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Crítica | Ameaça Profunda - Um Terror que Peca pela Falta Qualidade

Gabriel Danius Gabriel Danius
In Capa, Catálogo, Cinema, Críticas•9 de janeiro de 2020•9 Minutes

Há dois tipos de gêneros que hora ou outra Hollywood adora abordar em seus filmes. O primeiro é o cinema de monstros, em que criaturas diversas, de todos os tipos e tamanhos, surgem para confrontar os protagonistas. Outro tema muito recorrente é o da sobrevivência, em que os personagens se encontram em uma situação limite e precisam sobreviver para que não sejam mortos por alguma ameaça externa, seja climática, no caso de um furacão ou uma tempestade, ou de algum outro motivo particular. Em Ameaça Profunda (Underwater) o que se presencia é o encontro destes dois gêneros muito utilizados no cinema hollywoodiano, mas de um jeito extremamente confuso e com um diretor à frente do projeto que tinha boas ideias e intenções, mas que as executou de forma inadequada. 

A trama conta a história de uma equipe de tripulação científica subaquática que enfrenta um aparente terremoto e precisa sobreviver fugindo do local, indo de uma base para outra muito mais profunda e que foi abandonada em uma extração antiga do subsolo. O diretor William Eubank (O Sinal – Frequência do Medo) coloca todos os tipos de clichês comuns em tipos destes filmes e eles funcionam, a princípio, pelo menos no primeiro ato em que os personagens são apresentados e os sobreviventes estão fugindo da base que está prestes a explodir e de um possível monstro que está os caçando. Depois esses clichês se tornam um pouco repetitivos, principalmente em relação aos sustos e aos jump scares que são sempre os mesmos e feitos da mesma forma. Nos primeiros minutos surpreende, mas depois de algum tempo não dá mais aquele efeito no público, pois já se imagina qual será o final da cena de tão repetitiva e óbvia que a ela foi. 

A ação do primeiro ato funciona justamente por que o diretor coloca logo nos primeiros minutos uma motivação para os personagens fugirem e não fica de enrolação, o problema é que depois o cineasta decide dar uma bela escondida no que os fãs do gênero do cinema de monstros mais gostam de ver, que é propriamente as criaturas em si. A demora é tanta que começa a ficar entediante acompanhar a fuga dos personagens. Claro que há um entendimento que eles estão fugindo da base por que está explodindo e não há uma noção de que exista uma criatura atrás deles, e esse é um dos principais erros do roteiro, que foi o fato de não ter apresentado ou dado uma dica, pelo menos para a protagonista ou para o público, de que estas criaturas estavam ali desde o início do filme, simplesmente ficaram escondidas e deixaram o mais interessante, literalmente, para os minutos finais.

É uma pena que os monstros foram tão mal aproveitados no filme. A ideia parecia bastante interessante de início, se não original pelo menos dava para deixar os fãs do gênero empolgados com o que presenciavam na tela. Primeiro que os sobreviventes não enfrentavam apenas um tipo de perigo, e sim vários tipos de criaturas e isso é algo bastante interessante, pois o oceano é realmente um lugar cheio de habitantes desconhecidos, ainda mais quando explorado a dimensões mais fundas, e isso é algo que o cinema está sabendo aproveitar ultimamente: a questão de brincar com o desconhecido.

Pegue os dois exemplos recentes Megatubarão (2018) e Medo Profundo (2017) em que criaturas horrendas do fundo do mar caçavam de forma predatória suas vítimas, é claro que o diretor e a dupla de roteiristas Brian Duffield e Adam Cozad pensaram nestas referências para criar alguns dos monstros, principalmente o bichão chefe que se parece bastante com o Kraken de Piratas do Caribe: No Fim do Mundo (2007), mas que em Ameaça Profunda o monstrão que surge é muito mais original e assustador, por isso a decepção de ele não ter aparecido desde o início do filme, parece até chefe de jogo de videogame de tão impressionante que é. 

A direção de William Eubank é bastante confusa por outros motivos. Ela é linear ao direcionar os personagens para a frente, mas em compensação não sabe o que fazer com eles, não sabe se os desenvolve ou não, e quando o faz fica algo muito jogado. Quando fala sobre a vida da protagonista interpretada por Kristen Stewart, em que ela perdeu alguém querido em um acidente, ou em que o capitão, papel vivido por Vicent Cassel, que também teve uma perda e que é mencionada muito por cima, isso tudo para dar uma mensagem de que todos perdem algo pelo caminho, e isso faz bastante sentido com a cena final envolvendo a engenheira Norah (Kristen Stewart), tudo isso é bastante jogado no roteiro, não é trabalhado, deixando os personagens sem uma conexão e sem um lado emocional trabalhado. 

Nem mesmo a criação do ambiente claustrofóbico ajuda em criar um elemento a mais na tentativa de se fazer um suspense a mais, até por que as criaturas já davam essa sensação de horror, de que algo estava os perseguindo, mas o ambiente é pessimamente usado. Primeiro que tudo no subsolo do oceano é muito, mas muito escuro, uma fotografia horrível, faz sentido ser escuro, pois realmente há uma ausência de luz em uma profundidade tão imersa, mas não faz sentido ser tão escuro a ponto de nem ser possível enxergar direito as criaturas. Segundo que o filme é muito mal filmado, e isso passa novamente pelas mãos de William Eubank, o diretor treme a câmera a todo o instante, não foca no que precisa, a ação é desajustada, enfim, é tudo uma grande chance perdida, o que acaba se tornando tudo uma grande chatice.

O roteiro também não ajuda muito para que Ameaça Profunda vá adiante, e perde a oportunidade em diversos momentos. Várias cenas de ação são jogadas no lixo apenas por indecisão do diretor em não saber aproveitar o que o roteiro pedia, provavelmente, e por não saber o que tirar daquela cena, se terror, suspense ou ação, ficou uma mistura de gêneros que acabou por não ser nada no fim das contas. O pior de tudo é o mau uso dos personagens, todos são pessimamente explorados, rasos e alguns sem carisma, a ponto de não prender a atenção do telespectador. Kristen Stewart é esforçada, o problema é realmente o papel que lhe deram uma mulher que tenta sobreviver, com um trauma passado e apenas isso. Na realidade, faltam protagonistas carismáticos no longa e isso é algo bastante problemático e algo que devia ter sido estruturado ainda no roteiro.

Ameaça Profunda tinha tudo para ser um filme de terror interessantíssimo, a atmosfera, as criaturas desconhecidas, o monstrão do final, tudo mesmo, mas tudo foi tão pessimamente aproveitado que mais parecia uma produção B da década de 90, ao estilo Tentáculos (1998), em que os fãs amam odiar. Uma pena que longas assim pequem tanto em não aproveitar o potencial que tinham.

Ameaça Profunda (Underwater, EUA, 2020)

Direção: William Eubank
Roteiro: Brian Duffield, Adam Cozad
Elenco: Kristen Stewart, Vincent Cassel, Jessica Henwick, T.J. Miller, John Gallagher Jr,, Mamoudou Athie, Gunner Wright
Gênero: Ação, Drama, Horror
Duração: 95 min.

 

Gabriel Danius

Jornalista e cinéfilo de carteirinha amo nas horas vagas ler, jogar e assistir a jogos de futebol. Amo filmes que acrescentem algo de relevante e tragam uma mensagem interessante.

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