Em um primeiro olhar Aftersun parece apenas mais um drama sobre um pai que está passando férias em uma região da Turquia com sua a filha que está entrando na adolescência, mas o longa que foi plenamente esnobado pelo Oscar vai muito além disso. Aftersun traz trama sobre as lembranças que temos do passado, no caso as memórias de Sophie (Frankie Corio) com seu pai Calum (Paul Mescal) no período de férias antes do mesmo cometer suicídio.
Escrito e dirigido por Charlotte Wells de forma sensível, o longa independente caiu nas graças do público, e não é por menos, aborda questões bastante atuais e delicadas, como a relação familiar entre pai e filha e principalmente: a questão do suicídio. Wells apresenta todas essas questões de maneira poética, com destaque para a interpretação espetacular de Paul Mescal, não á toa indicado ao Oscar na categoria de Melhor Ator.
Wells havia filmado em 2015 seu curta-metragem “Tuesday”, em que já havia sido focado na morte de seu pai no período de sua adolescência. Já Aftersun aborda outro tipo de relacionamento de afeto entre pai e filha, tornando-o parcialmente inspirado em fatos.
No longa, Calum é um homem que sofre por dentro e em várias passagens são apresentadas situações em que ele suporta em silêncio, para que sua filha não o veja dessa forma, não que Sophie não perceba que há algo de errado com seu pai. A cena final provavelmente irá tirar lágrimas de algumas pessoas, feita de maneira sutil e pensada como se fosse um adeus. É um dos grandes filmes da temporada, sem dúvida.
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