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Crítica | Klaus - O Verdadeiro Espírito de Natal

Gabriel Danius Gabriel Danius
In Capa, Catálogo, Cinema, Críticas•2 de dezembro de 2019•9 Minutes

A beleza de uma história, muitas vezes, está não apenas em seu conteúdo, mas também no jeito em que se atrai o público da melhor maneira possível e de uma forma que possa o inserir dentro daquela narrativa, e assim o fazer usufruir dos mais diversos aspectos apresentados pela trama, e que o telespectador possa tirar alguma lição de moral com a mensagem apresentada ou receber algum aprendizado com aquilo que está sendo transmitido na tela pela produção audiovisual. E tal objetivo é alcançado com maestria pela animação espanhola original da Netflix Klaus (Sergio Pablos).

O Natal é uma data que fascina a todos e também uma época de união e reunião familiar, um momento de encontrar pessoas e amigos que há muito não se via ou se encontravam, ou até mesmo desfazer inimizades que foram feitas durante o ano. E é justamente nesta atmosfera festiva que Klaus se insere, mas de início não é bem assim que a trama se desenvolve ao apresentar o protagonista Jesper sendo enviado pelo seu pai, o dono de uma grande corporação dos correios, no qual o filho é o único herdeiro, mas que vive de uma maneira fútil, sem querer herdar de verdade aquele império de comunicação. Então o pai o envia para uma ilha bastante isolada, no qual os habitantes passam os dias se odiando e que vivem em uma rotina de guerra civil. É nesse cenário de raiva e caos que Jesper irá se conhecer e descobrir que a vida é bem mais do que se passar os dias acomodado e usufruindo do nada.

O roteiro que teve a participação de três nomes para ser escrito de, Zach Lewis, Jim Mahoney, Sergio Pablos, é um primor se for destacado a questão de como a trama é bem desenvolvida, não apenas em relação aos personagens e seus arcos dramáticos, mas também a respeito da relação emocional de um com o outro. A animação melhora demais a partir do momento que Jesper encontra Klaus, um bom velhinho que de início aparenta ser o papai noel, mas não da maneia fantasiosa que todos temos em mente, e sim de um modo totalmente diferente. Essa desconstrução do papai noel é fantástica porque é algo que não está no imaginário das crianças e adultos do jeito que é apresentado na TV ou nos comerciais, e mesmo assim consegue fascinar e causar uma e comoção no público de uma forma totalmente diferente, e muito disso está ligado ao roteiro que consegue observar que há outras possibilidades de se apresentar um personagem clássico de outra forma.

Outra coisa interessante do roteiro de Klaus é a criação do elo de amizade de Jesper e Klaus e o que virá a seguir dessa união, além de muito aprendizado recíproco, é também o momento em que Jesper irá se conhecer e também irá perceber que o mundo é muito maior e que ali ele pode ser útil, isso via os presentes que começa a enviar que começa com uma obrigação, mas depois passa a se tornar uma satisfação pessoal. É muito interessante o que acontece com o protagonista, e o roteiro ajuda a enviar uma mensagem que passa a respeito de Jesper para o telespectador que é apenas uma de várias que podem fazer com que o público aprenda algo, e isso é justamente uma das funções culturais do cinema como linguagem. Outra mensagem bastante interessante vem da professora, que vive em um lugar sujo e bagunçado, ela deixou de dar aulas porque não há mais alunos na cidade, todas crianças são sem educação e só querem guerra, e Jesper e Klaus começam a mudar essa estrutura com o mito de que crianças que fazem bons atos ganham presentes, uma bela mensagem de que sem educação nenhum lugar vai a lugar algum.

Mas há outras duas mensagens que se sobressaem e que dão ainda mais força para a riqueza da narrativa. A primeira é a questão da comunicação, até por isso o tema dos correios está ali inserido de forma proposital, pois os vizinhos não conversavam, se odiavam apenas por se odiar. A partir do momento que começaram a conversar e a se comunicar o ruído que existia na comunicação se foi e a cidade começou a existir como nação, e não apenas o correio começou a funcionar como instituição, mas toda a cidade passou a existir como sociedade. Ou seja, não existe civilização sem comunicação e educação, pilares fundamentais são a boa convivência, e o roteiro acerta em cheio em refletir essas questões que estão muito presentes em nossas rotinas.

Sergio Pablos é o diretor da produção, ele teve a ajuda de Carlos Martínez López que foi como uma espécie de co-diretor ao seu lado. Sergio Pablos é um nome a se ficar de olho nos próximos anos, e apesar de Klaus ser sua primeira animação que dirige já tem experiência na área, pois havia trabalhado nos roteiros de PéPequeno e Meu Malvado Favorito. O diretor fez uma uma animação sensível em Klaus, com uma trama de fácil assimilação por parte do público e com uma mensagem universal a ser explorada. A grande beleza do filme está em seu final, isso sem dúvida é uma decisão da direção. É emocionante e lindo o que acontece com Klaus ao término, é algo que acaba indo para o imaginário de todos e mesmo sendo algo tão rápido se torna inesquecível com a cena final, de tão bem feita e orquestrada, além de tirar lágrimas do telespectador de todas as idades. 

A qualidade da animação também chama a atenção, com traços sensíveis e limpos prende a atenção para o que é realmente relevante em cena, e não preenchem a tela com tanta informação e bagunça que precise olhar para tantos lugares a se perder de vista. Os detalhes do cenário, e as características do personagens são bem apresentadas e cheias de cores e vida, de início são apresentadas com cores frias, mas depois vão mudando as tonalidades, demonstrando que a vida daquela cidade está mudando com a vinda dos correios e com a entrega dos presentes e que há uma troca de atmosfera na região.

Mesmo o natal sendo um tema tão batido e repetitivo em produções cinematográficas, Klaus se sobressai como crônica natalina, não apenas por trazer uma nova abordagem, e por trazer novas representações do papai noel em si, mas também por dar um novo caminho para a velha história do homenzinho mal humorado e que encontra do natal o jeito feliz de se viver. Pode ser um clichê de natal dos filmes, mas isso não importa muito, pois na animação o clichê funcionou de forma linda e belíssima.

Klaus (idem, Espanha, 2019)

Direção: Sergio Pablos, Carlos Martínez López (co-director)
Roteiro: Zach Lewis, Jim Mahoney, Sergio Pablos
Elenco: Jason Schwartzman, Rashida Jones, Joan Cusack, J.K. Simmons, Norm MacDonald, Will Sasso, Sergio Pablos, Mila Brener (Vozes Originais)
Gênero: Animação, Aventura, Comédia
Duração: 96 min.

Gabriel Danius

Jornalista e cinéfilo de carteirinha amo nas horas vagas ler, jogar e assistir a jogos de futebol. Amo filmes que acrescentem algo de relevante e tragam uma mensagem interessante.

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