveis pelo público, aquele finca-se em um mergulho mais faraônico, incluindo uma arquitetura megalômana e milimetricamente simétrica, conversando até mesmo com as gritantes personalidades dos personagens.

Percurso na Temporada

  • ADG - Melhor Design de Produção - Filme de Fantasia

Histórico de Indicações

Dennis Gassner

  • Indicado como Melhor Design de Produção (com Anna Pinnock) por Caminhos da Floresta, em 2015
  • Indicado como Melhor Direção de Arte (com Anna Pinnock) por A Bússola de Ouro, em 2008
  • Indicado como Melhor Direção de Arte (com Nancy Haigh) por Estrada para a Perdição, em 2003
  • Indicado como Melhor Direção de Arte (com Nancy Haigh) por Bugsy e Barton Fink - Delírios de Hollywood, em 1992

O Destino de uma Nação

 Sarah Greenwood e Katie Spencer

Joe Wright, mesmo que tenha uma filmografia pautada em altos e baixos, sempre teve sua carreira pautada na beleza estética. Logo, é claro que sua equipe criativa traria o melhor da indústria cinematográfica para compor cenários incrivelmente bem delineados e que não pecam em nenhum momento quando pensamos em verossimilhança histórica - e esse trabalho é realizado mais uma vez por Sarah GreenwoodKatie Spencer com O Destino de uma Nação. Ambientado no auge da II Guerra Mundial, todo o escopo cênico segue um padrão contraditório entre ascensão e queda da monarquia inglesa, reafirmada, por exemplo, pelo uso excessivo de objetos dispendiosos em contraste com um cenário mais neutro e bélico. Talvez o maior mérito resida em relação à sólida recriação do Palácio de Buckingham e da Abadia de Westminster, buscando inspiração na época vitoriana e na arte barroca.

Histórico de Indicações

  • Indicadas como Melhor Design de Produção por Anna Karenina, em 2013
  • Indicadas como Melhor Direção de Arte  por Sherlock Holmes, em 2010
  • Indicadas como Melhor Direção de Arte por Orgulho e Preconceito, em 2006

Dunkirk

 Nathan Crowley e Gary Fettis

Filmes de guerra têm uma grande tentação de cair nos equívocos da superexposição cênica em detrimento de uma identidade imagética interessante e envolvente. Felizmente, não é isso que Nathan CrowleyGary Fettis fazem em Dunkirk, uma das obras-primas de 2017 que passaram quase despercebidos pelos olhos da crítica e do público. A recriação da decadente situação dos soldados ingleses e franceses em um dos momentos cruciais da II Guerra Mundial é certeira, seja pela utilização de navios de guerra que gradativamente se transformam em carcaças marítimas, ou até mesmo pelos cenários que conversam diretamente com a desesperança de seus personagens (principalmente no tocante ao píer). Isso sem falar na incrível paleta de cores, trazendo cores frias para o escopo cênico que logo encontram uma vivacidade conforme a narrativa chega ao tão aguardado "final feliz".

Histórico de Indicações

Nathan Crowley

  • Indicado como Melhor Design de Produção (com Gary Fettis) por Interestelar, em 2015
  • Indicado como Melhor Direção de Arte (com Julie Ochipinti) por O Grande Truque, em 2007

Gary Fettis

  • Indicado como Melhor Design de Produção (com Nathan Crowley) por Interestelar, em 2015
  • Indicado como Melhor Direção de Arte (com James J. Murakami) por A Troca, em 2009
  • Indicado como Melhor Direção de Arte (com Dean Tavoularis) por O Poderoso Chefão Parte III, em 1991

A Forma da Água

Paul D. Austerberry, Jeffrey A. Melvin e Shane Vieau

Histórias fantásticas obviamente pedem por um envolvente escopo imagético que traga o melhor do espetacular e do palpável para um mesmo cenário. É justamente isso que o trio responsável por A Forma da Água entrega para o seu público e que em maior parte consegue ofuscar um roteiro falho: ainda que a trama seja uma homenagem para os clássicos contos de terror, não podemos negar que o filme de Guillermo del Toro busque uma identidade opressiva, institucional e atemporal, principalmente pela construção dos laboratórios em um concreto puro e intransponível e que entra em contradição com ambiências mais amplas. Em uma perspectiva generalizada, toda a arquitetura subjuga propositalmente os seus protagonistas, auxiliada pela paleta de cores futurista e neo-noir, buscando inspiração em tons frios e neutros, como o verde-escuro, o marrom e o azul.

Percurso na Temporada

  • ADG - Melhor Design de Produção - Filme de Época
  • BAFTA - Melhor Design de Produção
  • Critics Choice Awards - Melhor Design de Produção

Aposta: A Forma da Água

Voto do Bastidores: Blade Runner 2049

Esnobado: Star Wars: Os Últimos Jedi

Melhor Figurino

A menos que o projeto exija, eu não estou interessada em uma réplica exata da época. Eu vejo a época, como deveria ser, como poderia ser, e então eu faço a minha própria versão – Sandy Powell

A Bela e a Fera

Jacqueline Durran

Assim como sua direção de arte, o figurino de A Bela e a Fera merece aclame crítico. Seguindo a estética simplista do século XVII, percebemos que a indumentária utilizada pelos personagens do vilarejo da protagonista segue um corte mais clean e que preza pela utilização de tecidos pragueados que ressaltem a silhueta feminina; tal estética também é reafirmada pelo vestido que Bela (Emma Watson) utiliza durante a cena do baile, uma das mais icônicas do filme: aqui, todo o corte resgata a beleza da realeza francesa, principalmente pelas múltiplas camadas da saia. Além disso, Jacqueline Duran também aproveita essa perspectiva mais "modernizada" para retirar algumas peças que provavelmente representariam uma saturação cênica, incluindo os rufos plissados e as mangas longas, fornecendo um pouco mais de movimento e fluidez para os personagens.

Histórico de Indicações

  • Indicada como Melhor Figurino por Sr. Turner, em 2015
  • Venceu como Melhor Figurino por Anna Karenina, em 2013
  • Indicada como Melhor Figurino por Orgulho e Preconceito, em 2006

O Destino de uma Nação

Jacqueline Durran

Durran é um dos grandes nomes de sua geração e não é nenhuma surpresa que ela ganhe duas indicações para a cerimônia do Oscar neste ano. Além de trabalhar com a estética barroca em A Bela e a Fera, ela também investe sua força intelectual em O Destino de uma Nação - e seu trabalho é o que nos aproxima da época retratada no filme: o final da década de 1930 e começo de 1940 foi marcado por uma escassez de produtos para a indústria da moda, o que obrigou à população, principalmente às mulheres, a optar por uma indumentária mais simples, porém versátil. Além da homogeneidade estilística do figurino masculino, marcado pelo uso dos ternos risca-giz, temos a representação feminina encarnada por Lily James, cujos trajes prezam pelos cortes andrógenos - ombros arredondados, saias com pregas invertidas e com corte mais longo para facilitar os movimentos. Todo o escopo também serve para representar uma aguardada evolução pacifista da decadente sociedade inglesa da época.

Histórico de Indicações

  • Indicada como Melhor Figurino por Sr. Turner, em 2015
  • Venceu como Melhor Figurino por Anna Karenina, em 2013
  • Indicada como Melhor Figurino por Orgulho e Preconceito, em 2006

A Forma da Água

Luis Sequeira

Em 1910, a Every Woman's Encyclopedia divulgou em seu anuário que os itens principais do guarda-roupa de uma mulher são "paletó e saia, blusas, sapatos, luvas, chapéus e capa de chuva". É claro que essa essencialidade se referia à insurgência do estilo-uniforme da sociedade da época, mas o que suas editoras não conseguiriam prever que essa máxima perduraria por quase quarenta anos, porém sofrendo uma brusca transformação da "mulher de negócios" para a "trabalhadora da classe média". Luis Sequeira baseia-se nessa ideia quase atemporal para vestir os personagens de A Forma da Água, criando uma moderna indumentária que conversa com a atemporalidade cênica do filme ao mesmo tempo em que resgata uma época nostálgica e complexa, principalmente na caracterização de Sally Hawkins como a protagonista, pautada em uma sutileza emocionante, como o constante uso do cardigã e e da saia andrógena.

Percurso na Temporada

Costume Designers Guild - Melhor Figurino em Filme de Época

Trama Fantasma

Mark Bridges

Grande parte dos filmes de época dessa edição do Oscar resolve conversar com um escopo verossímil do período retratado, e coube a Mark Bridges quebrar esse tradicionalismo cinematográfico com seu incrível trabalho em Trama Fantasma. A narrativa gira em torno de um estilista de moda responsável por vestir a high society e que, através de uma trama romântico-dramática, se expressa através de looks aplaudíveis e transgressores. Partindo dessa premissa, o figurinista não poupa esforços para criar uma indumentária chocante e que marca até mesmo uma quebra nos padrões estilísticos da época, permitindo-se misturar inúmeros tecidos - temos na imagem acima, por exemplo, a combinação perfeita entre a suavidade da renda branca com o poderoso tafetá vermelho -, cuja amálgama é uma representação externalizada do confronto interno sofrido pelos personagens.

Percurso na Temporada

  • BAFTA - Melhor Figurino

Histórico de Indicações

  • Indicado como Melhor Figurino por Vício Inerente, em 2015
  • Venceu como Melhor Figurino por O Artista, em 2012

Victoria e Abdul: O Confidente da Rainha

Consolata Boyle

Consolata Boyle tem uma afeição especial para filmes que envolvam a realeza britânica - e depois de ter realizado um trabalho incrível em A Rainha A Dama de Ferro, ela retorna com mais uma incrível rendição em Victoria e Abdul. Entretanto, a figurinista irlandesa resolve criar um escopo original ao trabalhar com a sobriedade excessiva da Rainha Victoria (Judi Dench), marcado por um figurino essencialmente pautado na monocromacia, enquanto Abdul (Ali Fazal) traz uma simplicidade mais envolvente e afável, principalmente pelo uso de trajes azuis e brancos de seda que representem seu "modesto" comportamento perante um nome tão poderoso.

Histórico de Indicações

  • Indicada como Melhor Figurino por Florence: Quem é Essa Mulher?, em 2017
  • Indicada como Melhor Figurino por A Rainha, em 2006

Aposta: Trama Fantasma

Voto do Bastidores: Trama Fantasma

Esnobado: Mulher-Maravilha

Melhor Montagem

Eu leio o roteiro só uma vez, então esqueço dele. Eu só lido com o que eu vejo todo dia na tela, e se eu acredito e entendo aquilo – Thelma Schoonmaker

Dunkirk

Lee Smith

Todos os filmes de Christopher Nolan oferecem algum tipo de desafio quando estamos falando de linhas temporais. Parceiro de longa data, Lee Smith já teve que lidar com as intensas corridas contra o tempo na trilogia Cavaleiro das Trevas, o vai-e-vem não linear de O Grande Truque, as camadas de realidade distintas em A Origem e até mesmo a temporalidade de outros planetas com Interestelar. Em Dunkirk, o trabalho de Smith parece mais comprimido, mas talvez seja ainda mais complexo: lidar com três linhas narrativas diferentes ao mesmo tempo, mas com cada uma se desenrolando em um tempo diferente: uma semana, um dia e uma hora. É uma proposta ousada que parte do roteiro criativo de Nolan, e que ganha uma execução primorosa pelas mãos de Smith, que organiza todos esses eventos em uma narrativa coesa e com possibilidades inesperadas de catarse (especialmente com o personagem de Cillian Murphy), assim como consegue manter o espectador preso e tenso 100% do tempo - a decisão de Smith no último corte da projeção também é bárbara, quando, após uma sequência de imagens e um crescendo épico da trilha sonora, decide voltar o plano para o rosto do jovem Tommy em silêncio, de forma a não perder a humanidade daquela história. Nunca temos cortes muito excessivos, com Smith permitindo uma imersão maior em cada plano, em cada cena, mas sua maestria com a estrutura do longa é algo que não deve ser ignorado pela Academia.

Percurso na Temporada

  • ACE Eddie Awards - Melhor Montagem em Filme de Drama

Histórico de Indicações

  • Indicado como Melhor Montagem por Batman: O Cavaleiro das Trevas, em 2009
  • Indicado como Melhor Montagem por Mestre dos Mares: O Lado Mais Distante do Mundo, em 2004

Em Ritmo de Fuga

Paul Machliss e Jonathan Amos

É revoltante que nenhum filme de Edgar Wright já tenha sido indicado à melhor montagem, mas finalmente a Academia abriu os olhos para o talento de Paul Machliss e Jonathan Amos, que vêm colaborando com o cineasta desde Scott Pilgrim contra o Mundo - provavelmente um dos filmes mais bem montados de todos os tempos. Com Em Ritmo de Fuga, o trabalho excepcional da dupla está diretamente ligado à música, com os cortes entrando em sincronia com o ritmo e batidas das diferentes canções que o protagonista está constantemente ouvindo. Todas as cenas, de ação ou não, trazem um ritmo preciso e calculado, especialmente quando temos aceleradas perseguições de carro ou tiroteios anárquicos. As transições de cena também são marcas do estilo de Wright, com Machliss e Amos usando criativas fusões de imagem (uma tampa de lavanderia que se transforma em um disco de vinil, por exemplo) e outras elipses que comprimem o tempo e aceleram a história, vide o rápido emprego de Baby como entregador de pizza. Um trabalho perfeito, e digno do prêmio.

Percurso na Temporada

  • BAFTA - Melhor Montagem

Eu, Tonya

Tatiana S. Riegel

Que surpresa satisfatória encontrar Tatiana S. Riegel indicada por seu trabalho em Eu, Tonya. Com a tragicomédia de humor negro sobre a patinadora Tonya Harding assumindo uma forte inspiração no cinema de Martin Scorsese, temos uma narrativa dinâmica que é constantemente interrompida por digressões dos personagens e também de suas figuras "reais" que aparecem em forma de entrevista. É aquele tipo de montagem que está sempre quebrando a quarta parede e dialogando com o espectador, e os cortes de Riegel são muito precisos e inteligentes na hora de interromper a história no momento certo - é impagável quando a personagem de Allison Janney, após simplesmente sumir da projeção durante algum tempo, interrompe a narrativa para reclamar de sua ausência. Só esse trabalho de self awareness da narrativa já merecia a indicação, mas Riegel ainda demonstra muita agilidade ao montar as cenas de patinação, conferindo velocidade e graciosidade aos diversos planos e movimentos de dança da protagonista.

Percurso na Temporada

  • ACE Eddie Awards - Melhor Montagem em Filme de Comédia

A Forma da Água

Sidney Wolinsky

Geralmente, filmes favoritos ao prêmio principal da noite acabam na categoria de Montagem apenas para garantir uma vantagem na contagem de votos. Felizmente, não é o caso de A Forma da Água, que traz um trabalho muito coeso e satisfatório por parte de Sidney Wolinsky. Definitivamente, o grande mérito da montagem do romance de Guillermo Del Toro é a forma como Wolinksy cria o círculo de rotina da protagonista Elisa, especialmene na forma como sincroniza seus mecanismos para demarcar a passagem de tempo (em especial com os "ovinhos" da personagem de Sally Hawkins). É um ritmo muito preciso e agradável, e Wollinsky ganha mais créditos para as sequências mais intensas do filme, principalmente em sua agilidade para equilibrar diferentes personagens e situações durante a montagem em que Elisa e seus amigos lutam contra o tempo para libertar o Anfíbio do laboratório. Um ótimo trabalho.

Três Anúncios para um Crime

 Jon Gregory

Lembram-se de quando disse logo acima sobre favoritos marcarem terreno na categoria de montagem? Pois bem, não estou dizendo que o trabalho de Jon Gregory no excepcional Três Anúncios para um Crime seja ruim, mas realmente carece de algo verdadeiramente especial - basta olhar para os demais indicados, todos com alguma peculiaridade. Aqui, o filme de Martin McDonagh tem um ritmo acertado, uma boa distribuição de tempo aos personagens (literalmente ninguém acaba ofuscado ao longo da projeção), e uma velocidade correta durante algumas das sequências mais intensas, como aquelas envolvendo os diferentes incêndios. Um trabalho muito eficiente e que serve à proposta da trama, especialmente na maneira como equilibra o humor negro e as inesperadas doses de elementos dramáticos, como no intenso diálogo entre Mildred e o xerife Willoughby.

Aposta: Dunkirk

Voto do Bastidores: Dunkirk ou Em Ritmo de Fuga, são dois trabalhos excepcionais

Esnobado: Blade Runner 2049

Melhor Maquiagem & Cabelo

É mágico quando você tem um ótimo ator em uma ótima maquiagem – Rick Baker

O Destino de uma Nação

Kazuhiro Tsuji, David Malinowski e Lucy Sibbick

Inúmeros atores já interpretaram o famoso e inesquecível Winston Churchill nos cinemas e na televisão, mas talvez nenhum deles tenha passado por uma transformação tão profunda quanto Gary Oldman em O Destino de uma NaçãoAqui, o trio responsável pela maquiagem alcançou um enorme sucesso ao deixá-lo irreconhecível, utilizando-se de técnicas um tanto quanto simples para garantir mais naturalidade às suas feições envelhecidas e que já trazem tanto os cabelos brancos quanto uma quantidade considerável de rugas, ressaltada pelo cuidado com as linhas de expressão e pela crescente calvície. Mas a preocupação não se restringe apenas ao protagonista, mas também a todos os personagens, também preocupando-se em ajudar na perspectiva da época com a multiplicidade artística das personagens femininas.

Histórico de Indicações

Kazuhiro Tsuji

  • Indicado como Melhor Maquiagem (com Rick Baker) por Norbit, em 2008
  • Indicado como Melhor Maquiagem (com Bill Corso) por Click, em 2007

Extraordinário

Arjen Tuiten

Arjen Tuiten definitivamente é um dos grandes nomes do ano. Em Extraordinário, o maquiador e supervisor de efeitos especiais elevou as expectativas do público e da crítica ao ser atado para um projeto cuja trama trazia assuntos delicados para as telonas - e levando seu currículo em conta (MalévolaO Labirinto do Fauno), ele teria um trabalho um pouco mais perigoso: como trabalhar com um protagonista de nove anos de idade deformado por uma infeliz genética que passaria mais de 40 dias completamente transformado em cena? Não é à toa que sua aprofundada pesquisa lhe rendeu uma indicação ao Oscar, visto que todo o cuidado artístico deixou o ator-mirim Jacob Tremblay irreconhecível e passível de construir laços com o público.

Victoria e Abdul: O Confidente da Rainha

Daniel Phillips e Lou Sheppard

Ainda que Victoria e Abdul: O Confidente da Rainha não seja um dos filmes mais originais do ano, o trabalho artístico realizado pela equipe como um todo é louvável, principalmente levando em conta a preocupação com o resgate histórico. Além da direção de arte, o longa merece aclame por sua investida com os detalhes dos atores. Judi Dench, encarnando a Rainha Victoria, recebe um cuidado um pouco maior e que preza pelo naturalismo e pela acentuação de suas linhas de expressão, indicando uma crescente ultrapassagem de seu governo e até mesmo uma humanização mais envolvente para com a audiência. Daniel PhillipsLou Sheppard também preocupam-se em causar uma discordância proposital entre a ostentação excessiva da monarquia inglesa e a perspectiva mais humilde da persona Victoria.

Aposta: O Destino de uma Nação

Voto do Bastidores: O Destino de uma Nação

Esnobado: Qualquer filme que realmente tivesse um trabalho notável de maquiagem. Ver Bright, A Forma da Água, Guardiões da Galáxia Vol. 2, It: A Coisa ou Star Wars: Os Últimos Jedi

Melhores Efeitos Visuais

Eu não faço efeitos especiais. Eu faço personagens. Criaturas. – Stan Winston

Blade Runner 2049

John Nelson, Gerd Nefzer, Paul Lambert e Richard R. Hoover

Em todos os sentidos estéticos e plásticos, Blade Runner 2049 é um filme absolutamente perfeito. Não só pela fotografia e o design de produção, mas especialmente pelo sofisticado trabalho com efeitos visuais, que entra aqui de forma complementar a elementos reais no set, garantindo resultados impressionantes. A visão futurista da cidade Los Angeles, por exemplo, foi criada com um misto inteligente de miniaturas e elementos de computação gráfica, soando como uma boa forma de seguir o trabalho visionário de Ridley Scott no original, e essa técnica de utilizar CGI para preencher cenários e ambientes está presente durante todo o longa de forma sutil. Poderíamos também falar sobre a estética dos hologramas de Joi, os Spinners da polícia ou o trabalho insano na cena de sexo a três, mas o que deve chamar mais atenção da Academia é a reconstrução digital da atriz Sean Young, em um dos mais satisfatórios exemplos desse tipo de tecnologia até agora. 

Percurso na Temporada

BAFTA - Melhores Efeitos Visuais

Visual Effects Society - Melhor Ambiente Criado Digitalmente em Longa Fotorrealista (Los Angeles)

Visual Effects Society - Melhor Miniatura (LAPD)

Guardiões da Galáxia Vol. 2

Christopher Townsend, Guy Williams, Jonathan Fawkner e Dan Sudick

Novamente marcando presença na categoria, Guardiões da Galáxia Vol. 2 traz um trabalho ainda mais eficiente do que seu antecessor. Continuamos com um trabalho de CGI convincente e satisfatório para os personagens animados de Groot e Rocket, e explorando com criatividade a mitologia desse universo com belas novas adições. Todo o planeta e o conceito do Ego de Kurt Russell acaba rendendo ótimos visuais, principalmente quando aprendemos mais sobre sua natureza cósmica e os elementos monstruosos. E por falar em monstros, a criatura tentacular que o grupo enfrenta na cena inicial já é algo para encher os olhos, assim como toda a condução daquela cena, que conta com o uso de pequenos planos-sequência costurados juntos pela montagem e o trabalho de CGI - presente em praticamente todos os personagens e no ambiente. Vale mencionar também o ótimo trabalho na criação da frota dos Soberanos, onde há um claro uso de efeitos práticos (podemos ver que os pilotos ali são atores em uma tela verde), mas todos os seus movimentos e interações são criados digitalmente, gerando uma imagem marcante quando vemos todos voando em formação.

Percurso na Temporada

  • Visual Effects Society - Melhor Fotografia Virtual em Produção Fotorrealista (Dança de Baby Groot)

Kong: A Ilha da Caveira

Stephen Rosenbaum, Jeff White, Scott Benza e Mike Meinardus

Primeiro representante símio da categoria, foi uma bela surpresa encontrar Kong: A Ilha da Caveira entre os indicados. Uma curiosidade interessante é que essa é a terceira versão do personagem a figurar na categoria, após os trabalhos de John Guillermin em 1976 e Peter Jackson em 2005 acabarem levando a estatueta - o filme de 1933 não tem essa medalha por simplesmente... Não existir uma categoria de efeitos em 1933. E a equipe do filme de Jordan Vogt-Roberts faz por merecer a indicação, visto que o trabalho para criar esta nova versão de Kong é formidável, com a tecnologia de captura de performance ainda mais avançada e requintada. Não só Kong merece todo o reconhecimento, visto que esta Ilha da Caveira tem um leque assombroso de novas criaturas, os Skin Crawlers

Planeta dos Macacos: A Guerra

Joe Letteri, Daniel Barrett, Dan Lemmon e Joel Whist

Por incrível que possa parecer, nenhum filme da nova trilogia de Planeta dos Macacos levou o Oscar de efeitos visuais, o que pode aumentar as chances do capítulo derradeiro de César com a Academia; que pode premiar este novo filme com um prêmio pelo conjunto da obra. Representando o ápice da tecnologia de captura de performance, Guerra faz o melhor trabalho até agora com as feições e fisionomia dos símios inteligentes, com o destaque permanecendo para o excelente trabalho de Andy Serkis - que agora tem a habilidade de falar de forma mais eloquente. Os macacos nunca pareceram tão reais como agora, e cada frame do filme de Matt Reeves deve ter levado uma eternidade para renderizar, oferecendo um resultado que chega a assustar, de tão perfeito. A hora é agora?

Visual Effects Society - Melhores Efeitos Visuais em Longa Fotorrealista

Visual Effects Society - Melhor Personagem Digital em Longa Fotorrealista (César)

Visual Effects Society - Melhor Simulação em Longa Fotorrealista

Visual Effects Society - Melhor Composição em Longa Fotorrealista

Star Wars: Os Últimos Jedi

Ben Morris, Mike Mulholland, Neal Scanlan e Chris Corbould

Mais um Star Wars, mais uma indicação ao Oscar de efeitos visuais, como de praxe (apenas A Vingança dos Sith falhou em conseguir tal feito, em 2006). Para Os Últimos Jedi, a equipe da Industrial Light & Magic tem diversos truques sob as mangas, mais uma vez mantendo a nova máxima da LucasFilm em mesclar elementos práticos com digitais, vide as criaturas Porgs, Fathiers e as raposas de cristais do planeta Crait. É um cenário que também possibilita a criação de elementos 100% CGI, rendendo algumas das batalhas mais sensacionais e imersivas de toda a saga, e a equipe merece aplausos pelo trabalho com a frota de bombardeiros da Resistência e os gigantescos cruzadores da Primeira Ordem. Um trabalho excepcional, como sempre, mas a cereja no topo do bolo é o fato de que Rian Johnson e a ILM resgataram o Yoda de marionete da trilogia clássica. Pra fazer qualquer um corar.

Aposta: Blade Runner 2049

Voto do Bastidores: Blade Runner 2049

Esnobado: Valerian e a Cidade dos Mil Planetas


Especial | Animações Disney

Walt Disney Studios é um dos, senão o maior império de animações da História da indústria cinematográfica. Além de conseguir com maestria traduzir narrativas atemporais para as telonas através de incríveis e memoráveis musicais, seu criador sempre se valeu das técnicas mais modernas e revolucionárias para aproximar seus filmes da maior parte dos espectadores possível.

E é celebrando esse sucesso secular que resolvemos fazer um especial sobre as animações que marcaram época, incluindo desde o moralista Branca de Neve até o incrível Moana - Um Mar de Aventuras. Confira abaixo:

BRANCA DE NEVE E OS SETE ANÕES (1937)

Publicado originalmente em 23 de fevereiro de 2018.

PINÓQUIO (1940)

Publicado originalmente em 24 de fevereiro de 2018.

FANTASIA (1940)

Publicado originalmente em 26 de fevereiro de 2018.

DUMBO (1941)

Publicado originalmente em 06 de março de 2018.

BAMBI (1942)

Publicado originalmente em 06 de março de 2018.

ALÔ, AMIGOS (1942)

Publicado originalmente em 07 de março de 2018.

VOCÊ JÁ FOI À BAHIA? (1944)

Publicado originalmente em 14 de março de 2018.

CINDERELA (1950)

Publicado originalmente em 20 de março de 2018.

ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS (1951)

Publicado originalmente em 22 de março de 2018.

PETER PAN (1953)

Publicado originalmente em 29 de março de 2018.

A DAMA E O VAGABUNDO (1955)

Publicado originalmente em 16 de abril de 2018.

A BELA ADORMECIDA (1959)

Publicado originalmente em 17 de abril de 2018.

101 DÁLMATAS (1961)

Publicado originalmente em 21 de abril de 2018.

A ESPADA ERA A LEI (1963)

Publicado originalmente em 05 de maio de 2017.

MOGLI - O MENINO LOBO (1967)

Publicado originalmente em 11 de setembro de 2016.


Oscar 2018: Um Especial Bastidores | Volume I | Atuações

Sejam muito bem-vindos à primeira parte do especial do Bastidores sobre o Oscar 2018! Trazemos aqui quatro posts que explorarão as principais categorias da 90ª cerimônia dos Academy Awards, que acontecerá no dia 4 de março, desde as Atuações, passando pelas Categorias Técnicas e Sonoras, até culminarmos nas de Melhor Diretor, Roteiros e, finalmente, Filme.

Cada post traz uma análise sobre cada indicado, assim como os prêmios de sindicato e premiações prévias que nos ajudam a prever qual será o grande vencedor de cada bloco, além de todo o histórico de suas indicações prévias ao Oscar. Em "Percurso na temporada" levamos em conta somente as vitórias - portanto, se não há nada no percurso de algum ator, é porque ele ainda não levou nenhum prêmio para casa.

Como não poderia faltar, também damos nossas apostas e apontamos os pobres esnobados que acabaram de fora em suas respectivas categorias.

Para começar, trazemos aqui as análises de Lucas Nascimento e Thiago Nolla para as categorias de atuação:

Melhor Ator

Timothée Chalamet

Elio em Me Chame pelo Seu Nome

Os laços entre Oliver e Elio, vivido por Timothée Chalamet, são encantadores, e isso só ocorre com a pureza e a química que tanto Hammer quanto Chalamet trazem para as telas, movendo-se com graciosidade à medida em que a narrativa perpassa por altos e baixos e cria as condições necessárias para que os sentimentos aflorem e a tão aguardada descoberta seja satisfatória o suficiente para o público. E isso, com todo bom drama, caminha a passos lentos e utiliza-se das brechas para alimentar temas como ciúmes, inveja, ódio e amor: em várias sequências, é possível sentir a tensão entre os dois protagonistas e como ela é enviesada conforme a câmera bem deseja, baseando-se até na constante presença da água para reafirmar sua fluidez. Chalamet realmente se destacou nesse papel, mas, talvez, não o suficiente para garantir sua vitória na premiação.

Percurso na Temporada

Histórico de Indicações

Primeira indicação.

Daniel Day-Lewis

Reynolds Woodcock em Trama Fantasma

Anunciado como o longa final de Daniel Day-Lewis, digamos que se esta realmente for a aposentadoria do lendário ator, ele pendura as chuteiras em grande estilo. Adepto do método, esse estilo de preparação de elenco geralmente serve apenas para garantir aquelas manchetes sensacionalistas (estou olhando para você, Jared Leto), mas há pequenas nuances na composição de Day-Lewis que nos permite enxergar um nível realmente válido do processo: sempre que temos closes dos dedos do ator costurando, vemos diversos ferimentos que definitivamente foram provocados por agulhas, visto que o ator passou um tempo realmente costurando e confeccionando vestidos. Esse tipo de detalhe contribui para sua construção, baseada em uma voz suave e eloquente, com uma fala sempre marcada por sua educação, que não se extingue mesmo quando Woodcock precisa ser mais severo; perdendo a paciência com suas assistentes, mas desculpando-se logo após a bronca. Uma performance admirável, como a maioria de seus trabalhos.

Percurso na Temporada

Histórico de Indicações

  • Venceu como Melhor Ator por Lincoln, em 2013
  • Venceu como Melhor Ator por Sangue Negro, em 2008

 

Daniel Kaluuya

Chris Washington em Corra!

Daniel Kaluuya, mais conhecido por sua participação na primeira temporada de Black Mirror, encarna o protagonista Chris Washington que, ao fazer uma visita à família de sua namorada, percebe que mergulhou em um mundo perigoso e mortal. O ator faz um trabalho impressionante de expressão facial com o poder do olhar. Seja com desconforto, insegurança, desespero ou confiança, Kaluuya parece tirar de letra o modo de se impor e se expressar, sempre evidenciando os movimentos com os olhos, casando perfeitamente com uma das reviravoltas da história - vale apontar seu desempenho excepcional durante as cenas de hipnose. (Thiago Nolla)

Percurso na Temporada

  • BAFTA - Melhor Ator Estreante

Histórico de Indicações

Primeira indicação.

Gary Oldman

Winston Churchill em O Destino de uma Nação

Goste ou não de O Destino de uma Nação, não se pode tirar crédito da incrível e emocionante performance de Oldman. Além de estar irreconhecível em cena, o ator resgata os trejeitos do personagem sem cair na supersaturação ou na artificialidade, incluindo o crispar dos lábios em momentos mais analíticos e frios, bem como seu caminhar corcunda e pensativo. Mas talvez a maior expressividade ainda esteja contida em seus olhos, os quais correspondem exatamente à atmosfera das cenas. Certamente a grande aposta da premiação, que pode finalmente render um prêmio a esse grande ator.

Percurso na Temporada

  • SAG - Melhor Ator
  • BAFTA - Melhor Ator
  • Critics Choice Awards - Melhor Ator
  • Globo de Ouro - Drama

Histórico de Indicações

  • Indicado como Melhor Ator por O Espião que Sabia Demais, em 2012

Denzel Washington

Roman J. Israel em Roman J. Israel, Esq.

Com a polêmica acerca das acusações de James Franco, sua vaga acabou preenchida por Denzel Washington, que consegue se destacar mesmo estando no irregular Roman J. Israel, Esq., um filme visto por poucos, e adorado por um grupo ainda menor. Dentre todos os seus trabalhos recentes, Roman é sua atuação mais sutil e marcada por nuances, sempre com um olhar desconfiado, reações fora de nossa expectativa e a palpável sensação de ser um homem com dificuldade para se relacionar, e que simplesmente despeja suas emoções e intenções ao primeiro sinal de abertura; como na cena em que apresenta seu projeto especial para Pierce, literalmente abrindo sua maleta e mostrando todos os processos no meio da rua, algo que ele faz até mesmo em um ato de defesa pessoal, por medo de uma repreensão que da qual o novo sócio o acusava. Um belo trabalho, que faz tornar suportável a experiência do filme de Dan Gilroy.

Percurso na Temporada

Histórico de Indicações

  • Indicado como Melhor Ator e Filme por Um Limite Entre Nós, em 2017
  • Indicado como Melhor Ator por O Voo, em 2013
  • Venceu como Melhor Ator por Dia de Treinamento, em 2002
  • Indicado como Melhor Ator por Hurricane: O Furacão, em 2000
  • Indicado como Melhor Ator por Malcolm X, em 1993
  • Venceu como Melhor Ator Coadjuvante por Tempo de Glória, em 198
  • Indicado como Melhor Ator Coadjuvante por Um Grito de Liberdade, em 1988

Aposta: Gary Oldman

Voto do Bastidores: Daniel Day-Lewis

Esnobado: James Franco em O Artista do Desastre

Melhor Atriz

Sally Hawkins

Elisa Esposito em A Forma da Água

Dentre todas as performances indicadas nessa categoria, nenhuma deve ter sido mais difícil do que a feita por Sally Hawkins no romance A Forma da Água. Interpretando uma mulher muda, a atriz está completamente dependente de seu rosto, corpo e expressões, e o trabalho da atriz aqui é simplesmente soberbo. Os olhos e a boca de Hawkins estão sempre a mil por hora, com a personagem sorrindo de forma quase sensual ao contracenar com a criatura de Doug Jones, ao mesmo tempo em que faz um trabalho extremamente convincente ao simular a linguagem de sinais, e seu desespero durante uma das conversas com o personagem de Richard Jenkins é um dos pontos altos - assim como sua expressão claramente sarcástica ao mandar o Strickland de Michael Shannon se foder. Um lindo trabalho que infelizmente não é o frontrunner do ano.

Percurso na Temporada

Histórico de Indicações

  • Indicada como Melhor Atriz Coadjuvante por Blue Jasmine, em 2014

Frances McDormand

Mildred Hayes em Três Anúncios para um Crime

É uma pena que Frances McDormand não faça tantos filmes. Desde Queime Depois de Ler, em 2008, não via a atriz se destacar tanto em algum projeto para o cinema, e em Três Anúncios para um Crime vemos um retorno à altura. Na pele de Mildred Hayes, uma mãe vingativa que resolve fazer justiça com as próprias mãos após o assassinato de sua filha, McDormand dá vida a uma figura altamente irreverente e durona, sendo uma figura típica daquele ambiente nada amigável. McDormand assume com naturalidade e casualidade todos os atos violentos de Mildred, vide a impagável cena onde ela confronta adolescentes na escola de seu filho, e também a inteligência - representada no espetacular monólogo que ela direciona contra um pastor em sua casa. Demonstrando também as camadas melancólicas e frágeis de Mildred, Frances McDormand atinge aqui um dos melhores e mais memoráveis trabalhos de sua carreira, e uma vitória na categoria seria mais do que merecido. Que Frances não desapareça por muito tempo. O cinema americano precisa de sua presença incomparável.

Percurso na Temporada

  • SAG - Melhor Atriz
  • BAFTA - Melhor Atriz
  • Critics Choice Awards - Melhor Atriz
  • Globo de Ouro - Drama

Histórico de Indicações

  • Indicada como Melhor Atriz Coadjuvante por Terra Fria, em 2006
  • Indicada como Melhor Atriz Coadjuvante por Quase Famosos, em 2001
  • Venceu como Melhor Atriz por Fargo, em 1997
  • Indicada como Melhor Atriz Coadjuvante por Mississipi em Chamas, em 1989

Margot Robbie

Tonya Harding em Eu, Tonya

De um rostinho bonito em O Lobo de Wall Street até campeã de cosplays seguindo sua virada em Esquadrão Suicida, Margot Robbie vem se tornando uma das mulheres mais influentes de Hollywood. Não só a atriz protagoniza Eu, Tonya, como também tocou e produziu o projeto com sua produtora independente, e é triste que o longa não tenha conquistado uma indicação na categoria principal. Felizmente, Robbie acabou lembrada com seu retrato impecável da patinadora Tonya Harding, uma mulher que cresceu sob condições difíceis e abusivas por todos aqueles ao seu redor, e Robbie transmite esse sentimento agressivo e carente - no fim, Tonya só quer ser amada - com muita habilidade e sinceridade. Ver Tonya explodindo com os juízes após ver notas injustas, passando maquiagem pelo rosto coberto de lágrimas enquanto força um sorriso e sua destruidora reação ao receber o veredito no tribunal são apenas algumas pérolas desse trabalho incrível. Claro, Robbie não patinou no gelo de verdade, e as cabeças digitais são particularmente difíceis de ignorar, mas o que importa é sua atuação.

Percurso na Temporada

  • Critics Choice Awards - Melhor Atriz em Filme de Comédia

Histórico de Indicações

Primeira indicação.

Saoirse Ronan

Christine "Lady Bird" McPherson em Lady Bird: A Hora de Voar

Ronan parece ter nascido para esse papel, já tendo interpretado um tipo parecido em outras produções, e é curioso como sua Lady é praticamente uma versão mais externalizada de sua personagem no pavoroso Brooklin, outro filme onde Ronan interpreta uma jovem que lida com a questão de moradia, relações familiares e triângulos amorosos… Porém, Ronan carrega todo o longa nas costas, divertindo com os ataques de raiva e explosões de alegria de Lady Bird, mas também como é capaz de encarnar tipos diferentes e mais vulneráveis quando na presença de outros que busca atenção, como o personagem de Timothée Chalamet ou a “garota popular” de Odeya Rush.

Percurso na Temporada

  • Globo de Ouro - Musical/Comédia

Histórico de Indicações

  • Indicada como Melhor Atriz por Brooklin, em 2016

Meryl Streep

Kay Graham em The Post: A Guerra Secreta

Marcando sua 21ª indicação ao Oscar, Meryl Streep está de volta à festa após seu trabalho em The Post, filme de Steven Spielberg que infelizmente acabou meio esquecido nas demais categorias. Na pele de Kay Graham, dona do jornal The Washington Post e sendo constantemente pressionada pelo grupo de engravatados ao seu redor, Streep oferece seu melhor, mesmo que este seja o arco mais fraco da projeção. Não há muito o que dizer à essa altura do campeonato, mas vale enfatizar o momento genial onde a atriz oferece uma reação nada compatível com o tipo de abordagem que Spielberg vinha construindo, com a câmera se aproximando de seu rosto e Kay raciocinando para entregar uma resposta determinante para o futuro do The Post; o palco armado para uma punchline que seria digna de um “Hasta la vista Baby”. A forma como Streep entrega a fala vai contra tudo isso, sendo um dos momentos mais inspirados e inesperados da projeção, ilustrando a insegurança e humanidade em Kay, e apenas comprovando mais uma vez que Meryl Streep é uma das grandes atrizes da História do Cinema.

Percurso na Temporada

Histórico de Indicações

  • Indicada como Melhor Atriz por Florence: Quem é Essa Mulher?, em 2017
  • Indicada como Melhor Atriz Coadjuvante por Caminhos da Floresta, em 2015
  • Indicada como Melhor Atriz por Álbum de Família, em 2014
  • Venceu como Melhor Atriz por A Dama de Ferro, em 2012
  • Indicada como Melhor Atriz por Julie & Julia, em 2010
  • Indicada como Melhor Atriz por Dúvida, em 2009
  • Indicada como Melhor Atriz por O Diabo Veste Prada, em 2006
  • Indicada como Melhor Atriz Coadjuvante por Adaptação, em 2003
  • Indicada como Melhor Atriz por Música do Coração, em 2000
  • Indicada como Melhor Atriz por Um Amor Verdadeiro, em 1999
  • Indicada como Melhor Atriz por As Pontes de Madison, em 1996
  • Indicada como Melhor Atriz por Lembranças de Hollywood, em 1991
  • Indicada como Melhor Atriz por Um Grito no Escuro, em 1989
  • Indicada como Melhor Atriz por Ironweed, em 1988
  • Indicada como Melhor Atriz por Entre Dois Amores, em 1986
  • Indicada como Melhor Atriz por Silkwood – O Retrato de uma Coragem, em 1984
  • Venceu como Melhor Atriz por A Escolha de Sofia, em 1983
  • Indicada como Melhor Atriz por A Mulher do Tenente Francês, em 1982
  • Venceu como Melhor Atriz Coadjuvante por Kramer vs. Kramer, em 1980
  • Indicada como Melhor Atriz Coadjuvante por O Franco Atirador, em 1979

Aposta: Frances McDormand

Voto do Bastidores: Sally McDormand

Esnobada: Jennifer Lawrence em Mãe!Diane Kruger em Em Pedaços.

Melhor Ator Coadjuvante

Willem Dafoe

Bobby em Projeto Flórida

Único ator profissional no elenco de Projeto Flórida, Willem Dafoe também foi - infelizmente - a única lembrança da Academia nas indicações ao Oscar. Merecidamente, visto que o ator entrega uma performance simples, mas genuína e que se encaixa com o contexto naturalista elaborado por Baker. É o sujeito que aparenta ser ranzinza e impaciente, mas que revela momentos de doçura e simpatia que conquistam o espectador. Uma cena específica, na qual Baker até usa um belo plano longo, Bobby encontra um velho pedófilo observando as crianças do motel brincando em um playground, e a construção do ator para contornar a situação e proteger as moradoras é um dos momentos mais inspirados do filme, com Bobby bancando o tipo amigável, até abraçar uma postura rígida e agressiva para espantar o predador - novamente, algo que é apenas sugerido através de ação, principalmente o olhar fixo preocupado de Bobby ao notá-lo pela primeira vez.

Percurso na Temporada

Histórico de Indicações

  • Indicado como Melhor Ator Coadjuvante por A Sombra do Vampiro, em 2000
  • Indicado como Melhor Ator Coadjuvante por Platoon, em 1986

Woody Harrelson

 William Willoughby em Três Anúncios para um Crime

É uma indicação que está sendo bem questionada pelo personagem não ter tanto tempo de tela quanto os outros. Mas pelo fato de Harrelson conseguir nesse tempo criar um personagem o qual criamos grande empatia - por ser um profissional honrado -, a sua presença fica forte durante todo o longa. E para esse feito é preciso ser um ótimo ator, como é o caso de Woody Harrelson.

Percurso na Temporada

Histórico de Indicações

  • Indicado como Melhor Ator Coadjuvante por O Mensageiro, em 2010
  • Indicado como Melhor Ator por O Povo contra Larry Flynt, em 1997

 

Richard Jenkins

Giles em A Forma da Água

Um dos atores mais trabalhadores dos EUA, Jenkins mostra mais uma vez porque é tão requisitado. Com uma voz grave e um olhar expressivo, o ator faz no longa de Guillermo del Toro um belo trabalho em que o pouco se torna mais. Utilizando olhares e movimentos para compor um personagem solitário, mas que demonstra empatia e compreensão com o caso de Elisa (Sally Hawkins) com a sutileza da sua atuação. Além de criar um personagem humano que poderia ser visto como o mais raso do longa.

Percurso na Temporada

Histórico de Indicações

  • Indicado como Melhor Ator por O Visitante, em 2009

Christopher Plummer

J. Paul Getty em Todo o Dinheiro do Mundo

Ah, sim. A polêmica da substituição de Kevin Spacey por Christopher Plummer em Todo o Dinheiro do Mundo é mais notória do que o filme em si, e é admirável que Plummer tenha se tornado o ator mais velho a ser indicado ao Oscar, e por uma performance feita literalmente em cima da hora. Seu Getty é mesquinho e calculista - só concordando em pagar o resgate ao descobrir um atalho na dedução de impostos da Receita Federal - mas Plummer e o texto de Scarpa oferecem uma bela camada ao personagem (não à figura real, creio eu), que é a de um homem que deposita sua fé e confiança nas coisas, por nunca ter certeza das reais intenções daqueles à sua volta, afinal, sua fortuna é cobiçada por todos. Plummer encarna todas essas facetas muitíssimo bem, e mesmo que não possamos avaliar a performance de Spacey, faz muito mais sentido contratar um ator idoso para viver um idoso, ao invés de cobri-lo de quilos de uma maquiagem que parecia tola artificial. 

Percurso na Temporada

Histórico de Indicações

  • Vencedor como Melhor Ator Coadjuvante por Toda a Forma de Amor, em 2012
  • Indicado como Melhor Ator por A Última Estação, em 2010

Sam Rockwell

Dixon em Três Anúncios para um Crime

Sam Rockwell realmente se destacou em Três Anúncios para um Crime. Seu personagem completa o forte núcleo narrativo da obra, e Rockwell abraça completamente a caracterização do interiorano racista e preconceituoso, cujo arco dramático é o mais interessante de todos. Não por acaso Rockwell tem levado todos os prêmios mais importantes da categoria para casa e, muito provavelmente, vai acabar levando a estatueta de Melhor Ator Coadjuvante para casa.

Percurso na Temporada

  • SAG - Melhor Ator Coadjuvante
  • BAFTA - Melhor Ator Coadjuvante
  • Critics Choice Awards - Melhor Ator Coadjuvante
  • Globo de Ouro - Melhor Ator Coadjuvante

Histórico de Indicações

Primeira indicação.

Aposta: Sam Rockwell

Voto do Bastidores: Sam Rockwell

Esnobado: Michael Stuhlbarg em Me Chame pelo Seu Nome

Melhor Atriz Coadjuvante

Mary J. Blige

Florence Jackson em Mudbound: Lágrimas sobre o Mississipi 

Blidge sempre foi uma cantora excepcional, mas no filme de Dee Rees ela realmente mostra que tem um talento notável como atriz. Como a personagem está sempre enfrentando a dura realidade racial do sul dos Estados Unidos, percebe que o seu olhar consegue mudar de maneira natural quando um dos donos brancos da fazenda pede algo para ela. Além de Blidge mostrar calor e afeto de com a família de uma maneira emocionante. Uma grata surpresa

Percurso na Temporada

Histórico de indicações

Primeira indicação

 

Allison Janney

LaVona Harding em Eu, Tonya

Allison Janney quase rouba o show na pele da enigmática LaVona, abraçando a personagem mais desagradável e irreverente da produção. A relação turbulenta com Robbie garante as melhores cenas do longa, e até mesmo as reais intenções de LaVona ganham uma envolvente ambiguidade, com a mãe justificando que o tratamento duro era o maior incentivo de Tonya. Certamente a grande merecedora do prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante.

Percurso na Temporada

  • SAG - Melhor Atriz Coadjuvante
  • BAFTA - Melhor Atriz Coadjuvante
  • Critics Choice Awards - Melhor Atriz Coadjuvante
  • Globo de Ouro - Melhor Atriz Coadjuvante

Histórico de indicações

Primeira indicação.

Lesley Manville

Cyril Woodcock em Trama Fantasma

Indicada surpresa na categoria, e assumindo a vaga de Holly Hunter, Lesley Manville faz por merecer sua indicação ao Oscar, tornando Cyril uma mulher silenciosa, mas rígida, e a única capaz de bater diretamente com Woodcock e vencer. A forma como ela diz “não tente começar um confronto comigo, vou te deixar estirado no chão” ao protagonista é simplesmente sublime, e é fascinante reparar nas sutis mudanças em seu rosto que vão refletindo sua mudança de atitude em relação à Alma: quando percebe que a moça simplesmente não vai desistir de Woodcock, sua expressão severa sutilmente revela uma compreensão, e até mesmo um olhar de admiração, como se Alma a tivesse vencido pelo cansaço.

Percurso na Temporada

Histórico de indicações

Primeira indicação

Laurie Metcalf

Marion McPherson em Lady Bird: A Hora de Voar

Lady Bird engata através da relação entre Christine e sua mãe, fruto do excelente trabalho de Saoirse Ronan e Laurie Metcalf. Não vem como surpresa, portanto, a indicação de Metcalf nessa categoria, considerando o quanto o filme depende de sua atuação para funcionar. Dito isso, é Ronan que, ainda, carrega o filme nas costas, portanto não vemos como Metcalf pode acabar levando esse prêmio para casa.

Percurso na Temporada

Histórico de indicações

Primeira indicação

 

 

Octavia Spencer

Zelda Fuller em A Forma da Água

Das indicadas, a mais fraca. Não que a sua atuação seja ruim, mas é muito semelhante a que já vimos antes: uma mulher submissa por conta da sua cor, mas com personalidade forte. Além da personagem não ter uma grande desenvolvimento, não há uma grande cena em que Spencer realmente mostre a que veio. Uma pena, porque ela tem um carisma inquestionável.

Percurso na Temporada

Histórico de Indicações

  • Indicada como Melhor Atriz Coadjuvante por Estrelas Além do Tempo, em 2017
  • Vencedora como Melhor Atriz Coadjuvante por Histórias Cruzadas, em 2012

Aposta: Allison Janney

Voto do Bastidores: Allison Janney

Esnobada: Holly Hunter em Doentes de Amor