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Crítica | Halloween: O Início - A pobre visão de Rob Zombie

Lucas Nascimento Lucas Nascimento
In Capa, Catálogo, Cinema, Críticas•17 de outubro de 2018•7 Minutes

Com o fracasso de sua última interação, o mediano Halloween: Ressurreição, a Dimension havia desistido da franquia, mas o Mal supremo jamais descansa… Quatro anos depois, Michael Myers enfrentaria o teste de fogo que todos os slashers dos anos 70 e 80 inevitavelmente têm que passar: um remake na era millennium. Após a boa resposta ao remake de Marcus Nispel de O Massacre da Serra Elétrica para a Platinum Dunes (que também traria novas versões de Sexta-Feira 13 e A Hora do Pesadelo), chegava a hora do roqueiro-tornado-cineasta Rob Zombie oferecer sua própria visão, trazendo ao mesmo tempo uma refilmagem e uma história de origem para o longa original de John Carpenter. Infelizmente, a abordagem de Zombie neste Halloween: O Início é completamente equivocada para esse tipo de história, e falha em todas as intenções.

A trama volta no início da saga Halloween para nos mostrar a infância de Michael Myers (vivido aos 10 anos por Daeg Faerch), incluindo sua criação abusiva e as sementes de seu comportamento psicopata, que o levam a assassinar friamente uma de suas irmãs, cunhado e o padrasto na noite de Halloween. Após ser acompanhado pelo psicólogo Dr. Samuel Loomis (Malcolm McDowell) por um período de 15 anos, Michael escapa do manicômio onde esteve encarcerado, rumando para Haddonfield à procura de sua irmã sobrevivente, Laurie Strode (Scout Taylor-Compton).

Remakes são sempre arriscados. É praticamente impossível não se comparar a nova versão com o original, mas Rob Zombie ao menos traz elementos capazes de distanciá-lo de Carpenter. A primeira metade inteira é dedicada à infância de Myers, e a tentativa de um estudo sobre a psicopatia emergindo em uma criança aparentemente normal. Aqui, Zombie demonstra vislumbres de algo interessante, especialmente nas cenas de Myers com Loomis (algo que todo fã da franquia já quis ver) e em seu olhar quase documental para as sequências mais violentas, como o plano onde esconde a câmera atrás de arbustos para registrar a brutal vingança de Michael contra um bully da escola. A habilidade do jovem Daeg Faerch também impressiona, e Zombie é sábio ao construir uma figura que levemente vai tornando-se ameaçadora graças ao longo cabelo loiro caindo sobre sua face.

O problema vem mesmo no roteiro, que também traz Zombie como responsável. O nível da escrita e dos diálogos é pedestre para dizer o mínimo, resumindo as fases do tratamento de Michael em meras frases de efeito marcantes, e uma dinâmica familiar que escancara os clichês e a obviedade, praticamente zerando a lista que inclui uma figura paterna odiosa, a mãe stripper de bom coração e a irmã mais velha promíscua e agressiva. Claro, tudo com uma escrita exagerada e que beira o ridículo em uma tentativa desesperada de ser “chocante”, mas que no fundo só demonstra mesmo imaturidade.

A escrita ruim se estende às novas versões dos personagens consagrados do original, com Compton entregando uma versão completamente equivocada e estereotipada de Laurie Strode: logo em sua primeira cena, ela brinca de forma maliciosa com donuts enquanto descreve o comportamento sexual de um professor (algo que não combina em nada com sua postura mais “inocente”) e solta frases do tipo “eu realmente preciso de um namorado”, enquanto a atriz simplesmente entrega as falas em um tom de euforia forçado e que, novamente, fica próximo da paródia. De forma similar, mas bem melhor aproveitada, Malcolm McDowell mostra-se uma escolha inspirada para viver o Dr. Loomis, sendo um bom sucessor de Donald Pleasence, e realmente convencendo em suas intenções de tentar ajudar Michael durante seu tratamento; assim como uma amostra do ar psicótico do doutor ao persegui-lo na noite de Halloween. Também é divertido ver Danielle Harris interpretando uma das amigas de Laurie, já bem crescida após despontar como Jamie em Halloween 4 e 5.

E por falar na noite títular… Quando Zombie termina sua exploração sobre as origens do assassino, só lhe resta replicar todo o filme de Carpenter na longa segunda metade, e é aqui que temos a pior amostra que um remake pode ter. Zombie nem de longe tem a habilidade ou olhar de Carpenter, e confia que apenas um gore extremo e cortes excessivos para planos fechados e desfocados serão o bastante para causar medo ou desconforto no espectador, mas soa simplesmente como algo genérico; nem mesmo a ambientação e as fantasias de Halloween pela rua são aproveitadas, visto que Zombie parece apressado demais para chegar na matança, e nosso desdém com os personagens impede qualquer tipo de suspense ou torcida por suas vidas.

Parcialmente interessante pela proposta inédita, Halloween: O Início acaba fracassando pela imaturidade de Rob Zombie como diretor e roteirista, que não tem a habilidade de John Carpenter em criar um suspense escapista ou a visão apropriada para abordar uma história séria de psicopatia. Pode não ser a pior fase de Michael Myers, mas ele com certeza merecia uma revitalização mais digna.

Halloween: O Início (Halloween, EUA – 2007)

Direção: Rob Zombie
Roteiro: Rob Zombie, baseado no roteiro de John Carpenter e Debra Hill
Elenco: Malcolm McDowell, Brad Douriff, Tyler Mane, Daeg Faerch, Richard Lynch, William Forsythe, Danny Trejo, Scout Taylor-Compton, Danielle Harris, Skyler Gisondo, Bill Moseley, Leslie Easterbrook
Gênero: Terror
Duração: 107 min

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Lucas Nascimento

Estudante de audiovisual e apaixonado por cinema, usa este como grande professor e sonha em tornar seus sonhos realidade ou pelo menos se divertir na longa estrada da vida. De blockbusters a filmes de arte, aprecia o estilo e o trabalho de cineastas, atores e roteiristas, dos quais Stanley Kubrick e Alfred Hitchcock servem como maiores inspirações. Testemunhem, e nos encontramos em Valhalla.

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