O primeiro AVP era triste de se assistir de tão ruim. Todos imaginavam uma continuação que poderia e deveria ser melhor. Mas não, conseguiram piorar com Alien vs. Predador 2 que é um pesadelo cinematográfico. No anterior tanto Aliens quanto Predadores se digladiavam na Antártica. A ideia era até que interessante o problema é que foi mal explorado. Já nesse retorno às telas tudo se tornou tão banal e ridículo que há de se pensar duas vezes se esse não é o pior filme envolvendo todos os feitos das duas franquias.
Para começar, se é para fazer um vídeo dos dois se matando no planeta Terra que pelo menos seja algo original. Mas não, resolveram pelo mais simples e óbvio que é enviar os dois para uma cidade pequena dos Estados Unidos (sempre lá). E não foi suficiente ter colocado dois ícones pops que já haviam sobrevivido a um primeiro longa péssimo. Agora em AVP2 teriam que novamente batalhar não pelas suas vidas, mas para sobreviverem também nos cinema.
Dessa vez a história como dito se passa em uma cidadezinha do Colorado. No final do primeiro filme o corpo do Predador vitorioso é levado de volta para seu planeta natal. É a partir desse episódio que AVP2 se inicia. Dentro do corpo desse Predador havia um Alien se formando, ele nasce e dá vida a uma nova espécie: o Predalien. Isso mesmo, eles conseguiram unir as duas raças e isso até que poderia ter sido melhor explorado.
Então, o Alien mata todos Predadores da nave, resultando em sua queda na Terra e na fuga do Predalien, assim como vários muitos espécimes que vão infectar os humanos. Antes do “capitão Predador” da nave morrer, ele envia uma mensagem de socorro para um outro que estava em uma espécie de centro de comandos dos Predadores. Em vez de chamar alguns companheiros para ajudá-lo, ele tem a brilhante ideia de ir sozinho caçar o tal Alien antes que a situação fuja de controle.
Ele até consegue chegar a tempo de implodir a espaçonave antes que a descubram, mas logo irá descobrir que o alienígena saiu e já começou a reproduzir a espécie entre os humanos que lá residem. A partir desse ponto tudo o que acontece é massacre de humanos e embate entre Predadores contra Aliens. Nada de novo em relação ao primeiro, a diferença é que mudaram de um lugar exótico para um local comum. Só que esse segundo consegue superar negativamente o primeiro em muitos aspectos.
Há uma coisa que deve ser dita de imediato antes de começar. Alguém conseguiu enxergar algo nos 94 minutos de AVP2? Se sua resposta foi sim, você merece um prêmio, se foi não você está do lado da grande maioria. A fotografia dessa produção é tão escrota, mal feita que mais parece ter sido realizada por um estudante na área – na verdade, até estudantes fariam um trabalho mais decente. Ok, tem que ser escuro até porque grande maioria dos eventos se passa durante a noite, mas precisa ser uma escuridão no sentido literal da palavra? Provavelmente eles pensaram em deixá-lo mais sombrio, só isso responde o porquê de uma fotografia péssima, que claramente recebeu um tratamento na pós-produção para ter seu brilho diminuido – basta reparar no plano do nascimento do Predalien do primeiro filme, que é reaproveitado aqui, só que assustadoramente mais escuro. As fotos usadas nessa crítica só estão nítidas porque foram tratadas no Photoshop, caso contrário ninguém iria ver nada nelas.
Calma que ainda tem coisa pior: o arco dramático envolvendo os moradores da cidade. No primeiro filme eram aventureiros entrando na nave submersa, já nesse são adolescentes, famílias e muito mais sendo mortos pelas criaturas titulares. A trama envolvendo esse pessoal citado remete a filmes como Halloween e Pânico, em que um assassino mata todos que encontra pela frente (na maioria das vezes são adolescentes), podendo assim configurar-se como um exemplar do slasher. Dos bem ruins, claro.
São dois os mestres que dirigiram esse épico horrível de terror. Greg Strauese e Colin Strause, dois irmãos sem experiência alguma na função e que caíram abruptamente no projeto. São os mesmos responsáveis do horrível Skyline – A Invasão, o que revela que fazer filmes com alienígenas está na veia dos irmãos; ou melhor, não está. Tanto Greg quanto Colin só haviam trabalhado em direção com curtas-metragens, e em Hollywood a especialidade da dupla é no setor de efeitos visuais, onde já trabalharam em diversos projetos.
A questão é: quem tomou a brilhante ideia de colocar dois diretores sem experiência para dirigir um filme com dois personagens tão icônicos quanto Alien e Predador? Jogaram dinheiro no lixo e não se sabe como ambos conseguiram sobreviver a ele. É o típico pensamento empresarial de se confiar em técnicos de efeitos apenas pelos protagonistas serem duas criaturas que dependem dessa técnica – e por seus realizadores serem consideravelmente mais baratos do que diretores experienciados -, esquecendo-se que o mais importante é a habilidade de se contar histórias
Esse longa não devia existir, o que fizeram com esses dois personagens é um absurdo. Mostraram que não estão nem aí para o conteúdo, só para explosão, morte e caos e nem sempre isso segura um filme. Alien vs. Predador, tanto o primeiro como esse tinham tudo para serem sucesso. São personagens adorados pelo público e tem um lugar cativo entre os principais monstros da cultura pop. Mas não, chamaram diretores péssimos para dirigir, elenco tão fraco que muitos não faria nem papel de figuração, roteiro de chorar. Resta rezar para que não decidam fazer um terceiro episódio dessa péssima duologia.
Alien Vs. Predador 2 (AVPR: Aliens vs Predator – Requiem, 2007)
Direção: Colin Strause, Greg Strause
Roteiro: Shane Salerno
Elenco: Steven Pasquale, Reiko Aylesworth, John Ortiz, Johnny Lewis, Ariel Gade, Kristen Hager, Robert Joy
Gênero: Terror, Ação, Ficção Cientifíca
Duração: 94 min