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Crítica | Harry Potter e o Cálice de Fogo - Mais rápido, mais intenso!

Lucas Nascimento Lucas Nascimento
In Capa, Catálogo, Cinema, Críticas•19 de maio de 2020•8 Minutes

Tudo havia mudado na saga Harry Potter após o lançamento de O Prisioneiro de Azkaban, filme dirigido pelo mexicano Alfonso Cuarón que foi considerado (e ainda é) o melhor filme da franquia mágica de J.K. Rowling na Warner Bros. O jovem bruxo de Daniel Radcliffe havia entrado em um caminho mais sombrio e adulto, além de ter atingido um altíssimo nível de qualidade em sua execução e técnica. Quem quer que assumisse o comando de Harry Potter e o Cálice de Fogo inevitavelmente acabaria sob a sombra de seu antecessor, e não é surpresa que isso tenha acontecido.

Novamente adaptada pelo roteirista Steve Kloves a partir do romance de Rowling, a trama se inicia um ano após os eventos de Azkaban, para acompanhar a quarta incursão de Harry Potter (Daniel Radcliffe) e seus amigos Rony e Hermione (Rupert Grint e Emma Watson) em Hogwarts. Mas tudo será diferente quando são surpreendidos pelo anúncio de que a escola sediará uma famosa e perigosa competição entre escolas de magia, o Torneio de Tribruxo. Quando o nome de Harry é misteriosamente selecionado pelo místico Cálice de Fogo para ser um dos competidores, o jovem precisa descobrir quem o colocou na disputa, além de obviamente sobreviver às tarefas desafiadoras do Torneio.

Azar no amor…

Era um clichê anual apontar o quanto Harry Potter ficava mais sombrio a cada novo lançamento nos cinemas, e O Cálice de Fogo certamente levou isso à risca. Apesar de parecer mais trivial pela premissa de uma competição aparentemente sem consequências no arco geral da história, o roteiro de Kloves é eficiente ao tornar cada momento perigoso e instigante, assim como o mistério geral sobre quem teria submetido o protagonista a uma situação tão intensa. Todas as peças são bem colocadas e posicionadas, especialmente com os personagens do excelente Brandon Gleeson (o paranoico Olho-Tonto Moody) e o intenso David Tennant (o misterioso Bartô Crouch Jr.).

O tom da aventura surge mais adulto não só pelas trevas que vão surgindo à medida em que a ameaça de Voldemort (estreia de Ralph Fiennes na franquia) vai se tornando uma realidade, mas também pelo inevitável crescimento de seus personagens. Além dos desafios do Torneio Tribruxo, o longa também lida com o evento do Baile de Inverno, onde as primeiras desventuras românticas e desilusões amorosas começam a brotar em nosso trio principal. Infelizmente, o tratamento de todo esse arco surge completamente descaracterizado do restante da franquia, talvez pela abordagem “adolescente demais” da direção escandalosa de Mike Newell e o texto estranhamente novelesco de Kloves nessa porção da história. Basta comparar com o que David Yates faria alguns filmes depois com O Enigma do Príncipe, que lida com o romance de forma bem mais doce e eficiente do que Newell – isso sem falar na decisão de deixar praticamente todo o elenco cabeludo, o que ajuda na estranheza em relação aos personagens.

Intensidade parece ser o modus operandi de Newell, e há consequências negativas. Por mais que Daniel Radcliffe, Rupert Grint e Emma Watson estejam todos alinhados com seus respectivos personagens, a direção parece exigir um exagero emocional exacerbado demais: a reação de Harry durante um evento traumático no clímax do filme não deixa de soar um pouco acima da nota (por mais que seja, sim, uma cena de terror), e uma das críticas mais merecidas vai para Michael Gambon, cujo Alvo Dumbledore parece sempre irritado e agressivo, algo que vai de encontro com a figura que havia sendo construída por Richard Harris e pelo próprio Gambon nos três filmes anteriores.

… Sorte no jogo

Mas se Newell erra na forma de explorar os sentimentos de Harry Potter e seus amigos, certamente se mostra mais confortável e criativo nas espetaculares sequências de ação. O Torneio Tribruxo como um todo oferece um entretenimento de primeira, com a batalha envolvendo um dragão e voos de vassoura ao redor de Hogwarts sendo de tirar o fôlego (além de se aproveitar de uma mistura perfeita de CGI e modelos práticos); o mergulho no Lago Negro traz uma estética nunca antes vista na saga, e se beneficia de um design de produção caprichado para explorar uma sociedade subaquática e o desafio final envolvendo um labirinto gigantesco é praticamente O Iluminado com esteróides, onde Newell se beneficia da claustrofobia para criar um suspense verdadeiramente palpável e incômodo em meio aos competidores.

Quando chegamos ao grande climax, que envolve o retorno oficial de Lord Voldemort e toda a sequência de confronto no cemitério, é quando O Cálice de Fogo realmente mostra a que veio. É a atmosfera de um verdadeiro filme de terror, e que parece saída dos grandes clássicos de monstros da Universal, graças à estilizada fotografia soturna de Roger Pratt, que faz bom uso da névoa densa sob os pés dos personagens a arquitetura gótica do sempre eficiente Stuart Craig. Uma cena forte e que, ao contrário dos exemplos citados anteriormente, usa a intensidade de Newell para reforçar o terror – e então realmente comover o espectador com a catarse sobrenatural envolvendo a aparição de fantasmas.

Vale também apontar que, mesmo com John Williams não podendo retornar para compor a trilha sonora, Patrick Doyle faz um trabalho bem competente em suas criações musicais. São faixas que parecem lidar melhor com a sensibilidade e emoção de seus personagens do que a própria direção, e que certamente complementam as sequências de ação com algumas passagens verdadeiramente inspiradas – e que devem ter deixado Williams bem feliz.

Harry Potter e o Cálice de Fogo faz um bom trabalho em seguir o clima mais sombrio e adulto da franquia de J.K. Rowling. Apesar dos excessos de Mike Newell na direção, é um bom misto de ação e aventura em uma trama bem amarrada e cheia de reviravoltas. 

Harry Potter e o Cálice de Fogo (Harry Potter and the Goblet of Fire, EUA – 2005)

Direção: Mike Newell
Roteiro: Steve Kloves, baseado na obra de J.K. Rowling
Elenco: Daniel Radcliffe, Rupert Grint, Emma Watson, Michael Ganbom, Brendan Gleeson, Ralph Fiennes, Robert Pattinson, Clemence Poésy, Robbie Coltrane, Alan Rickman, Gary Oldman, Maggie Smith, Tom Felton, Jason Isaacs, Miranda Richardson, David Tennant
Gênero: Aventura
Duração: 157 min

Lucas Nascimento

Estudante de audiovisual e apaixonado por cinema, usa este como grande professor e sonha em tornar seus sonhos realidade ou pelo menos se divertir na longa estrada da vida. De blockbusters a filmes de arte, aprecia o estilo e o trabalho de cineastas, atores e roteiristas, dos quais Stanley Kubrick e Alfred Hitchcock servem como maiores inspirações. Testemunhem, e nos encontramos em Valhalla.

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