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Crítica | A Maldição da Chorona - Direção se destaca em roteiro fraco e clichê

Lucas Nascimento Lucas Nascimento
In Catálogo, Cinema, Críticas•16 de abril de 2019•6 Minutes

O terror está mais popular do que nunca. Graças à franquia Invocação do Mal, James Wan conseguiu reformular um modelo de universo compartilhado e franquia estendida. É algo que funcionou apenas para a Marvel Studios e sua gigantesca saga dos Vingadores, mas que agora aplica-se para tornar a arte de se apavorar algo tão antecipado e ambicioso quanto filmes de super-heróis.

Tamanha a proposta, poucos sabiam que este novo A Maldição da Chorona é secretamente parte deste universo de James Wan, o que deve aparecer como uma boa curiosidade para os fãs. Em seu cerne, porém, o filme de Michael Chaves tem pouco a oferecer de novo, ainda que seja uma experiência consistente.

A trama é ambientada na Los Angeles de 1973, onde conhecemos a assistente social Anne (Linda Cardellini), que investiga um caso onde duas crianças foram supostamente afogadas por sua mãe. O que ela descobre, ao ouvir a confissão desesperada da mãe, é que seus filhos foram levados por um espírito maligno conhecido como a Chorona. Agora, o espírito mexicano persegue Anne e seus dois filhos.

É a clássica fórmula de filme de terror, sem qualquer novidade. O roteiro de Mikki Daughtry e Tobias Iaconis não reinventa nada, e o único atrativo está mesmo na criação e exploração da maldição titular – que, em essência, também não é exatamente original. Piorando a situação, nenhum dos personagens é exatamente interessante ou bem escrito, e ainda contam com momentos de exposição embaraçosos para ilustrar suas habilidades ou background – como na deselegante linha de diálogo que revela que o marido de Anne era policial. A exceção fica com o bizarro curandeiro de Raymond Cruz, mas é um daqueles casos onde o personagem é tão absurdo que ultrapassa a linha do ridículo, imediatamente tornando-se a figura mais interessante do longa.

Se há algo que nos faz criar algum apego com os personagens é a performance central de Linda Cardellini, que não aparece com presença tão forte há anos. A atriz traz todo o pavor e senso de proteção a seus filhos de forma intensa e cativante; justamente por nunca deixar de demonstrar o medo que sente diante da situação, algo bem expresso em seu tenebroso primeiro encontro com a Chorona. É realmente uma pena que o texto de Daughtry e Iaconis não desenvolva as promissoras subtramas, especialmente aquela onde Anne passa a ser suspeita de tentar machucar seus filhos.

O que realmente eleva A Maldição da Chorona a algo mais aproveitável é a direção de Michael Chaves. Claramente, o diretor estreante tenta emular o estilo de James Wan ao trazer cenas longas que apostam na antecipação e atmosfera para um susto, planos sequência que exploram os cômodos de uma locação e a violência em jogar membros do elenco através de paredes e janelas. Chaves é um pouco menos elegante do que Wan, mas tem sua marca própria ao apostar em variações de shutter (deixando a imagem mais acelerada) e também na forma como sua câmera parece “voar” através de travellings que evocam algo caótico – há um plano que remete imediatamente ao clássico A Morte do Demônio, onde a câmera assume o POV de uma força invisível se dirigindo contra a família de Cardelini; ao passo em que a cena do “teste do ovo” não deixa de ser uma referência em espírito à apavorante cena do sangue em O Enigma do Outro Mundo.

Chaves também aproveita bem a forma e presença de sua criatura titular. Um bom monstro geralmente costuma ser meio caminho andado para garantir sustos, e ainda que o roteiro não seja dos melhores, Chaves e Marisol Ramirez (intérprete da entidade) são capazes de criar uma imagem que certamente vai assustar e provocar sustos. Só é uma pena que para cada boa construção de Chaves, o diretor acabe apelando para um jump scare óbvio.

A Maldição da Chorona conecta-se de forma tímida com o universo de Invocação do Mal, e a deficiência de sua trama definitivamente é um indício dessa descrença. Porém, a direção de Michael Chaves demonstra potencial, que todos esperamos que seja cumprido no próximo projeto de Chaves, que é justamente a terceira parte do filme que gerou a franquia. 

A Maldição da Chorona (The Curse of La Llorona, EUA – 2019)

Direção: Michael Chaves
Roteiro: Mikki Daughtry e Tobias Iaconis
Elenco: Linda Cardellini, Raymond Cruz, Patricia Velasquez, Marisol Ramirez, Sean Patrick Thomas, Tony Amendola, Jaynee-Lynne Kinchen, Roman Christou
Gênero: Terror
Duração: 93 min

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Lucas Nascimento

Estudante de audiovisual e apaixonado por cinema, usa este como grande professor e sonha em tornar seus sonhos realidade ou pelo menos se divertir na longa estrada da vida. De blockbusters a filmes de arte, aprecia o estilo e o trabalho de cineastas, atores e roteiristas, dos quais Stanley Kubrick e Alfred Hitchcock servem como maiores inspirações. Testemunhem, e nos encontramos em Valhalla.

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