Crítica | Aterrorizante 3 – Um verdadeiro banho de sangue

A franquia Terrifier é, atualmente, uma das mais amadas pelos fãs de slashers que buscam produções repletas de gore. O responsável por isso é o diretor Damien Leone, que alcançou tal feito com três filmes que apresentam o palhaço Art como o antagonista desse apavorante circo do horror.

Assim como nos dois filmes anteriores, o roteiro é mal escrito e cheio de buracos. Em Aterrorizante 3, a história não muda muito: Sienna (Lauren LaVera) e seu irmão Jonathan (Elliott Fullam) tentam dar continuidade às suas vidas após o massacre ocorrido durante o Halloween no longa de 2022.

Damien Leone parece gostar de datas comemorativas, e desta vez faz com que a matança de Art aconteça durante o Natal. O retorno de Art é tão mal apresentado assim quanto sua motivação para matar. Leone mostra que o palhaço é um ser das trevas com um espírito assassino, mas, ainda assim, não há um motivo claro para suas ações.

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Após assistir aos três longas da franquia, fica evidente que Leone não tem uma direção definida para a história. Tanto que, apenas neste terceiro capítulo, ele resolve mencionar que Art é um demônio, mas sem aprofundar essa informação. Entre a falta de explicações e respostas, sobram questionamentos ainda sem solução, como quem é Art e qual sua relação com Sienna.

O conteúdo de Terrifier 3 é focado na matança desenfreada do vilão, com Art protagonizando um verdadeiro banho de sangue que faz o massacre de Michael Myers em Halloween Kills (2021) parecer brincadeira de criança.

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Art mata usando uma serra elétrica, utilizando suas próprias mãos e outras formas brutalmente explícitas. Embora a violência seja comum em filmes de terror, surge a pergunta: essa crueldade é realmente necessária?

Necessária não é, mas que isso vem surtindo efeito, com a produção arrecadando mais de US$ 50 milhões na bilheteria mundial, tornando-se a maior bilheteria de um filme sem classificação indicativa.

O roteiro tenta, de forma rasa e nada inovadora, criticar o consumismo promovido pelo Natal e a figura do Papai Noel, como na cena em que Art realiza um atentado terrorista em um shopping. Um ponto positivo, no entanto, é o fato de Art ser irônico e brega ao tentar ser engraçado enquanto tortura suas vítimas.

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O sucesso de Terrifier está intimamente ligado ao impacto cultural que a franquia alcançou, com o palhaço Art se tornando um novo ícone da cultura pop, viralizando nas redes sociais, especialmente no TikTok.

Aterrorizante 3 é um filme ruim, mas, com sua popularidade, dificilmente deixará de receber continuações. É uma pena, pois evidencia como produções vazias podem ir longe no cinema.

Aterrorizante 3 (Terrifier 3, EUA – 2024)
Direção: Damien Leone
Roteiro: Damien Leone
Elenco: Lauren LaVera, David Howard Thornton, Antonella Rose, Elliott Fullam, Samantha Scaffidi, Krsy Fox, Mason Mecartea
Gênero: Horror
Duração: 125 min.

Sobre o autor

Gabriel Danius

Jornalista e cinéfilo de carteirinha amo nas horas vagas ler, jogar e assistir a jogos de futebol. Amo filmes que acrescentem algo de relevante e tragam uma mensagem interessante.

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