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Crítica | Malévola: Dona do Mal - Frustrante, Previsível e Confuso

Thiago Nolla Thiago Nolla
In Capa, Catálogo, Cinema, Críticas•23 de outubro de 2019•7 Minutes

O diretor Robert Stromberg havia imprimido sua perspectiva do clássico conto A Bela Adormecida em 2014, ao lançar um dos primeiros “remakes” em live-action dos estúdios Walt Disney, Malévola. Baseado no clássico conto de Charles Perrault, a perspectiva da história desta vez se voltava para a vilã, remontando às suas interessantes origens e culminando em um trágico conto de fadas às avessas. Entretanto, apesar das boas intenções, o filme falhou em manter a magia da narrativa original e foi carregado pela atuação impecável de Angelina Jolie como a personagem-titular. Agora, cinco anos depois do lançamento do primeiro longa-metragem, é a vez de Joachim Rønning mergulhar no mágico universo de Aurora e Malévola com a sequência Malévola: Dona do Mal.

Infelizmente, o resultado é tão esquecível e frustrante quanto a produção original – ainda que carregue o charme da iteração predecessora. De fato, é possível ver que Rønning também traz a melhor das intenções para as telonas, mas se perde no meio do caminho quanto ao ritmo e ao foco narrativo, transitando entre três grandes tramas e apressando-se para tentar concluí-las antes que os créditos subam. Nem mesmo o roteiro de Linda Woolverton aproveita as falhas que cometeu alguns anos atrás para se remodelar e se reinventar – na verdade, ela desliza exatamente nos mesmos aspectos e oscila de modo incompreensível entre o drama, a fantasia e a comédia.

Cinco anos depois da morte do Rei Stefan, Aurora (Elle Fanning) continua reinando como governanta do mágico povo intitulado Moors, enquanto Malévola (Jolie) emerge como uma distante protetora. A paz daquele místico reino, entretanto, sofre uma brusca mudança quando o Príncipe Philip (dessa vez interpretado por Harris Dickinson) decide pedir a mão de Aurora em casamento e celebrar, de uma vez por todas, a união de dois reinos separados há tanto tempo pelo medo e pela guerra. E é claro que isso desencadearia um ressentimento por parte de Malévola, fada-madrinha e mãe de criação da jovem garota, que a princípio se posta contra a cerimônia matrimonial, mas acaba cedendo às súplicas de sua protegida, cruzando os limites da floresta para conhecer os pais de Philip.

Se a sequência do jantar entre as duas famílias parece ter saído de um melodrama familiar qualquer, é porque é disso do que a estória de Woolverton se vale. Acompanhada por Micah Fitzerman-Blue e Noah Harpster, a roteirista desenvolve uma coerente expansão da rivalidade entre Malévola e a Rainha Ingrith (uma desperdiçada Michelle Pfeiffer), que explode em ameaças, maldições e uma tentativa de assassinato – tudo convergido para um frenesi imagético que beira a incompreensão visual. Depois dessa histeria cênica, o ritmo recua mais uma vez para o momento em que a poderosa fada enfrenta sua ruína e quase morre, atingida por uma bala de ferro.

Se você achou que a rivalidade seria o único mote do longa, sinto lhes informar que está enganado: certamente a premissa toma conta do escopo principal, mas ele se ramifica em diversas outras subtramas, incluindo o encontro de Malévola com outras criaturas de sua raça, refugiada devido à ação dos humanos em uma caverna que parece ter saído da maleta de Newt Scamander em Animais Fantásticos e Onde Habitam; o trauma de Ingrith, que observou impotente sua família ser destruída pela força descomunal dos Moors; a busca por independência de Aurora e suas tentativas fracassadas de consertar o que está estilhaçado; e uma expansão mitológica medíocre que pode até agradar parte do público, mas falha em se aprofundar onde deveria.

A continuação não é de todo desperdiçada e fragmentada. Mais uma vez, a equipe de direção de arte e de maquiagem faz um excepcional trabalho ao caracterizar com proeza seus personagens e os variados cenários, variando até mesmo as tonalidades da fotografia e da paleta de cores em prol de fornecer aos espectadores uma determinada sensação. Dito isso, a sinestesia bucólica que se desprende de alguns coadjuvante – como a pontual presença de Conall (Chiwetel Ejiofor) – morre na praia e serve apenas como um fraco impulso para as reviravoltas do terceiro ato. A batalha final, que eventualmente culmina na aparente morte de Malévola, é coreografada com certo preciosismo, mas não chega aos pés da primeira guerra do filme predecessor e dá uma impressão inacabada, como se Woolverton e seus colaboradores tivessem perdido a inspiração e se aproveitassem dos clichês de contos de fada para concluir a jornada.

Malévola: Dona do Mal é uma continuação que ninguém pediu, mas que todos estavam esperando ser melhor que a obra de 2014. Seria melhor que o time por trás da produção tivesse simplesmente apagado o que foi feito no passado e ter dado início a uma aventura nova, refrescante, sem cair nas mesmices mercadológicas dos remakes em live-action da Disney. Entretanto, não foi isso que aconteceu – e não acho provável que Angelina Jolie se prestará ao papel de voltar para uma trilogia.

Malévola: Dona do Mal (Maleficent: Mistress of Evil – EUA, 2019)

Direção: Joachim Rønning
Roteiro: Linda Woolverton, Noah Harpster, Micah Fitzerman-Blue
Elenco: Angelina Jolie, Michelle Pfeiffer, Elle Fanning, Harris Dickinson, Sam Riley, Chiwetel Ejiofor, Robert Lindsay, Imelda Staunton, Juno Temple
Duração: 118 min.

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Thiago Nolla

Thiago Nolla faz um pouco de tudo: é ator, escritor, dançarino e faz audiovisual por ter uma paixão indescritível pela arte. É um inveterado fã de contos de fadas e histórias de suspense e tem como maiores inspirações a estética expressionista de Fritz Lang e a narrativa dinâmica de Aaron Sorkin. Um de seus maiores sonhos é interpretar o Gênio da Lâmpada de Aladdin no musical da Broadway.

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